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quinta-feira, outubro 31, 2013

Navios da Real Marinha de Guerra Portuguesa-XVIII-XIX


Armada Real Portuguesa

Navios da Marinha Real Portuguesa de 1792 - 1815


      


A marinha real portuguesa ao longo da guerra de 1793 a 1815 teve ao seu serviço mais de 200 navios de várias categorias e tonelagem, havia as esquadras de guerra de 1ª linha, mas havia uma grande quantidade, precisamente praticamente metade dos navios da armada real, que tinham as mais variedades funções, desde a navios corsários a navios correios, e principalmente navios de transporte. A maioria das matérias-primas que o arsenal necessitava e para alguns serviços da marinha vinham das colónias por isso a armada dispunha de vários navios principalmente para o efeito. Havia os navios correios que transportavam bens e correspondências entre as colónias, Cúteres, Paquetes, Iates, Escunas e navios armados guardavam a costa e principalmente as barras e rios mais importantes. Os navios corsários eram utilizados para fazer o corso como também o contra corso. Havia também os navios da corte que transportavam os valores, bens e correspondência real. Por todo o século XVIII os meios navais evoluem, surgindo a Fragata, navio bem artilhado, mais ligeiro que a nau de linha. As nossas forças navais, em número razoável em comparação com as nossas concorrentes Europeias, envolvem-se também nas guerras do nosso continente, tal como a Batalha do cabo Matapão, e continuam no Ultramar a consolidar as posições do passado. Em fins do século XVIII, por acção de condições mais propícias e também da dinâmica administração do Marquês de Pombal e a posterior acção de Martinho de Melo e Castro e posteriormente Don Rodrigo de Sousa Coutinho que continuou a sua acção, é dada nova estrutura aos altos comandos da Armada, são criados o 'Conselho do Almirantado', regularizados os postos e os vencimentos da Armada, reorganizado o 'Arsenal de Lisboa', melhorado o 'Arsenal de Goa' e criada a 'Academia Real dos Guardas-Marinhas', antecessora da actual Escola Naval. Também foi construído o 'Hospital da Marinha' inaugurado em 1806, o primeiro hospital construído de raiz em Lisboa. Apenas por curiosidade veja-se a constituição da Frota Portuguesa no activo em princípios do século XIX, não contando com 2 naus e 6 fragatas da Armada da Índia, a Armada era constituída por 12 naus, 16 fragatas, 17 brigues e 8 charruas, que eram grandes navios de transporte. A Marinha Portuguesa acompanha entretanto os desenvolvimentos da ciência náutica, adaptando-se aos novos métodos e instrumentos de navegação, nomeadamente à tão procurada determinação da longitude por métodos astronómicos. Participa em operações navais no teatro Europeu nas guerras napoleónicas e principalmente nos fins do século XVIII mais concretamente de 1798 a 1800 as operações do Contra-Almirante Marquês de Niza com o Contra-Almirante Nelson no Mediterrâneo. A Marinha Real Portuguesa, colabora na exploração do litoral e interior do Brasil, contribuindo assim para a formação daquele grande e uno País lusófono da América do Sul.

Nau de Linha


Um navio de linha era um grande navio de guerra à vela, construído em madeira, não blindado, com duas ou três baterias cobertas, nas quais eram montadas entre 50 e 120 peças de artilharia. O navio de linha resultou de uma evolução gradual de um projecto básico com origem nas naus desenvolvidas pelos Portugueses no século XV. À parte do crescimento em tamanho, o navio de linha pouco mudou entre a adopção da táctica de linha de batalha no início do século XVII e o final da marinha de guerra à vela, na década de 1830. No final do século XVIII, o termo completo "navio de linha de batalha" foi abreviado, em alguns países, para "navio de batalha". O disparo de todas as peças laterais de um navio de linha à vela permitia-lhe afundar qualquer embarcação de madeira, esmagando-lhe o casco, destruindo os seus mastros e abatendo a sua tripulação. No entanto, o alcance eficaz das suas peças era de, apenas, algumas centenas de metros e as tácticas de batalha dependiam, inteiramente, do vento. No início havia apenas os navios mercantes e cada um foi comandado por um Mestre, dirigida (quando este estilo tornou-se comum) como "Sr. X", e referido como "O Mestre de Y '. Para navios mercantes esta continua a ser verdade hoje. Quando os navios foram usados na guerra eles embarcaram soldados, e com eles um oficial militar para comandá-los e lutar contra os navios inimigos. Como navios de guerra tornou-se um tipo de identificação e a Royal Navy formou uma força permanente, por isso os navios de guerra adquiridos começaram a ter Capitães permanentes. Eles, portanto, tinham um Mestre (um marinheiro, mas nenhum cavalheiro, um subtenente) e um capitão ou comandante (um cavalheiro, não necessariamente um marinheiro, um oficial comissionado).  A introdução de Capitães efectivamente reduziram os Mestres para o estatuto de gestor, mas, como tal, eles permaneceram ao longo dos séculos XVII e XVIII, e também os seus subordinados, os Segundos-Mestres e Aspirantes a Mestres'. Nos navios mercantes de serviços ainda são comandadas por mestres, mas pelo menos em grandes navios que hoje esperam ser tratados como 'Capitão X' ao invés de "Sr. X", nunca pensei 'o capitão do Y', sempre 'o Mestre'. O mesmo processo, originário com a Companhia das Índias Orientais no século XVIII, herdado pela P & O e espalhar a partir deles para outras linhas de transporte de grande porte, levou ao antigo 'Imediato', 'etc, tornando-se' 'Segundo-Mestre, Primeiro-oficial ', 'Segundo oficial' e assim por diante. Em navios menores do antigo título de 'companheiro' sobrevive, e em navios de pesca o Mestre é geralmente o ‘Skipper’ e seus companheiros, se houver, o 'primeira mão', 'segunda mão ', etc.

Fragatas


A fragata é um tipo de navio de guerra. O termo tem sido usado, ao longo dos séculos, para designar uma gama alargada de navios, com diferentes tamanhos e funções. No século XVIII, eram designadas fragatas, navios de guerra com três mastros de velas redondas, com comprimento semelhante ao das naus, mas menores, mais rápidos e com armamento mais ligeiro, usados em missões de escolta e de reconhecimento. As fragatas dispunham de uma única bateria coberta de canhões, em comparação com as duas ou mais baterias cobertas das naus. O posto de capitão de fragata, existente em várias marinhas, deriva da designação deste tipo de navio

Origens

Aparentemente, o termo "fragata" teve origem no Mediterrâneo, no final do século XV, para se referir a um tipo ligeiro de galeaças, com remos, velas e armamento ligeiro, construído tendo em vista a velocidade e a manobrabilidade. Em 1583, durante a Guerra dos Oitenta Anos os Habsburgos de Espanha recuperaram o controlo do Sul dos Países Baixos aos Holandeses rebeldes. Esta situação levou a que os portos ocupados se tornassem bases usadas por corsários - os chamados "Corsários de Dunquerque" - para atacar a navegação dos Holandeses e dos seus aliados. Para isso, os Corsários de Dunquerque desenvolveram navios pequenos e manobráveis à vela, que se tornaram conhecidos como "fragatas". O termo "fragata" acabou por se tornar mais genérico e passou a ser aplicado pelas marinhas regulares a qualquer dos seus navios relativamente rápidos e elegantes à vela, e, normalmente, com maior autonomia que as fragatas dos Corsários de Dunquerque. A Marinha das Províncias Unidas dos Países Baixos foi a primeira marinha regular a construir as fragatas oceânicas maiores. Esta Marinha tinha três principais tarefas no combate contra a Espanha: proteger os navios mercantes holandeses no mar, bloquear os portos flamengos em poder dos Espanhóis e combater a esquadra espanhola, impedindo o desembarque de tropas. As primeiras duas tarefas requeriam navios velozes, de reduzido calado - para as águas pouco profundas dos Países Baixos - e uma capacidade de aprovisionamento suficiente para manter um bloqueio. A terceira tarefa requeria armamento suficientemente pesado para fazer frente à esquadra espanhola. As primeiras novas fragatas de maiores dimensões e com capacidade para combate foram construídas, na Holanda, por volta de 1600. no final da Guerra dos Oitenta Anos, os holandeses tinham trocado, quase completamente, as embarcações pesadas de modelos semelhantes às usadas pelas restantes marinhas, pelas fragatas ligeiras de 300 toneladas e armas com cerca de 40 peças. A eficiência das fragatas holandesas destacou-se na Batalha das Dunas em 1638, levando à sua adopção pelas marinhas de outros países.

Projecto clássico de fragatas

A origem da clássica fragata à vela, conhecida hoje pelo seu papel nas Guerras Napoleónicas, pode ser traçada aos desenvolvimentos franceses no segundo quartel do século XVIII. A fragata francesa 'Médée', de 1740, é, muitas vezes, considerada como o primeiro exemplo deste tipo de navios. Estes navios aparelhavam três mastros de velas redondas e concentravam todos os seus canhões numa única bateria coberta, correspondente à bateria superior nos anteriores navios, de tamanho semelhante, com duas baterias cobertas. A coberta inferior deixou de ter armamento, ficando, inclusive abaixo da linha de água. As novas fragatas tinham capacidade para combater com todos os seus canhões, mesmo em situações de mar bravo, onde os navios de duas baterias cobertas tinham que manter fechadas as escotilhas dos canhões da bateria inferior.

Funções

As fragatas eram, talvez, os navios mais empregues pelas marinhas dos séculos XVIII e XIX. Apesar de menos poderosas que as naus de linha, podiam enfrentar facilmente embarcações de guerra menores, já para não falar de navios mercantes. Capazes de aprovisionar mantimentos para seis meses, dispunham de uma autonomia bastante elevada, podendo operar de forma isolada e independente - ao contrário das naus de linha que eram consideradas demasiado importantes e valiosas para operarem sem escolta. As fragatas realizavam o reconhecimento em proveito da esquadra, o ataque à navegação mercante, patrulhas, escoltas e missões de estafeta. Normalmente, as fragatas operariam em pequeno número ou isoladamente, contra outras fragatas. Normalmente evitariam o combate com naus de linha. As fragatas mantiveram-se como um elemento crucial das marinhas até meados do século XIX.

Bergantim - As fragatinhas e as corvetas


No meio do século XVIII começa a individualizar-se um modelo menor de fragata, conhecido por "fragatinha" ou "Bergantim" na Marinha de guerra Portuguesa. Tendo todas as restantes características das fragatas maiores, as fragatinhas distinguem-se apenas por serem menores e disporem de menos de 30 canhões. No início do século XIX, as fragatinhas ou bergantins, tornam-se num tipo distinto de navio designado como "corveta". A corveta, sendo, essencialmente, uma fragata mais pequena, vai acompanhar o desenvolvimento daquela, no que diz respeito à propulsão a vapor e à blindagem, até final do século XIX.

Brigue


Um brigue é um tipo de embarcação à vela, com dois, por vezes três mastros. Notabilizou-se nas Guerras da Independência dos Estados Unidos da América do Norte, tendo em média seis a dez canhões. Eram classificados segundo as suas características militares em "brigues do tipo fragata" os maiores, e "do tipo corveta" os menores. Em qualquer caso, dado o seu menor porte, o brigue dispunha usualmente de uma vantagem de velocidade face aos navios de linha, e até face às fragatas inglesas, o que lhe conferia a vantagem da iniciativa. No entanto, sobretudo com mar agitado, poderia ser mais lento que as fragatas longas, como as norte-americanas ou as francesas, o que limitava o seu emprego como corsário.

Escunas


Uma escuna é um tipo ‘de veleiro’ caracterizado por usar velas de popa a proa em dois ou mais mastros. O que as distingue é o fato do mastro de ré, ou mezena, ser maior e mais alto que os demais. As escunas foram primeiro usados pelos neerlandeses no século XVI ou XVII, e mais tarde desenvolvidas na América do Norte nos tempos da Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, nave que se denominou brigue.

Cúteres


Cutér, também chamado de "chalupa", é um veleiro de pequeno porte com um mastro. Começou a ser utilizado no século XVII. É uma embarcação rápida e de fácil manobra.

Galé


A galé, de um a dois mastros e velas redondas ou vela latina. Levava trinta remos e era utilizado como elemento de ligação, exploração, como auxiliar de armadas ou em outros serviços do género. Era um navio escolhido pelos reis, e grandes senhores, para sua utilização em cerimónia

Barca-Nau de Viagem


Caique


Galera-Nau de viagem


Chalupa


Lugre


Lugre - Barca


Lugre - Escuna


Iate


Navio-Almirante


Navio-almirante, navio-chefe ou capitânia é o navio de esquadra tripulado por um comandante como outro navio de igual tamanho ou categoria de esquadra, porém o que o distingue dos demais é que a bordo se encontra o oficial general ou o comandante geral de operações navais e que lidera uma esquadra ou divisão de combate individual, pelas próprias forças de frota, uma vez que sempre se encontra acompanhado de outros navios de apoio logístico, avisos e de combate. Geralmente o Navio - almirante detém uma flâmula estreita e comprida de nome "Galhardete", que o distingue como comando - geral ou general de operações navais.

Além do comando do próprio navio e tripulação de próprio navio, transportava também lugares para abrigar reuniões de cúpula e comando general de operações de Lord Nelson, o 'Victory', vencedor de Trafalgar, onde podemos observar o galhardete da responsabilidade de Nelson à popa.

Glossário

A
Adriça - Cabo para içar velas ou bandeiras.
Amarra -  Corda grossa ou cabo de elos que prende a âncora; um décimo de milha marítma (185 m).
Amura - Zona do costado de uma embarcação entre a proa e o través; cabo com que se mareiam os papafigos e as velas menores, cutelos e varredoiras, quadro de proa.
Amurada - Prolongamento do costado do navio acima da parede interna do casco.
Antepara - Divisória vertical no interior da embarcação.
Aparelho - Conjunto de cabos, poleame e velame de um navio.

B
Barca - Embarcação pequena, de madeira, com uma só coberta e um só mastro.
Barlavento - Lado de onde sopra o vento.
Beque - Curva de madeira da roda da proa.
Bolinar - Orientar as velas e vergas em torno do mastro, de modo a permitir navegar com ventos contrários.
Bombordo - Lado esquerdo dum navio quando se está voltado para a proa.
Bordejar - Navegar virando de bordo com alguma frequência.
Botaló - Arpéu usado p. ex. para afastar barcos inimigos; pau que se prolonga popa afora para caçar a escota.
Brandal - Cada um dos cabos que aguentam os mastros no sentido transversal.
Bujarrona - Vela triangular que se segue ao gurupés.

C
Cachola - Parte superior do leme onde encaixa a cana do leme.
Calabre - Corda grossa.
Calado - Altura do casco que fica mergulhado na água.
Cambar - Mudar de um bordo para o outro deixando o vento pela popa.
Cana do Leme - Barra fixa na cachola do leme para o manobrar.
Carangueja - Verga de vela latina quadrangular disposta obliquamente ao mastro e voltada para a ré.
Castelo - Construções elevadas à proa e ré que servem para se ter uma visão melhor.
Cavername - Estrutura do casco de um navio.
Cesto (p.ex. da gávea) - Pequena plataforma assente nos mastros para espalhar cabos de mastreação.
Cevadeira - Vela pequena que pende da verga do mesmo nome, transversal ao gurupés.
Coberta - Qualquer dos pavimentos que correm da proa à popa.
Convés - Pavimento da 1ª coberta; cada um dos pisos da embarcação.
Costado - A parte lateral e exterior de uma embarcação.
Croque - Vara com um gancho na extremidade para puxar cabos, ou outros objectos para bordo.
Cutelo - Certo tipo de vela.

E
Enxárcia - Conjunto de cabos que aguenta a mastreação (ver ovém).
Escorbuto - Doença causada por carência de vitamina C; provoca sangramento e inchaço das gengivas e  queda de dentes.
Escota - Cabo fixo à vela para manobra desta.
Escotilha - Abertura no convés para dar passagem a pessoas ou material.
Escovém (de âncora) - Abertura tubular no costado por onde passa a âncora.
Estai - Cabo que aguenta um mastro para vante ou para ré de um navio.
Estibordo - Lado direito de um navio, quando se está voltado para a proa.
Estiva - A 1ª leva de carga colocada no porão; grade de madeira colocada no chão para proteger a 1ª carga da humidade.

F
Fundear - Largar a âncora (também chamada hoje de ferro) para o fundo, a fim de segurar o navio.

G
Garrar - Arrastar a âncora por esta não segurar bem a embarcação.
Gata - Vela redonda que se arma por cima da mezena.
Gávea - Plataforma a certa altura do mastro do navio.
Gave-tope - Vela latina que arma no mastaréu do mesmo nome.
Giba - Vela triangular que enverga ante a vante da bujarrona.
Gurupés - Pequeno mastro que sai da proa para vante, donde pendia, normalmente, uma pequena vela.

J
Joanete - Vela que fica por cima da gávea. Consoante o mastro, assim têm os nomes (de proa, grande e sobregata).

L
Lais - Qualquer das duas partes extremas de uma verga.
Latina - Nome dado às velas triangulares ou quadrangulares que pendem, normalmente, segundo a linha longitudinal do navio.
Leme - Peça destinada ao governo de uma embarcação.
Linha de água - Linha que separa as obras vivas (parte submersa) das obras mortas (parte emersa).

M
Malagueta - Peça da roda de leme que serve para pegar.
Marear - Diz-se da manobra duma vela para ela apanhar melhor o vento.
Mastaréu - Pequeno mastro que se fixa e prolonga outro mastro ou mastaréu.
Mastreação - Conjunto dos mastros, vergas e paus.
Mastro grande - Mastro principal do navio, em posição central. Também chamado mastro real.
Meia-nau - A mediania da embarcação.
Mezena - Mastro mais próximo da ré nas embarcações de três mastros; diz-se da vela usada nesse mastro.
Milha marítima - 1852 metros. 1º de latitude ou longitude corresponde a cerca de 60 milhas marítimas (aprox. 111 km).
Molinete - Aparelho de força com manivela para ajudar a caçar cabos.

N
Nó - Medida de velocidade correspondente a uma milha por hora (1852 metros/hora).

O
Obras mortas - Parte do casco de uma embarcação que não está submersa.
Obras vivas - Parte submersa do casco de uma embarcação.
Orçar - Aproximar a proa da direcção do vento.
Ovém - Cabo que aguenta a mastreação para um e outro bordo. O conjunto de ovéns forma a enxárcia.

P
Papafigos - Velas baixas dum navio.
Patarrás - Calabre grosso que segura os mastros ao costado do navio.
Pavês - Armação protectora colocada nas bordas das embarcações (paveses); balaustrada do cesto da gávea.
Pavilhão - Bandeira no topo do mastro real.
Penol - O mesmo que lais.
Polaca - Vela latina que se enverga à proa em ocasiões de mau tempo.
Poleame - Conjunto de peças destinadas à passagem de cabos.
Pontal - O mesmo que pontalete.
Pontalete - Trave de suporte dos pisos de um navio.
Ponte - Construção acima do convés principal que serve de passagem entre o convés do castelo de popa ou tombadilho e uma superestrutura do navio; coberta do navio.
Popa - Parte de trás, ré, dum navio. É na popa que se articula o leme.
Porão - Espaço entre o mais inferior dos conveses e o fundo do casco.
Portaló - Abertura na balaustrada de um navio para trânsito de pessoas e cargas leves.
Portinhola - Pequena porta nos costados que se abria para deixar passar as bocas dos canhões.
Proa - Parte da frente dum navio. À peça de madeira onde pregam as tábuas do costado chama-se «roda de proa».

Q
Querena - Invólucro de parte do casco do navio, normalmente imerso; reparo, limpeza ou conserto de embarcação.
Querenar - Tombar a embarcação para efectuar reparo, limpeza ou conserto.
Quilha - Peça longitudinal que fecha a ossada da embarcação.

R
Ré - Parte de trás de uma embarcação.
Rize - Cabo que ajuda a manter o pano reduzido.

S
Sotavento - Lado para onde sopra o vento. (ver barlavento).

T
Tolda - Parte do convés superior entre o mastro grande e o tombadilho ou a popa.
Tombadilho - Estrutura erguida na popa de um navio, geralmente toda fechada; castelo de popa; pavimento do castelo de popa.
Traquete - A vela maior do mastro da proa. O nome do respectivo mastro.
Turco - Coluna vertical de madeira ou metal em cuja parte superior encurvada se fixa um aparelho de içamento.

V
Varredoira - Certo tipo de vela rectangular.
Vela da mezena - A vela inferior e maior do mastro do mesmo nome.
Vela do traquete - A vela inferior e maior do mastro do mesmo nome.
Vela grande - A vela inferior e maior do mastro grande.
Velacho - Vela acima da vela do traquete.
Velame - Conjunto de velas.
Verga - Peça de madeira ou metal onde é ligada a parte superior da vela.
Vigia - Abertura para dar luz e ar ao interior, que se pode ou não abrir.

quarta-feira, outubro 30, 2013

Navios da Real Marinha de Guerra Portuguesa I

Naus de Linha
        Navio de guerra, de alto porte, com três mastros, de duas e meia e três laterais com sessenta peças de artilharia, pelo menos.


Príncipe Real
Nau de Linha

(Nau de Linha - Navio Almirante)

        Navio português de linha de 1ª classe, com três deckes de artilharia com 80/94 peças de artilharia, e com 850 a 875 homens a bordo, A Nau foi construída, em 1771, no Arsenal Real da Marinha, em Lisboa sob a direcção de Manuel Vicente Nunes, sendo baptizada com o nome de  ‘Nossa Senhora da Conceição’. As principais dimensões eram 61,27 metros de comprimento de quilha, 15,17 de boca, 11,37 de pontal e 6,98 de calado. Oficialmente classificada como "Nau de 90 peças", no entanto podia ser artilhada com 110 peças de artilharia, lançado ao mar em 13 de Julho de 1771 e pronto para o serviço em 23 de Agosto de 1771 e classificado como 'Navio-Almirante da Armada Real Portuguesa'. Durante a sua carreira inicial, a ‘Nossa Senhora da Conceição’ serviu como nau capitânia da Esquadra do Estreito, sob o comando do Tenente-General José Sanches de Brito, assegurando a segurança da navegação no estreito de Gibraltar, em 1793 largou como navio-chefe da esquadra de auxílio à Inglaterra no Canal da Mancha. Foi reconstruído no arsenal da marinha em 1794 com o nome de ‘Príncipe Real’ com 94/110 peças de artilharia e com uma guarnição de 950 a 1.000 homens. O novo nome surgiu na sequência da nova política da Marinha Portuguesa em baptizar os seus navios com nomes de personalidades históricas, mitológicas ou Reais, ao invés de nomes de santos como era, até aí, usual. Na transição do século XVIII para o século XIX transportava 110 peças de artilharia, sendo na época o navio de guerra português mais artilhado, de 1798 a 1800 operou no Mediterrâneo como navio-capitânia da esquadra portuguesa, cooperando com a Frota Inglesa do Mediterrâneo do Almirante Nelson, foi navio-chefe do bloqueio á ilha de Malta. Em 1807 a ‘Príncipe Real’ parte para o Brasil, como nau capitânia da esquadra que transporta a Corte Portuguesa. Sob o comando do Capitão-de-mar-e-guerra Francisco José de Canto e Castro Mascarenhas, seguem a bordo o comandante-chefe da esquadra, o Contra-Almirante Manuel da Cunha Sottomayor e o próprio Príncipe Regente Don João. Assim que ancorou na nova capital do Império, foi aposentada de suas funções de navegação. Permaneceu ancorada no fundo da Baía de Guanabara, próximo à Ilha das Cobras, por mais de uma década, entre 1808 e 1822 sendo usado para várias funções, principalmente como navio-prisão. Fora de serviço em 1808, passa para o Brasil em 1823.

      

          Comandantes
1772-1778 - Tenente-General José Sanches de Brito a bordo da 'Nau Nossa Senhora da Conceição' como comandante em chefe da Esquadra do Estreito a partir de 1772, em 1778 chega a Lisboa após ter comprido a sua missão.
1778-1780 - Capitão-de-mar-e-guerra Joaquim dos Santos e Andrade embarca a bordo da Nau 'Nossa Senhora da Conceição' como comandante em 1778, em 12 de Agosto de 1780 chega a Lisboa após ter como missão como nau capitânia da Esquadra do Oceano como guarda-costa.
1780-1781 - Coronel do Mar José Sanches de Brito a bordo da Nau 'Nossa Senhora da Conceição' como comandante em chefe da Esquadra do Oceano que Sua Majestade mandou preparar em 4 de Novembro de 1780. Tinha como Oficiais Superiores o Capitão-de-mar-e-guerra Marcos da Cunha como Comandante da Nau de Linha, o Capitão-de-mar-e-guerra João da Ponte Ferreira como Segundo-Comandante da Nau, o Capitão-Tenente Pedro de Mariz Sarmento como Chefe do Estado-Maior, e o Capitão-Tenente José Caetano de Lima como Ajudante do comandante da Nau, os Oficiais Subalternos Tenente-do-Mar Antonio de Saldanha de Castro Ribafria, Tenente-do-Mar Luis de Mello e Menezes e o Tenente-do-Mar Álvaro Sanches de Brito como ajudantes generais e os sargentos Jerónimo dos Santos da Silva e Ricardo José como Chefes da Tripulação.
1780-1792 - Capitão-de-mar-e-guerra Marcos da Cunha como Comandante do Navio e o Capitão-de-mar-e-guerra João da Ponte Ferreira como Segundo Comandante. Embarca em 4 de Novembro de 1780.
1792-1793 - Almirante Bernardo Ramires Esquivel, Comandante-chefe, Chefe da Frota do Oceano e da II Esquadra da Armada Real e a bordo da Nau 'Nossa Senhora da Conceição' em Março de 1793, a segunda esquadra devia estar pronta para seguir o destino que o governo lhe desse, até aos fins de Março ou princípios de Abril de 1793.
1793-1794 - Almirante José Sanches de Brito, Comandante-em-Chefe da Esquadra da Armada Real a bordo da Nau 'Nossa Senhora da Conceição', que em Junho de 1793, saiu de Lisboa para Plymouth, esta esquadra teve ordem de ficar á inteira disposição do governo Britânico devendo executar sem limitações as suas ordens, integrando na Frota da Mancha, em Agosto de 1793 a esquadra de guerra voltou a Lisboa para reparos e reconstruções.
1795-1796 - Almirante Bernardo Ramires Esquivel, Comandante-chefe, Chefe da Frota Real Portuguesa do Atlântico a bordo da Nau 'Príncipe Real' que saiu do Tejo no dia 25 de Dezembro de 1795, escoltando um comboio de navios mercantes para a América.
1796-1797 - Almirante Bernardo Ramires Esquivel, Comandante-em-Chefe da Frota Real Portuguesa do Brasil, a bordo da Nau 'Príncipe Real' que navegando desde a Bahia no Brasil escoltando um comboio de navios mercantes, entrou no Tejo na manhã de 23 de Julho de 1796.
1798-1800 - Vice-Almirante Marques de Niza, Comandante-em-Chefe da Esquadra Real Portuguesa do Mediterrâneo, a bordo da Nau 'Príncipe Real' cooperando com a Frota Inglesa do Mediterrâneo do Almirante Nelson.
1801-1808 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco do Canto e Castro Mascarenhas comandante do navio até 1807 quando chega ao Rio de Janeiro com a família real.
1707-1809 - Vice-Almirante Manuel da Cunha Sottomayor, Comandante-em-Chefe da Frota Real Portuguesa, a bordo da Nau 'Príncipe Real', quando a família real portuguesa viajou para o Brasil.

(Armamento da Nau de Linha chegou a ser de 110 peças)

Armamento
O seu armamento era constituído por 30 peças de calibre 32 na bateria de baixo, 30 peças de calibre 24 no convés, 12 de calibre 9 na tolda e 2 peças de calibre 18 e 6 peças de calibre 9 no castelo mas em 1793 seria alterado par 36 peças de calibre 33, 34 peças de calibre 24 e 18 peças de calibre 18.
1771 - 90 peças de artilharia, 34 peças de 32 libras 34 peças de 24 libras 12 peças de 18 libras 10 peças de 8 libras.
1793 - 86 peças de artilharia, 34 peças de 32 libras 34 peças de 24 libras 4 peças de 24 libras 14 peças de 18 libras.
1794 - 98 peças de artilharia, 34 peças de 32 libras 34 peças de 24 libras 20 peças de 12 libras 10 peças de 8 libras.
1798-1800 - 110 peças de artilharia, 34 peças de 32 libras 34 peças de 24 libras 28 peças de 12 libras 14 peças de 8 libras.
1807 - 74 peças de artilharia, 34 peças de 32 libras 34 peças de 24 libras 6 peças de 24 libras 4 peças de 12 libras.

    

Vasco da Gama
Nau de Linha

(Nau Vasco da Gama)
   
          Navio português de linha de 2ª classe, construído por Torcato José Clavina, no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com três deckes de artilharia com 80/94 peças de artilharia, e com 700 a 750 homens a bordo, lançado ao mar em 15 de Dezembro de 1792 com o nome de ‘Vasco da Gama’ e pronto para o serviço em 23 de Março de 1793, entrou nas esquadras de socorro à Inglaterra em 1793 e 1794, fez serviço nas esquadras de guarda-costas.

Comandantes
1793-1794 - Capitão-de-mar-e-guerra Marquês de Niza. A 23 de Março de 1793 embarca como primeiro comandante da Nau 'Vasco da Gama' e a missão de fazer parte da esquadra do oceano nomeadamente na 1ª divisão comandada pelo Chefe de Esquadra António Januário do Vale e como comandante da esquadra o Tenente-General Bernardo Ramires Esquivel. Tinha como oficiais superiores o Capitão-Tenente Rodrigo José Pinto como segundo comandante da nau de linha e o Capitão-Tenente Joaquim José Monteiro Torres como Ajudante General.
1793-1794 - Vice-Almirante Antonio Januário do Valle, Segundo-Comandante da Esquadra da Armada Real a bordo da Nau, 'Vasco da Gama' que em Junho de 1793, saiu de Lisboa para Plymouth, em Agosto de 1793 a esquadra de guerra voltou a Lisboa para reparos e reconstruções.
1794 - Vice-Almirante Antonio Januário do Valle, Comandante da Esquadra da Armada Real do Oceano a bordo da Nau, 'Vasco da Gama' que em inícios de Julho saiu como guarda-costa.
1794-1797 - Capitão-de-mar-e-guerra Agostinho da Rosa Coelho comandante da Nau 'Vasco da Gama' desde os inícios de 1794.
1794-1795 - Vice-Almirante Antonio Januário do Valle, Comandante da Esquadra da Armada Real a bordo da Nau, 'Vasco da Gama' da esquadra de guerra que saiu de Lisboa para Portsmouth, onde chegou na tarde de 31 de Julho de 1794, em Dezembro de 1794 a esquadra de guerra voltou a Lisboa.
1795-1797 - Contra-Almirante Francisco de Paula Leite, Comandante da 2ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Atlântico a bordo da Nau 'Vasco da Gama' que saiu do Tejo no dia 25 de Dezembro de 1795, escoltando um comboio de navios mercantes para a América. Comandante da 2ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Brasil, a bordo da Nau 'Vasco da Gama' que navegando desde a Bahia no Brasil, escoltando um comboio de navios mercantes, entrou no Tejo na manhã de 23 de Julho de 1796

        Armamento
 1793 - 80 peças de artilharia, 28 peças de 32 libras 28 peças de 24 libras 4 peças de 24 libras 20 peças de 8 libras.
1794-1796 - 80 peças de artilharia, 30 peças de 32 libras 30 peças de 24 libras 4 peças de 24 libras 16 peças de 8 libras.
1801-1822 - 94 peças de artilharia, 30 peças de 32 libras 30 peças de 24 libras 18 peças de 14 libras 16 peças de 18 libras.

Conde Don Henrique
Nau de Linha

(Nau C. D. Henrique)

        Navio português de linha de 3ª classe, construído por Manuel Vicente Nunes no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 74/80 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 1763 com o nome de ‘Nossa Senhora do Pilar’ e pronto para o serviço em Agosto de 1764, reconstruído em 1793 com o nome de ‘Conde Dom Henrique’ com 80 peças de artilharia, entrou na esquadra de auxilio à Inglaterra em 1794, em 1807 fez parte da esquadra real que levou a família real para o Brasil, fora de serviço em 1822, passa para o Brasil em 1823.

          Comandantes
1777-1782 - Capitão-de-mar-e-guerra Don Tomás de Melo embarcou em 1777 como comandante do navio. Em 1780 o seu navio é proposto para pertencer ao grupo de navios de guerra que S. M. mandou reunir no porto de Lisboa, é constituída a Esquadra do Oceano e o seu navio é nomeado como comandante da 2ª divisão, manteve o comando até 1782 (?).
1780 - Coronel do Mar Bernardo Ramires Esquivel embarcou em 4 de Novembro de 1780 como Comandante da 2ª Divisão da Esquadra do Oceano e tinha como Oficiais Superiores o Capitão-de-mar-e-guerra D. Tomás de Melo como Comandante da Nau de Linha, o Capitão-Tenente Manoel Antonio Pinheiro da Câmara como Segundo-Comandante da Nau, e o Capitão-Tenente Manoel Carlos de Tam como Chefe do Estado-Maior, os Oficiais Subalternos Tenente-do-Mar Herculano José Barros, Tenente-do-Mar João Domingos Maldonado e o Tenente-do-Mar José Milner como ajudantes generais e os sargentos Joaquim José Vieira e Manoel José Tavares como Chefes da Tripulação.
1790-1796 - Capitão-de-mar-e-guerra Donald Campbell, Comandante da Nau de Linha embarcou nos inícios de 1790 participou em várias missões, fez parte da Esquadra do Canal comandada pelo Chefe de Esquadra Antonio Januário do Vale.
1796 - Chefe-de-Divisão Joaquim Francisco de Mello Povoas embarcou na Nau de Linha a 2 de Julho de 1796 como Comandante da Esquadra do Oceano com a missão de guarda-costa.
1796-1800 - Capitão-de-mar-e-guerra João da Costa Quevedo, embarcou em 1796 como comandante da Nau de Linha, participou em várias missões.
1797 - Chefe de Esquadra António Januário do Vale, embarcou a 20 de Janeiro de 1797 como Comandante em Chefe da Esquadra do Oceano e tendo como Chefe do Estado-Maior o Major-General Filippe Hancorn.
1800-1809 - Capitão-de-Mar-e-guerra José Maria de Almeida participou em várias missões, integrado com a sua Nau em várias Esquadras de guarda-costa, em comboios para o Brasil e India e em 1807 faz parte da Frota Real Portuguesa que vai para o Brasil.
 Armamento
        A artilharia era constituída por 28 peças de calibre 32 na bateria inferior, 28 peças de calibre 24 na bateria do convés, 10 peças de calibre 9 na tolda e 2 peças de calibre 18 e 6 de calibre 9 no castelo.
1764 - 74 peças de artilharia, 28 peças de 36 libras, 28 peças de 18 libras, 2 peças de 18 libras, 16 peças de 9 libras.
1794-1796 - 80 peças de artilharia, 30 peças de 36 libras, 30 peças de 18 pl. 4 peças de 18 pl. 16 peças de 9 pl.
1797-1822 - 80 peças de artilharia, 30 peças de 36 libras 30 peças de 18 libras 4 peças de 18 libras 16 peças de 9 libras.

Medusa
Nau de Linha

      

        Navio português de linha de 3ª classe, construído por Torcato José Clavina no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 74/80 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 24 de Agosto de 1786 com o nome de ‘Nossa Senhora do Monte do Carmo’ e pronto para o serviço em 24 de Março de 1787, as suas dimensões eram de 51,94 metros de comprimento de quilha, 13,65 de boca e 11,47 de pontal, reconstruído em 1793/1794 com o nome de ‘Medusa’ com 80 peças de artilharia, foi empregue nas esquadras de guarda-costa, tomou parte como navio-chefe na expedição ao Roussillon, era navio da esquadra que levou a família real para o Brasil em 1807, fora de serviço em 1822, passa para o Brasil em 1823.

         Comandantes
03.03.1793 - Capitão-de-mar-e-guerra Manuel da Cunha Sottomayor comandante da Nau de Linha 'Medusa' que saiu do Tejo, para reforço da esquadra do estreito. A 7 de Março de 1793 ancorava no porto de Gibraltar.
1793 - Contra-Almirante Pedro Mariz de Sousa Sarmento, Comandante-em-Chefe da I Esquadra da Armada Real da Frota do Oceano (Esquadra do Estreito) em Março de 1793 que navegava no estreito de Gibraltar a vigiar os movimentos dos corsários Argelinos.
1793-1794 - Contra-Almirante Pedro Mariz de Sousa Sarmento, Comandante-em-Chefe da Esquadra da Armada Real na Expedição ao Roussillon a bordo da Nau 'Medusa', a esquadra saiu do Tejo a 20 de Setembro e entrou no porto de Rosas na Catalunha a 9 de Novembro de 1793.
1796 - Chefe de Divisão Manoel Ferreira Nobre, embarcou na Nau de Linha 'Medusa', a 2 de Julho de 1796 com a missão de integrar a Esquadra do Oceano comandada pelo Chefe de Divisão Joaquim Francisco de Mello e Povoas como guarda-costa.
1798-1800 - Comodoro Antonio José Valente, Embarcou em 3 de Maio de 1798 para comandar a Nau de Linha 'Medusa', para fazer parte da Esquadra do Mediterrâneo comandada pelo Contra-Almirante Marquês de Niza. Fica com a missão de proteger o Estreito de Gibraltar.
1806-1809 - Capitão-de-mar-e-guerra Henrique da Fonseca de Sousa Prego, embarcou em 1806 para comandar a Nau de Linha 'Medusa', participou em várias missões como Navio-Chefe da Esquadra do Sul. Faz parte da Frota Real Portuguesa que parte para o Brasil em 29 de Novembro de 1807.
Armamento
        O armamento era, em 1793 de 28 peças de calibre 24, 32 peças de calibre 18 e 8 peças de calibre 9. A guarnição era de 663 homens.
1786 - 74 peças de artilharia, 28 peças de 36 libras 28 peças de 18 libras 2 peças de 18 libras 16 peças de 9 libras.
1792 - 68 peças de artilharia, 28 peças de 24 libras, 28 peças de 18 libras, 4 peças de 18 libras, 8 peças de 9 libras.
1793-1794 - 80 peças de artilharia, 30 peças de 36 libras, 30 peças de 18 libras, 4 peças de 18 libras, 16 peças de 9 libras.
1795-1822 - 80 peças de artilharia, 30 peças de 36 libras, 30 peças de 18 libras, 4 peças de 18 libras, 16 peças de 9 libras.


Maria I
Nau de Linha

Navio português de linha de 3ª classe, construído por Torcato José Clavina no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 74 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 18 de Dezembro de 1789 com o nome de ‘Coração de Jesus’ e pronto para o serviço em 14 de Maio de 1790, as suas dimensões eram 53,84 metros de comprimento de quilha, 14,40 de boca, 11,37 de pontal e 6,67 de calado. Os documentos da época dizem ser navio de fracas qualidades náuticas, reconstruído em 1793/1794 com o nome de ‘Maria I’ com 74 peças de artilharia, entrou na esquadra de auxílio à Inglaterra em 1793 e 1794, em 1801 fazia parte da Esquadra do Sul, foi empregue nas esquadras de guarda-costa, ficou em Lisboa em 1807 por necessitar grandes fabricos. Foi reparada durante a ocupação francesa que a utilizou como bateria flutuante, crismada como ‘Cidade de Lisboa’, fora de serviço em 1810, afundado na baia de Cadiz em 8 de Março de 1810.


Comandantes
1792-1793 - Capitão-de-mar-e-guerra Marquês de Niza, Comandante da 1ª Divisão da II Esquadra da Armada Real da Frota do Oceano em Março de 1793, a segunda esquadra devia estar pronta para seguir o destino que o governo lhe desse, até aos fins de Março ou princípios de Abril de 1793.
1793-1794 - Chefe de Divisão Pedro Schevrim, embarcou em 23 de Março de 1793, como comandante da Nau de Linha ‘Maria I’ e tinha como oficiais superiores o Capitão-Tenente Diogo Coelho de Melo como Segundo-Comandante e o Capitão-Tenente José Fidelis Lopes da Costa, faz parte da Esquadra do Atlântico sob o comando do Tenente-General Bernardo Ramires Esquivel. De Junho a Agosto de 1793 faz parte da Esquadra do Canal comandada pelo Tenente-General José Sanches de Brito.
1794-1795 - Chefe de Divisão Pedro Mariz de Sousa Sarmento, embarcou na Nau ‘Maria I’ como Comandante em Chefe da Esquadra de guarda-costa. A 12 de Julho de 1794 é integrado na Esquadra do Oceano comandada pelo chefe-de-esquadra Antonio Januário do Valle. De 31 de Julho de 1794 a 1 de Março de 1795 faz parte da Esquadrado Canal comandada pelo chefe-de-esquadra Antonio Januário do Valle.
1795-1797 - Chefe de Divisão Joaquim José dos Santos Cação, Comandante da 3ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Atlântico a bordo da Nau 'Maria I' que saiu do Tejo no dia 25 de Dezembro de 1795, escoltando um comboio de navios mercantes para a América. Comandante da 3ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Brasil, a bordo da Nau Maria I que navegando desde a Bahia no Brasil, escoltando um comboio de navios mercantes, entrou no Tejo na manhã de 23 de Julho de 1796. A 20 de Janeiro 1797 é nomeado comandante da 1ª Divisão da Esquadra do Oceano que faz escolta ao comboio de 46 Navios Mercantes que vão para o continente Americano.
1797-1801 - Capitão-de-mar-e-guerra Joaquim José de Azevedo Levis, comandante da Nau de Linha ‘Maria I’ pelo menos a partir de 20 de Janeiro 1797.


Armamento
        O seu armamento, em 1793 era de 28 peças de calibre 24, 32 peças de calibre 18 e 12 peças de calibre 9. A guarnição era de 641 homens.
1790-1810 - 74 peças de artilharia, 28 peças de 24 libras, 28 peças de 18 libras, 4 peças de 18 libras, 14 peças de 9 libras.
Rainha de Portugal
Nau de Linha

      

            Navio português de linha de 3ª classe, construído por Torcato José Clavina no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 74/80 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 28 de Setembro de 1791 com o nome de ‘Rainha de Portugal’ e pronto para o serviço em 28 de Dezembro de 1791, as suas dimensões eram de 57,02 metros de comprimento de quilha, 14,41 de boca e 11,98 de pontal, o seu custo foi de 108.151.992$000 reis. entrou nas esquadras de socorro à Inglaterra em 1793 e 1794, em 1798 a 1800 operou no Mediterrâneo na esquadra portuguesa em auxílio à frota inglesa do Mediterrâneo do Almirante Nelson, pertenceu às esquadras de guarda- costa, era navio da esquadra que levou a família real em 1807, fora de serviço em 1834, convertido em navio hospital em 1848.
Comandantes
1792-1793 - Tenente-general Sanches de Brito, comandante da nau 'Rainha de Portugal', deixava o comando da esquadra do Estreito a 14 de Dezembro de 1792, regressando a Lisboa, chegou ao Tejo a 21 de Dezembro de 1792.
1793 - Chefe de Esquadra Antonio Januário do Valle, Comandante da 2ª Divisão da II Esquadra da Armada Real Portuguesa em Março de 1793, a segunda esquadra devia estar pronta para seguir o destino que o governo lhe desse, até aos fins de Março ou princípios de Abril de 1793. A 23 de Março de 1793 é nomeado comandante da 2ª Divisão da Esquadra do Atlântico comandada pelo Tenente-General Bernardo Ramires Esquivel a Bordo da sua Nau a 'Rainha de Portugal'
1793 - Chefe de Divisão Bernardo Manoel de Sousa e Vasconcelos nomeado pelo menos a partir de 23 de Março de 1793 como comandante da Nau de Linha 'Rainha de Portugal', e tendo como oficiais superiores o Capitão-de-Fragata Agostinho da Rosa Coelho como Segundo-Comandante e o Capitão-tenente João da Costa Quevedo como chefe do estado-maior.
1793-1794 - Chefe de Divisão Pedro de Mendonça e Moura, nomeado comandante da Nau de Linha 'Rainha de Portugal', que faz parte da Esquadra do Canal comandada pelo Tenente-General José Sanches de Brito de Junho a Agosto de 1793.
1794-1795 - Capitão-de-mar-e-guerra Marquês de Niza, Comandante da Nau de Linha 'Rainha de Portugal', a partir de 29 de Junho de 1794, integrou a Esquadra de guarda-costa comandada pelo Chefe de Divisão Pedro Mariz de Sousa Sarmento. A 12 de Julho é integrada na Esquadra do Oceano que saiu do porto de Lisboa. De 31 de Julho de 1794 a 1 de Março de 1795 faz parte da Esquadra do Canal comandada pelo Chefe de Esquadra Antonio Januário do Valle.
1795-1796 - Chefe de Divisão Marquês de Niza a 19 de Setembro de 1795 é nomeado comandante da Esquadra do Atlântico, na sua Nau de Linha a 'Rainha de Portugal', como Navio-Chefe da Esquadra teve como missão de guarda-costa até 1 de Outubro de 1795. A 2 de Julho de 1796 participava na Esquadra de guarda-costa sob as ordens do comandante em chefe da Esquadra Chefe de Divisão Joaquim Francisco de Mello Povoas.
1797-1798 - Capitão-de-mar-e-guerra Thomaz Herton comandante da Nau de Linha que a 20 de Janeiro de 1797 pertencia á Esquadra de escolta comandada pelo Chefe de Esquadra Antonio Januário do Valle que escoltou um comboio de 46 Navios Mercantes das praças de Lisboa e do Porto para o continente Americano.
1798-1800 - Comodoro Thomas Stone embarcou na Nau de Linha 'Rainha de Portugal', como seu comandante a 5 de Maio de 1798 e integrada na Esquadra do Mediterrâneo comandada pelo Contra-Almirante Marquês de Niza.
1807-1809 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco Manoel Sottomayor nomeado comandante da Nau de Linha 'Rainha de Portugal', a 11 de Agosto de 1807 e integrado na Frota do Atlântico comandada pelo Vice-Almirante Manoel da Cunha Sottomayor. De 29 de Novembro de 1807 a 23 de Dezembro de 1808 faz parte da Frota Real Portuguesa que leva a família Real para o Brasil.

      

        Armamento

          Dispunha, como armamento de 28 peças de calibre 36, 22 peças de calibre 24, e 16 peças de calibre 12. Era considerado um navio de excelentes qualidades náuticas, a sua guarnição era de 669 homens.
1791 - 80 peças de artilharia, 28 peças de 36 libras, 28 peças de 24 libras, 8 peças de 24 libras, 16 peças de 12 libras.
1808 - 74 peças de artilharia, 12 peças de 24 libras, 60 peças de 18 libras, 2 peças de 48 libras.
Dom João de Castro
Nau de Linha

        
             Navio português de linha de 3ª classe, construído por Manuel Vicente Nunes no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 64/74 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, começou a ser construído em 9 de Maio de 1764 e lançado ao mar em 13 de Junho de 1766 com o nome de ‘Nossa Senhora do Bom Sucesso’ e pronto para o serviço em 15 de Julho de 1766, como dimensões principais apresentava 55,33 metros de comprimento de quilha, 13,38 de boca, 10,49 de pontal e 6,27 de calado, o seu custo foi de 98.883.858$500 reis, começou o seu serviço activo em 24 de Julho de 1766, tomou parte como navio de linha na expedição ao Roussillon. Reconstruído e modernizado para navio português de linha de 3ª classe em 1800 com o nome de ‘Dom João de Castro’ com 74 peças de artilharia, ultimo serviço activo em 29 de Outubro de 1808, vendido ao Brasil em 1823.

          Comandantes
1779-1784 - Capitão-de-mar-e-guerra Bernardo Ramires Esquivel, embarcou como comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora do Bom Sucesso’, a 16 de Março de 1780 saiu do porto para a India Oriental com missão de escolta.
1793-1794 - Capitão-de-mar-e-guerra José Caetano de Lima, Comandante da Nau 'N. S. do Bom Sucesso' da 2ª Divisão da II Esquadra da Armada Real da Frota do Oceano em Março de 1793, a segunda esquadra devia estar pronta para seguir o destino que o governo lhe desse, até aos fins de Março ou princípios de Abril de 1793.
1793-1794 - Capitão-de-mar-e-guerra José Caetano de Lima, Comandante da Nau 'N. S. do Bom Sucesso' da Esquadra da Armada Real na Expedição ao Roussillon, a esquadra saiu do Tejo a 20 de Setembro e entrou no porto de Rosas na Catalunha a 9 de Novembro de 1793.
1805-1809 - Capitão-de-mar-e-guerra Don Manuel João de Lôncio, embarcou em 1805 como comandante da Nau de Linha ‘Dom João de Castro’, a 11 de Agosto de 1807 fazia parte da Frota do Atlântico comandada pelo Vice-Almirante Manoel da Cunha Sottomayor. A 29 de Novembro de 1807 faz parte da Frota Real que levou a família real portuguesa para o Brasil.
     Armamento
        O seu armamento era constituído por 26 peças de calibre 24 na bateria inferior, 26 peças de calibre 12 na bateria do convés, 8 peças de calibre 9 na tolda e 8 peças de calibre 12 e 4 peças de calibre de 9 no castelo. A sua guarnição era de 633 homens.
1766-1800 - 64 peças de artilharia, 26 peças de 18 libras, 26 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 10 peças de 6 libras.
1800-1822 - 74 peças de artilharia, 26 peças de 24 libras, 26 peças de 12 libras, 8 peças de 12 libras, 14 peças de 9 libras.
Nossa Senhora das Mercês
Nau de Linha

        Navio português de linha de 3ª classe, construído por Manuel Vicente Nunes no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 64 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, começou a ser construído em 29 de Março de 1761 e lançado ao mar em 21 de Julho de 1761 com o nome de ‘São José’ e pronto para o serviço em 28 de Julho de 1761, passou a ter o nome de ‘Nossa Senhora das Mercês’ em 1792 (?) em Março de 1793 fazia parte da Esquadra de Reserva o governo tinha ordenado que tivesse pronta para qualquer comissão de serviço, tomou parte como navio de linha na expedição ao Roussillon, fora de serviço em 1793, no regresso do Roussillon afundou-se no mar de Ovar em 19 de Dezembro de 1793.
Comandantes
1778-1788 - Capitão-de-mar-e-guerra João Caetano Viganigo como Comandante da Nau de Linha ‘São José’, o Capitão-Tenente Filipe Neri da Silva, como Segundo-Comandante da Nau, e o Capitão-Tenente Manoel Gomes Ferreira como Chefe do Estado-Maior, os Oficiais Subalternos Tenente-do-Mar Luiz Antonio de Oliveira, o Tenente-do-Mar Antonio João da Serra como ajudantes generais e o sargento Diogo José da Silva como Chefe da Tripulação.
1788-1793 - Capitão-de-mar-e-guerra Guilherme Galway, Comandante da 'Nau Nossa Senhora das Mercês' da Esquadra da Armada Real na Expedição ao Roussillon, a esquadra saiu do Tejo a 20 de Setembro e entrou no porto de Rosas na Catalunha a 9 de Novembro de 1793.
Armamento
1761-1793 - 64 peças de artilharia, 26 peças de 18 libras, 26 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 10 peças de 6 libras.

Martim de Freitas
Nau de Linha

(Nau Martim de Freitas)

        Navio português de linha de 3ª classe, construído por António da Silva no estaleiro da marinha na Bahia no Brasil, com dois deckes de artilharia com 64/66 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, começou a ser construído em 1 de Outubro de 1760 e lançado ao mar em 29 de Janeiro de 1763 com o nome de ‘Santo Antonio e S. José’ também conhecida como ‘Santo António a Pérola da América’ e pronto para o serviço em 28 de Fevereiro de 1763, como principais dimensões tinha 53,33 metros de comprimento de quilha, 13,38 de boca, 11,25 de pontal e 6,37 de calado, o seu custo, incluindo a artilharia, foi de 134.904.283$000 reis. Fez parte da esquadra do Sul e entrou na expedição contra Argel em 1784. Reconstruído e modernizado em 1794 com o nome de ‘Infante Dom Pedro Carlos’ passou a ter o nome de ‘Martins de Freitas’ em 1806, fora de serviço em 1822, vendido ao Brasil, passa a ter o nome de ‘Dom Pedro I’ em 1828.

(Nau Santo António a Pérola da América)
           
            Comandantes

       1776-1779 - Capitão-de-mar-e-guerra Arthur Philipy comandante da Nau de Guerra ‘Santo António a Pérola da América’ pelo menos a partir de 1776, em 20 de Agosto de 1798 chegou ao Tejo comandando a sua Nau, escoltando um comboio de 13 Navios Mercantes que vinham do Rio de Janeiro.
1779-1780 - Capitão-de-mar-e-guerra Antonio José de Oliveira comandante da Nau de Linha a partir de 1779, a 12 de Agosto chegou ao porto de Lisboa vindo da India.
1780-1788 - Capitão-de-mar-e-guerra Guilherme Roberts como Comandante da Nau de Linha ‘Santo António a Pérola da América’, o Capitão-Tenente Pedro de Mendonça e Moura como Segundo-Comandante da Nau, o Capitão-Tenente Joaquim José dos Santos Cação como Chefe do Estado-Maior e o Capitão-Tenente João Baptista Gigot como Ajudante do Comandante, os Oficiais Subalternos Tenente-do-Mar José Joaquim Ribeiro e o Tenente-do-Mar Antonio José Valente como ajudantes generais e o sargento Bartolomeu Gomes como Chefe da Tripulação.
1792-1793 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco de Paula Leite, Comandante da Nau 'Santo António' da 2ª Divisão da II Esquadra da Armada Real da Frota do Oceano em Março de 1793, a segunda esquadra devia estar pronta para seguir o destino que o governo lhe desse, até aos fins de Março ou princípios de Abril de 1793.
1793-1796 - Contra-Almirante Manuel da Cunha Sottomayor, Comandante da 1ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Atlântico a bordo da Nau 'Infante Dom Pedro Carlos' que saiu do Tejo no dia 25 de Dezembro de 1795, escoltando um comboio de navios mercantes para a América.
1796-1797 - Contra-Almirante Manuel da Cunha Sottomayor, Comandante da 1ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Brasil, a bordo da Nau 'Infante Dom Pedro Carlos' que navegando desde a Bahia no Brasil, escoltando um comboio de navios mercantes, entrou no Tejo na manhã de 23 de Julho de 1796.
1797-1800 - Capitão-de-mar-e-guerra Daniel Thompson, comandante da Nau de Linha 'Infante Dom Pedro Carlos' que a 20 de Janeiro de 1797 faz parte da Esquadra do Oceano comandada pelo Chefe de Esquadra Antonio Januário do Valle que fez escolta ao comboio de 46 Navios Mercantes que viajaram para o Brasil.
1801-1809 - Capitão-de-mar-e-guerra Don Manoel de Meneses, Comandante da Nau ‘Martins de Freitas’, a partir de 1801. Em 29 de Novembro de 1807 faz parte da Frota Real Portuguesa que leva a família real para o Brasil.


            Armamento
        A artilharia era constituída, em 1781, por 26 peças de calibre 24 na bateria inferior, 26 peças de calibre 12 na bateria do convés, 8 peças de calibre 9 na tolda e 2 peças de calibre 12 e 4 peças de calibre 9 no castelo, dispunha ainda de mais 4 pedreiros de bronze de calibre 12. Em 1793 foi mandada artilhar com 26 peças de calibre 24, 28 peças de calibre 12 e 12 peças de calibre 9.
1763-1800 - 64 peças de artilharia, 26 peças de 24 libras, 26 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 10 peças de 6 libras.
1806 - 66 peças de artilharia, 26 peças de 24 libras, 26 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 12 peças de 9 libras.

Princesa da Beira
Nau de Linha

(Nau Principe da Beira)

                Navio português de linha de 3ª classe, construído por Manuel Vicente Nunes no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 64/68 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 1759 com o nome de ‘Nossa Senhora da Ajuda’ e pronto para o serviço em 29 de Março de 1759, passou a ter o nome de ‘São Pedro de Alcântara’ em 1760? estando em alguns documentos com o nome de ‘Nossa Senhora da Ajuda e São Pedro de Alcântara’, reconstruído e modernizado em 1793 com o nome de ‘Princesa da Beira’ foi empregue especialmente no comboio das frotas do Brasil, em 1794 fez parte da esquadra de auxílio à Inglaterra, ultimo serviço activo em 29 de Março de 1803, fora de serviço em 1807, capturado pelos franceses em 1807, passou para a pose da coroa e transformado em navio prisão em 1808, retirado do serviço do porto de Lisboa em 1821, vendido em 14 de Julho de 1834.
       
   Comandantes
1760-1762 - Capitão-de-mar-e-guerra Antonio Pereira Borges, 1º comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora da Ajuda’, a 30 de Agosto de 1760 partiu do arsenal escoltando um comboio de 32 Navios Mercantes como destino o Brasil.
1762-1763 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco Miguel Aires comandante da Nau de Linha ‘São Pedro de Alcântara’, a 23 de Abril de 1761 partiu do porto de Lisboa escoltando um comboio de 20 Navios Mercantes para São Salvador da Bahia.
1778-1779 - Capitão-de-mar-e-guerra José dos Santos Ferreira, Comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora da Ajuda e São Pedro de Alcântara’, que a 23 de Outubro de 1798 chegou ao arsenal de Lisboa vinda do Rio de Janeiro.
1779- 1786 - Capitão-de-mar-e-guerra Antonio Januário do Valle como Comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora da Ajuda e São Pedro de Alcântara’, o Capitão-Tenente Paulo José da Silva Gama como Segundo-Comandante da Nau, o Capitão-Tenente Joaquim Ferreira da Costa como Chefe do Estado-Maior, os Oficiais Subalternos eram o Tenente-do-mar João da Ponte Ferrier e o Tenente-do-Mar Antonio Salema Lobo como ajudantes generais e o sargento José pinto Rebelo como Chefe da Tripulação.
1786-1792 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco de Bitancurt Prestrelo, comandante da Nau de Linha ‘São Pedro de Alcântara’, que a 14 de Abril de 1786 saiu do porto de Lisboa com a missão de escolta.
1792-1794 - Capitão-de-mar-e-guerra, Francisco da Paula Leite de Sousa, comandante da Nau de Linha ‘Princesa da Beira’, que de 1 de Julho a 6 do mesmo mês saiu do porto de Lisboa com a missão de guarda-costa e treino integrada na Esquadra comandada pelo Chefe de Divisão Pedro Mariz de Sousa Sarmento. De 31 de Julho de 1794 a 1 de Março de 1795 faz parte da Esquadra do canal comandada pelo Chefe de Esquadra Antonio Januário do Valle.
1795-1797 - Capitão-de-mar-e-guerra Diogo da Silva de Paiva e Silva, Comandante da Nau 'Princesa da Beira' da 2ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Atlântico que saiu do Tejo no dia 25 de Dezembro de 1795, escoltando um comboio de navios mercantes para a América. Comandante da Nau 'Princesa da Beira' da 1ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Brasil, que navegando desde a Bahia no Brasil, escoltando um comboio de navios mercantes, entrou no Tejo na manhã de 23 de Julho de 1796. A 20 de Janeiro de 1797 faz parte da Esquadra do Atlântico comandada pelo Chefe de Esquadra Antonio Januário do Valle.
Armamento
1759-1793 - 64 peças de artilharia, 26 peças de 24 libras, 26 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 10 peças de 6 libras.
1793-1803 - 68 peças de artilharia, 28 peças de 24 libras, 28 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 10 peças de 6 libras.
São Sebastião
Nau de Linha

(Nau S. Sebastião)

        Navio português de linha de 3ª classe, construído por Antonio da Silva no estaleiro da marinha no Rio de Janeiro no Brasil, com dois deckes de artilharia com 64 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, começou a ser construído em 1764 e lançado ao mar em 8 de Fevereiro de 1767 com o nome de ‘São Sebastião’ e pronto para o serviço em 19 de Agosto de 1767, as suas principais dimensões eram 59,60 metros de comprimento de quilha, 15,50 de boca, 13,00 de pontal, este navio tinha a particularidade de as suas cobertas terem uma altura de 2,55 metros que não era habitual em navios de guerra e custou cerca de 50.000.000$000 reis, segundo Celestino Soares «podia, pelas suas dimensões e gálimos, reputar-se de 80, e tão grande que as suas cobertas tinham a altura de 8 pés, que a até então, nunca se deram às de nenhum outro vaso de guerra até 1861», também conhecido como ‘Serpente’, em Março de 1793 fazia parte da Esquadra de Reserva o governo tinha ordenado que tivesse pronta para qualquer comissão de serviço, fez parte da esquadra na expedição ao Roussillon, de 1798 a 1800 era navio de linha da esquadra que operou no Mediterrâneo em cooperação com a Frota do Mediterrâneo do Almirante Nelson, capturado pelos franceses em 1807, ficou em Lisboa por necessitar grandes reparações no costado. Recuperada durante a ocupação francesa foi crismada como ‘Brasil’, mas ficou conhecida como ‘Le Grand Dragon’ devido à forma da sua figura de proa, passou para a pose da coroa em 1808, ultimo serviço em 13 de Janeiro de 1823, desmantelado em 1832.

          Comandantes
1778-1782 - Capitão-de-mar-e-guerra Tristão da Cunha como Comandante da Nau de Linha ‘São Sebastião’, o Capitão-de-mar-e-guerra Guilherme Galway como Segundo-Comandante da Nau, o Capitão-Tenente José Jacinto de Azevedo Leiria como Chefe do Estado-Maior e o Capitão-Tenente Francisco de Araujo Leitão como Ajudante do Comandante, os Oficiais Subalternos Tenente-do-Mar Bernardino José da Costa e o Tenente-do-Mar Jerónimo Pereira como ajudantes generais e o sargento Joaquim José Damásio como Chefe da Tripulação.
1793-1794 - Capitão-de-mar-e-guerra João Dilkes, Comandante da Nau 'São Sebastião' da Esquadra da Armada Real na Expedição ao Roussillon, a esquadra saiu do Tejo a 20 de Setembro e entrou no porto de Rosas na Catalunha a 9 de Novembro de 1793.
1798-1800 - Comodoro Simpson Mitchell, Comandante da Nau 'São Sebastião' da Esquadra da Armada Real na Expedição ao Roussillon, a esquadra saiu do Tejo a 20 de Setembro e entrou no porto de Rosas na Catalunha a 9 de Novembro de 1793.
 Armamento
        O seu armamento constava de 26 peças de calibre 24, na bateria da coberta, 26 peças de calibre 12 na bateria do convés, 6 peças de calibre 9 na tolda 2 peças de calibre 12 e 4 peças de calibre 9 no castelo. A sua guarnição era de 574 homens.
1767-1800 - 64 peças de artilharia, 26 peças de 24 libras, 26 peças de 12 libras, 2 peças de 12 libras, 10 peças de 6 libras.
1811 - 66 peças de artilharia, 8 peças de 9 libras, 40 peças de 6 libras, 9 peças de 4 libras, 2 peças de 18 libras, 4 peças de 12 libras.
Afonso de Albuquerque
Nau de Linha
        Navio português de linha de 3ª classe, construído por Manuel Vicente Nunes no estaleiro do arsenal da marinha em Lisboa, com dois deckes de artilharia com 64 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 26 de Julho de 1767 com o nome de ‘Nossa Senhora dos Prazeres’ e pronto para o serviço em 29 de Agosto de 1767, as suas dimensões eram de 55,20 metros de comprimento de quilha, 13,35 de boca 10,46 de pontal e 6,37 de calado, reconstruído e modernizado em 1796 com o nome de ‘Afonso de Albuquerque’, em 1798 largou do Tejo para incorporar-se na expedição no Mediterrâneo com a Frota Inglesa do Almirante Nelson de 1798 a 1800, fora de serviço em 1822, vendido ao Brasil no Rio de Janeiro em 1828.
Comandantes
1774-1778 - Capitão-de-mar-e-guerra José de Melo, Comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora dos Prazeres’, desde 1774, em 20 de Agosto de 1778 chegou a Lisboa escoltando 13 Navios Mercantes vindo do Rio de Janeiro.
1778-1782 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco de Bitancurt Prestelli como Comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora dos Prazeres’, o Capitão-Tenente Joaquim Manoel de Couto como Segundo-Comandante da Nau, o Capitão-Tenente José Rodrigues como Chefe do Estado-Maior, os Oficiais Subalternos Tenente-do-Mar Antonio da Cunha Sampaio como ajudante general e o sargento Salvador José como Chefe da Tripulação.
1782-1786 - Capitão-de-mar-e-guerra José de Mello Breiner, comandante da Nau de Linha ‘Nossa Senhora dos Prazeres’, a partir de 1782, a 7 de Outubro de 1782 chegou ao arsenal para reparações.
1798-1800 - Comodoro Donald Campbell, comandante da Nau de Linha ‘Afonso de Albuquerque’, a partir de 1798, de 5 de Maio de 1798 a 28 de Abril de 1800 faz parte da Esquadra do Mediterrâneo comandada pelo Contra-Almirante Marquês de Niza, que com a Esquadra Inglesa do Contra-Almirante Nelson, operou no Mediterrâneo.
1805-1809 - Capitão-de-mar-e-guerra Inácio da Costa Quintela, comandante da Nau de Linha ‘Afonso de Albuquerque’, desde 1805. De 29 de Novembro de 1807 a 23 de Dezembro de 1808 faz parte da Frota Real Portuguesa que transportou a família real para o Brasil.
     Armamento
        O seu armamento era constituído por 26 peças de calibre 24 na bateria da coberta, 26 peças de calibre 18 na bateria do convés, 8 peças de calibre 9 na tolda e 2 peças de calibre 18 no castelo. A sua guarnição era de 634 homens.
1796 - 64 peças de artilharia, 26 peças de 24 libras, 26 peças de 18 libras, 4 peças de 18 libras, 8 peças de 9 libras.
Nossa Senhora de Belém
Nau de Linha
        Navio português de linha de 4ª classe, construído por Jerónimo e Luis Isidro no estaleiro da marinha no Pará no Brasil, com dois deckes de artilharia com 64 peças de artilharia e com 380 a 450 homens a bordo, começou a ser construído em 7 de Junho de 1761 e lançado ao mar em 26 de Março de 1766 com o nome de ‘Nossa Senhora de Belém’ e pronto para o serviço em 19 de Abril de 1766, nau da carreira da Índia desde 1778 e para onde fez várias viagens, passou a ter o nome de ‘São José’ em 1804, vendido em 25 de Agosto de 1804, desmantelado em 1808.
Comandantes
1778-1780 - Capitão-de-mar-e-guerra Manoel de Mendonça e Mello, comandante a partir de 1778. A 22 de Junho de 1779 saiu do arsenal como guarda-costa. A 12 de Agosto de 1780 chegou ao porto de Lisboa a Nau vinda do Brasil.
1780-1786 - Capitão-de-mar-e-guerra Jorge Hard-Castle como Comandante da Nau de Linha ‘São José’, o Capitão-Tenente Bernardo Manoel de Sousa e Vasconcelos como Segundo-Comandante da Nau, o Capitão-Tenente Francisco Carneiro de Figueiroa como Chefe do Estado-Maior, os Oficiais Subalternos o Tenente-do-Mar Antonio Leite Pereira Lobo e o Tenente-do-Mar Luis Pinto da Fonseca como ajudantes generais e o sargento Joaquim Pedro como Chefe da Tripulação.
1786-1789 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco da Paula Leite, embarcou em 1786 como comandante. A 11 de Fevereiro de 1788 saiu do Tejo com a missão de guarda-costa.
1789-1795 - Capitão-de-mar-e-guerra Manoel Ferreira Nobre, comandante da Nau 'Nossa Senhora de Belém', desde 1789. A 11 de Março de 1790 saiu do arsenal com destino ao Rio de Janeiro.
1796-1797 - Capitão-tenente José Francisco de Prené, Comandante interino por doença do comandante da Nau 'Nossa Senhora de Belém' da 3ª Divisão da Frota Real Portuguesa do Brasil, que navegando desde a Bahia no Brasil, escoltando um comboio de navios mercantes, entrou no Tejo na manhã de 23 de Julho de 1796.
Armamento
1766 - 64 peças de artilharia, 24 peças de 24 libras, 24 peças de 12 libras, 10 peças de 12 libras, 6 peças de 6 libras.
Príncipe do Brasil
Nau de Linha
        Navio português de linha de 4ª classe, construído por Manuel da Costa no estaleiro da marinha na Bahia no Brasil, com dois deckes de artilharia com 54/64 peças de artilharia e com 380 a 450 homens a bordo, lançado ao mar em 12 de Setembro de 1802 com o nome de ‘Príncipe do Brasil’ e pronto para o serviço em 28 de Dezembro de 1802, as suas dimensões eram de 58,23 metros de quilha, 14,74 de boca e 11,92 de pontal, o seu custo foi de 233.620.977$000 reis, era navio da esquadra que levou a família real em 1807, nas ordens de batalha, vinha em vários documentos classificada como Fragata. Fora de serviço em 1822, passa para o Brasil em 1823.
Comandantes
1802-1809 - Capitão-de-mar-e-guerra Francisco Borja Salema Garção, primeiro comandante da Nau de Linha ‘Príncipe do Brasil’, de 29 de Novembro de 1807 a 23 de Dezembro de 1808 faz parte da Frota Real Portuguesa que levou a família real para o Brasil.

      Armamento
        Dispunha, como armamento 64 peças de artilharia, 12 peças de 24 pl. 50 peças de 18 pl. 2 peças de 48 pl. e a sua guarnição era de 663 homens.
1802 - 80 peças de artilharia, 28 peças de 36 libras, 28 peças de 24 libras, 8 peças de 24 libras, 16 peças de 12 libras.
1822 - 74 peças de artilharia, 12 peças de 24 libras, 60 peças de 18 libras, 2 peças de 48 libras.
São Francisco Xavier
Nau de Linha

(Nau S. F. Xavier)

        Navio português de linha de 3ª classe, construído no arsenal da marinha em Damão na Índia, com três deckes de artilharia com 80 peças de artilharia e com 500 a 650 homens a bordo, lançado ao mar em 1804 com o nome de ‘São Francisco Xavier’ e pronto para o serviço no mesmo ano, fez várias comissões na costa da Índia, fora de serviço em 1840, desmantelado em 1840.

         Comandantes
1804-1814 - Chefe de Divisão da marinha de Goa Caetano de Sousa Pereira.
Armamento
1804 - 1815 - 80 peças de artilharia, 28 peças de 24 libras, 28 peças de 18 libras, 10 peças de 18 libras, 14 peças de 9 libras.