Mapa
do Reino Burgúndio, o primeiro Reino da Borgonha, entre 443 e 476.
A Burgúndia como parte do Império
Franco entre 534 a 843.
Os
Reinos da Alta Borgonha (ou Borgonha Transjurana) e Baixa Borgonha
(inicialmente Reino da Provença e Borgonha) nos séculos IX e X.
Alta
Borgonha, em 888
(Transjurana
mais Condado da Borgonha)
Baixa
Borgonha, em 879
Ducado
da Borgonha de Ricardo, o Justiceiro
Reino
da Borgonha
(em latim: regnum Burgundiae, em francês: royaume de Bourgogne) ou Burgúndia (em francês: Burgondie) é uma designação aplicada a sucessivas entidades de caráter nacional centradas no território histórico da Borgonha, que atualmente se encontra no sul-sudeste de França. O nome da região e do Reino deve-se aos Burgúndios, um povo de origem escandinavo.
(em latim: regnum Burgundiae, em francês: royaume de Bourgogne) ou Burgúndia (em francês: Burgondie) é uma designação aplicada a sucessivas entidades de caráter nacional centradas no território histórico da Borgonha, que atualmente se encontra no sul-sudeste de França. O nome da região e do Reino deve-se aos Burgúndios, um povo de origem escandinavo.
Ao
longo da história a Borgonha existiu como entidade política sob várias formas e
diferentes fronteiras. Duas destas entidades foram conhecidas como Reino de
Borgonha (a primeira cerca do século VI e a segunda por volta do século X-XI).
Há ainda autores que consideram um Reino mais antigo, no século V, e no século
XV esteve eminente a criação de um Terceiro Reino Borgonhês. Quase todas estas
entidades, não só Reinos como Condados e Ducados, destacaram-se pela sua
influência e riqueza.
Um
primeiro Reino da Borgonha foi criado no século V pelos Burgúndios depois de se
instalarem nas margens do lago Léman, na Sapaudia (ou Sabáudia, atual Saboia).
O seu soberano mais glorioso, Gondebaldo, governou um território que se
estendia de Langres a Marselha e do Reno ao Loire. Durante os seis séculos que
se seguiram à instalação deste povo, os turbilhões da história originaram o
aparecimento de diversas entidades geopolíticas de fronteiras em constante
mudança que tomaram o nome de Borgonha. O Tratado de Verdun de 843 divide a
região em duas grandes entidades territoriais, uma Borgonha franca a ocidente
(que constituiria depois o ducado) e uma Borgonha Imperial a Oriente, da qual
fazia parte, nomeadamente, o futuro Franche Comté (Franco-Condado) da Borgonha
ou simplesmente Franco-Condado.
No
século IX, a Borgonha Imperial assiste ao nascimento no seu seio de dois Reinos.
O primeiro, a sul, estendia-se até às costas do mar Mediterrâneo e chamou-se "Borgonha-Provença"
(Bourgogne-Provence) ou Reino de Arles. O segundo, chamado "Reino de Borgonha", situava-se originalmente na Helvécia
(em Transjurânia, ou seja, para lá dos montes do Jura), mas integrou
rapidamente outros domínios, como as terras da Diocese de Besançon.
Em
933, durante o Reinado de Rodolfo II, Rei da Borgonha Transjurana, o Reino da
Borgonha e o Reino de Arles são unidos, tomando essa união o nome de Reino da
Borgonha e de- Arles, que se submete à Suserania de Soberanos Germânicos.
O
Reino dos Burgúndios
O
Reino dos Burgúndios (Regnum Burgondionum), que se pode considerar o primeiro Reino
da Borgonha, deve o seu nome ao povo burgúndio, que se instalou em 443 nas
margens do lago Léman. Gondebaldo (r. ca. 542-516) e o seu filho Sigismundo (r.
516-524) foram os soberanos mais marcantes deste Reino. No seu apogeu, o Reino
ocupou uma área considerável, que tinha os seus limites a Norte de Langres, e a
Sul se estendia até Marselha. A ocidente estendia-se até Nevers e a nordeste
até às margens do lago de Constança.
A
sua existência foi efémera, de 444 até 534. As pretensões dos Francos durante o
Reinado de Clóvis I, em 500 ou 501, foram continuadas pelos seus filhos
Clodomiro, Rei de Orleães, Childeberto, Rei de Paris e Clotário, Rei de
Soissons. Durante as campanhas militares levadas a cabo entre 532 e 534, os
dois últimos acabaram por conseguir pôr termo ao Reino Burgúndio.
Reino
da Borgonha Merovíngio
Os
Merovíngios integraram o Reino Burgúndio nos diferentes Reinos Merovíngios, mas
conservaram a sua individualidade. A Burgúndia apresentava-se sempre como uma
entidade geopolítica, da mesma forma que a Nêustria ou a Austrásia. Os monarcas
merovíngios instalaram Rei na Burgúndia. Os Reis Burgúndios mais conhecidos
desse período foram Gontrão (r. 561-592) e Dagoberto (r. 629-639). Gontrano
residiu principalmente em Chalon-sur-Saône, onde reuniu concílios, e em
Saint-Marcel (Saône-et-Loire) mandou erigir uma Basílica e um Mosteiro.
Em
613, depois da captura e condenação a morte da Rainha Brunilda em Renève,
deixou de haver Rei Residente na Borgonha. O Rei da Nêustria Clotário II (r.
584-629) juntou a Borgonha aos seus estados. Em 687, na sequência da «Batalha
de Tertry», é a vez do Reino da Nêustria-Borgonha desaparecer. O vencedor, o Austrasiano
Pepino de Herstal, leva a cabo a união dos Reinos Francos. Em 751, o Reino dos Merovíngios
chega ao fim, com a Coroação de Pepino, o
Breve, que inaugura a era dos Soberanos Carolíngios.
As
personalidades Borgonhesas mais marcantes deste período foram a Rainha Brunilda
e o Bispo Leodegário (m. 677 ou 678)
Os
Condados Borguinhões sob os Carolíngios
O
Reino da Borgonha desaparece como entidade geopolítica com os Carolíngios. O
vasto território do antigo Regnum Francorum que perde o seu Rei é dividido por
Carlos Martel (m. 741) em diversas partes, cada qual com o seu Governador. A
Borgonha Transjurana, a Borgonha Cisjurana (que incluía a Provença), o futuro, Ducado
e Condado da Borgonha. Alguns textos dessa época ainda mencionam a Burgúndia ou
Regnum Burgundiae, mas estas denominações só têm expressão geográfica. A obra
dos Carolíngios, marcada por uma forte centralização, consistiu em criar os Condados
Borguinhões, os quais constituem as novas circunscrições administrativas,
também chamadas pagi, decalcadas do modelo das antigas Civitates Galo-Romanas.
À frente desses Condados estava um Conde, que dependia diretamente do Palácio,
tal como os seus vizinhos congéneres. Os grandes da Borgonha, refratários a
todo o tipo de autoridade centralizada, foram "postos na ordem" e forçados a obedecer.
Mas
a Dinastia Carolíngia carregava nela própria os germes da sua destruição. As
partilhas sucessivas do Reino entre os herdeiros destruíram a unidade da Monarquia
que Carlos Magno e os seus antepassados tinham construído. As competições e as
rivalidades, que abriram caminho ao feudalismo, irão permitir a emergência de
dinastias condais ávidas de protagonismo.
O
Reino da Borgonha e de Arles
O
Tratado de Verdun de 843 rasga definitivamente a unidade do velho Império de
Carlos Magno. A sua obra política desmorona-se. A mutilação a que tratado
sujeita a Borgonha faz nascer, a Oeste do Rio Saône, uma Borgonha Francesa (ou
Borgonha Franca) e a Leste do mesmo Rio uma Borgonha Imperial, quinhão do Imperador
Lotário. Os herdeiros deste desaparecem um após outro sem descendentes, e cada
um dos tios e irmãos tentam desapossar os seus parentes. Os Normandos assolam o
norte, os Sarracenos ameaçam o sul, a Anarquia Reina por todo o lado e o Trono
dos Francos subsiste com grandes dificuldades. A morte de Luís II, o Gago em 879 só agrava a situação.
O
Reino da Provença dos Bivinidas (879-928)
Reino
da Alta Borgonha (888-1032)
Ducado
da Suábia (fundado em 917)
A
15 de outubro de 879, uma assembleia de notáveis e prelados reunida em
Mantaille elege como Rei o cunhado de Carlos, o Calvo, Bosão, Conde de Autun que exercendo funções de Duque no
Lyonnais, Viennois e na Provença. Apesar de receber o título Real, Bosão não
assume a qualidade de Rei da Borgonha Cisjurana. O seu "Reino da Provença", também chamado "Reino de Arles", estendia-se desde as margens do Rio
Doubs a norte até ao Mediterrâneo a sul, fazendo fronteira com a Helvécia e a
Itália a leste e sudeste. Sob a sua coroa estavam reunidas uma parte da
Borgonha, o Bugey, a Bresse, o Delfinado, a Tarentaise, a Provença e uma parte
do Languedoc. Bosão instala a capital em Vienne e cria uma chancelaria dirigida
por Adalgaire, o Abade de Flavigny.
A
atribuição do Título Real a Bosão provoca a união contra ele dos Carolíngios,
cuja reação não tarda. Os Príncipes Carolíngios, entre eles, o Rei Carlomano,
noivo da sua filha de Bosão, e Ricardo, o
Justiceiro, irmão de Bosão, marcham sobre ele. No entanto, Bosão consegue
manter a sua autoridade sobre uma parte dos seus domínios e conserva o seu
título, bem como os territórios na Provença. O Norte da Borgonha, tendo
escapado à sua autoridade, nunca faz parte deste Reino.
Quando
Bosão morre em 887, é sucedido por Luís III, que é reconhecido como "Rei da Provença" em Valença
em 890, sob a tutela da sua mãe Hermengarda e reúne durante algum tempo os
títulos de Imperador e de Rei de Itália. Mas o seu rival Berengário, Duque de
Friul manda rebentar-lhe os olhos em Verona em 905. Luís III, doente, delega a
sua autoridade a Hugo de Arles, Conde da Provença, até ao ano de 926, quando
Hugo ocupa o trono de Itália.
Em
928, quando morre Luís, o Cego, Hugo
afasta Carlos Constantino, herdeiro legítimo, filho de Luís, e apodera-se do
Reino da Provença. Carlos Constantino consegue manter o Governo de Vienne e do
Viennois.
O
Reino da Borgonha Transjurana dos Guelfos (888-933)
As
quatro Borgonhas nos séculos XI e XII. De Norte para Sul. Ducado da Borgonha,
Condado da Borgonha, Borgonha Transjurana e Borgonha Cisjurana mais Provença.
As últimas três são territórios do Sacro-Império a partir de 1032
Em
888, a morte do último sucessor de Carlos Magno, Carlos III, o Gordo, desprezado por causa da sua
fraqueza face aos Normandos, incapaz de reprimir a audácia dos grandes
vassalos, abandonado por todos, dá o sinal para a separação geral de diversos Reinos
que tinham estado sob o seu Governo. Na Germânia, Arnulfo é proclamado rei, enquanto
os nobres franceses elegem Odo.
A
Helvécia é o berço de uma nova monarquia, que forma um novo Reino Borgonhês. Os
Borgonheses da Transjurana, a região situada entre o monte Jura e os Alpes
Peninos, são liderados pelo duque Rodolfo. Este não é borgonhês; é membro à
Casa de Guelfo. As peripécias da política permitiram ao seu pai Conrado II da
Borgonha, conde de Auxerre, apoderar-se do governo do ducado da Transjurana.
Quando
foi conhecida a morte de Carlos, o Gordo,
os nobres laicos e eclesiásticos do antigo Ducado da Transjurana reuniram-se na
Basílica de São Maurício e em Janeiro de 888 proclamaram Rei Rodolfo I. O novo Reino
da Borgonha sobrevive apesar da fidelidade dos nobres ser vacilante e de
enfrentar a hostilidade de Arnulfo. O Reino, formado originalmente por Condados
sobre os quais Rodolfo exerce a sua autoridade, expande-se rapidamente
integrando os Condados da Arquidiocese de Besançon (o futuro Condado da
Borgonha), após um acordo concluído em Ratisbona entre Rodolfo e Arnulfo,
embora a soberania de Escuens tenha sofrido oscilações. A morte de Arnulfo em
899, e depois do seu filho Zuentiboldo em 900 permite a Rodolfo desembaraçar-se
da pressão exercida pelo Rei da Germânia sobre ele. Rodolfo morre a 25 de
outubro de 912 e é sucedido pelo filho Rodolfo II.
Anexação
do Reino da Provença ao Reino da Borgonha Transjurana (933-1032)
Os
Reinos Francos e da Borgonha durante o Reinado de Hugo Capeto (r. 987-996)
Rodolfo
II cai progressivamente na dependência Feudal do Rei da Germânia e alarga as
suas possessões. O Reino da Borgonha compreende então a Suábia, Brisgóvia,
Alsácia e Helvécia. Em 933, Rodolfo II, então em disputa com Hugo de Arles pela
coroa de Itália, obtém deste a cessão do antigo Reino da Provença em troca do
abandono das pretensões ao Trono Italiano.
Segundo
o historiador medievalista René Poupardin, citando Liutprando de Cremona (século
X), Rodolfo tinha sido contactado pelos Italianos que lhe ofereceram a coroa de
Itália: «Quando o Rei Hugo soube disso, enviou-lhe
emissários e deu a Rodolfo toda a terra que ele tinha tido na Gália antes de
subir ao trono, ao mesmo tempo que recebia dele o juramento que jamais entraria
de novo em Itália.» A partir daí, os dois reinos da Borgonha com as
possessões dependentes da Provença são reunidos com o nome de "Reino da Borgonha e de Arles"
sob a coroa de Rodolfo. O Reino é herdado pelo filho de Rodolfo II, Conrado III
(925-993) e depois pelo filho deste, Rodolfo III (970-1032).
Em
1032 Rodolfo III morre sem deixar descendência e é Conrado II, o Sálico, Duque da Francónia e Imperador
Romano-Germânico que herda o Reino da Borgonha, que na prática é anexado ao
Sacro Império.
O
Reino de Arles no seio do Sacro Império
A
Realeza de Arles assegurada efetivamente pelos imperadores (1032-1250)
O
Imperador toma posse do Reino da Borgonha e de Arles e o Reino passa a fazer
parte do Sacro Império Romano-Germânico. Desde então os Imperadores da Alemanha
vêm-se constantemente como Reis de Arles, em virtude da doação de Rodolfo.
Contudo, o domínio Imperial é mais nominal do que Real, só sendo exercidos atos
de soberania pontualmente.
O
Castelo do Empéri, em Salon-de-Provence, residência oficial dos Arcebispos de
Arles e dos Imperadores Germânicos
Os
imperadores Conrado II, o Sálico e
Henrique III, seu filho, são coroados sucessivamente em 1033 e 1038 Reis da
Borgonha e de Arles. No século XII Lotário de Süpplingerburg (1075-1137),
sucessor da Casa da Francónia, toma o título de Rei de Arles e nomeia como
governador Conrado, Duque de Zähringen. Nesse século, os Condes da Provença e
de Toulouse, apesar de supostamente os seus condados serem do Império, mostram
grande relutância em render homenagem ao Imperador. Através de sucessivas usurpações,
o Reino é reduzido à sua expressão mais simples, alguns Castelos na Provença e
no Contat (Condado Venaissino).
Os
imperadores Conrado III (1093-1152) e Frederico Barba-Ruiva (1122-1190) tentam
restaurar uma suserania que é enfraquecida pela distância. Conrado III
constitui em Feudos os Castelos que lhe restam na Arquidiocese de Arles em
1144, os Arcebispos de Arles tornam-se os representantes dos Imperadores na
Provença. Conrado III e Frederico Barba-Ruiva aproveitam as dissensões entre as
famílias dos Baux e dos Berengário para efetivarem a suserania sobre a Provença
e aí serem homenageados. Em 1162 Frederico Barba-Ruiva, por uma carta assinada
em Turim confirma a Hugo II de Baux a investidura que Conrado III tinha
acordado com Raimundo I de Baux, dando-lhe o Condado da Provença e de Arles a
título de feudo e reservando os direitos do Império. Em 1178 Barba-Ruiva faz-se
Coroar Rei da Borgonha na Catedral de São Trofimo de Arles pelo Arcebispo
Raimundo de Bollène.
Henrique
VI (1165-1197), Otão IV (1177-1212) e Frederico II (1194-1250) sucedem a
Frederico Barba-Ruiva. Logo que assume o trono, Frederico II declara-se Rei de
Arles em Basileia, onde tem a sua corte, e tenta erguer o reino. Demasiado
ocupados em guerras longínquas, os sucessores de Barba-Ruiva mostram-se
incapazes de manter a soberania na Borgonha. Frederico II é o último Imperador
a imiscuir-se com algum êxito nos assuntos da Provença.
Enfraquecimento
da autoridade Imperial
Fachada
da antiga Catedral de São Trofimo
A
autoridade do Sacro Império sobre o "Reino
da Borgonha e Arles" era mais honorífica do que direta e real. A
suserania só era eficaz nas mãos dos Imperadores poderosos e capazes de
intervir no leste e sul de França, mas eclipsava-se facilmente com os Príncipes
fracos nos territórios mais distantes das Fronteiras Imperiais.
Depois
de Frederico II, a autoridade Imperial não era mais do que uma sombra. O poder
dos Arcebispos de Arles, privados de qualquer apoio material, declina com a
queda da autoridade Imperial na Provença ao mesmo tempo que o poder dos Condes
se reforça. Carlos I (1226-1285), da Casa de Anjou, sucede à de Barcelona.
Carlos de Anjou é mais poderoso que qualquer dos seus predecessores e durante
meio século a realeza arlesiana permanece adormecida.
Os
sobressaltos do Reino de Arles
As
pretensões da viúva de São Luís, a Rainha Margarida (1221-1295), uma das filhas
de Raimundo Berengário IV da Provença trazem de volta as lembranças do estado
arlesiano. Após a morte da sua irmã Beatriz, esposa de Carlos de Anjou,
Margarida tenta recuperar o Condado da Provença, fazendo com que o seu cunhado
Carlos seja convocado à presença do Papa e do Imperador, Rodolfo de Habsburgo,
a quem ela reconhece formalmente a suserania sobre a Provença. O Imperador não
se imiscui na querela mas devido ao facto de Carlos de Anjou ignorar o seu
apelo, aproveita a ocasião para afirmar os seus direitos em enfeuda a Provença
a Margarida até que Carlos se entendeu com ele. Em 1280 Rodolfo acorda então
com Carlos atribuir-lhe os Condados da Provença e de Forcalquier e confirma-lhe
todos os privilégios acordados pelos seus antecessores aos Berengários.
Borgonha
Transjurana
Alta
Borgonha, em 888 (Transjurana + Condado da Borgonha)
Baixa
Borgonha, em 879
West
Frankish Ducado da Borgonha de Ricardo da Borgonha "o Justiceiro"
A
Borgonha Transjurana é um espaço territorial localizado na actual França e que
foi instituído como reino sob a denominação de Reino da Borgonha Transjurana
também denominado Reino da Alta Borgonha ou Reino da Borgonha Transjurana,
tendo existido entre 888 e 933.
Este
reino medieval numa posição mais ou menos central no território da actual
França, foi criado a partir dos antigos reinos dos burgúndios, em ambos os
lados das montanhas do Jura, entre a Suíça ocidental de língua francesa, o Vale
de Aosta, de língua italiana e do vale do rio Saône, tendo isto acontecido como
resultado da decomposição da França política medieval resultante dos conflitos
ocorridos após a morte do Imperador do Império Romano-Germânico, Lotário I (795-855).
Este
reino foi o núcleo do Reino de Arles, também denominado como Reino de Borgonha,
onde se integrou desaparecendo como assim como uma unidade política.
O
território deste reino estendia-se por uma área corresponde a grande parte da
Suíça (as partes a oeste da linha Brünig-Napf-Reuss, incluindo a Suíça romanda,
os cantões de Berna e de Argau e Valais) e França as região de Franche-Comté,
bem como partes adjacentes dos departamentos franceses de Alta Saboia e Ain, e
o Vale de Aosta, que atualmente faz parte da Itália.
Origens
do Reino
No
Império Carolíngio após o Tratado de Verdun
O
Tratado de Verdun assinado em 843 foi um acordo entre os filhos de Luís, o
Piedoso, que dividiu o grande Império Carolíngio em três, duas entidades
políticas bastante homogéneas e um conglomerado de territórios entre os dois
primeiros.
França
Occidentalis ficou para o filho mais novo, Carlos II de França, "o Calvo", no que será o
precursor da atual França.
Frância
oriental ficou para Luís, "o
Germânico", e o germe da atual Suíça, Alemanha e Áustria.
França
Média ficou para o filho mais velho e herdeiro do título imperial, Lotário I, o
território que, em teoria, contendo a capital original do Império Carolíngio
(Aachen), o cemitério imperial (Metz acolheu os restos mortais de Luís, "o Piedoso"), no norte da
Itália e o protetorado do papa de Roma. Este território parecia destinado à
supremacia imperial sobre os outros, no entanto tal não aconteceu e acabou
dividido entre Carlos II de França e Luís, "o
Germânico".
Conrado
II da Borgonha
Conrado
II da Borgonha, Duque de Borgonha Transjurana, de Conde de Auxerre
Nome
completo-Conrado II da Borgonha
Pai-Conrado
I de Auxerre Mãe-Adelaide de Tours
Nascimento c. 835 Morte 876
Conrado
II da Borgonha "o Jovem" (c. 835 - 876) duque de Borgonha Transjurana,
de Conde de Auxerre.
Biografia
Foi
o filho mais velho de Conrado I de Auxerre, Conde de Auxerre, que durante anos
foi o conselheiro de seu sogro, o imperador Luís I, "o Piedoso" (†
840) como o rei Luís, o Germânico, antes dele, juntamente com seus filhos e
Hugo Abbas também conhecido por o abade Hugo, francês "Hugues l'Abbé"
(? - 12 de maio de 886) e que foi um dos líderes do Reino Franco Ocidental, bem
como o seu sobrinho Carlos II de França, "o Calvo".
Em
858, na persuasão de Carlos II de França, "o Calvo", seu primo, ele e
o irmão traíram Louis o alemão quando este os enviou em missão de espionagem e
passou para a corte de Charles, que os recompensou generosamente dado eles
terem perdido as honras bávaras. Após este acontecimento passou a denominar-se
como duque da Borgonha Transjurana e Auxerre até cerca de 864.
Relações
familiares
Foi
filho de Conrado I de Auxerre (nascido cerca de 800 - 22 de março entre 862 e
866) e de Adelaide de Tours (c. 805 - 866), filha de Hugo III de Tours (765 -
20 de outubro de 837) e de Eva de Auxerre (775 -?). Casou-se por duas vezes, a
1.ª com Judith de Friuli, filha de Eberhard de Friuli e a 2.º com Waldrada de
Worms (801 - 20 de março de 851), também denominada como Ermentrude da Alsácia
e de Orleans e Tours, então já falecida do seu 1º marido Roberto III de Worms
(c. 800 - 834). Do 1.º casamento não terá tido filhos, no entanto do 2.º teve
filhos.
Rodolfo
I da Borgonha Transjurana (ca. Burgundia, França 859 - Juran, Burgundia, França
25 de outubro de 912) foi o 1º rei da Borgonha Transjurana de 888 até sua
morte. Casou com Guila de Borgonha (dezembro de 873 -?), filha de Bosão da
Provença (844 - 11 de janeiro de 887) e de Hermengarda de Itália (852 - 22 de
junho de 896).
Adelaide
da Borgonha Transjurana foi umas das 3 esposas de Ricardo II da Normandia (23
de agosto de 970, na Normandia, França – 28 de agosto de 1026, na Normandia),
chamado de "O Bom" (Francês: Le Bon), foi o filho mais velho e
herdeiro de Ricardo I o Destemido e Gunnora.
Rodolfo
I da Borgonha
Foi
o 1º rei da Borgonha Transjurana
Governo-Reinado
Dinastia Foi o 1º rei da Borgonha Transjurana
Vida-Nome,
completo. Rodolfo I da Borgonha. Nascimento-859. Morte-25 de outubro de 912 (53
anos) Território de Rodolfo I em 888.
Rodolfo
I da Borgonha (em latim: Rudolphus I; ca. Borgonha, Frância 859 - Juran,
Borgonha,
Frância 25 de outubro de 912) foi o 1º rei da Borgonha Transjurana de
888 até sua morte.
Foi
filho de Conrado II da Borgonha, conde de Auxerre e marquês da Borgonha
Transjurana, e de sua esposa Valderada de Worms também denominada como
Ermentrude da Alsácia e de Orleans e Tours (801 - 20 de março de 851). De seu
pai, Rodolfo herdou a abadia leiga de Saint-Maurice-en-Valais, fazendo-o o magnata
mais poderoso da Alta Borgonha, território da atual oeste da Suíça e o Franco
Condado.
Após
a deposição e morte do Imperador Carlos III, os nobres e o principal clero da
Alta Borgonha reuniram-se em St. Maurice e elegeram Rodolfo como rei em janeiro
de 888. Aparentemente na base de sua eleição, Rodolfo reivindicava a Lotaríngia
inteira, mas sua reivindicação foi contestada por Arnolfo da Caríntia, o novo
rei da Frância Oriental ou Germânia, que rapidamente forçou Rodolfo a abandonar
a Lotaríngia prometendo reconhecê-lo como rei da Borgonha. As hostilidades
entre ambos, porém, parecem ter continuado.
O
relacionamento de Rodolfo com seus demais vizinhos era mais amistoso. Sua irmã
Adelaide casou-se com Ricardo, conde de Autun, duque da Borgonha (a Borgonha
atual, parte da Frância Ocidental), e suas filhas, Adelaide e Guilherma,
casaram-se, respectivamente, Luís da Provença e Bosão de Arles e Avinhão,
marquês da Toscana.
Rodolfo
foi sucedido por seu filho Rodolfo II. Logo depois de sua morte, sua viúva, a
rainha Guilherma, casou-se com Hugo de Arles, futuro rei da Itália.
Relações
familiares
Foi
filho de Conrado II da Borgonha, "o Jovem", (c. 835 - 876) conde da
Borgonha e conde de Auxerre e de Waldrada de Worms (801 - 20 de março de 851),
também denominada como Ermentrude da Alsácia e de Orleans e Tours, então já
falecida do seu 1º marido Roberto III de Worms (c. 800 - 834). Casou com Guila
de Borgonha (dezembro de 873 -?), filha de Bosão da Provença (844 - 11 de
janeiro de 887) e de Irmengarda de Itália (852 - 22 de junho de 896), de quem
teve:
Rodolfo
II da Borgonha (? - 937), Rei da Borgonha Transjurana e casado com Berta da
Suábia, filha de Buchard II da Suábia (883 - 926) e de Reginlinda (890 - 958)
Waldrada
da Borgonha casada com Bonifácio de Spoleto, Conde de Bolonha.
Guilda
da Borgonha casada com Bosão de Arles e Avinhão (855 - 936), filho de Teobaldo
de Arles (860 - 895) e de Berta de França (863 - 8 de março de 925), filha
ilegítima do rei Lotário II da Lotaríngia e de Teutberga de Valois (? - 875),
filha de Boso de Valois "O Velho" conde de Valois (800 - 855)
Luís
da Borgonha (? - Depois de 937), Conde de Thurgau
Adalberto
da Itália
Conde
de Saboia
Governo-Reinado-Marquês
de Ivrea e rei da Itália. Consorte-Gerberga de Chalon
Vida.
Nome, completo. Adalberto da Itália
Nascimento-931.
Morte-975 (44 anos)
Pai-Berengário
II de Itália. Mãe-Vila III de Arles
Adalberto
da Itália ou Adalberto II de Ivrea (931 – Autun, 975) foi o sexto marquês de
Ivrea e rei da Itália, de 950 a 962 (a partir de 951, em disputa com imperador
Romano-Germânico, Oto I da Germânia).
Adalberto
foi levado ao trono da Itália por seu pai, em 950. Vencido seu pai, em 963, por
Oto I, Adalberto continuou a luta contra o imperador, mas acabou por ter de se
refugiar em Constantinopla ao saber que perdera a contenda.
Relações
familiares
Filho
Berengário II de Itália também denominado Berengário de Ivrea (ca. 900 -
Bamberg, 6 de julho de 966) que foi marquês de Ivrea, entre 928 e 950 e rei da
Itália, de 950 a 961, e de Vila III de Arles (912-970), filha do conde da
Provença e marquês de Toscana, Bosão de Arles e Avinhão (885-936), e de Vila II
de Borgonha, filha do rei de Borgonha Rodolfo I da Germânia (1 de maio de 1218
- 15 de julho de 1291) e de Vila de Provença.
Por
volta de 960, Adalberto casou-se com Gerberga de Chalon (947 - 980), filha de
Lamberto de Chalon (930- 22 de fevereiro de 979), e de Adelaide de Vermandois
(925 - 980), filha de Roberto I de Vermandois (c. 910 - 966) e de Adelaide
Verra da Borgonha (930 - 987), de quem teve:
Otão
Guilherme de Borgonha (c.960-1026), que, ainda criança quando o pai morreu, foi
adotado pelo segundo esposo de sua mãe, de quem herdou o Condado da Borgonha.
Gisele
de Borgonha (983-1020) casada com o marquês Anselmo I de Montferrat, senhor de Montferrat
Harduíno
de Borgonha (? - 1015) marquês de Ivrea,
Gilberto
de Borgonha (? - 1030) marquês de Ivrea,
Amadeu
de Borgonha
Em
972, após a morte do marido Gerberga voltou a casar, desta feita Odo-Henrique,
Duque da Borgonha (946 - 15 de outubro de 1002), conde de Nevers, duque de
Borgonha.