FORTES E FORTALEZAS DE COSTA NA INDIA - FORTES DE GOA
FORTE DE PANGIM
A
estrutura fortificada que ficava mais próximas da muralhas de Goa, Era o velho 'Castelo de Pangim' conquistado por Afonso
de Albuquerque, ainda antes da sua entrada triunfante na cidade de Goa.
Ficava aonde hoje fica o 'Palácio do Governo'. Uma carta de Afonso de Albuquerque datada de 4 de Dezembro de 1513, dera
andamento às obras que ficaram entregues ao mestre
Tomás Fernandes. Ficou com a sua torre e baluarte, além de uma cerca em
redor. Perdendo o seu valor estratégico foi a residência dos Vice-Reis. Nova data
de empreitadas de melhoramento são dadas pelo cronista António Bocarro no seu
relatório de 1635;
«… o castelo de Pangim, em o qual se fizeram aposentos para os Vizo-reis estarem quando vão se despedir das armadas e Naos do Reyno. Estão feitos á borda do rio com cazas bastantes e um caes onde se desembarca per as mesmas cazas. E posto que Sua Magestade, quando se fizeram na era de seiscentos e quinze se ouve por mal servido e mandava que as pagasse o Vizo-Rey Dom Jeronimo de Azevedo …»
Era no Forte de Pangim que os novos Vice-Reis vindos do Reino esperavam para entrar na cidade pois o novo e o antigo Vice-Reis nuca se deveriam cruzar-se.
«… o castelo de Pangim, em o qual se fizeram aposentos para os Vizo-reis estarem quando vão se despedir das armadas e Naos do Reyno. Estão feitos á borda do rio com cazas bastantes e um caes onde se desembarca per as mesmas cazas. E posto que Sua Magestade, quando se fizeram na era de seiscentos e quinze se ouve por mal servido e mandava que as pagasse o Vizo-Rey Dom Jeronimo de Azevedo …»
Era no Forte de Pangim que os novos Vice-Reis vindos do Reino esperavam para entrar na cidade pois o novo e o antigo Vice-Reis nuca se deveriam cruzar-se.
FORTE DE GASPAR DIAS
Continuando pela margem esquerda em direcção à foz
do rio Mandovi, encontrava-se o forte de 'Gaspar Dias' que está situado
exactamente do lado oposto, do outro lado do rio, ao 'Forte de Reis Magos', perto
da cidade de Panjim, no concelho de Tiswadi. Este lugar chama-se hoje Miramar e
do forte não existe mais nada, a
não ser alguns canhões. O forte de Gaspar Dias foi mandado
construir pelo conde da Vidigueira, D. Francisco Gama, no ano de 1598, com o
propósito de defender a foz do Rio Mandovi. Continha 18 peças de artilharia. O
seu plano ficou a dever-se ao engenheiro-mor João Baptista Cairato. Em 1635
tinha o seguinte aspecto:
«… Forte de pedra e cal de altura de 15 pés
e as paredes de groçura de sinco em
quadro. Cada lanço de muro tem seis braças de comprido. Não está de todo
acabado mas já lhe podem por dez ou doze peças de artilharia para defender a
entrada da barra, em cuja fronte está do banco que ha travessa. Por cujo respeito
se fes aly este forte e, como adiante da fortaleza da Aguada e na Nossa Senhora
do Cabo…».
Na Margem direita do rio Mandovi e nas pequenas
ilhas havia diversos dispositivos de defesa e vigilância como o 'Forte do Passo
de Naroá' situado na extremidade da ilha de Divar para a defender doas ataques
vindos por terra de Bardez. Numa revolta militar em 4 de Março de 1835, por
ocasião da restauração do trono da rainha e da carta constitucional em
Portugal, houve um motim neste
forte e este foi parcialmente destruído. Em 1842 este foi reconstruído pelo
governador interino José Joaquim Lopes da Lima. As peças de artilharia que eram originárias deste
forte estão hoje espalhadas pelos mais diversos edifícios governamentais na
capital.
O 'Forte de Gaspar Dias' deve o nome ao facto ter ocupado parte de um palmar pertencente a um português assim chamado.
O 'Forte de Gaspar Dias' deve o nome ao facto ter ocupado parte de um palmar pertencente a um português assim chamado.
FORTE DE ALORNA
Este forte está actualmente em péssimas condições.
Situado no extremo noroeste de Goa, no concelho de Pernem, na margem direita do
Rio Chaporá. O forte está completamente coberto de vegetação e é praticamente
impossível explorar o seu interior
que inclui uma pequena casa e uma antiga capela. Aldeões de Alorna (maioritariamente hindus) afirmam
que os portugueses estiveram aqui até 1961 e perante o avanço das tropas
indianas afundaram todos os canhões e objectos de valor no rio. Dizem ainda que:
"Os portugueses eram bons para nós" e explicam orgulhosamente que "havia um homem português que conquistou este forte em tempos e por isso recebeu o título de Alorna".
De facto ainda existem hoje descendentes a família nobre dos Marqueses de Alorna que vivem em Portugal. Descendente do vice-rei que conquistou o forte, esta família deve o seu título a esta aldeia.
"Os portugueses eram bons para nós" e explicam orgulhosamente que "havia um homem português que conquistou este forte em tempos e por isso recebeu o título de Alorna".
De facto ainda existem hoje descendentes a família nobre dos Marqueses de Alorna que vivem em Portugal. Descendente do vice-rei que conquistou o forte, esta família deve o seu título a esta aldeia.
Situado
num ponto militar péssimo, rodeado por montanhas, mas com muralhas excelentes
foi conquistado em 5 de Maio de 1746 pelo Marquês de Castelo Novo, que aqui
ganhou o título de Alorna em memória do feito. Foi contudo restituído este
forte aos Bhounsolés em 1761 por ordem do governo. Pouco tempo depois estes
revoltaram-se com a ajuda dos 'Ranes
de Satari' e ameaçaram as possessões portuguesas do norte. Em 25 de Agosto de
1781 a fortaleza foi reconquistada pelo governador Dom Frederico Guilherme de
Sousa. Uma única porta dá acesso ao interior de forte (do
lado sul). A praça é um pentágono irregular com quatro baluartes e um grande
fosso que facilmente se pode inundar com as águas do rio. A artilharia
consistia em 4 peças de ferro, uma em cada baluarte. L. Mendes descrevia assim
a localização do forte:
"A situação de Alorna é risonha, aprazível e riquíssima em pitorescas paisagens. Tem boa água e abunda em contrastes naturais que produzem agradáveis impressões aos viajantes."
"A situação de Alorna é risonha, aprazível e riquíssima em pitorescas paisagens. Tem boa água e abunda em contrastes naturais que produzem agradáveis impressões aos viajantes."
FORTE DE TIRACOL
O 'Forte Tiracol' é o que está situado mais a norte, está
situado num enclave, no território de Perném, na margem direita do rio que lhe
deu o nome e já em plena praia e foi conquistada a 23 de Novembro de 1746. Pelo
Vice-Rei Dom Pedro de Almeida Portugal. Alem da cidadela que fica no alto do
morro, descem dela duas couraças, uma para o lado do rio, e outra para o mar,
unidas por uma muralha. São obras feitas, depois da conquista, pela engenharia
portuguesa. Dentro está a 'Capela de Santo Amónio'. Está situado num enclave, no ponto mais nortenho do
estado de Goa, separada do resto do território pelo Rio Tiracol. Acessível via
terrestre por norte, pelo estado de Maharastra. O forte fica numa pequena colina e ao sopé desta situa-se a
pequena aldeia piscatória de Tiracol com a sua população totalmente cristã. O
forte foi recentemente renovado. De tamanho muito reduzido, este forte é
contudo de longe o mais bem conservado de Goa.
Construída
originalmente pelos Bhounsolos, O Forte Tiracol é o que está situado mais a norte,
está situado num enclave, no território de Perném, na margem direita do rio que
lhe deu o nome e já em plena praia e foi conquistada a 23 de Novembro de 1746.
Pelo Vice-Rei Dom Pedro de Almeida Portugal, Marquês de Castelo Novo. Além da
cidadela que fica no alto do morro, descem dela duas couraças, uma para o lado
do rio, e outra para o mar, unidas por uma muralha. São obras feitas, depois da
conquista, pela engenharia portuguesa. Dom Pedro de Almeida Portugal, mandou
construir no seu interior uma capela que no século XIX foi elevada a igreja e
dedicada a St.º António. Em 1835,
pouco depois da revolução liberal em Portugal foi nomeado o primeiro governador
goês na história da Índia Portuguesa. Bernardo Peres da Silva no entanto nem
chegou a ocupar o seu posto, devido a um contragolpe que o derrubou. Os seus apoiantes, reunidos no Forte
de Tiracol foram atacados pelo governador militar Fortunato de Mello e
assassinados. Em 17 de Fevereiro de 1819 o tratado assinado pelo Rajá Bounsuló
reconhecia a autoridade portuguesa nos seus domínios, e assim retirou a
importância estratégico-militar do forte.
O
fortaleza de 'São Tomé de Tivim', foi construída, em 1681 e o do Meio em 1625. A
respeito destas fortificações apresentaram ao engenheiro Manuel Peres da Silva
o seguinte parecer em 1 de Dezembro de 1686:
"A fortificação de Tivim é um simples muro comprido, feito em parte da fronteira de Bardez (concelho de Goa) com umas três pequenas atalaias, a que chamam fortes. Tem um fosso, feito para dividir as Velhas das Novas Conquistas por aquele lado, o qual não está acabado, mas projectada a sua conclusão, para com ela se comunicarem os rios de Chaporá com o de Bardez (Mandovi)."
No forte denominado de S. Sebastião ou do Meio lia-se sobre a porta principal a seguinte inscrição:
"REINANDO O CATHOLICO REI DÕ FILLIPE III GOVERNANDO ESTE ESTADO O VIGILÃTISSIMO DÕ MIGUEL DE NORONHA CONDE DE LINHARES SE FEZ ESTA OBRA 1635."
"A fortificação de Tivim é um simples muro comprido, feito em parte da fronteira de Bardez (concelho de Goa) com umas três pequenas atalaias, a que chamam fortes. Tem um fosso, feito para dividir as Velhas das Novas Conquistas por aquele lado, o qual não está acabado, mas projectada a sua conclusão, para com ela se comunicarem os rios de Chaporá com o de Bardez (Mandovi)."
No forte denominado de S. Sebastião ou do Meio lia-se sobre a porta principal a seguinte inscrição:
"REINANDO O CATHOLICO REI DÕ FILLIPE III GOVERNANDO ESTE ESTADO O VIGILÃTISSIMO DÕ MIGUEL DE NORONHA CONDE DE LINHARES SE FEZ ESTA OBRA 1635."
Próximo deste forte está a igreja de Colual, que foi fundada pelos franciscanos em 1591, reconstruída em 1678 e renovada após o incêndio que sofreu na invasão de Sambhaji em 1683.
FORTE DE CORUJEM
Este forte está completamente isolado entre o concelho
de Bardez e Sanquelim e só pouco as pessoas sabem da sua existência, embora
seja de alguma grandeza e tenha uma certa importância histórica na expansão
portuguesa na Índia. Situa-se numa pequena ilha e está em mau estado de
conservação. Com muros bem grandes, os soldados portugueses ansiosos por voltar
a Portugal aqui esperavam pelos ataques devastadores dos maratas ou muçulmanos
inimigos.
À muita pouca informação deste forte. Até ao século XVIII o rio de Mapuça servia de fronteira natural entre os portugueses e os muçulmanos, e alguns muros antigos deste forte podem ser vistos perto do ponto de ferry em Aldona. Contudo em 1705 os portugueses iniciaram a expansão para leste e foi sensivelmente nesta altura que foi construído o 'Forte de Corujem'.
Conta-se que um dos defensores do forte foi Úrsula e Lancastre, uma mulher portuguesa que estava determinada em triunfar no mundo dos homens, e que se disfarçou de soldado e viajou pelo mundo fora. Chegada a Corujem como soldado foi no entanto descoberta após ser capturada e despida, mas o final foi feliz e acabou por casar com o capitão.
À muita pouca informação deste forte. Até ao século XVIII o rio de Mapuça servia de fronteira natural entre os portugueses e os muçulmanos, e alguns muros antigos deste forte podem ser vistos perto do ponto de ferry em Aldona. Contudo em 1705 os portugueses iniciaram a expansão para leste e foi sensivelmente nesta altura que foi construído o 'Forte de Corujem'.
Conta-se que um dos defensores do forte foi Úrsula e Lancastre, uma mulher portuguesa que estava determinada em triunfar no mundo dos homens, e que se disfarçou de soldado e viajou pelo mundo fora. Chegada a Corujem como soldado foi no entanto descoberta após ser capturada e despida, mas o final foi feliz e acabou por casar com o capitão.
FORTE DE AGUADA
Colocado num ponto estratégico, controlando o
estuário do Rio Mandovi, no concelho de Bardez, este forte é dos mais grandes e
mais bem conservados em Goa. É visitado por muitos turistas, e conta com a
atracção de dois faróis. Um é o mais velho do género na Ásia, o outro bem mais
moderno cumpre agora a tarefa de ajudar à navegação marítima. O forte é muito grande, com vários baluartes. Estende-se por vários
quilómetros quadrados e numa das suas partes junto ao rio Mandovi situa-se
presentemente a prisão de Goa.
Esta
praça tinha originalmente o nome de Santa Catarina, mas devido às diversas
fontes de água fresca no seu
interior, foi baptizada de 'Forte Aguada', sendo que aqui os barcos portugueses
aportavam para se reabastecerem de água e mantimentos. Começada a construção em 1604, foi finalizada a parte principal em 1812, data
que está (estava?) marcada numa placa:
"REINANDO
MUI CATHOLICO REI D. FILLIPE 2.º DE PORTUGAL MANDOU A CIDADE FAZER ESTA
FORTALEZA DO DINHEIRO DE UM POR CENTO, PARA GUARDA E DEFFENSÃO DAS NÁOS, QUE A
ESTE PORTO VEM, A QUAL FOI ACABADA PELOS VEREADORES DO ANNO 1612, SENDO
VICE-REI DÉSTE ESTADO RUI LOURENÇO DE TAVORA."
Este forte foi essencial na defesa de Goa no
bloqueio dos holandeses no século XVII e nas diversas incursões guerreiras dos
maratas em Bardez. No seu interior encontra-se ainda a Capela de Nossa Senhora
da Boa Viagem e o farol da Aguada, mandado construir pelo governador interino
Lopes de Lima em 1841, que incluía uma grande lanterna e um sino de 2.250
quilos. Este sino era originário do Convento dos Agostino em velha Goa. Este sino,
está presentemente na Igreja de Panjim. Um moderno farol veio a substituir
aquele que foi um dos mais antigos faróis na Ásia.
FORTE DE PONDÁ
O forte situa-se a uns 5 quilómetros de Pondá, sendo
uma reconstituição da antiga fortaleza que aqui se situava, muito bem
conservado e no seu centro ergue-se uma bela estátua do líder guerreiro marata
Shivaji que por aqui passou no século XVII. Construído pelos guerreiros de 'Adil Shah' (muçulmanos) foi destruído pelos portugueses em 1549. Esteve em ruínas por mais
de 100 anos, até que Shivaji reconquistou a cidade e mandou reconstruir o forte
em 1675. Em Outubro de 1683 o vice-rei tentou conquistá-lo mas sem sucesso, devido
ao grande número de tropas do rei marata Sambhaji. Esta região do interior e maioritariamente habitada
por hindus provocou sempre muitos problemas aos portugueses que aqui por
diversas vezes saíram derrotados em batalhas, tendo neste lugar igualmente perdido
a vida um vice-rei em combate.
FORTE DE NANUZ
O forte de Nanuz situa-se a 2 km a sul da capital do
concelho de Satari, Valpoi. Nanuz é uma pequena aldeia e para quem vem da costa
é sempre surpreendente observar o grande número de muçulmanos nesta zona do
interior de Goa que aqui chegam a ser maioritários em algumas aldeias. Em princípio não existe hoje nenhum forte de Nanuz.
Parece que existe ainda uma pequena gruta que originalmente pertencia á
fortificação perto do Rio Mandovi. Hoje já só existe um pequeno pilar com uma
placa que diz "Local do antigo Forte de Nanuz". Este lugar fica numa
colina mesmo na margem do rio e o terreno desce abruptamente até à água.
Há muito pouco material sobre este forte. Construído provavelmente bem antes da chegada dos portugueses a estas terras do interior, foi utilizado regularmente como local para as rebeliões dos camponeses e pelos "Ranés" (dinastia hindu desta região) contra os portugueses, especialmente durante o século XIX. Devido a esse facto e à dificuldade com que os portugueses enfrentavam os revoltados no terreno montanhoso e inóspito, foi demolido pelos próprios portugueses em 1895. Hoje resta um pilar com a referida placa, que suportava uma cruz de prata, que foi levada para Portugal, com autorização indiana, em 1974.
Há muito pouco material sobre este forte. Construído provavelmente bem antes da chegada dos portugueses a estas terras do interior, foi utilizado regularmente como local para as rebeliões dos camponeses e pelos "Ranés" (dinastia hindu desta região) contra os portugueses, especialmente durante o século XIX. Devido a esse facto e à dificuldade com que os portugueses enfrentavam os revoltados no terreno montanhoso e inóspito, foi demolido pelos próprios portugueses em 1895. Hoje resta um pilar com a referida placa, que suportava uma cruz de prata, que foi levada para Portugal, com autorização indiana, em 1974.
FORTE DE MORMUÃO
O forte de Mormugão localiza-se no ponto oposto ao
Palácio do Cabo, na ponta sul da foz do Rio Zuari, nas imediações da cidade de 'Vasco-da-Gama', concelho de Mormugão. Este forte está praticamente completamente
em ruínas, sendo que há algumas dezenas de anos ainda era possível visitá-lo.
A praça de Mormugão começou-se a
construir em Abril de 1624 (governando a Índia D. Francisco da Gama, 3º conde
da Vidigueira), conforme rezava uma lápide na entrada. O forte deve muita da sua importância à sua
localização estratégica. No século XVII com as contínuas pestes e a
insalubridade e ataques inimigos flagelando a Velha Goa,
os vice-reis tentaram transferir a capital da Índia Portuguesa para Mormugão,
tendo sido construídos alguns edifícios para o efeito, mas a mudança foi
abandonada devido aos altos custos, e já no século XIX foi aceite Nova Goa
(hoje Panjim) como a nova capital de Goa. O forte de Mormugão esteve também em foco durante o
bloqueio naval holandês do século XVII, defendendo a barra do Rio Zuari e
impedindo ataques dos navios holandeses.
FORTE DE CABO DE RAMA
O 'Forte de Chaporá' deve ser dos mais bem construídos
em Goa. Situado no 'Cabo de Rama', uma ponta terrestre no sul de Goa, oferece uma
vista sobre a costa. Em dias de bom tempo pode-se ver até uma distância de
dezenas de quilómetros, até 'Karwar' que fica no estado de 'Karnataka'.
Em mau
estado de conservação, vale contudo pela sua localização isolada. As suas muralhas são de grande
espessura e no seu interior existe uma pequena
capela. A entrada consiste num
edifício deste século, provavelmente construído pelos militares portugueses
antes de 1961. À frente do forte, no parque de estacionamento há um pequeno
cruzeiro dedicado em português a um goês enfermeiro falecido.
Esta
fortaleza passou para o domínio português em 1763 durante o governo do vice-rei
D. Manuel de Saldanha e Albuquerque, 1º Conde da Ega. Originalmente era uma
fortificação mourisca, com 15 baluartes e um fosso do lado terrestre. No século
XIX ainda havia aqui 21 peças de ferro. Este lugar era conhecido como sendo
muito saudável e próprio para a convalescença de doenças. Tem duas nascentes de
água potável, ainda hoje existentes, de diferentes temperaturas. Também existe
um pequeno lago. Já no século XIX tinha perdido a sua importância militar e os
cerca de 30 militares aqui estacionados nesse período limitavam-se a impedir o
contrabando nas praias vizinhas.
FORTE CHAPORÁ
O 'Forte de Chaporá' situa-se no concelho de Bradez,
no extremo norte, na costa. Situado no alto de um monte rodeado pelas
localidades de Siolim e Vagator, foi de grande importância estratégica devido à
sua localização costeira que controla igualmente a foz do Rio Chaporá. Está
hoje em razoáveis condições. No interior encontram-se também alguns túmulos
muçulmanos que se presumem ser pré - portugueses.
Este forte tinha sido originalmente
construído pelo Adil Shah de Bijapur. Isto explica também a origem do nome
(Shahpura - cidade do Shah). A actual construção é dos portugueses, datada de
1617. Com o propósito de albergar a população de Bardez dos ataques norteiros
dos Maratas servia também para defender o vasto estuário do rio Chaporá. Com os
seus baluartes octogonais e paredes bem sólidas este forte tem semelhanças com
o de 'Aguada' ou de 'Cabo de Rama'. A história da fortaleza conta com duas
capitulações portuguesas. A primeira em 1684, quando o capitão português se
rendeu às tropas maratas lideradas por Sambhaji. Com o recuo dos maratas, os
portugueses reconstruíram o forte em 1717, com túneis que ligavam o interior do
forte à praia. Contudo em 1739 o forte foi mais uma vez capturado pelos maratas
e Bardez ocupada por estes. Em 1741, os portugueses voltaram a instalar-se
definitivamente no forte e só em 1895 este foi abandonado, devido à sua perda
de importância com a adição das Novas Conquistas para o domínio português e a
consequente deslocação da fronteira para norte.
FORTE DE RACHOL
Rachol é uma pequena aldeia que se situa no concelho
das Velhas Conquistas de Salcete. Fica na margem esquerda do Rio Zuari e tem
como importante monumento o Seminário de Rachol. O forte hoje quase que já não
existe, contudo ainda se passa pelo antigo portão de entrada que continua de
pé com o brasão português. Também partes dos fossos são visíveis e alguns muros
que faziam parte daquilo que foi
um dos maiores fortes portugueses na Ásia.
O forte de Rachol foi conquistada em 1520
pelo Krishnarav, imperador do reino de 'Vijayanagara', ao sultanato de Bijapur
então sob comando de Ismail Adil Shah. Cedeu-o no mesmo ano aos portugueses em
troca de protecção contra os muçulmanos do norte. No auge da sua importância no
século XVI e XVII foi defendido por mais de 100 canhões e nunca mais foi
perdido para os hindus ou muçulmanos. Foi renovado e reconstruído em 1604, e
após o cerco do guerreiro marata Sambhaji em 1684, feito que é assinalado pela
seguinte placa:
"SENDO O CONDE DE ALVOR VICE-REI DA
INDIA MANDOU REFORMAR ESTA FORTALEZA DEPOIS DE SE DEFENDER DO CERCO DE SAMBAGY,
EM 22 DE ABRIL DE 1684."
Foi renovado mais uma vez em 1745 pelo Marquês de
Alorna.
FORTE DE SANQUELIM
Sanquelim situa-se no concelho de Bicholim no
noroeste de Goa. É uma pequena vila com uma grande maioria de hindus. Não há indicações quanto à presente
existência do forte. De construção hindu foi conquistado e reconquistado com a
anexação das Novas Conquistas nos séculos XVII e XIX. No século XIX ainda aqui
se encontravam algumas dezenas de militares portugueses.
FORTE DE BANASTARIM OU SÃO TIAGO
Este forte é dos mais antigos em Goa. Localizava-se
na ponta oriental da cidade de Goa (Velha Goa), a caminho do canal de 'Combarjua' e na sua margem direita.
Esta praça foi conquistada ao Hidal-Kan por Afonso de Albuquerque em 2 de Abril de 1512 e foi baptizada de Fortaleza de São Thiago. A fortaleza é de origem moura e a Igreja de S. Tiago construída em 1541, já no século XIX estava em ruínas. Há algumas referências curiosas a este forte no passado. Falando desta fortaleza, o Marquês de Pombal, nas Instruções que em nome do rei D. José deu ao governador e capitão geral da Índia em 1774 diz:
Esta praça foi conquistada ao Hidal-Kan por Afonso de Albuquerque em 2 de Abril de 1512 e foi baptizada de Fortaleza de São Thiago. A fortaleza é de origem moura e a Igreja de S. Tiago construída em 1541, já no século XIX estava em ruínas. Há algumas referências curiosas a este forte no passado. Falando desta fortaleza, o Marquês de Pombal, nas Instruções que em nome do rei D. José deu ao governador e capitão geral da Índia em 1774 diz:
" Á na
fortaleza de S. Thiago dezasseis peças, e uma d'elas do género de canhão de
disforme grandeza."
Também referindo-se a este grande canhão o secretario
Cláudio Lagrange Monteiro de Barbuda já no século XIX dizia:
"Mas ainda estava assestado em 1839, sobre os
restos de um baluarte desta fortaleza, provavelmente construída pelos mouros,
esse canhão de não tão disforme grandeza, como dizem as Instruções, (...).
Alguns escritores lhe dão o nome de mourisca, talvez por ser obra dos mouros."
FORTE DE ANJEDIVA
Situado na ilha de mesmo nome que se encontra a
cerca de 120 km a sul da capital de Goa, Panjim, este forte é dos mais antigos
construídos pelos portugueses no Oriente. A ilha mede 1,3 km de comprimento e
300 metros de largura média. Esta ilha é hoje desabitada. No século XIX ainda
aqui habitavam cerca de 200 pessoas (todas cristãs). Inclui várias couraças, a
igreja dedicada a Nossa Senhora das Brotas, a capela dedicada a Nossa Senhora
das Dores, um tanque com água potável e um antigo aquartelamento militar.
Foi aqui que desembarcou Dom Francisco de Almeida em 13 de Setembro de 1505. Mandou construir uma fortaleza que contudo foi destruída sete meses depois. A ilha de Anjediva esteve desocupada até 1661, quando os ingleses aqui se instalaram à espera que o tratado de 23 de Julho do mesmo ano (que cedia Bombaim aos ingleses) se fizesse cumprir, o que de facto aconteceu em 1665, ficando a ilha novamente desocupada. Com as invasões maratas sob comando de Sambhaji os portugueses reconstruíram o forte em 1682 sob ordens do então vice-rei D. Francisco de Távora, conde de Alvor como testemunha a seguinte placa:
Foi aqui que desembarcou Dom Francisco de Almeida em 13 de Setembro de 1505. Mandou construir uma fortaleza que contudo foi destruída sete meses depois. A ilha de Anjediva esteve desocupada até 1661, quando os ingleses aqui se instalaram à espera que o tratado de 23 de Julho do mesmo ano (que cedia Bombaim aos ingleses) se fizesse cumprir, o que de facto aconteceu em 1665, ficando a ilha novamente desocupada. Com as invasões maratas sob comando de Sambhaji os portugueses reconstruíram o forte em 1682 sob ordens do então vice-rei D. Francisco de Távora, conde de Alvor como testemunha a seguinte placa:
"GRAÇAS A
DEUS FRANCISCO DE TAVORA CONDE DE ALVOR DO CONSELHO DE ESTADO, VICE-REI E
CAPITÃO GENERAL DA INDIA, MANDOU EM 5 DE MAIO DE 1682 EDIFICAR N'ESTA ILHA ESTA
FORTALEZA POR AMARO SIMÕES PEREIRA, PRIMEIRO CAPITÃO MÓR D'ELLA , O QUAL LHE
LANÇOU A PRIMEIRA PEDRA EM 2 DE JUNHO DO DITO ANNO, E A PÔZ DEFENSAVEL ANTES DE
SEIS MESES, COM DEZASSEIS CANHÕES, E LHE CONCERTOU POÇOS, FONTES, TANQUE
GRANDE, E A COURAÇA REAL E O BALUARTE DE S. FRANCISCO COM TODAS AS SUAS
SERVENTIAS, MURO, PORTAES, E ESTA CRUZ PARA SEMPRE. -ANGEDIVA 3 DE MAIO DE
1683-M.T.-ARMAS-M.S."