quarta-feira, abril 24, 2013

Batalhas e Combates-1802

Mediterrâneo
(8 de Maio de 1802)


Quem não gostou mesmo nada do Tratado de Badajoz foi Napoleão, que acusou Godoy de se ter precipitado fazendo a paz com Portugal antes de se ter sido ocupada, pelo menos a quarta parte do seu território , conforme havia sido previamente acordado. Também os Ingleses não ficaram satisfeitos, ao verem-se abandonados pelo último aliado que ainda tinham no continente e privados de utilizarem a base de Lisboa que era fundamental para assegurar a ligação entre as suas esquadras do Canal e do Mediterrâneo. E retaliaram ocupando a ilha da Madeira e os fortes da barra de Goa. Mas tanto a Inglaterra como a própria França já estavam fartas de uma guerra a que nenhuma delas via saida. a 1 de Outubro de 1801, tiveram início, em Londres, conversações preliminares para lhe pôr termo e a 27 de Março de 1802 foi finalmente assinado em Amiens o tratado de paz. De acordo com as cláusulas desse tratado, os beligerantes comprometeram-se a restituir todas as conquistas territoriais que tinham feito durante a guerra, à exepção da ilha Trindade e de Ceilão, que foram atribuidas a título definitivo à Inglaterra e de Olivença, cuja a anexação por parte da Espanha foi reconhecida internacionalmente. Os Ingleses comprometeram-se a retirar as suas tropas da Madeira e de Goa, mas só o fizeram em relação à primeira por, entretanto, ter recomeçado a guerra. A saída dos Ingleses de Goa só viria a ter lugar em 1815. No ano em que foi celebrada a paz de Amiens, em 1802, enviámos para o estreito de Gibraltar uma forte esquadra, que em Abril era constituida por uma Nau de guerra, duas Fragatas e dois Bergantins. A 8 de Maio encontrava-se cruzando o Mediterrâneo a Fragata "N. S. do Bom Despacho", mais conhecida pela "Cirne", de 36 peças de artilharia e com 300 homens de guarnição, de que era comandante o Capitão-de-mar-e-guerra Luis Seguin Deshon. Foi então que apareceu uma Fragata de 44 peças de artilharia, ostentando bandeira inglesa, que se aproximou da "Cirne" por berlavento, fazendo sinais de que desejava comunicar com ela. Confiados os portugueses deixaram-na chegar-se sem tomarem qualquer precaução. Subitamente a Fragata supostamente inglesa mas que na realidade era argelina, arribou em cheio sobre a nossa e aferrou-a, ao mesmo tempo que a sua guarnição se lançava à abordagem, fazendo uma algazarra medonha! Apanhados completamente de surpresa, os portugueses pouca resistência puderam oferecer. O comandante e alguns dos tripulantes foram mortos, os restantes oficiais, soldados e marinheiros foram feitos prisioneiros, sendo levados para Argel juntamente com o navio. Mais tarde a 6 de Julho de 1810, foi assinada uma trégua entre Portugal e o bei de Argel segundo a qual a troco do pagamento de uma grossa indemnização e da entrega de setenta e nove argelinos que estavam presos em Lisboa, aquele se compremeteu a libertar quinhentos e oitenta e um portugueses e trinta e quatro escravos que estavam cativos em Argel. A libertação foi feita em três grupos. tendo ficado concluida a 23 de Junho de 1812.

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