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segunda-feira, março 31, 2014

Fortes e Fortalezas de Costa - Indico - Índia I


FORTES E FORTALEZAS DE COSTA NA INDIA - FORTES DE GOA




FORTE DE PANGIM



A estrutura fortificada que ficava mais próximas da muralhas de Goa, Era o velho 'Castelo de Pangim' conquistado por Afonso de Albuquerque, ainda antes da sua entrada triunfante na cidade de Goa. Ficava aonde hoje fica o 'Palácio do Governo'. Uma carta de Afonso de Albuquerque datada de 4 de Dezembro de 1513, dera andamento às obras que ficaram entregues ao mestre Tomás Fernandes. Ficou com a sua torre e baluarte, além de uma cerca em redor. Perdendo o seu valor estratégico foi a residência dos Vice-Reis. Nova data de empreitadas de melhoramento são dadas pelo cronista António Bocarro no seu relatório de 1635;

«… o castelo de Pangim, em o qual se fizeram aposentos para os Vizo-reis estarem quando vão se despedir das armadas e Naos do Reyno. Estão feitos á borda do rio com cazas bastantes e um caes onde se desembarca per as mesmas cazas. E posto que Sua Magestade, quando se fizeram na era de seiscentos  e quinze se ouve por mal servido e mandava que as pagasse o Vizo-Rey Dom Jeronimo de Azevedo …»

Era no Forte de Pangim que os novos Vice-Reis vindos do Reino esperavam para entrar na cidade pois o novo e o antigo Vice-Reis nuca se deveriam cruzar-se.

FORTE DE GASPAR DIAS



Continuando pela margem esquerda em direcção à foz do rio Mandovi, encontrava-se o forte de 'Gaspar Dias' que está situado exactamente do lado oposto, do outro lado do rio, ao 'Forte de Reis Magos', perto da cidade de Panjim, no concelho de Tiswadi. Este lugar chama-se hoje Miramar e do forte não existe mais nada, a não ser alguns canhões. O forte de Gaspar Dias foi mandado construir pelo conde da Vidigueira, D. Francisco Gama, no ano de 1598, com o propósito de defender a foz do Rio Mandovi. Continha 18 peças de artilharia. O seu plano ficou a dever-se ao engenheiro-mor João Baptista Cairato. Em 1635 tinha o seguinte aspecto:

«… Forte de pedra e cal de altura de 15 pés e as paredes de groçura  de sinco em quadro. Cada lanço de muro tem seis braças de comprido. Não está de todo acabado mas já lhe podem por dez ou doze peças de artilharia para defender a entrada da barra, em cuja fronte está do banco que ha travessa. Por cujo respeito se fes aly este forte e, como adiante da fortaleza da Aguada e na Nossa Senhora do Cabo…».

Na Margem direita do rio Mandovi e nas pequenas ilhas havia diversos dispositivos de defesa e vigilância como o 'Forte do Passo de Naroá' situado na extremidade da ilha de Divar para a defender doas ataques vindos por terra de Bardez. Numa revolta militar em 4 de Março de 1835, por ocasião da restauração do trono da rainha e da carta constitucional em Portugal, houve um motim neste forte e este foi parcialmente destruído. Em 1842 este foi reconstruído pelo governador interino José Joaquim Lopes da Lima. As peças de artilharia que eram originárias deste forte estão hoje espalhadas pelos mais diversos edifícios governamentais na capital.

O 'Forte de Gaspar Dias' deve o nome ao facto ter ocupado parte de um palmar pertencente a um português assim chamado.

FORTE DE ALORNA



Este forte está actualmente em péssimas condições. Situado no extremo noroeste de Goa, no concelho de Pernem, na margem direita do Rio Chaporá. O forte está completamente coberto de vegetação e é praticamente impossível explorar o seu interior que inclui uma pequena casa e uma antiga capela. Aldeões de Alorna (maioritariamente hindus) afirmam que os portugueses estiveram aqui até 1961 e perante o avanço das tropas indianas afundaram todos os canhões e objectos de valor no rio. Dizem ainda que:

"Os portugueses eram bons para nós" e explicam orgulhosamente que "havia um homem português que conquistou este forte em tempos e por isso recebeu o título de Alorna".

De facto ainda existem hoje descendentes a família nobre dos Marqueses de Alorna que vivem em Portugal. Descendente do vice-rei que conquistou o forte, esta família deve o seu título a esta aldeia.



Situado num ponto militar péssimo, rodeado por montanhas, mas com muralhas excelentes foi conquistado em 5 de Maio de 1746 pelo Marquês de Castelo Novo, que aqui ganhou o título de Alorna em memória do feito. Foi contudo restituído este forte aos Bhounsolés em 1761 por ordem do governo. Pouco tempo depois estes revoltaram-se com a ajuda dos 'Ranes de Satari' e ameaçaram as possessões portuguesas do norte. Em 25 de Agosto de 1781 a fortaleza foi reconquistada pelo governador Dom Frederico Guilherme de Sousa. Uma única porta dá acesso ao interior de forte (do lado sul). A praça é um pentágono irregular com quatro baluartes e um grande fosso que facilmente se pode inundar com as águas do rio. A artilharia consistia em 4 peças de ferro, uma em cada baluarte. L. Mendes descrevia assim a localização do forte:

"A situação de Alorna é risonha, aprazível e riquíssima em pitorescas paisagens. Tem boa água e abunda em contrastes naturais que produzem agradáveis impressões aos viajantes."

FORTE DE TIRACOL



O 'Forte Tiracol' é o que está situado mais a norte, está situado num enclave, no território de Perném, na margem direita do rio que lhe deu o nome e já em plena praia e foi conquistada a 23 de Novembro de 1746. Pelo Vice-Rei Dom Pedro de Almeida Portugal. Alem da cidadela que fica no alto do morro, descem dela duas couraças, uma para o lado do rio, e outra para o mar, unidas por uma muralha. São obras feitas, depois da conquista, pela engenharia portuguesa. Dentro está a 'Capela de Santo Amónio'. Está situado num enclave, no ponto mais nortenho do estado de Goa, separada do resto do território pelo Rio Tiracol. Acessível via terrestre por norte, pelo estado de Maharastra.  O forte fica numa pequena colina e ao sopé desta situa-se a pequena aldeia piscatória de Tiracol com a sua população totalmente cristã. O forte foi recentemente renovado. De tamanho muito reduzido, este forte é contudo de longe o mais bem conservado de Goa.



Construída originalmente pelos Bhounsolos, O Forte Tiracol é o que está situado mais a norte, está situado num enclave, no território de Perném, na margem direita do rio que lhe deu o nome e já em plena praia e foi conquistada a 23 de Novembro de 1746. Pelo Vice-Rei Dom Pedro de Almeida Portugal, Marquês de Castelo Novo. Além da cidadela que fica no alto do morro, descem dela duas couraças, uma para o lado do rio, e outra para o mar, unidas por uma muralha. São obras feitas, depois da conquista, pela engenharia portuguesa. Dom Pedro de Almeida Portugal, mandou construir no seu interior uma capela que no século XIX foi elevada a igreja e dedicada a St.º António. Em 1835, pouco depois da revolução liberal em Portugal foi nomeado o primeiro governador goês na história da Índia Portuguesa. Bernardo Peres da Silva no entanto nem chegou a ocupar o seu posto, devido a um contragolpe que o derrubou. Os seus apoiantes, reunidos no Forte de Tiracol foram atacados pelo governador militar Fortunato de Mello e assassinados. Em 17 de Fevereiro de 1819 o tratado assinado pelo Rajá Bounsuló reconhecia a autoridade portuguesa nos seus domínios, e assim retirou a importância estratégico-militar do forte.


FORTE DE TIVIM/FORTE DO MEIO/COLVALE


Fortificação em ruínas, como demonstra a foto.




O fortaleza de 'São Tomé de Tivim', foi construída, em 1681 e o do Meio em 1625. A respeito destas fortificações apresentaram ao engenheiro Manuel Peres da Silva o seguinte parecer em 1 de Dezembro de 1686:

"A fortificação de Tivim é um simples muro comprido, feito em parte da fronteira de Bardez (concelho de Goa) com umas três pequenas atalaias, a que chamam fortes. Tem um fosso, feito para dividir as Velhas das Novas Conquistas por aquele lado, o qual não está acabado, mas projectada a sua conclusão, para com ela se comunicarem os rios de Chaporá com o de Bardez (Mandovi)."

No forte denominado de S. Sebastião ou do Meio lia-se sobre a porta principal a seguinte inscrição:

"REINANDO O CATHOLICO REI DÕ FILLIPE III GOVERNANDO ESTE ESTADO O VIGILÃTISSIMO DÕ MIGUEL DE NORONHA CONDE DE LINHARES SE FEZ ESTA OBRA 1635."



Próximo deste forte está a igreja de Colual, que foi fundada pelos franciscanos em 1591, reconstruída em 1678 e renovada após o incêndio que sofreu na invasão de Sambhaji em 1683.

FORTE DE CORUJEM


Este forte está completamente isolado entre o concelho de Bardez e Sanquelim e só pouco as pessoas sabem da sua existência, embora seja de alguma grandeza e tenha uma certa importância histórica na expansão portuguesa na Índia. Situa-se numa pequena ilha e está em mau estado de conservação. Com muros bem grandes, os soldados portugueses ansiosos por voltar a Portugal aqui esperavam pelos ataques devastadores dos maratas ou muçulmanos inimigos.

À muita pouca informação deste forte. Até ao século XVIII o rio de Mapuça servia de fronteira natural entre os portugueses e os muçulmanos, e alguns muros antigos deste forte podem ser vistos perto do ponto de ferry em Aldona. Contudo em 1705 os portugueses iniciaram a expansão para leste e foi sensivelmente nesta altura que foi construído o 'Forte de Corujem'.

Conta-se que um dos defensores do forte foi Úrsula e Lancastre, uma mulher portuguesa que estava determinada em triunfar no mundo dos homens, e que se disfarçou de soldado e viajou pelo mundo fora. Chegada a Corujem como soldado foi no entanto descoberta após ser capturada e despida, mas o final foi feliz e acabou por casar com o capitão.

FORTE DE AGUADA


Colocado num ponto estratégico, controlando o estuário do Rio Mandovi, no concelho de Bardez, este forte é dos mais grandes e mais bem conservados em Goa. É visitado por muitos turistas, e conta com a atracção de dois faróis. Um é o mais velho do género na Ásia, o outro bem mais moderno cumpre agora a tarefa de ajudar à navegação marítima. O forte é muito grande, com vários baluartes. Estende-se por vários quilómetros quadrados e numa das suas partes junto ao rio Mandovi situa-se presentemente a prisão de Goa. 



Esta praça tinha originalmente o nome de Santa Catarina, mas devido às diversas fontes de água fresca no seu interior, foi baptizada de 'Forte Aguada', sendo que aqui os barcos portugueses aportavam para se reabastecerem de água e mantimentos. Começada a construção em 1604, foi finalizada a parte principal em 1812, data que está (estava?) marcada numa placa:

"REINANDO MUI CATHOLICO REI D. FILLIPE 2.º DE PORTUGAL MANDOU A CIDADE FAZER ESTA FORTALEZA DO DINHEIRO DE UM POR CENTO, PARA GUARDA E DEFFENSÃO DAS NÁOS, QUE A ESTE PORTO VEM, A QUAL FOI ACABADA PELOS VEREADORES DO ANNO 1612, SENDO VICE-REI DÉSTE ESTADO RUI LOURENÇO DE TAVORA."



Este forte foi essencial na defesa de Goa no bloqueio dos holandeses no século XVII e nas diversas incursões guerreiras dos maratas em Bardez. No seu interior encontra-se ainda a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem e o farol da Aguada, mandado construir pelo governador interino Lopes de Lima em 1841, que incluía uma grande lanterna e um sino de 2.250 quilos. Este sino era originário do Convento dos Agostino em velha Goa. Este sino, está presentemente na Igreja de Panjim. Um moderno farol veio a substituir aquele que foi um dos mais antigos faróis na Ásia.

FORTE DE PONDÁ



O forte situa-se a uns 5 quilómetros de Pondá, sendo uma reconstituição da antiga fortaleza que aqui se situava, muito bem conservado e no seu centro ergue-se uma bela estátua do líder guerreiro marata Shivaji que por aqui passou no século XVII. Construído pelos guerreiros de 'Adil Shah' (muçulmanos) foi destruído pelos portugueses em 1549. Esteve em ruínas por mais de 100 anos, até que Shivaji reconquistou a cidade e mandou reconstruir o forte em 1675. Em Outubro de 1683 o vice-rei tentou conquistá-lo mas sem sucesso, devido ao grande número de tropas do rei marata Sambhaji. Esta região do interior e maioritariamente habitada por hindus provocou sempre muitos problemas aos portugueses que aqui por diversas vezes saíram derrotados em batalhas, tendo neste lugar igualmente perdido a vida um vice-rei em combate.

FORTE DE NANUZ



O forte de Nanuz situa-se a 2 km a sul da capital do concelho de Satari, Valpoi. Nanuz é uma pequena aldeia e para quem vem da costa é sempre surpreendente observar o grande número de muçulmanos nesta zona do interior de Goa que aqui chegam a ser maioritários em algumas aldeias. Em princípio não existe hoje nenhum forte de Nanuz. Parece que existe ainda uma pequena gruta que originalmente pertencia á fortificação perto do Rio Mandovi. Hoje já só existe um pequeno pilar com uma placa que diz "Local do antigo Forte de Nanuz". Este lugar fica numa colina mesmo na margem do rio e o terreno desce abruptamente até à água.

Há muito pouco material sobre este forte. Construído provavelmente bem antes da chegada dos portugueses a estas terras do interior, foi utilizado regularmente como local para as rebeliões dos camponeses e pelos "Ranés" (dinastia hindu desta região) contra os portugueses, especialmente durante o século XIX. Devido a esse facto e à dificuldade com que os portugueses enfrentavam os revoltados no terreno montanhoso e inóspito, foi demolido pelos próprios portugueses em 1895. Hoje resta um pilar com a referida placa, que suportava uma cruz de prata, que foi levada para Portugal, com autorização indiana, em 1974.

FORTE DE MORMUÃO



O forte de Mormugão localiza-se no ponto oposto ao Palácio do Cabo, na ponta sul da foz do Rio Zuari, nas imediações da cidade de 'Vasco-da-Gama', concelho de Mormugão. Este forte está praticamente completamente em ruínas, sendo que há algumas dezenas de anos ainda era possível visitá-lo.



A praça de Mormugão começou-se a construir em Abril de 1624 (governando a Índia D. Francisco da Gama, 3º conde da Vidigueira), conforme rezava uma lápide na entrada. O forte deve muita da sua importância à sua localização estratégica. No século XVII com as contínuas pestes e a insalubridade e ataques inimigos flagelando a Velha Goa, os vice-reis tentaram transferir a capital da Índia Portuguesa para Mormugão, tendo sido construídos alguns edifícios para o efeito, mas a mudança foi abandonada devido aos altos custos, e já no século XIX foi aceite Nova Goa (hoje Panjim) como a nova capital de Goa. O forte de Mormugão esteve também em foco durante o bloqueio naval holandês do século XVII, defendendo a barra do Rio Zuari e impedindo ataques dos navios holandeses.

FORTE DE CABO DE RAMA


O 'Forte de Chaporá' deve ser dos mais bem construídos em Goa. Situado no 'Cabo de Rama', uma ponta terrestre no sul de Goa, oferece uma vista sobre a costa. Em dias de bom tempo pode-se ver até uma distância de dezenas de quilómetros, até 'Karwar' que fica no estado de 'Karnataka'.



Em mau estado de conservação, vale contudo pela sua localização isolada. As suas muralhas são de grande espessura e no seu interior existe uma pequena capela. A entrada consiste num edifício deste século, provavelmente construído pelos militares portugueses antes de 1961. À frente do forte, no parque de estacionamento há um pequeno cruzeiro dedicado em português a um goês enfermeiro falecido.



Esta fortaleza passou para o domínio português em 1763 durante o governo do vice-rei D. Manuel de Saldanha e Albuquerque, 1º Conde da Ega. Originalmente era uma fortificação mourisca, com 15 baluartes e um fosso do lado terrestre. No século XIX ainda havia aqui 21 peças de ferro. Este lugar era conhecido como sendo muito saudável e próprio para a convalescença de doenças. Tem duas nascentes de água potável, ainda hoje existentes, de diferentes temperaturas. Também existe um pequeno lago. Já no século XIX tinha perdido a sua importância militar e os cerca de 30 militares aqui estacionados nesse período limitavam-se a impedir o contrabando nas praias vizinhas.

FORTE CHAPORÁ



O 'Forte de Chaporá' situa-se no concelho de Bradez, no extremo norte, na costa. Situado no alto de um monte rodeado pelas localidades de Siolim e Vagator, foi de grande importância estratégica devido à sua localização costeira que controla igualmente a foz do Rio Chaporá. Está hoje em razoáveis condições. No interior encontram-se também alguns túmulos muçulmanos que se presumem ser pré - portugueses.



Este forte tinha sido originalmente construído pelo Adil Shah de Bijapur. Isto explica também a origem do nome (Shahpura - cidade do Shah). A actual construção é dos portugueses, datada de 1617. Com o propósito de albergar a população de Bardez dos ataques norteiros dos Maratas servia também para defender o vasto estuário do rio Chaporá. Com os seus baluartes octogonais e paredes bem sólidas este forte tem semelhanças com o de 'Aguada' ou de 'Cabo de Rama'. A história da fortaleza conta com duas capitulações portuguesas. A primeira em 1684, quando o capitão português se rendeu às tropas maratas lideradas por Sambhaji. Com o recuo dos maratas, os portugueses reconstruíram o forte em 1717, com túneis que ligavam o interior do forte à praia. Contudo em 1739 o forte foi mais uma vez capturado pelos maratas e Bardez ocupada por estes. Em 1741, os portugueses voltaram a instalar-se definitivamente no forte e só em 1895 este foi abandonado, devido à sua perda de importância com a adição das Novas Conquistas para o domínio português e a consequente deslocação da fronteira para norte.

FORTE DE RACHOL



Rachol é uma pequena aldeia que se situa no concelho das Velhas Conquistas de Salcete. Fica na margem esquerda do Rio Zuari e tem como importante monumento o Seminário de Rachol. O forte hoje quase que já não existe, contudo ainda se passa pelo antigo portão de entrada que continua de pé com o brasão português. Também partes dos fossos são visíveis e alguns muros que faziam parte daquilo que foi um dos maiores fortes portugueses na Ásia.



O forte de Rachol foi conquistada em 1520 pelo Krishnarav, imperador do reino de 'Vijayanagara', ao sultanato de Bijapur então sob comando de Ismail Adil Shah. Cedeu-o no mesmo ano aos portugueses em troca de protecção contra os muçulmanos do norte. No auge da sua importância no século XVI e XVII foi defendido por mais de 100 canhões e nunca mais foi perdido para os hindus ou muçulmanos. Foi renovado e reconstruído em 1604, e após o cerco do guerreiro marata Sambhaji em 1684, feito que é assinalado pela seguinte placa:

"SENDO O CONDE DE ALVOR VICE-REI DA INDIA MANDOU REFORMAR ESTA FORTALEZA DEPOIS DE SE DEFENDER DO CERCO DE SAMBAGY, EM 22 DE ABRIL DE 1684."

Foi renovado mais uma vez em 1745 pelo Marquês de Alorna.

FORTE DE SANQUELIM



Sanquelim situa-se no concelho de Bicholim no noroeste de Goa. É uma pequena vila com uma grande maioria de hindus. Não há indicações quanto à presente existência do forte. De construção hindu foi conquistado e reconquistado com a anexação das Novas Conquistas nos séculos XVII e XIX. No século XIX ainda aqui se encontravam algumas dezenas de militares portugueses.

FORTE DE BANASTARIM OU SÃO TIAGO



Este forte é dos mais antigos em Goa. Localizava-se na ponta oriental da cidade de Goa (Velha Goa), a caminho do canal de 'Combarjua' e na sua margem direita.

Esta praça foi conquistada ao Hidal-Kan por Afonso de Albuquerque em 2 de Abril de 1512 e foi baptizada de Fortaleza de São Thiago. A fortaleza é de origem moura e a Igreja de S. Tiago construída em 1541, já no século XIX estava em ruínas. Há algumas referências curiosas a este forte no passado. Falando desta fortaleza, o Marquês de Pombal, nas Instruções que em nome do rei D. José deu ao governador e capitão geral da Índia em 1774 diz:

" Á na fortaleza de S. Thiago dezasseis peças, e uma d'elas do género de canhão de disforme grandeza."



Também referindo-se a este grande canhão o secretario Cláudio Lagrange Monteiro de Barbuda já no século XIX dizia:

"Mas ainda estava assestado em 1839, sobre os restos de um baluarte desta fortaleza, provavelmente construída pelos mouros, esse canhão de não tão disforme grandeza, como dizem as Instruções, (...). Alguns escritores lhe dão o nome de mourisca, talvez por ser obra dos mouros."

FORTE DE ANJEDIVA



Situado na ilha de mesmo nome que se encontra a cerca de 120 km a sul da capital de Goa, Panjim, este forte é dos mais antigos construídos pelos portugueses no Oriente. A ilha mede 1,3 km de comprimento e 300 metros de largura média. Esta ilha é hoje desabitada. No século XIX ainda aqui habitavam cerca de 200 pessoas (todas cristãs). Inclui várias couraças, a igreja dedicada a Nossa Senhora das Brotas, a capela dedicada a Nossa Senhora das Dores, um tanque com água potável e um antigo aquartelamento militar.

Foi aqui que desembarcou Dom Francisco de Almeida em 13 de Setembro de 1505. Mandou construir uma fortaleza que contudo foi destruída sete meses depois. A ilha de Anjediva esteve desocupada até 1661, quando os ingleses aqui se instalaram à espera que o tratado de 23 de Julho do mesmo ano (que cedia Bombaim aos ingleses) se fizesse cumprir, o que de facto aconteceu em 1665, ficando a ilha novamente desocupada. Com as invasões maratas sob comando de Sambhaji os portugueses reconstruíram o forte em 1682 sob ordens do então vice-rei D. Francisco de Távora, conde de Alvor como testemunha a seguinte placa:

"GRAÇAS A DEUS  FRANCISCO DE TAVORA CONDE DE ALVOR DO CONSELHO DE ESTADO, VICE-REI E CAPITÃO GENERAL DA INDIA, MANDOU EM 5 DE MAIO DE 1682 EDIFICAR N'ESTA ILHA ESTA FORTALEZA POR AMARO SIMÕES PEREIRA, PRIMEIRO CAPITÃO MÓR D'ELLA , O QUAL LHE LANÇOU A PRIMEIRA PEDRA EM 2 DE JUNHO DO DITO ANNO, E A PÔZ DEFENSAVEL ANTES DE SEIS MESES, COM DEZASSEIS CANHÕES, E LHE CONCERTOU POÇOS, FONTES, TANQUE GRANDE, E A COURAÇA REAL E O BALUARTE DE S. FRANCISCO COM TODAS AS SUAS SERVENTIAS, MURO, PORTAES, E ESTA CRUZ PARA SEMPRE. -ANGEDIVA 3 DE MAIO DE 1683-M.T.-ARMAS-M.S."


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