FORTES E FORTALEZAS DE COSTA NO BRASIL - SÃO PAULO
BATERIA DA PRAIA DO GÓIS
A Bateria da Praia do Góis localiza-se na ilha de Santo Amaro, a sudeste sobre a praia do Góis, dominando a Barra Grande, canal de acesso ao porto da vila (hoje cidade) de Santos, no município do Guarujá, litoral do estado brasileiro de São Paulo.
Esta bateria foi erguida por determinação do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quartomorgado de Mateus (1765-1775), no contexto da reforma de 1765 da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, como um reduto de apoio à defesa daquela fortaleza. Iniciada em 1766, a sua construção ficou a cargo do capitão Fernando Leite, comandante daquela praça de 1766 a 1768, constituindo-se numa cortina de três faces com dois ângulos, parapeitos e guaritas, originalmente artilhada com dezoito peças de ferro e bronze de diversos calibres. Em pedra e cal, as suas peças atiravam à barbeta do terrapleno lajeado, cruzando fogos com o Forte Augusto.
Esta bateria foi erguida por determinação do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quartomorgado de Mateus (1765-1775), no contexto da reforma de 1765 da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, como um reduto de apoio à defesa daquela fortaleza. Iniciada em 1766, a sua construção ficou a cargo do capitão Fernando Leite, comandante daquela praça de 1766 a 1768, constituindo-se numa cortina de três faces com dois ângulos, parapeitos e guaritas, originalmente artilhada com dezoito peças de ferro e bronze de diversos calibres. Em pedra e cal, as suas peças atiravam à barbeta do terrapleno lajeado, cruzando fogos com o Forte Augusto.
A respeito da obra, aquele governador referiu:
"(…) já posso dizer a V. Exa. que fica acabado o forte que mandei fazer na Barra Grande da Vila de Santos, na praia chamada 'do Góes', porque até ao fim do mês se lhe completa o parapeito, e as guaritas que só lhe faltam. Este forte é muito necessário para impedir os desembarques que só podem haver naquela praia, que tem fundo e podem chegar a ela as embarcações sem serem vistas da Fortaleza de Santo Amaro, e desembarcando gentes, e ganhando o morro sem impedimento, ficam enfiando do alto, sem nenhum obstáculo com os mosquetes, todos que andam dentro da dita Fortaleza de Santo Amaro, que se descobre toda, e por consequência é logo tomada.
O forte consta de uma cortina de dois ângulos abertos de 213 palmos de comprimento e 20 de alto, a qual forma três faces, uma virada para a praia, que defende o desembarque, e as duas para o mar, da parte de trás é pegada ao morro. Levará dezoito peças; foi feito com muita comodidade na despesa, parece que andará por três mil cruzados (…)."
Embora não tenha chegado a ter uma denominação oficial, alguns a denominaram de Forte de Santo Antônio. Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
"No forte da praia do Góes se acham oito peças, quatro montadas e quatro desmontadas e muito maltratadas, de sorte que algumas estão em estado de não poder dar fogo. Este forte defende o único desembarque que há desde a barra até à fortaleza e este desembarque deve ser bem defendido. O forte se acha em boa posição, porém se o inimigo consegue por o pé em terra, com facilidade toma o dito forte e, por consequência, a Fortaleza da Barra Grande. Este forte tem capacidade para se lhe fazer um telheiro, onde se guarde a artilharia a fim de a ter em bom estado quando a ocasião o pedir servir-se dela."
Desarmada em 1877, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1964, integrando o conjunto arquitetônico da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.
ENTRINCHEIRAMENTO DE IGUAPE
O Entrincheiramento de Iguape localizava-se em Iguape, a cerca de setenta quilômetros ao norte de Cananeia, no litoral do atual estado brasileiro de São Paulo.
A povoação de Iguape, estabelecida pelo desertor espanhol tenente Ruy García de Moschera nas primeiras décadas do século XVI, era habitada por náufragos e desertores espanhóis do rio da Prata, aliados a Cosme Fernandes, o chamado "bacharel de Cananeia". Em 1534, a propósito do massacre dos oitenta integrantes da entrada de Pero Lobo pelos Carijós às margens do rio Iguaçu, pouco depois de partirem de Cananeia (1 de setembro de 1531), Pero de Góis intimou os espanhóis a entregarem o bacharel de Cananeia e a prestarem obediência ao rei de Portugal e ao governador Martim Afonso de Sousa em trinta dias, sob pena de morte e de confisco de bens. Moschera respondeu que não reconhecia a jurisdição daCoroa portuguesa, uma vez que se encontrava em terras de Castela, criando-se, então, um impasse. Na iminência do ataque português, Moschera e o bacharel, apoiados por duzentos indígenas flecheiros, capturaram um navio corsário francês que, pouco antes, aportara em Cananeia em busca de provisões, apoderando-se, então, de suas armas e munições. Em seguida, fizeram cavar uma trincheira em frente à povoação de Iguape, no sopé do morro atualmente conhecido como Outeiro do Bacharel, guarnecendo-a com quatro das peças de artilharia do navio francês. Na sequência, dispuseram vinte espanhóis e 150 indígenas emboscados no manguezal da foz da barra de Icapara, aguardando a força portuguesa. Esta, composta por oitenta homens, ao desembarcar, foi recebida pelo fogo da artilharia, sendo desbaratada. Na retirada, os sobreviventes foram surpreendidos pelas forças espanholas emboscadas na foz da barra, onde os remanescentes pereceram, sendo gravemente ferido o seu capitão, Pero de Góis, por um tiro de arcabuz. Vitoriosos, no dia seguinte os espanhóis embarcaram no navio francês e atacaram a vila de São Vicente, a qual saquearam e incendiaram, levando, inclusive, o livro do Tombo, deixando-a praticamente destruída e matando dois terços dos seus habitantes. Os agressores fugiram, em seguida para o sul, abandonando Iguape.
FEITORIA DE SÃO VICENTE
A Feitoria de São Vicente localizava-se na ilha de São Vicente, no litoral do atual estado brasileiro de São Paulo.
Uma feitoria para o escambo de pau-brasil ("Caesalpinia echinata") teria existido no litoral vicentino desde 1512, operada pelo judeu degredado, Bacharel Mestre Cosme Fernandes (Pessoa), o chamado "Bacharel de Cananéia". O local dessa feitoria seria posteriormente escolhido para a fundação da vila de São Vicente (22 de janeiro de 1532) por Martim Afonso de Sousa. Nesta feitoria e vila teria vivido Diogo de Braga, a cujos filhos mamelucos se atribuirá a Casa-forte (c. 1548), núcleo do futuro Fortim de São Tiago da Bertioga.
Uma feitoria para o escambo de pau-brasil ("Caesalpinia echinata") teria existido no litoral vicentino desde 1512, operada pelo judeu degredado, Bacharel Mestre Cosme Fernandes (Pessoa), o chamado "Bacharel de Cananéia". O local dessa feitoria seria posteriormente escolhido para a fundação da vila de São Vicente (22 de janeiro de 1532) por Martim Afonso de Sousa. Nesta feitoria e vila teria vivido Diogo de Braga, a cujos filhos mamelucos se atribuirá a Casa-forte (c. 1548), núcleo do futuro Fortim de São Tiago da Bertioga.
FORTALEZA DE SANTO AMARO DA BARRA GRANDE
A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, também referida como Fortaleza de São Miguel, Fortaleza da Praia Grande e Fortaleza da Barra Grande, localiza-se a sudeste na ilha de Santo Amaro, entre a praia do Góis e a praia de Santa Cruz dos Navegantes, batendo a Barra Grande, canal de acesso ao porto da vila (hoje cidade) de Santos, no atual município do Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo.
A fortaleza foi erguida a partir de ontem 1584, no contexto da Dinastia Filipina (1580-1640), após o ataque do corsário inglês Edward Fenton (dezembro de 1583) a Santos, rechaçado por Andrés Higino, a frota de Andrés Higino estava sob o comando do Almirante D. Diogo Flores de Valdés no sul do Brasil, quando encontrou uma nau atacada por Edward Fenton, Diogo Flores de Valdés tinha a missão de navegar pela costa brasileira até a entrada do Estreito de Magalhães em busca de corsários como Sir Francis Drake conhecido como El Dragon, sabendo das notícias Valdés designa Higino como comandante de três Galeões para retornar à Vila de Santos e atacar os corsários. A sua planta original é atribuída ao arquiteto militar italiano Giovanni Battista Antonelli, integrante dessa armada (1582-1584), e foi artilhada com algumas peças de um galeão capturado a corsários na ocasião. Essa fortificação era de fraca construção, não tendo oferecido resistência ao ataque do corsário inglês Thomas Cavendish (1590). Rechaçou a tentativa de reabastecimento do almirante neerlandês Joris van Spielbergen (3 de fevereiro de 1615), e posteriormente a tentativa de assalto do corsário francês Jean-François Duclerc (agosto de 1710), que se dirigiu em seguida ao Rio de Janeiro.
A fortaleza foi erguida a partir de ontem 1584, no contexto da Dinastia Filipina (1580-1640), após o ataque do corsário inglês Edward Fenton (dezembro de 1583) a Santos, rechaçado por Andrés Higino, a frota de Andrés Higino estava sob o comando do Almirante D. Diogo Flores de Valdés no sul do Brasil, quando encontrou uma nau atacada por Edward Fenton, Diogo Flores de Valdés tinha a missão de navegar pela costa brasileira até a entrada do Estreito de Magalhães em busca de corsários como Sir Francis Drake conhecido como El Dragon, sabendo das notícias Valdés designa Higino como comandante de três Galeões para retornar à Vila de Santos e atacar os corsários. A sua planta original é atribuída ao arquiteto militar italiano Giovanni Battista Antonelli, integrante dessa armada (1582-1584), e foi artilhada com algumas peças de um galeão capturado a corsários na ocasião. Essa fortificação era de fraca construção, não tendo oferecido resistência ao ataque do corsário inglês Thomas Cavendish (1590). Rechaçou a tentativa de reabastecimento do almirante neerlandês Joris van Spielbergen (3 de fevereiro de 1615), e posteriormente a tentativa de assalto do corsário francês Jean-François Duclerc (agosto de 1710), que se dirigiu em seguida ao Rio de Janeiro.
Passou a comandar a praça em 1702, o Capitão Luiz da Costa de Siqueira (Carta Patente de 23 de julho de 1702), e sua guarnição compunha-se de umalcaide e de cem soldados. A Carta-régia de 11 de setembro de 1709 mandou aumentá-la, e que do Rio de Janeiro se remetesse artilharia de grosso calibre para sua defesa. Manuel de Castro de Oliveira, um particular residente em Santos, propôs em 1711 à Coroa Portuguesa reconstruir e armar a fortaleza às suas custas, em troca de algumas mercês. A Coroa, pela Carta-régia de 26 de janeiro de 1715, aceitou o oferecimento daquele particular residente em Santos "para reconstruí-la e armá-la, mediante a mercê do foro de fidalgo, o Hábito [da Ordem] de Cristo, tença anual de 80$000 e um ofício nas Minas [Gerais], que tivesse de rendimento 400$000, para seu filho". São deste período o projeto assinado por Manuel Pinto de Villa Lobos(Fortaleza que se há de fazer na praia grande de Santos, 1712. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) e outros (Planta da Fortaleza desenhada de novo na barra grande de Santos, c. 1712; Planta da Fortaleza projetada na barra da vila de Santos, c. 1712. AHU, Lisboa). Essas obras foram iniciadas sob a orientação do engenheiro francês Brigadeiro Jean Massé, com o auxílio do Sargento-mor Antônio Francisco Lustosa. Em 1717 o então governador de Santos designou Luiz Antônio de Sá Queiroga para adicionar à fortaleza parapeitos, reduto, cortina, casa de pólvora e outras obras, orçadas à época em 4.000 cruzados. Durante o governo do Vice-rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil, D. Vasco Fernandes César de Meneses (1720-1735), foi terminada a muralha (1721), sendo a praça finalmente artilhada com trinta e duas peças (1723-1725). Novas reformas foram efetuadas em 1731-1732. Por volta de 1739 aqui esteve o Brigadeiro José da Silva Pais, com a missão de examinar esta e outras defesas no litoral santista. Este oficial foi o responsável pelo projeto da nova Casa da Pólvora e de uma capela, erguida no local da antiga Casa da Pólvora e inaugurada em 1742.
Uma nova campanha de obras teve lugar em 1765, sendo governador da capitania de São Paulo o capitão-general D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-1775), que mandou repará-la e ampliá-la devido ao seu estado precário. Cruzando fogos com o Forte da Estacada, para complemento deste sistema defensivo, mandou ainda edificar a Bateria da praia do Góis (1766), para servir como posto avançado à fortaleza. Data deste período ainda o chamado "Portão Espanhol" que a liga àquela fortificação. Em Relatório à Coroa, acerca das fortificações da Capitania, datado de 30 de junho de 1770, este governador informou que esta praça estava artilhada com vinte e oito peças: três de 24, oito de 18, três de 12, três de 8, e onze de 6.5.
Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, entre o final do século XVIII e o início do século XIX:
"Na Barra Grande achei as portas podres e despedaçadas, o Quartel arruinado e parte dele a cair, a Casa da Pólvora por acabar; na bateria de baixo achei algumas peças montadas em carretas podres e outras no chão, muito maltratadas, de sorte que toda esta bateria está impossibilitada de fazer fogo, sendo a melhor que tem esta fortaleza por serem os seus tiros quase horizontais, e pela curta distância a que chegam os navios pode esta bateria servir de balas ardentes, de balas fixas, de balas encadeadas de plaqueta, além de ter velas e cartuchos de pinha, e até pelo ângulo que forma o canal, por onde necessariamente passam os navios, oferecem ao inimigo nove bocas de fogo reto e duas em cada flanco, que sendo bem providos, podem fazer grande dano.
Na bateria superior achei quatorze peças montadas em carretas novas, cuja bateria é inferior nas suas vantagens à de baixo por serem os seus tiros mergulhantes e só podem ser bons em maior distância, ficando incertos pela falta de bons artilheiros. Pelo prolongamento da cortina, até à porta, que dá saída para o forte da praia do Goes, se acham três peças montadas em carretas novas e nove desmontadas, algumas destas muito maltratadas, de sorte que não poderão fazer fogo por se acharem cheias de escaravelhos e uma encravada.
Na bateria baixa há um telheiro encostado à muralha superior, o qual se pode acrescentar unindo a este a casa de um índio que serve à fortaleza; em cujo telheiro se pode ter recolhida a maior parte da artilharia, com seus reparos, para se livrar dos grande sóis e imensas chuvas que há de ordinário neste país, e porque a plataforma está móvel com o terrapleno da praça e com facilidade vem esta artilharia ao seu lugar na bateria em todo e qualquer lugar.
Na mesma circunstância se pode por a bateria superior, poupando Sua Majestade por este modo a imensa despesa que continuamente está fazendo com o carretame, devendo ser este pintado a óleo de linhaça [ou] na falta deste com azeite de mamona, e uma terra que há em Cananéia que é semelhante ao roxo-terra da Itália (...)."
O Forte Augusto, também conhecido como Forte da Estacada, Forte da Trincheira ou Forte do Castro, localizava-se na Ponta da Praia, dominando a entrada do canal e a praia do Embaré, ao sul da cidade de Santos, no litoral do estado brasileiro de São Paulo. Demolido no início do século XX, em seu local ergue-se em nossos dias o Museu de Pesca.
Existem dois projetos para a edificação desta estrutura:
Em 1712, de autoria de Manuel Pinto de Villa Lobos que aproveitava desenhos do século XVII, com planta quadrangular e quatro baluartes. Em 1714, de autoria do Brigadeiro João Massé, "(...)possuía planta quadrangular com uma tenalha voltada para o Canal da Barra, e dois baluartes angulares no lado norte. Estava protegido por um fosso e uma linha externa de estacada". O particular João de Castro de Oliveira ofereceu-se para erguer o forte às suas próprias expensas, em troca das seguintes mercês da Coroa: "O Forro de Fidalgo da Casa de S. Mag. na forma do Estilo"; "(...) dois hábitos de Cristo cada um com Tença de oitenta mil réis cada ano por três vidas para passar de Pai a Filho e deste a Neto, pagas as ditas tenças nesta provedoria de Santos"; "(...) a propriedade de um ofício nas Minas que renda todos os anos duzentos mil réis"; e "(...) a patente de Sargento Maior da Dita Fortaleza para mim e meus descendentes com vinte mil réis de soldo cada mês." Como os custos de construção seriam muito elevados, a Provisão Régia de 27 de janeiro de 1715 aprovou a proposta de João de Castro de Oliveira. As obras preliminares haviam sido iniciadas no ano anterior, mas encontravam-se paralisadas em 1721, conforme Relatório de Inspeção do então governador e capitão-general da capitania de São Paulo, Rodrigo César de Meneses. Aquele governante concluía que, se o cidadão Manoel (sic) de Castro, que se oferecera para edificá-lo em troca de mercê da Coroa portuguesa, não o fizesse, ele mandaria construí-lo por conta da consignação autorizada pela Coroa para as obras de defesa. Constituía-se primitivamente em uma estacada de madeira e terra apiloada. Tinha a função de acompanhar o movimento de navios fora da barra em alto mar, cruzando fogos com a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, que lhe era fronteiro. De acordo com o relato do Brigadeiro José da Silva Pais, quatro anos mais tarde (1725), o forte, em cujos alicerces mal seguros se assentavam cinco peças de artilharia, devia ser abandonado, uma vez que o cidadão João de Castro Oliveira, que então se prontificara a erguê-lo, não mais pretendia prosseguir a obra. Esses alicerces eram de "pedra de alvenaria mal-argamassada e com pequena espessura para poderem resistir aos embates do mar, à ação do tempo e a qualquer combate sério com o inimigo." Em 1734, por determinação de João V de Portugal (1705-1750), o então governador e capitão-General da capitania de São Paulo, conde de Sarzedas, inspecionando as fortificações marítimas da baixada santista, constatou que para concluir as obras do forte, seria necessária uma despesas excedente de 80.000 cruzados, o que manteve as obras em suspenso por mais algum tempo. As obras foram retomadas em 1738 pelo Brigadeiro Silva Pais. Este abandonou os trabalhos com base no projeto de João Massé e, entre as novas obras, fez executar uma estacada de madeira em torno do perímetro da fortificação, o que originou a denominação de Forte da Estacada. Estaria guarnecido por um cabo, oito soldados e um oficial inferior, responsáveis pelo reconhecimento de navios. Posteriormente, no governo da capitania de São Paulo pelo capitão-general D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-1775), dentro do contexto das obras de recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, quando foi levantada a Bateria da praia do Góis (1765 e 1766, respectivamente) o Forte da Estacada foi inicialmente reparado (estacada reforçada, parapeitos melhorados), para ser posteriormente reformado, ganhando estrutura de forma tenalhada com dois flancos em ângulo reentrante para o lado de terra, numa extensão de cerca de quarenta metros. Em Relatório à Coroa, acerca das fortificações da Capitania, datado de 30 de junho de 1770, este governador informou que esta praça estava artilhada com nove peças: três de calibre 8, cinco de 6 e uma de 4 libras de bala. Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
"Na Fortaleza da Trincheira se acham onze peças todas desmontadas e algumas já sem serventia. A estacada está toda podre e o quartel já bastante arruinado. Com pouca despesa se pode fazer na frente do quartel uma grande varanda, onde se recolha a artilharia, pois com facilidade vai a artilharia ao seu lugar na bateria em qualquer repente. Este forte cruza seus fogos com os da Fortaleza da Barra Grande e dele se descobre toda a barra e o mar grosso. Pode, por esta razão, fazer avisos aos mais para estes se porem em ação e prontos para o combate."
FORTE DA FEITICEIRA
O Forte da Feiticeira localizava-se na praia da Feiticeira, no lado oeste da ilha de São Sebastião (Ilhabela), no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, foi artilhado com três peças. Cruzava fogos com o Forte do Araçá no continente, batendo o sul do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885).
Forte marítimo de pequenas dimensões, apresentava planta semelhante à do Forte do Rabo Azedo, consistindo em um retângulo com a parte frontal semicircular. estavam artilhados com três peças cada um, sendo duas na frente e uma na lateral direita, próxima ao mastro da bandeira.
Erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, foi artilhado com três peças. Cruzava fogos com o Forte do Araçá no continente, batendo o sul do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885).
Forte marítimo de pequenas dimensões, apresentava planta semelhante à do Forte do Rabo Azedo, consistindo em um retângulo com a parte frontal semicircular. estavam artilhados com três peças cada um, sendo duas na frente e uma na lateral direita, próxima ao mastro da bandeira.
FORTE DA PONTA DAS CANAS
O Forte da ponta das Canas localizava-se na ponta das Canas, no lado noroeste da ilha de São Sebastião (Ilhabela), no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Este forte foi iniciado em 1800, com o seu projeto original prevendo dezoito canhoneiras. De acordo com o autor, o isolamento e vulnerabilidade de sua localização levaram ao abandono do projeto, do qual acreditava não houvesse mais vestígios, à época (1885). Dele existe planta sob o título "Planta da Fortaleza da Ponta das Canas de Alvenaria", de autoria do tenente-coronel José António Teixeira, sem data, no Arquivo Histório do Exército (Rio de Janeiro). A sua legenda reza: "Principiado ha annos, de alvenaria, (...): a sua conclusão seria útil, por defender a entrada dos navios. Acha-se coberto de matto, e não tem huma só pessoa [peça] de artilharia." Terá sido, na realidade, o último dos fortes na ilha a ser construído, sendo o único que foi preservado, os seus muros podendo ser observados ao lado do farol da Ponta das Canas. A sua conservação deveu-se ao esforço e conscientização da proprietária do imóvel.
Constitui-se numa simples cortina em alvenaria de pedra argamassada, com o formato poligonal, em seis lances (quatro principais), aberta, sem muro pelo lado de terra.
Este forte foi iniciado em 1800, com o seu projeto original prevendo dezoito canhoneiras. De acordo com o autor, o isolamento e vulnerabilidade de sua localização levaram ao abandono do projeto, do qual acreditava não houvesse mais vestígios, à época (1885). Dele existe planta sob o título "Planta da Fortaleza da Ponta das Canas de Alvenaria", de autoria do tenente-coronel José António Teixeira, sem data, no Arquivo Histório do Exército (Rio de Janeiro). A sua legenda reza: "Principiado ha annos, de alvenaria, (...): a sua conclusão seria útil, por defender a entrada dos navios. Acha-se coberto de matto, e não tem huma só pessoa [peça] de artilharia." Terá sido, na realidade, o último dos fortes na ilha a ser construído, sendo o único que foi preservado, os seus muros podendo ser observados ao lado do farol da Ponta das Canas. A sua conservação deveu-se ao esforço e conscientização da proprietária do imóvel.
Constitui-se numa simples cortina em alvenaria de pedra argamassada, com o formato poligonal, em seis lances (quatro principais), aberta, sem muro pelo lado de terra.
FORTE DA SEPETUBA
O Forte da Sepetuba localizava-se na ponta do Arpoador, em São Sebastião, no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, foi artilhado com três peças. Cruzava fogos com o Forte do Rabo Azêdo, batendo a barra norte do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Na ilha de São Sebastião (Ilhabela) existe uma ponta da Sepituba, a sudoeste da ilha, que não combina com a descrição da localização desta estrutura.
Erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, foi artilhado com três peças. Cruzava fogos com o Forte do Rabo Azêdo, batendo a barra norte do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Na ilha de São Sebastião (Ilhabela) existe uma ponta da Sepituba, a sudoeste da ilha, que não combina com a descrição da localização desta estrutura.
FORTE DA VERA CRUZ DE ITAPEMA
O Forte da Vera Cruz de Itapema, também conhecido como Forte da Vera Cruz, Forte da Santa Cruz, Forte de Itapema (do tupi-guarani, "itapema" = "pedra partida"), ou Fortaleza de Itapema, localiza-se numa ponta de terra na ilha de Santo Amaro, fronteiro a Santos, cerca de uma légua adentro do canal da Barra Grande, no atual distrito de Vicente de Carvalho, município de Guarujá, no litoral do estado de São Paulo, no Brasil. Constitui-se no único monumento histórico-militar remanescente no município. Encontra-se sobre uma formação de rochas "(...) à flor d'água, com o intuito de defender a margem oriental do estuário; de sua muralha avista-se toda a Vila de Santos, protegendo-a dos invasores", conforme relato do século XVII. Dessa posição controlava o acesso de embarcações ao porto da vila de Santos e ao saco dos Outeirinhos.
O historiador santista Costa e Silva Sobrinho registrou que a primitiva designação da estrutura, edificada na segunda metade do século XVI, era Forte do Pinhão da Vera Cruz, passando para Fortaleza de Vera-Cruz e, posteriormente, para Fortaleza de Santa Cruz. O seu primeiro comandante terá sido o capitão Francisco Nunes Cubas, sobrinho do fundador da vila de Santos, Brás Cubas, que havia adquirido terras na ilha de Santo Amaro por provisão do Governador Geral D. Francisco de Souza. O historiador Francisco Martins dos Santos, na sua "História de Santos", regista que a construção da fortaleza do Itapema ocorreu "(...) na primeira fase doreinado dos Felipes, por iniciativa dos descendentes de Jorge Ferreira, genro de João Ramalho e capitão-mor várias vezes, primeiro senhor das terras onde ela se fez". Embora não haja certeza da data da sua construção, esta fortificação encontra-se cartografada por Luís Teixeira (Mapa de São Vicente, c. 1573. Biblioteca Nacional da Ajuda,Lisboa) e por João Teixeira Albernaz, o velho (Mapa da Capitania de São Vicente, 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Na primeira metade do século XVII figura no mapa "Planta de S. Vicenzo", de Frei João José de Santa Teresa (1658-ca. 1733).
O historiador santista Costa e Silva Sobrinho registrou que a primitiva designação da estrutura, edificada na segunda metade do século XVI, era Forte do Pinhão da Vera Cruz, passando para Fortaleza de Vera-Cruz e, posteriormente, para Fortaleza de Santa Cruz. O seu primeiro comandante terá sido o capitão Francisco Nunes Cubas, sobrinho do fundador da vila de Santos, Brás Cubas, que havia adquirido terras na ilha de Santo Amaro por provisão do Governador Geral D. Francisco de Souza. O historiador Francisco Martins dos Santos, na sua "História de Santos", regista que a construção da fortaleza do Itapema ocorreu "(...) na primeira fase doreinado dos Felipes, por iniciativa dos descendentes de Jorge Ferreira, genro de João Ramalho e capitão-mor várias vezes, primeiro senhor das terras onde ela se fez". Embora não haja certeza da data da sua construção, esta fortificação encontra-se cartografada por Luís Teixeira (Mapa de São Vicente, c. 1573. Biblioteca Nacional da Ajuda,Lisboa) e por João Teixeira Albernaz, o velho (Mapa da Capitania de São Vicente, 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Na primeira metade do século XVII figura no mapa "Planta de S. Vicenzo", de Frei João José de Santa Teresa (1658-ca. 1733).
Em 1670, sob o comando do capitão-mor Pedro Tacques de Almeida (que exerceu ainda os cargos de Provedor e Contador da Fazenda Real da Capitania de São Paulo, juiz da Alfândega e vedor da gente de guerra da Praça de Santos), foi reformado e ampliado (Francisco Martins dos Santos. História de Santos). Em 1680 encontrava-se sob o comando do Sargento-mor Gaspar Leite Costa (César?). Uma Carta-patente, em 1687, concedeu o posto de capitão da Fortaleza Vera Cruz de Itapema da vila de Santos ao santista José Tavares de Siqueira, com o soldo anual de 40$000 réis. Outra Carta-patente, datada de 6 de julho de 1699, concede o comando ao paulista Domingos da Silva Monteiro, que o exerceu até à sua morte, em1723. Data desse período, no início do século XVIII, a informação do rei D. João V (1705-1750) ao governador e capitão-general da capitania de São Paulo, conde de Sarzedas:
"(...) outro fortim mais acima da Fortaleza da Barra Grande, meia légua distante da Vila da parte norte, chamado Itapema, em admirável sítio para a defesa da barra, mas que este, além de ser pequeno estava demolido e incapaz de poder servir, sem um reparo, e que o Armazém da Pólvora e Armas estava coberto somente de telha vã e em terra, devendo ao menos ser por cima forrado de madeiras, e por baixo ladrilhado de tijolos (...)."
(Carta-régia de 17 de junho de 1711. in: Documentos Interessantes para a História e Costumes de São Paulo. vol. XXIV, p. 131).
Por este documento, nos informamos ainda de que João de Castro e um Capitão paulista se ofereciam para proceder reparos nestas fortificações, mediante mercês da Coroa Portuguesa. Com o falecimento de Domingos da Silva Monteiro em 1723, foi recomendada a promoção a Sargento-mor do português Torquato Teixeira de Carvalho, para comandá-la (Carta-patente de setembro de 1724). Comerciante abastado da vila, este, por sua vez, propôs à Coroa as obras de reedificação da estrutura, com aquisição de artilharia completa, despesas orçadas à época em 40 mil cruzados. Como compensação, requereu a mercê do posto (e soldo) de Capitão, o comando vitalício do forte e o Hábito da Ordem de Cristo em três vidas. Aceite a proposta, as obras foram executadas em um período de uma década, sendo a fortificação dotada de artilharia de grosso calibre. Esta nova estrutura compunha-se de um pequeno baluarte semi-circular com seis canhoneiras, fechado por uma muralha reta pelo lado de terra, ao abrigo da qual se erguia uma dependência no terrapleno, segundo alguns autores, ou de um baluarte triangular (defendendo o lado de terra) com dois edifícios ao abrigo do seu terrapleno (Casa da Pólvora/Quartel do Oficial, e Quartel dos Soldados), segundo outros. A Provisão Régia de 24 de setembro (27 de setembro?) de 1738 confirmou a patente de Capitão-comandante a Torquato Teixeira de Carvalho, em recompensa dos serviços prestados na reconstrução daquela praça-forte, às suas custas, e por estarem satisfeitas as condições da dita obra:
"(...) [acerca da petição de Torquato de Carvalho para] reedificar e fazer de novo as obras que são precisas na fortaleza de Itapema que fica defronte da Vila de Santos, dando-lhe eu o Governo da dita fortaleza de Itapema para um filho que tem capas com o Posto e soldo de Capitão de Infantaria e o hábito de Cristo (...)."
Completa que essas vidas foram cumpridas em seu filho, João Teixeira de Carvalho, sucedido pelo sobrinho deste, capitão Francisco Olinto de Carvalho, e por fim pelo filho deste,João Olinto de Carvalho. O formato semi-circular do baluarte que subsiste até aos nossos dias "derivou do reaparelhamento de de uma bateria quinhentista" em projeto do brigadeiro José da Silva Pais (1738) que lhe deu a atual configuração. O governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-75), em Relatório à Coroa acerca das fortificações da capitania, datado de 30 de junho de 1770, informou que esta praça estava artilhada com oito peças, quatro de calibre 12 e quatro de 8 libras de bala. Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
Completa que essas vidas foram cumpridas em seu filho, João Teixeira de Carvalho, sucedido pelo sobrinho deste, capitão Francisco Olinto de Carvalho, e por fim pelo filho deste,João Olinto de Carvalho. O formato semi-circular do baluarte que subsiste até aos nossos dias "derivou do reaparelhamento de de uma bateria quinhentista" em projeto do brigadeiro José da Silva Pais (1738) que lhe deu a atual configuração. O governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-75), em Relatório à Coroa acerca das fortificações da capitania, datado de 30 de junho de 1770, informou que esta praça estava artilhada com oito peças, quatro de calibre 12 e quatro de 8 libras de bala. Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
"A Fortaleza do Itapema se acha com seis peças, todas desmontadas, porém com boa artilharia, apesar de não ter tido quem lhe preste o mínimo benefício. Esta fortaleza, pela situação em que se acha, tem grandes vantagens pelo dano que pode fazer aos navios, apesar de lhes apresentar pouco fogo; porém, como o canal é muito próximo à fortaleza, pode esta pelo menos cortar toda a enxárcia e fazê-lo desarvorar com plaquetas, balas fixas e encadeadas, e pelo ângulo que forma o canal oferecem os navios a popa e o flanco, de cuja vantagem se podem aproveitar os da fortaleza, metendo-lhes balas de coxias, e arrancar-lhes as obras mortas, fazendo-lhes ao mesmo tempo grande mortandade. Nesta fortaleza há lugar para se fazer um telheiro em que se possam recolher quatro peças, com seus reparos, e o quartel precisa de grande conserto."
A Ordem Régia de 28 de janeiro de 1811 dispensou o Coronel José Antônio Vieira de Carvalho do comando do Forte da Itapema, reintegrado no do Forte da Bertioga. À época a fortificação se compunha de muralhas e seus parapeitos, mais a edificação da Casa de Pólvora. Novos reparos foram procedidos, nos "Quartos da Palamenta" de Itapema sob a orientação do 2º Tenente de Engenheiros Rufino José Felizardo e Couto, conforme determinado pela Portaria de 22 de maio de 1817, do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, Francisco de Assis Mascarenhas - conde da Palma.
A Ordem Régia de 28 de janeiro de 1811 dispensou o Coronel José Antônio Vieira de Carvalho do comando do Forte da Itapema, reintegrado no do Forte da Bertioga. À época a fortificação se compunha de muralhas e seus parapeitos, mais a edificação da Casa de Pólvora. Novos reparos foram procedidos, nos "Quartos da Palamenta" de Itapema sob a orientação do 2º Tenente de Engenheiros Rufino José Felizardo e Couto, conforme determinado pela Portaria de 22 de maio de 1817, do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, Francisco de Assis Mascarenhas - conde da Palma.
FORTE DE CANANEIA
O Forte de Cananéia localizava-se provavelmente na ponta da Trincheira, na margem esquerda da barra de Cananéia, na Ilha Comprida, no litoral sul do estado brasileiro de São Paulo.
Trata-se de estrutura que existiu anteriormente a 1838. Nesse ano, o marechal Daniel Pedro Muller, incumbido de inspecionar as fortificações da Província de São Paulo, face à importância estratégica da posição e à ruína da estrutura, projetou um novo forte a ser levantado na chamada ponta do Bicho. Esse projeto não chegou a ser executado. Um monumento municipal, na praça central de Cananéia, encontrava-se guarnecido por dois canhões coloniais, ostentando as iniciais "PR" (Príncipe-Regente) e as datas de 28 de fevereiro de 1815 e 29 de março de 1815, respectivamente.
Trata-se de estrutura que existiu anteriormente a 1838. Nesse ano, o marechal Daniel Pedro Muller, incumbido de inspecionar as fortificações da Província de São Paulo, face à importância estratégica da posição e à ruína da estrutura, projetou um novo forte a ser levantado na chamada ponta do Bicho. Esse projeto não chegou a ser executado. Um monumento municipal, na praça central de Cananéia, encontrava-se guarnecido por dois canhões coloniais, ostentando as iniciais "PR" (Príncipe-Regente) e as datas de 28 de fevereiro de 1815 e 29 de março de 1815, respectivamente.
FORTE DE N. S. DO MONTE SERRAT DE SANTOS
O Forte de Nossa Senhora do Monte Serrat de Santos localizava-se na ilha de São Vicente, junto à vila (hoje cidade) de Santos, no atual município doGuarujá, litoral do estado brasileiro de São Paulo.
O forte foi iniciado a partir de 1543 por determinação de Brás Cubas para defesa das gentes da povoação de Santos, ante as repetidas incursões dos Tamoios. Em 1553, quando o governador-geral Tomé de Sousa (1549-1553) visitou a capitania de São Vicente, completou-lhe a artilharia. Também foi conhecido como Forte da Vila, Forte da Praça, Forte da Cidade e Forte de Santos. Originalmente apresentava planta no formato de um trapézio, sendo posteriormente reedificado no formato circular. Passou a comandar a praça o capitão Pedro Monteiro de Mattos, com todas as "honras, graças, franquezas, privilégios, isenções e liberdades", conforme Carta-patente passada pelo governador e capitão-general da capitania de São Paulo, Antônio Carlos Coelho de Carvalho. Outros comandantes foram o capitão Miguel Antônio de Sobrat, substituído pelo Capitão de Infantaria Leonardo de Macedo e Moura, da Companhia de Ordenanças de Bertioga (Carta-patente passada pelo governador e capitão-general Caldeira Pimentel). Posteriormente ainda, o Tenente-coronel Antônio Francisco Lustosa foi promovido a Sargento-mor da praça (Carta-patente de 29 de julho de 1735), época em que se encontravam concluídas a Casa de Armas, o Armazém da Pólvora e as alpendradas do Trem, contíguas a este, estando artilhada com oito peças em bateria, de acordo com o Relatório de Inspeção da defesa marítima da Vila de Santos, pelo Brigadeiro José da Silva Paes (1736). O governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quarto Morgado de Mateus (1765-1775), em Relatório à Coroa acerca das fortificações da capitania, datado de 30 de junho de 1770, informou que esta praça estava artilhada com onze peças em baterias casamatadas, dos quais quatro pedreiros de bronze. Esta artilharia à época (1770) em apenas seis peças de calibre 6. No início de 1793 o Capitão Antônio Ferreira Lustosa foi promovido a Sargento-mor da praça. Novas reformas tiveram lugar a partir de 1797, quando o Tenente de Milícias José Antônio Vieira de Carvalho, ofereceu tecido para a confecção do uniforme de duas centenas de soldados da guarnição, seis peças de artilharia, material de construção, carpinteiros e pedreiros, para reconstrução do forte. Como recompensa, recebeu em troca, do governador da Capitania, a mercê do comando honorífico do forte.
FORTE DE SÃO FILIPE DA BERTIOGA
O Forte de São Filipe da Bertioga localizava-se na ponta da Baleia, no sopé do morro da Armação, extremo nordeste da ilha de Santo Amaro, atual município do Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo.
Após o ataque indígena de c. 1548 à Casa-forte da Bertioga, cuja estrutura foi reforçada (Fortim de São Tiago da Bertioga), os Tupinambás de Ubatuba passaram a evitar essa posição, o que levou à ereção de nova posição defensiva, na ilha fronteira de Santo Amaro. A Provisão-Régia de 18 de junho de 1552 determinou a fortificação do local "(...) por ser necessário defender o importante passo à entrada de Bertioga". Hans Staden narra-nos:
Após o ataque indígena de c. 1548 à Casa-forte da Bertioga, cuja estrutura foi reforçada (Fortim de São Tiago da Bertioga), os Tupinambás de Ubatuba passaram a evitar essa posição, o que levou à ereção de nova posição defensiva, na ilha fronteira de Santo Amaro. A Provisão-Régia de 18 de junho de 1552 determinou a fortificação do local "(...) por ser necessário defender o importante passo à entrada de Bertioga". Hans Staden narra-nos:
"Como os inimigos agora percebessem que a povoação estava fortificada demais para que pudessem atacá-la, passaram-lhe ao pé uma noite, furtivamente, e chegaram [em canoas] através do canal entre a ilha e o continente até às proximidades de São Vicente. Aí fizeram prisioneiros a quantos puderam, pois os moradores de São Vicente não haviam cogitado de perigo algum, pensando estar abrigados por Bertioga fortificada. Tiveram que sofrer as conseqüências de tal suposição.
Determinaram por isso construir bem em frente de Bertioga, na ilha de Santo Amaro, próximo ao mar, uma casa, destinando-lhe uma guarnição e peças deartilharia com tenção de impedir a passagem dos índios. Assim já haviam encetado a construção de uma fortaleza na ilha, mas não a tinham terminado porque, como me contaram, nenhum artilheiro português queria aí arriscar-se.
Fui lá e examinei a situação do lugar. Quando os habitantes souberam que eu era alemão e que entendia um pouco do manejo de canhões, propuseram-me que me estabelecesse na casa da ilha e que os ajudasse na espreita do inimigo. Poriam aí alguma gente e me pagariam bem. Disseram também que se eu aceitasse isso saberia o Rei de Portugal agradecer-me, pois costumava ser um soberano generoso especialmente para com aqueles que o ajudavam e assistiam nas novas terras.
Combinei com eles servir quatro meses na casa. Então devia chegar um encarregado do Rei com navios e construir um edifício de pedra seguro, que tinha de ser mais forte. E assim se fez.
A maior parte do tempo passei eu na casa com dois outros homens. Tínhamos alguns canhões, estávamos porém em grande perigo e nunca seguros diante dos índios, pois a casa não era muito sólida. (...)
Depois de alguns meses chegou o lugar-tenente do Rei [o governador-geral Tomé de Sousa (1549-1553), que visitou a capitania de São Vicente no início de 1553], pois a Câmara havia escrito a Sua Majestade com que insolência se portavam os inimigos que vinham do Norte, como era bonita a terra e que não seria avisado abandoná-la. (...) Ele inspecionou a região da Bertioga e também o lugar que a Câmara quisera fortificar. (...)
Sobre isso [a prorrogação por dois anos do contrato de serviços de Staden, e sua futura recompensa pelo Rei] passou-me o lugar-tenente um contrato em nome do Rei, como o recebem os artilheiros reais, quando o solicitam.
Construiu-se a fortaleza de pedra, pondo-se nela alguns canhões. O forte e estas peças me foram confiados; devia vigiá-los e manter boa guarda."
Infere-se do relato que existiram duas estruturas no local:
A primeira, desde 1552, uma casa-forte artilhada, onde Staden serviu inicialmente por quatro meses, e a segunda, desde 1553, após a visita de Tomé de Sousa, uma fortificação artilhada, confiada a Staden por um contrato assinado de dois anos. Alguns autores atribuem a primeira estrutura ao fidalgo português Jorge Ferreira, que acompanharia Estácio de Sá (1510-1567) na segunda campanha contra os franceses na baía de Guanabara (1565-1667), participando da fundação da cidade do Rio de Janeiro (1565), e mais tarde dando combate aos corsários franceses no litoral do Cabo Frio (1572-1573), onde se radicaria com a família eescravos. Outra personalidade vicentina de destaque nesse mesmo evento foi o genovês José Adorno, que acompanhou o jesuíta padre José de Anchieta na luta na Guanabara, tendo contribuído com o envio de um reforço militar a Estácio de Sá, sob o comando do alemão Heliodoro Hessus, guarda-livros do seu Engenho São João, que lutou até à vitória decisiva em 20 de janeiro de 1567. Hessus, à testa desses homens, viria a perecer no assalto a um navio francês no Cabo Frio, a 8 de junho de 1568. José Adorno acompanhou o Capitão-mor Jerônimo Teixeira na Campanha do Cabo Frio em 1575 contra os Tupinambás, ganhando três sesmarias pelos serviços prestados: uma na Carioca, outra em Niterói, e a última no sertão. Outros autores atribuem a construção do Forte de Pedra a Brás Cubas em seu segundo governo da Capitania, por ordem de Tomé de Sousa. Em qualquer das hipóteses, a posição foi reforçada pelos portugueses em 1557, guarnecida por Pascoal Fernandes, Condestável das fortalezas e sítios da Bertioga, que residia no forte, isolado com a esposa e filhos. A estrutura encontra-se cartografada por Luís Teixeira (Mapa de São Vicente, c. 1573. in: Roteiro de todos os Sinais... Biblioteca Nacional da Ajuda, Lisboa). Foi sucedido, a partir de 1765 no mesmo local, pelo Forte de São Luís da Armação.
FORTE DE SÃO JOÃO DA BERTIOGA
O Forte de São João da Bertioga localiza-se na barra da Bertioga, no continente, fronteiro à ilha de Santo Amaro, no litoral do estado brasileiro de São Paulo.
O primitivo Fortim de São Tiago na barra da Bertioga foi reconstruído, ao final do século XVII, em alvenaria de pedra e cal, tendo as suas obras definitivas sido concluídas em 1710, quando se encontrava artilhado com onze peças. O desenho da sua planta apresentava o formato de um polígono retangular comguaritas nos vértices. O governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Rodrigo César de Meneses, informava:
O primitivo Fortim de São Tiago na barra da Bertioga foi reconstruído, ao final do século XVII, em alvenaria de pedra e cal, tendo as suas obras definitivas sido concluídas em 1710, quando se encontrava artilhado com onze peças. O desenho da sua planta apresentava o formato de um polígono retangular comguaritas nos vértices. O governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Rodrigo César de Meneses, informava:
"Como pelo tempo adiante poderá o porto da Vila de Santos ser mais bem visto das Nações Estrangeiras e de piratas, aumentando-se nele o comércio, pelas boas esperanças que nesta Capitania há de novos descobrimentos [minerais], procurei por na última perfeição a fortaleza da barra da Bertioga, da mesma Vila, e me parece foi a obra que se lhe fez de muita conveniência a Real Fazenda de V. Majestade, porque, gastando-se com ela de três em três anos muito perto de quinhentos mil réis com madeiras e estacarias, ultimamente se fez de pedra e cal, com muita regularidade e tudo o mais necessário para a sua boa defesa por um conto setecentos e setenta mil réis; (...)"
Em 1751 o então governador da praça de Santos, Luís Antônio de Sá Queiroga, fez reedificar o forte. Na ocasião, o modesto terrapleno quinhentista com uma área de 100 metros quadrados foi demolido, para dar lugar ao atual, com 250 metros quadrados. A tenalha, a norte, foi elevada para nove palmos de altura e complementada por uma estacada paralela, e o edifício do quartel, reformado. O forte recebeu nova artilharia em 1760. No governo da capitania de São Paulo pelo capitão-general D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quartomorgado de Mateus (1765-1775), dentro do contexto das obras de recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, quando foi levantada a Bateria da praia do Góis (1765 e 1766, respectivamente), o Forte de São Tiago foi reformado a partir de 1765, cruzando fogos com o Forte de São Luís da Armação.
Por volta de 1769, uma forte ressaca marinha destruiu parte do terrapleno do forte, deslocando em aproximadamente 25 centímetros a guarita e a cortina. Esse fenómeno terá destruído também a capela São João localizada na praia, vizinha ao forte. Tendo a imagem da capela sido recolhida ao forte, este passou a denominar-se Forte de São João da Bertioga. À época, por exercer as funções de registro das embarcações que demandavam oporto de Santos, era também denominado como Forte do Registro. Em Relatório à Coroa Portuguesa, acerca das fortificações da Capitania, datado de30 de junho de 1770, aquele governador informou que esta praça estava artilhada com onze peças: 4 seis de calibre 8, duas de 6, uma de 4 libras de bala, e dois pedreiros de bronze.
Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
"A Fortaleza da Bertioga tem sete peças, todas desmontadas, e acho que só duas poderão dar fogo; o quartel está arruinado e por ser muito úmido não pode conservar um só barril de pólvora, e nem tem parte onde se lhe possa fazer cômodo para o ter sem grande risco. Nesta fortaleza por força a artilharia há de estar ao tempo e por isso precisa que o carretame seja pintado para lhe poder resistir. Este reduto não tem vantagem alguma mais do que servir de registro na ponta da terra firme, porque ali não defende a entrada da barra e logo que qualquer embarcação entre da barra para dentro tem muito onde fazer desembarque e no caso de a quererem tomar (que não tem necessidade disso) quaisquer 40 ou 50 homens a tomam."
No século seguinte, no Relatório de 1817 do 2º Tenente de Engenheiros Rufino José Felizardo e Couto ao governador e capitão-general da Província de São Paulo, Francisco de Assis Mascarenhas - conde da Palma -, encontra-se relacionada a artilharia da praça:
"Achavam-se neste forte nove bocas de fogo, todas de ferro fundido; destas só três [é] que poderão servir, a saber, duas de calibre 9 e uma calibre 6 que é a melhor."
Data deste momento a reforma que lhe alterou o telhado do edifício dos quartéis de duas para quatro águas, sendo acrescentada uma cozinha e uma despensa.
FORTE DE SÃO LUIS DA ARMAÇÃO
O Forte de São Luís da Armação localiza-se na ponta da Baleia, no sopé do morro da Armação, extremo nordeste da ilha de Santo Amaro, atual município do Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo.
No governo da capitania de São Paulo pelo capitão-general D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-1775), dentro do contexto das obras de recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, quando foi levantada a Bateria da praia do Góis (1765 e 1766, respectivamente), o Forte de São Filipe foi reconstruído a partir de 3 de julho de 1765, para defesa da barra oriental do canal da Bertioga, cruzando fogos com o Forte de São João da Bertioga. Recebeu o nome de Forte de São Luís, em homenagem aquele governador. Registre-se que no local, à época, havia uma importante atividade de pesca de baleias e processamento de óleo para iluminação (armação das baleias), que também designará o forte (Forte da Armação). Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
No governo da capitania de São Paulo pelo capitão-general D. Luís António de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-1775), dentro do contexto das obras de recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, quando foi levantada a Bateria da praia do Góis (1765 e 1766, respectivamente), o Forte de São Filipe foi reconstruído a partir de 3 de julho de 1765, para defesa da barra oriental do canal da Bertioga, cruzando fogos com o Forte de São João da Bertioga. Recebeu o nome de Forte de São Luís, em homenagem aquele governador. Registre-se que no local, à época, havia uma importante atividade de pesca de baleias e processamento de óleo para iluminação (armação das baleias), que também designará o forte (Forte da Armação). Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, ao final do século XVIII:
"(...) Pelo contrário [do estado de ruína do Forte de São João], o Forte de São Luís, que defende bem a barra e não pode ser atacado por terra, tem capacidade para se lhe fazer uma Casa de Pólvora; os seus quartéis estão principiados e não se fará grandes despesas em acabá-los, porém acha-se sem uma só peça; em cujos termos sou de parecer que se tirem da Barra Grande duas peças de calibre 1, uma do forte da Vigia e uma de 8 da Estacada e creio que com estas quatro peças fica uma força suficiente para impedir a entrada de qualquer embarcação pequena, que são as mais que podem entrar neste porto."
Reformado em 1798, na ocasião o governador da capitania de São Paulo, Antônio Manoel de Melo Castro, concedeu a patente de Tenente-coronel de Milícias, agregado ao Regimento de Santos, aAntônio Francisco da Costa, por ter nele montado seis peças de artilharia de calibre 12 libras de bala complementa que, à época (1885), encontrava-se em ruínas.
Reformado em 1798, na ocasião o governador da capitania de São Paulo, Antônio Manoel de Melo Castro, concedeu a patente de Tenente-coronel de Milícias, agregado ao Regimento de Santos, aAntônio Francisco da Costa, por ter nele montado seis peças de artilharia de calibre 12 libras de bala complementa que, à época (1885), encontrava-se em ruínas.
FORTE DE VILA BELA
O Forte de Vila Bela localizava-se na Ilha de São Sebastião (Ilhabela) no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com nove peças. Cruzava fogos com o Forte do Pontal da Cruz no continente,1 batendo o norte do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Situado em frente à Vila Bela da Princesa, constitui-se no principal e de maiores dimensões em operação na ilha.
Apresentava planta no formato de um semi-circulo, com o seu terrapleno acedido por uma uma rampa pelo lado de terra, aberto (sem muro). Uma planta atualmente no Arquivo Histórico do Exército (Rio de Janeiro), indica-lhe apenas quatro peças, e o mastro da bandeira na extremidade direita, sem edificações de serviço.
Foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com nove peças. Cruzava fogos com o Forte do Pontal da Cruz no continente,1 batendo o norte do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Situado em frente à Vila Bela da Princesa, constitui-se no principal e de maiores dimensões em operação na ilha.
Apresentava planta no formato de um semi-circulo, com o seu terrapleno acedido por uma uma rampa pelo lado de terra, aberto (sem muro). Uma planta atualmente no Arquivo Histórico do Exército (Rio de Janeiro), indica-lhe apenas quatro peças, e o mastro da bandeira na extremidade direita, sem edificações de serviço.
FORTE DO ARAÇÁ
O Forte do Araçá localizava-se na ponta do Guaeçá, em São Sebastião, no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Este forte foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com seis peças. Cruzava fogos com o Forte da Feiticeira na ilha de São Sebastião, batendo o sul do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Garrido grafa o nome desta estrutura como Forte do Araxá, embora a sua designação correta deva ser considerada como Forte da ponta do Guaeçá.
Este forte foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com seis peças. Cruzava fogos com o Forte da Feiticeira na ilha de São Sebastião, batendo o sul do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Garrido grafa o nome desta estrutura como Forte do Araxá, embora a sua designação correta deva ser considerada como Forte da ponta do Guaeçá.
FORTE DO PONTAL DA CRUZ
O Forte do Pontal da Cruz localizava-se no pontal da Cruz, em São Sebastião, no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Este forte foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com duas peças. Cruzava fogos com o Forte de Vila Bela na ilha de São Sebastião, batendo o norte do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Denominado como Forte da Cruz. A descrição do primeiro, entretanto, localiza-o no atual pontal da Cruz. O Guia Quatro Rodas (Praias) 2002 refere que a cruz fincada na pedra, que dá nome à praia e pontal, segundo a lenda local, se deve a um amor trágico.
Este forte foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com duas peças. Cruzava fogos com o Forte de Vila Bela na ilha de São Sebastião, batendo o norte do canal de São Sebastião. O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). Denominado como Forte da Cruz. A descrição do primeiro, entretanto, localiza-o no atual pontal da Cruz. O Guia Quatro Rodas (Praias) 2002 refere que a cruz fincada na pedra, que dá nome à praia e pontal, segundo a lenda local, se deve a um amor trágico.
FORTE DO RABO AZEDO
O Forte do Rabo Azedo localizava-se na ponta Azeda, a noroeste da ilha de São Sebastião, no litoral norte do estado brasileiro de São Paulo.
Este forte foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com quatro peças. Cruzava fogos com o Forte da Sepetuba, batendo a barra norte do canal de São Sebastião. Defendido por uma pequena guarnição, sustentou o assalto da Corveta Sarandy, comandada pelo almirante Brown, e de um brigue, obrigando-os a se retirarem (18 de novembro de 1826). O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). O Almirante Brown navegava a serviço da Argentina.
Forte marítimo de pequenas dimensões, apresentava planta semelhante à do Forte da Feiticeira, consistindo em um retângulo com a parte frontal semicircular. estavam artilhados com três peças cada um, sendo duas na frente e uma na lateral direita, próxima ao mastro da bandeira.
Este forte foi erguido em 1820 pelo governador militar da Província de São Paulo, major Maximiliano Augusto Penido, artilhado com quatro peças. Cruzava fogos com o Forte da Sepetuba, batendo a barra norte do canal de São Sebastião. Defendido por uma pequena guarnição, sustentou o assalto da Corveta Sarandy, comandada pelo almirante Brown, e de um brigue, obrigando-os a se retirarem (18 de novembro de 1826). O mesmo autor considera-o arruinado, à época (1885). O Almirante Brown navegava a serviço da Argentina.
Forte marítimo de pequenas dimensões, apresentava planta semelhante à do Forte da Feiticeira, consistindo em um retângulo com a parte frontal semicircular. estavam artilhados com três peças cada um, sendo duas na frente e uma na lateral direita, próxima ao mastro da bandeira.
FORTIFICAÇÕES DE S. ANDRÉ DA BORDA DO CAMPO DE PIRATINICA
As fortificações de Santo André da Borda do Campo de Piratininga localizavam-se na borda do planalto de Piratininga, no atual estado brasileiro de São Paulo.
As vilas de São Vicente e de Piratininga foram fundadas por Martim Afonso de Sousa no início de 1532, no contexto da sua expedição (1530-32), marco do início da colonização portuguesa na costa do Brasil. Porém, ao contrário da fundação de São Vicente (22 de janeiro), não existem informações sobre as providências tomadas para a primitiva defesa da vila de Piratininga. Em 1553, quando o governador-geral Tomé de Sousa (1549-1553) visitou a capitania de São Vicente, em Piratininga elevou à categoria de vila a povoação deSanto André da Borda do Campo:
As vilas de São Vicente e de Piratininga foram fundadas por Martim Afonso de Sousa no início de 1532, no contexto da sua expedição (1530-32), marco do início da colonização portuguesa na costa do Brasil. Porém, ao contrário da fundação de São Vicente (22 de janeiro), não existem informações sobre as providências tomadas para a primitiva defesa da vila de Piratininga. Em 1553, quando o governador-geral Tomé de Sousa (1549-1553) visitou a capitania de São Vicente, em Piratininga elevou à categoria de vila a povoação deSanto André da Borda do Campo:
"Ordenei outra vila no começo do campo desta vila de São Vicente de moradores que estavam espalhados por ele, e os fiz cercar e ajuntar, para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo, e se chama a vila de Santo André, porque aonde a situei estava uma ermida deste apóstolo, e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso [de Sousa] já achou nesta terra quando cá veio [em 1532]. Tem tantos filhos, netos e bisnetos e descendentes dele que não o ouso dizer a Vossa Alteza. Não tem cãs [cabelos brancos] na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar."
(carta de Tomé de Sousa ao rei de Portugal, datada da Bahia, a 1 de junho de 1553.)
Alguns autores entendem que as obras de defesa em Santo André se constituíssem em trincheiras e quatro baluartes. A carta-relatório de Tomé de Sousa, entretanto, se refere apenas genéricamente ao que ordenou para a defesa:
"Todas as vilas e povoações de engenhos [de cana-de-açúcar] desta costa fiz cercar de taipa com seus baluartes e as que estavam arredadas do mar fiz chegar ao mar e lhes dei toda a artilharia que me pareceu necessária, a qual está entregue aos vossos almoxarifes porque os capitães não querem ter senão o que são obrigados a ter, nem têm fazendas por onde os obrigue a isso (...)."
FORTIM DE SÃO TIAGO DA BERTIOGA
O Fortim de São Tiago da Bertioga localizava-se na barra da Bertioga, no continente, fronteiro à ilha de Santo Amaro, no litoral do atual estado brasileirode São Paulo.
Este fortim remonta a um entrincheiramento ou paliçada, erguido por determinação de Martim Afonso de Sousa quando da fundação da vila de São Vicente (22 de janeiro de 1532), sob a invocação de São Tiago, dominando a barra ocidental do canal da Bertioga, via usual de ataque dos Tupinambás em canoas, oriundos de Ubatuba (em tupi-guarani, "Iperoig") e da ilha de São Sebastião.1 De acordo com Frei Gaspar da Madre de Deus, aquele Capitão teria entrado pela barra da Bertioga, mandando erguer uma trincheira na ponta sul, onde teria deixado pequena guarnição. O local foi objeto de colonização, por volta de 1548. Hans Staden, em sua segunda viagem à costa do Brasil (1550-1555), assim descreveu a sua construção e destruição:
"Esta passagem queriam alguns mamelucos, descendentes de índios e cristãos, impossibilitar aos tupinambás. Eram cinco irmãos. Seu pai era um português, sua mãe uma índia brasileira. Eram cristãos, igualmente hábeis e experientes na arte guerreira tanto destes, como dos selvagens, dominando ambas as línguas. O mais velho chamava-se João de Braga, eram seus irmãos: Diogo, Domingos, Francisco e André de Braga, e seu pai era Diogo de Braga. Cerca de dois anos antes da minha chegada [c. 1548], haviam resolvido estes cinco irmãos, com tupiniquins amigos, construir em Bertioga, à maneira dos selvagens, um forte para defesa contra os adversários e realizaram a sua idéia. Também alguns portugueses com eles se estabeleceram, pois a terra era boa.
Seus inimigos, os tupinambá, cuja fronteira fica mais ou menos a vinte e cinco milhas distante de Bertioga, observaram isto e armaram-se. Uma noite vieram em setenta canoas e atacaram, segundo seu costume, às primeiras horas da madrugada. Os mamelucos e portugueses retiraram-se em uma casa de barro e defenderam-se. Os índios porém permaneceram juntos em suas choças e aí resistiram como lhes foi possível, de sorte que muitos atacantes tombaram. Afinal os tupinambás venceram.
Incendiaram a povoação de Bertioga e fizeram prisioneiros todos os selvagens. Mas aos cristãos - deviam ser oito - e aos mamalucos, nada puderam fazer-lhes na casa, pois Deus quis protegê-los.
Os agressores retiraram-se para sua terra logo após terem matado e esquartejado os prisioneiros."
Este estabelecimento se constituía, assim, de um aldeamento paliçado ao modo indígena, dominado por uma casa-forte de faxina (madeira e terra apiloada), também denominado de Casa-forte da Bertioga. Staden conclui:
"Depois destes sucessos, pareceu conveniente aos comandantes e à Câmara [Municipal], não abandonar o lugarejo mas fortificá-lo o máximo possível, porque de lá se podia defender toda a região. E assim aconteceu."
Sousa refere que a Provisão-Régia de 18 de junho de 1551 determinou erguer uma fortificação no local, destinando-lhe, para esse fim, uma verba de 3.000 cruzados. O primeiro governador-geral, Tomé de Sousa (1549-1553), em visita à capitania de São Vicente no início de 1553, aí fez estabelecer uma povoação. Na carta ao rei de Portugal, onde justifica ter tido medo de desfazer a vila de São Vicente, informa ter mandado erguer mais três, e entre elas "(...) a Bertioga que Vossa Alteza mandou fazer, que está cinco léguas de São Vicente, na boca do rio por onde os índios lhe faziam muito mal.". Para a fortificação aí existente (Fortim de São Tiago), Tomé de Sousa nomeou Antônio Adorno (18 de janeiro de 1550), que já tinha a provisão de alcaide-mor da vila da Bertioga. O bispo da Bahia confirmou, a 22 de dezembro de 1555, na "vigairaria da igreja de São Tiago, da vila da Bertioga, da Capitania de São Vicente" ao padre Fernão Luís Carapeto. Encontra-se cartografada por Luís Teixeira. No contexto da chamada Revolta dos Tamoios, os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta partiram de Santos em 1563 com destino a Iperoig, com a missão de tentar pacificar os índios. A expedição fez escala em Bertioga, onde foi celebrada missa na capela do Forte de São Tiago. Dois anos mais tarde (27 de janeiro de 1565), coube ao padre Manuel da Nóbrega rezar missa na mesma capela, e dar a bênção aos expedicionários sob o comando de Estácio de Sá, que dali partiam para expulsar os franceses estabelecidos na baía de Guanabara. O episódio encontra-se retratado em pintura histórica ("Partida de Estácio de Sá", óleo sobre tela, s.d.) de autoria de Benedito Calixto, atualmente no Palácio São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro. Foi sucedido, a partir do final do século XVII no mesmo local, pelo Forte de São João da Bertioga.
FORTIM DE S. VICENTE
O Fortim de São Vicente localizava-se na ponta da Fortalezinha, no continente, fronteiro à praia de São Vicente, na ilha de mesmo nome, no litoral do atual estado brasileiro de São Paulo.
Este fortim encontra-se em nota, como uma das estruturas outrora existentes em Santos, designando-a como Fortalezinha de São Vicente.
Este fortim encontra-se em nota, como uma das estruturas outrora existentes em Santos, designando-a como Fortalezinha de São Vicente.
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