Conde de Barbacena
23 de Setembro de 1816-Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, 6.ºVisconde de Barbacena-juro e herdade-extinto
Conde da Barca
27 de Dezembro de 1815-António de Araújo e Azevedo-em vida-Maria da Assunção da Cunha e Meneses Pimenta da Gama
Conde da Barca foi um título criado por decreto de 27 de Dezembro de 1815, da rainha D. Maria I de Portugal, a favor de António de Araújo e Azevedo, um diplomata, cientista e político. Usaram o título
1. António de Araújo e Azevedo, 1.º conde da Barca;
António de Araújo e Azevedo, primeiro conde da Barca (Ponte de Lima, 14 de maio de 1754-Rio de Janeiro, 21 de junho de 1817), foi um diplomata, cientista, político e escritor português. Distinguiu como fundador de diversas instituições artísticas e científicas, no período em que a corte portuguesa esteve instalada na cidade do Rio de Janeiro. Como Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino chefiou o governo, ocupando um cargo semelhante ao actualmente designado por primeiro-ministro. António de Araújo de Azevedo nasceu em Ponte de Lima, na freguesia de Sá, próximo de Ponte da Barca, filho de António Pereira Pinto de Araújo de Azevedo Fagundes, senhor do morgado e da Casa da Laje, e de Maria Francisca de Araújo de Azevedo. Não se casou e nem deixou descendentes, tendo morrido no prédio da rua do Passeio, na cidade do Rio de Janeiro, em que mais tarde se instalou a Impressão Régia e, posteriormente, a sede do Ministério da Justiça e o Pedagogium. Foi sepultado na Igreja de São Francisco de Paula, com enterro acompanhado por apenas dois diplomatas estrangeiros: o coronel e cônsul-geral francês Jean-Baptiste Maler e o encarregado de negócios americano John James Appleton. Iniciou seus estudos académicos cursando Filosofia na Universidade de Coimbra, com a orientação de seu tio, o brigadeiro António Luís Pereira Pinto. No entanto, não terminou o curso por vontade própria, voltando ao Porto e dedicando-se às Matemáticas e aos estudos históricos. Antonio de Araújo Azevedo, Conde da Barca. Ainda em Portugal, organiza em 1779 uma Sociedade Económica dos Amigos do Bem Público. Assim, torna-se conhecido nas mais altas esferas da sociedade da época, fazendo muitas amizades. Dentre estas, com o duque de Lafões, responsável por encaminhá-lo à carreira diplomática. Foi ministro e embaixador extraordinário junto a Corte de Haia (1787), negociando e assinando, no mesmo ano, o tratado de paz entre Portugal e França (tratado este que não foi ratificado devido às intrigas do ministro da Marinha e seu grande inimigo, D. Rodrigo de Sousa Coutinho). No ano seguinte, viaja à Alemanha e se dedica aos estudos de Ciências e Literatura alemã. Foi também ministro plenipotenciário junto à República Francesa em 1795, 1797 e 1801.
Neste mesmo ano é transferido para a corte de São Petersburgo, aonde se mantém por três anos. Logo em seguida, torna-se ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, se encarregando também, dois anos depois (por ocasião da morte do Conde de Vila Verde), do Ministério do Reino. Foi um dos conselheiros que mais incentivou a vinda da família Real para o Brasil. Chega ao Rio de Janeiro em 6 de Março de 1808, a bordo da nau Medusa. Estabelece-se em um palacete na rua do Passeio, onde se dedica exclusivamente aos trabalhos científicos, já que, com a chegada ao Brasil, Dom João VI troca de ministério, e o substitui por Dom Rodrigo de Sousa Coutinho, pouco depois 1.º conde de Linhares. Antes desta substituição, porém, na Bahia, referenda a Carta Régia, abrindo os portos brasileiros às nações amigas. Desembarcou no Rio de Janeiro trazendo consigo a sua livraria, legada posteriormente à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, uma tipografia completa (que aqui se institui, transformando-se, a 13 de Maio de 1808 em Imprensa Régia), a sua riquíssima colecção mineralógica organizada pelo geólogo alemão Abraham Gottlob Werner e um conjunto de instrumentos científicos que utilizou para montar, na sua própria residência, um laboratório para o estudo da Química. Também em sua casa, monta um jardim aonde cultiva mais de 1.500 espécies botânicas indígenas e exóticas, as quais catalogou sob o nome de Hortus araujensis. Sobre este catálogo, há referências de sua existência, mas nenhuma evidência de sua publicação oficial. Em 9 de Novembro de 1812, António de Araújo e Azevedo recebeu autorização, por decreto do Príncipe Regente, para promover as instalações necessárias para abastecer a sua residência de água. Desse modo, pode-se dizer que a estrutura do Laboratório Químico-Prático era totalmente subordinada à estrutura da própria residência do Conde da Barca. Em 1814 retorna à política, sendo nomeado Ministro da Marinha, em ocasião do falecimento do Conde das Galveias. No mesmo ano, instala em seu Laboratório Químico-Prático um alambique de sistema escocês, com melhoramentos feitos no Rio de Janeiro. Com este alambique, dedicou-se à fermentação de bebidas, e daí supõe-se que a principal fonte de renda do Laboratório tenha sido a venda de licores e aguardente.
Além de actividade relacionadas com a instituição, constituição e aplicação da química no Brasil, tem-se notícia de que o Laboratório também teria como actividade o ensino da disciplina, com o objectivo principal de preparar aqueles que visavam prestar exames para boticários perante a Fisicatura–Mor. Era comendador da grã-cruz da Ordem de Cristo, da Ordem Militar da Torre e Espada, da Ordem de Isabel a Católica de Espanha e da Legião de Honra de França. Além disso, pertenceu também a Academia Real das Ciências de Lisboa. Foram notáveis seus entraves com a Cúria Romana entre 1814 e 1817. Tinha frequentemente o assentimento do Príncipe Regente. Exemplo disso é a negativa dada por ele à ordem do papa Pio VII para que fosse restabelecida em Portugal a Companhia de Jesus. Diante dos clamores do povo da Madeira pela abolição do Tribunal da Santa Inquisição, sugeriu que D. João VI o abolisse sob seus domínios, a que este não se atreveu. O Governo do Rio de Janeiro solicita então a Roma a abolição do santo Ofício, pedido negado por Pio VII.
António de Araújo e Azevedo, 1º Conde da Barca. No ano seguinte, intercede junto ao Príncipe
Regente para a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, facto que se realiza em 15 de Dezembro de 1815. Era também coleccionador de obras de arte. Foi o responsável pela fundação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro, para a qual mandou vir da França um competente quadro de professores, seleccionado por D. Pedro José Joaquim Vito de Menezes Coutinho, o 6.º marquês de Marialva (1815). Tal quadro incluía nomes como: Le Breton, Jean-Baptiste Debret, Nicolas-Antoine Taunay e seu filho Félix Taunay, Grandjean de Montigny e Charles Simon Pradier. Encomendou o projecto do palácio da Academia a Grandjean de Montigny, mas não viveu o suficiente para vê-lo pronto, já que suas obras só terminaram em 1826. Volta a ocupar o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Guerra em 1816-1817. Quando da morte de Fernando José de Portugal e Castro, o segundo marquês de Aguiar, foi convidado a assumir todas as pastas do governo. Contudo, com sua saúde já bastante debilitada, veio a falecer.
Foi o único conde da Barca. Seu título lhe foi conferido em vida, pelo ainda príncipe regente, D. João VI, em 27 de Dezembro de 1815. O destino do Laboratório Químico-Prático, inicialmente uma iniciativa particular do Conde da Barca, foi o de ser apropriado pelo Estado, passando a ser um órgão do Governo subordinado ao Ministério dos Negócios do Reino, e assim continuando com suas actividades sob a direcção de João Caetano de Barros. A garantia do funcionamento do Laboratório foi endossada por decreto real do dia 27 de Outubro de 1819, criando um Laboratório Químico. Com sua morte, seu acervo foi comprado pelo governo e encaminhado para a Real Biblioteca lá persistindo até os dias actuais. Tal acervo incluía uma série de manuscritos, que até meados do século XX eram designados como Coleção Araujense, onde constavam mais de seis mil documentos. Após a data citada, tal colecção é desmembrada. Actualmente, se tem acesso apenas às suas cartas de negociação pelo tratado de paz entre Portugal e França, bem como a menos de 20 outros manuscritos. Embora haja referências históricas que comprovam a escrita do Hortus araujensis, no entanto, não há nenhuma evidência de que este tenha sido publicado. Entre outras, foi autor das seguintes obras publicadas: versão ilustrada de Osmia, tragédia coroada pela Academia Real das Ciências de Lisboa, Lisboa, 17??, Ode a Dryden para o dia de Santa Cecília, traduzida em português, sem local e sem data (provavelmente Hamburgo, 1799), com três odes de Gray (a tradução da Ode de Dryden voltou a ser publicada na Mnemósine Lusitana, tomo II, 1817), Tradução da Elegia de Gray, composta no cemitério de uma igreja de aldeia, s.l. e s.d. (provavelmente Hamburgo,), Ramalhete, 1841. Resposta ou refutação da carta de um vassalo nobre ao seu Rei, sem o nome do autor, no Investigador Português, XXXVI, 1814.
Memória em defesa de Camões contra Mr. de la Harpe, nas Memórias de Literatura da Academia Real das Ciências, tomo VII, Representação a El-Rei D. João VI, no Campeão Português, Londres, volume I. Uma confusão frequente atribui há várias décadas Osmia, tragédia coroada pela Academia Real das Ciências de Lisboa (Lisboa, 1788) a António de Araújo e Azevedo, mas na verdade esta obra foi autorizada por Teresa de Melo Breyner, com António de Araújo e Azevedo a só ser autor da referida versão ilustrada desta tragédia.
2. José Pedro Cyrne de Araújo de Azevedo Pimenta da Gama, 2.º conde da Barca.
Conde do Barreiro
23 de Dezembro de 1813-D. Manuel José de Sousa Coutinho, 1.º Conde do Barreiro-em vida-extinto.
O título de Conde do Barreiro foi criado por decreto de 23 de Dezembro de 1813 da rainha D. Maria I de Portugal a favor de D. Manuel José de Sousa Coutinho, 1.º conde do Barreiro.
Titulares
D. Manuel José de Sousa Coutinho, 1.º conde do Barreiro
Conde de Basto
(1ª Criação) - 12 de Setembro de 1582-D. Fernando de Castro-juro e herdade-extinto
Conde de Basto foi um título nobiliárquico português que teve duas criações.
Primeira Criação
A primeira criação do título de Conde de Basto foi efectuada pelo Rei D. Filipe I de Portugal, por Decreto de 12 de Setembro de 1582, em favor de D. Fernando de Castro.
Titulares.
D. Fernando de Castro, 1.º conde de Basto
D. Diogo de Castro, Vice-Rei de Portugal e 2.º conde de Basto
Dom Diogo de Castro foi um nobre português, o 2º Conde de Basto. Era filho de D. Fernando de Castro, 1º conde de Basto, e de D. Filipa de Mendonça.
Foi presidente da Junta Governativa do Reino, entre 1623 e 1631, durante o período Dinastia Filipina. Esta junta governava que o Reino de Portugal, em nome e por nomeação do rei de Espanha, pelo que, na prática, Dom Diogo exerceu as funções que hoje em dia equivalem às de primeiro-ministro.
D. Lourenço Pires de Castro, 3.º conde de Basto (faleceu na Catalunha em 1642, tendo optado por permanecer em Espanha após a independência portuguesa, razão pela qual o título foi extinto em Portugal).
Segunda Criação
No século XIX sucedeu a segunda criação do título de Conde de Basto por Decreto de D. Miguel I de Portugal, datado de 12 de Janeiro de 1829, em favor de José António de Oliveira Leite de Barros. O Conde de Basto exerceu as funções de Desembargador na Casa da Suplicação e de Ministro do Reino durante os reinados de D. João VI e D. Miguel I. Adepto do absolutismo, opôs-se à instauração do Liberalismo Constitucional em Portugal.
Titulares.
José António de Oliveira Leite de Barros, 1.º conde de Basto (1749-1833)
José António de Oliveira Leite de Barros (São Gens, Fafe, 1749-Coimbra, 4 de Agosto de 1833), o conde de Basto, bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra, foi desembargador da Casa da Suplicação, comendador professo na Ordem de Cristo, Ministro e Secretário de Estado do Reino do rei D. João VI de Portugal e Ministro e Secretário de Estado da Justiça no Ministério nomeado em 1828 por D. Miguel, no qual, juntamente com o brigadeiro Joaquim Teles Jordão, implantou o terror em Lisboa e no Porto, enviando para a forca, apenas com instrução sumária, alguns revoltosos, o que fez dele uma das figuras mais odiadas e vilipendiadas do período da Guerra Civil Portuguesa, figura central da ala dura do partido apostólico e símbolo da opressão do governo miguelista. Nasceu na freguesia de São Gens, concelho de Fafe, filho legitimado do André de Oliveira Leite de Barros, senhor da Casa da Breia de Basto, e de Brígida do Vale. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra no ano de 1780, ingressando seguidamente na magistratura judicial. Na sua carreia de magistrado, em 1795 foi nomeado desembargador da Casa e Relação do Porto, sendo logo em 1796 despachado juiz desembargador ordinário da Casa da Suplicação. Em 1799 foi promovido a desembargador de agravos da Casa da Suplicação, sendo no ano imediato, em 1800, escolhido para fiscal da Junta dos Três Estados. Em 1803 passou a deputado da Casa do Infantado e em 1805 a desembargador do Paço. Em Maio de 1806 passou a servir no sistema de fiscalização das forças armadas sendo nomeado juiz relator do conselho de justiça do Conselho do Almirantado, passando em Março do ano seguinte ao cargo de inspector-geral dos víveres, transportes e hospitais do Exército Portugês e auditor-geral e intendente geral da polícia militar. Após a reorganização do Exército Português liderada pelo general britânico William Carr Beresford, passou a chefe da auditoria geral do Exército, cargo que exerceu durante toda a Guerra Peninsular. Terminada a guerra, manteve-se no cargo até ao termo do período em que aquele general britânico foi comandante-em-chefe do Exército Português. Em reconhecimento dos serviços prestados naquele cargo, em 1813 foi-lhe concedida uma comenda da Ordem de Cristo, com a dotação de 90$000 réis. Já comendador professo da Ordem de Cristo, em 1819 recebeu ainda a mercê do senhorio do concelho de Rossas e o da alcaidaria-mor de Guimarães, acompanhadas das comendas de São Nicolau dos Vales e a sua anexa de Santa Comba de Orelhão. Partidário do absolutismo, opôs-se a todas as ideias do liberalismo, sendo um dos mais influentes opositores ao estabelecimento do sistema parlamentar resultante da Revolução de 1820. Sendo uma das figuras liderantes do campo absolutista, teve papel relevante da Vilafrancada e nos acontecimentos que em 1823 iniciaram a reacção contra a Constituição Portuguesa de 1822. Com a vitória do campo absolutista foi nomeado de Conselheiro de Estado e membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental, a comissão nomeada por D. João VI para formular o projecto da nova constituição então prometida pelo monarca. A 19 de Março de 1824, com a queda do Ministério dos inauferíveis direitos de El-Rei e o fim da governação de Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real, o 1.º conde de Subserra, foi nomeado para os cargos de Ministro e Secretário de Estado do Reino, que no ordenamento institucional do tempo corresponderia ao de primeiro-ministro, o qual acumulava com a pasta da Justiça. Nessas funções desempenhou um papel importante na revolta da Abrilada, exercendo nos primeiros dias após aquela sublevação também as funções de Ministro da Guerra. Contudo, a sua governação foi curta, pois logo a 14 de Maio daquele ano de 1824 foi demitido do cargo de Ministro e Secretário de Estado do Negócios do Reino na sequência da expulsão do Infante D. Miguel, obrigado a partir com destino ao exílio em Viena. Ainda assim, manteve a sua influência e permaneceu na esfera governativa até 15 de Janeiro de 1825, data em que foi definitivamente exonerado. Partidário ferrenho do legitimismo e intimamente ligado ao chamado partido reinsista, quando o infante D. Miguel voltou a Portugal e foi proclamado rei em 1828, foi chamado a integrar o governo em que era Ministro Assistente ao Despacho, o ministro a quem cabia chefiar o governo, Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º Duque de Cadaval, ficando encarregue das pastas do Reino e da Marinha. Entre 1 de Julho de 1831 e 2 de Agosto de 1833, apesar da sua idade avançada, passou a chefiar o governo como Ministro Assistente ao Despacho, período durante o qual foi seguida uma política de grande dureza na repressão de qualquer traço de influência liberal. No período em que dirigiu o sistema judicial português promoveu a condenação à forca quantos professassem as ideias do liberalismo. Nesse contexto, destacou-se por ter enviado à cidade do Porto a famigerada alçada encarregada de sentenciar os promotores da revolta de 16 de Maio de 1828 ocorrida em Aveiro e no Porto. Em reconhecimento pelos serviços à causa do legitimismo e do absolutismo, o rei D. Miguel I concedeu-lhe em 1828 a comenda da Ordem da Torre e Espada. O mesmo rei, por decreto de 18 de Janeiro de 1829, elevou-o a conde de Basto e concedeu-lhe a grã-cruz da Ordem de Cristo. O título de conde de Basto, uma nova criação de um antigo título, não foi contudo reconhecido pelo regime constitucional. O historiador Carlos de Passos disse dele que fora uma das "almas danadas do miguelismo, os piores inimigos de D. Miguel" e, ao referir a sua morte, em 1833, ainda na fase cruciante da campanha, afirma que "em Coimbra ficara sepultado o abominável Conde de Basto". Obrigado a fugir de Lisboa no dia 23 de Julho de 1833, dada a aproximação das forças liberais comandadas pelo duque da Terceira, o conde de Basto refugiou-se em Coimbra, onde chegou a 2 de Agosto. Octogenário, muito doente, faleceu dois dias depois, aparentemente de cólera mórbus. Foi sepultado com o hábito da Ordem de Cristo, na igreja do antigo Colégio de São Tomás de Coimbra. Quando em 1834, depois da extinção das ordens religiosas, os constitucionais entraram em Coimbra, o cadáver foi tirado do túmulo, arrastado pelas ruas de Coimbra e dilacerado. Dados genealógicos. Nasceu na freguesia de São Gens, concelho de Fafe, filho legitimado do André de Oliveira Leite de Barros, senhor da Casa da Breia de Basto e de Brígida do Vale. Casou em 1788, com Leonor Ângela Leite de Barros e novamente, a 10 de Janeiro de 1829, com Catarina Lusitana Correia de Morais Leite de Almada e Castro, filha de Martinho Correia de Morais e Castro, o 1.º visconde de Azenha. Do primeiro casamento teve João António de Oliveira Leite Pereira de Barros (Porto, Santo Ildefonso 21 de Junho de 1789 - Guimarães, 3 de Julho de 1859). Sem geração.
Conde de Belmonte
13 de Maio de 1805-D. Vasco Manuel de Figueiredo Cabral da Câmara-juro e herdade-D. Vasco Maria de Figueiredo Cabral da Camara
Conde de Belmonte é um título nobiliárquico criado por três vidas a 13 de Maio de 1805, pela rainha D. Maria I de Portugal, por decreto, a favor de D. Vasco Manuel de Figueiredo Cabral da Câmara.
Titulares
D. Vasco Manuel de Figueiredo Cabral da Câmara;
D. José Maria de Figueiredo Cabral da Câmara;
D. Vasco António de Figueiredo Cabral da Câmara;
D. Vasco Maria de Figueiredo Cabral da Câmara.
Ao longo dos anos a família Figueiredo Cabral da Câmara tornou-se uma das mais influentes de Portugal e das poucas famílias nobres que ainda hoje são recordadas, até porque, além de ilustres e ricos, travaram relações com a distinta Casa de Bragança, a qual ocupava o trono de Portugal. O paço que abrigou a família é hoje um dos palácios mais ilustres de Lisboa, conhecido como o Palácio Belmonte.
Conde de Bobadela
8 de Outubro de 1758-Gomes Freire de Andrade-juro e herdade-extinto
O título de Conde de Bobadela foi instituído por decreto do rei José I de Portugal de 8 de Outubro de 1758 e confirmado por carta de 20 de Dezembro desse mesmo ano, em benefício de Gomes Freire de Andrade, que desempenhava as funções de governador da Capitania do Rio de Janeiro, no Brasil.
Condes de Bobadela
1. Gomes Freire de Andrade (1685-1763)
António Gomes Freire de Andrade (Juromenha, 1685-Rio de Janeiro, 1 de janeiro de 1763) foi um nobre militar e administrador português. Foi feito primeiro conde de Bobadela por carta de 20 de dezembro de 1758. Filho de Bernardino Freire de Andrade e de D. Joana Vicência de Meneses, foi moço fidalgo com exercício, acrescentado a fidalgo escudeiro, do Conselho do rei D. João V de Portugal e do rei D. José I de Portugal. Foi governador e capitão-general do Rio de Janeiro durante trinta anos, entre 1733 e 1763. Estudou no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, período em que assentou praça, progredindo na carreira militar durante a Guerra de Sucessão da Espanha. Diz "Nobreza de Portugal", tomo II, página 420: "Sendo estudante em Coimbra, assentou praça e de tal forma se houve na Guerra de Sucessão da Espanha que conquistou alto posto." Provido de comando superior, terminada a campanha, teve o encargo de comissões importantes e, em 1733 foi nomeado Capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, tomando posse do cargo em 26 de julho. Comissário e primeiro plenipotenciário de Portugal nas conferências sobre os limites da fronteira ou parte meridional do Estado do Brasil com as colónias espanholas da América do Sul, que alcançava desde Castilhos Grandes até a foz do rio Jauru. General da Divisão portuguesa e depois comandante em chefe das tropas auxiliares de Espanha e Portugal que foram ao Rio Grande do Sul e ao Uruguai, Buenos Aires e Colônia do Sacramento, sujeitar os índios rebeldes instigados contra o domínio português e espanhol, pelo predomínio dos jesuítas, apoiados na influência do governo inglês, que desde 1740 perscrutava a maneira de assentar o domínio da Inglaterra no rio da Prata, dominar toda a América do Sul e acabar para Portugal o domínio do Estado do Brasil.
Em 1735 recebeu o encargo de administrar também as Minas Gerais, e em 1748, havendo aumentado a população de Goiás, Cuiabá e Mato Grosso, incumbido de administrar as duas novas capitanias que se fundaram. Assim, enviado ao Brasil para ser governador da Capitania do Rio de Janeiro, acumulando sob seu comando os territórios de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e sul do Brasil. No Rio de Janeiro, junto ao sargento-mor José Fernandes Pinto Alpoim, realizou obras como o Aqueduto da Carioca, a Casa dos Governadores terminada em 1743, e o chafariz ou fonte pública da praça do Carmo. Incentivou também a construção de importantes obras religiosas, como o Convento de Santa Teresa e o Convento da Ajuda (demolido). Permitiu a abertura da primeira tipografia da colônia, criada no Rio de Janeiro em 1747 por Antônio Isidoro da Fonseca, mas que teve de ser fechada por ordem do governo português. Incentivou a cultura também pela criação de academias de intelectuais: a Academia dos Felizes (1736) e a Academia dos Seletos (1752), ainda que nenhuma teve vida longa. Depois da atuação notável como governador, uma vez denunciadas ao governador em 1744 pelo guarda-mor J. R. Froes as riquezas do distrito diamantino de Paracatu, cuidou logo de explorar os terrenos. Agiu para o aproveitamento das minas de Paracatu, recém, descobertas, esforçando-se para tentar acabar com a falta de controlo da circulação do ouro e a desorganização da coleta dos quintos. Reprimiu o contrabando, articulado a partir do Rio, estabeleceu um sistema de taxas sobre o ouro de Minas, determinou a imposição de um contrato sobre os diamantes do Tijuco, distrito que Portugal mantinha rigorosamente fechado, supervisionou a renovação urbana do Ribeirão do Carmo rebatizada Cidade Mariana em homenagem à Rainha D. Maria Ana de Áustria. Atuou intensamente em favor da cultura e instrução na colónia. Em decorrência do Tratado de Madrid (1750), o governador deslocou-se em 1752 junto com Fernandes Alpoim à região sul para delimitar as fronteiras com as colónias espanholas. Comandou as tropas luso-espanholas que venceram os índios guaranis durante a Guerra Guaranítica (1754-1756), em que lutou contra o líder guarani Sepé Tiaraju. Ao mesmo tempo que prestava atenção aos interesses materiais do país sujeito a seu domínio, atendia à instrução e ao amor pela literatura, empregando os meios possíveis para o seu desenvolvimento. A ele se deve o estabelecimento da oficina tipográfica do Rio, de que foi proprietário Antônio Isidoro da Fonseca. A tipografia durou pouco, porque a iniciativa desagradou ao governo da metrópole, temeroso da demasiada ilustração dos colonos, que censurou muito que o capitão general concedesse autorização para que se fundasse e ainda não satisfeito com a censura, ordenou que se fechasse. Os primeiros escritos impressos foram: «Relação da entrada que fez o exmo e revmo senhor Dom Frei Antônio do Desterro Malheiros, bispo do Rio de Janeiro, em 1.º do ano de 1747, havendo sido seis anos bispo de Angola, d'onde por nomeação de Sua Majestade e bula pontifícia foi promovido para esta diocese», composta pelo doutor Luís Antônio Roussado da Cunha, juiz de fora, etc.»
«Em aplauso do exmo e revmo sr D. Frei Antônio do Desterro Malheiros, digníssimo bispo d'esta cidade», romance heróico in folio;
«Coleção de 11 epigramas e 1 soneto, aqueles em latim, êste em português, sobre idêntico assunto.» Foi ainda durante seu governo que se fundaram duas academias, a dos Felizes e a dos Seletos. Auxiliava os que se dedicavam ao estudo e entre os muitos que mandou educar no seminário de São José esteve José Basílio da Gama que, depois de concluir sua educação à Europa, reconhecido à sua memória, escreveu o poema «Uruguai» ou «O Uraguai», cujo herói é Gomes Freire, publicado em Lisboa em 1769.
Como militar se distinguiu na guerra do Rio Grande do Sul contra os índios, de 1750 em diante, derrotando em menos de seis meses os inimigos que os jesuítas dirigiam ocultamente. Depois do Pacto de Família, Portugal declarou guerra à Espanha, de que resultou D. Pedro de Cevallos tomar a cidade do Sacramento, que arrasou e à qual nunca chegaram socorros do Rio de Janeiro. Diz-se que este fato lhe causou tão poderosa impressão que recebeu a notícia em dezembro de 1762 e adoeceu gravemente, morrendo em 1 de janeiro seguinte. Está sepultado na capela do convento de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Deixou em testamento um valiosíssimo morgado em favor do irmão, José António Freire de Andrade, pois não se casou nem teve filhos. Título e descendência. Graças a seus serviços à Coroa, D. José I (rei de 1750 a 1777) concedeu-lhe em 1758 o título de conde de Bobadela. O título foi herdado por seu irmão, José António Freire de Andrade, que o transmitiu a seus descendentes. O 3.º conde de Bobadela foi Gomes Freire de Andrade. Último titular D. Nuno Manuel (28\9\1828).
No testamento, confirmou a instituição de morgado que por escritura de 13 de março de 1761 fizera nas Notas do Tabelião do Rio, Salvador António Velasco, em favor do irmão José António, em bens no valor de 88.066$400, que deveria ser ainda aumentado por ocasião de seu falecimento, pelo modo que determinara, e foi aprovado e confirmado por provisão do Desembargo do Paço em 21 de julho de 1778. Por proposta do senado da câmara do Rio, fora ordenado em aviso de 13 de agosto de 1760 que o retracto do conde fôsse colocado na sala do referido senado.
2. José António Freire de Andrade (1708-1784).
José António Freire de Andrade (Estremoz, 22 de abril de 1708-22 de abril de 1784), foi um cavaleiro professo na Ordem de Cristo, tenente general de cavalaria e 6º governador (interino) da capitania de Minas Gerais. 2º conde de Bobadela, era moço fidalgo, comendador em 2 vidas da comenda de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha de Ródão, na Ordem de Cristo. Sucedeu na casa e em várias tenças e padrões, impostas em diversas casas fiscais, a seu irmão o 1º conde de Bobadela, a 1 de janeiro de 1763 e no titulo de conde por nova mercê, em renovação do de seu irmão e em mais duas vidas, por decreto de 2 e carta de 9 de maio do mesmo ano. Prestou bons serviços no Estado do Brasil em 1751. Tendo o posto de coronel, foi governador e capitão general do Rio de Janeiro interinamente por carta de 25 de outubro de 1758. Foi governador das armas da província da Beira e em 1767 do Minho. Tenente general do Exército, na guerra do Roussillon em 1762, prestou bons serviços. Casou em 8 de setembro de 1761 com D. Antônia Xavier d'Almeida Borbon (25 de janeiro de 1746 - 1791) filha de D. Fernando d'Almeida e Silva (sobrinho de D. Lourenço de Almeida) e de D. Isabel Teresa de Lencastre Sanches de Farinha, filha e herdeira de Rodrigo Sanches de Farinha Baena, senhor da vila de Freixo Amarelo, alcaide-mor das ilhas do Faial e Graciosa, capitão-mor donatário da ilha do Faial e de D. Mariana Josefa de Lencastre, filha do 1º conde de Castelo Melhor.
Foi sucedido por seu filho, o 3.º conde de Bobadela, mas deixou também um filho natural, Francisco de Paula Freire de Andrade.
3. Gomes Freire de Andrade (1774-1831)
Gomes Freire de Andrade foi o 3.º conde de Bobadela, filho de José António Freire de Andrade, 2.º conde de Bobadela. Nasceu em 27 de junho de 1774 e morreu em 28 de setembro de 1831. Moço fidalgo e Par do Reino, por carta régia de 30 de abril de 1826, de que não tomou posse. Sucedeu na casa de seu pai a 22 de abril de 1784, e no título por carta de 25 de julho de 1785, verificação de vida na renovação concedida a seu pai em mais duas vidas, fora da Lei Mental por decreto de 2 de maio e carta de 9 de maio de 1763, no título de seu tio, o 1.º conde de Bobadela. Dedicando-se à vida militar, assentou praça em cavalaria, servindo durante a guerra de 1801 e depois na da península, em que foi condecorado. Senhor, por casamento, das vilas de Codeceiro e de Carapito; alcaide-mor de Vilar Mor e de Panóias; comendador, em verificação de 2ª vida, da comenda de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha de Rodam e comendador, por casamento, das comarcas de Santo Estêvão de Pussos (comarca de Ancião), de Santa Maria de Vilar Torpim (comarca de Figueira de Castelo Rodrigo), todas na Ordem de Cristo, e da comenda de São Romão de Panoias na 0rdem de Santiago da Espada.
Condecorado com a medalha por campanhas de guerra peninsular. Capitão de cavalaria. Sucedeu na casa de seu pai em 22 de abril de 1784 e no título por carta de25 de julho de 1785, verificação de vida na renovação concedida ao pai em mais duas vidas, fora da lei mental, por decreto de 2 de maio e carta de 9 dêste mês, de 1763, no título de seu tio o 1° Conde de Bobadela. Casamento. Em 1 de junho de 1802 casou com Ana Joaquina Maria do Resgate Miranda Henriques (26 de abril de 1786-29 de dezembro de 1858), filha primogénita e herdeira do 1º visconde de Sousel, António José de Miranda Henriques da Silveira e Albuquerque Mexia Leitão de Pina e Melo, e de sua 2ª mulher D. Joana Maria do Resgate de Saldanha. Ana Joaquina teve mercê, dispensada a lei mental, de uma vida em todos os bens da Coroa e Ordens que o pai desfrutava, em recompensa dos relevantes serviços militares que prestara na guerra do Roussillon, com especialidade nas ações das Três Serras e de Puig Cerda, como consta da carta de 27 de junho de 1796 e decreto de 16 de setembro de 1825, sendo estes bens os que citamos, havendo a acrescentar os de Capela da Coroa (em Vale de Preguiça, no termo da vila de Campo Maior).
4. Duarte Maria Freire de Andrade (...-1831), neto do anterior e conde por 2 meses
Conde de Borba
16 de Março de 1486-D. Vasco Coutinho, depois 1.ºConde de Redondo-em vida-extinto
Conde de Borba foi um título nobiliárquico português criado duas vezes.
Primeira criação.
1. Título criado por D. João II de Portugal, por carta de 16 de março de 1486, a favor de D. Vasco Coutinho, 1.º conde de Redondo (16 de Março de 1486).
Segunda criação.
Título criado por D. Pedro II de Portugal, por carta de 11 de Maio 1704, a favor de D. José
1. Pedro Pereira Carvalho Nunes, descendente de Nuno Álvares Pereira.
Usaram o título.
2. D. José Pedro Pereira Carvalho Nunes
3. D. Pedro Jorge Manuel Pereira Carvalho Nunes
4. Sebastião José de Carvalho Melo e Daun (1785-1834), também 4.º Conde de Oeiras
5. João José Maria de Carvalho de Albuquerque Daun e Lorena (1817-1823), também 5.º Conde de Oeiras
6. Manuel José Jorge de Carvalho Melo e Daun de Albuquerque Sousa e Lorena (1821-1886), também 6.º Conde de Oeiras
7. Sebastião José de Carvalho e Melo Daun Albuquerque da Silva e Lorena (1849-1874), também 7º Conde de Oeiras
8. António de Carvalho Melo e Daun de Albuquerque e Lorena (1850-1911), também 8.º Conde de Oeiras
23 de Setembro de 1816-Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, 6.ºVisconde de Barbacena-juro e herdade-extinto
Conde da Barca
27 de Dezembro de 1815-António de Araújo e Azevedo-em vida-Maria da Assunção da Cunha e Meneses Pimenta da Gama
Conde da Barca foi um título criado por decreto de 27 de Dezembro de 1815, da rainha D. Maria I de Portugal, a favor de António de Araújo e Azevedo, um diplomata, cientista e político. Usaram o título
1. António de Araújo e Azevedo, 1.º conde da Barca;
Neste mesmo ano é transferido para a corte de São Petersburgo, aonde se mantém por três anos. Logo em seguida, torna-se ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, se encarregando também, dois anos depois (por ocasião da morte do Conde de Vila Verde), do Ministério do Reino. Foi um dos conselheiros que mais incentivou a vinda da família Real para o Brasil. Chega ao Rio de Janeiro em 6 de Março de 1808, a bordo da nau Medusa. Estabelece-se em um palacete na rua do Passeio, onde se dedica exclusivamente aos trabalhos científicos, já que, com a chegada ao Brasil, Dom João VI troca de ministério, e o substitui por Dom Rodrigo de Sousa Coutinho, pouco depois 1.º conde de Linhares. Antes desta substituição, porém, na Bahia, referenda a Carta Régia, abrindo os portos brasileiros às nações amigas. Desembarcou no Rio de Janeiro trazendo consigo a sua livraria, legada posteriormente à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, uma tipografia completa (que aqui se institui, transformando-se, a 13 de Maio de 1808 em Imprensa Régia), a sua riquíssima colecção mineralógica organizada pelo geólogo alemão Abraham Gottlob Werner e um conjunto de instrumentos científicos que utilizou para montar, na sua própria residência, um laboratório para o estudo da Química. Também em sua casa, monta um jardim aonde cultiva mais de 1.500 espécies botânicas indígenas e exóticas, as quais catalogou sob o nome de Hortus araujensis. Sobre este catálogo, há referências de sua existência, mas nenhuma evidência de sua publicação oficial. Em 9 de Novembro de 1812, António de Araújo e Azevedo recebeu autorização, por decreto do Príncipe Regente, para promover as instalações necessárias para abastecer a sua residência de água. Desse modo, pode-se dizer que a estrutura do Laboratório Químico-Prático era totalmente subordinada à estrutura da própria residência do Conde da Barca. Em 1814 retorna à política, sendo nomeado Ministro da Marinha, em ocasião do falecimento do Conde das Galveias. No mesmo ano, instala em seu Laboratório Químico-Prático um alambique de sistema escocês, com melhoramentos feitos no Rio de Janeiro. Com este alambique, dedicou-se à fermentação de bebidas, e daí supõe-se que a principal fonte de renda do Laboratório tenha sido a venda de licores e aguardente.
Além de actividade relacionadas com a instituição, constituição e aplicação da química no Brasil, tem-se notícia de que o Laboratório também teria como actividade o ensino da disciplina, com o objectivo principal de preparar aqueles que visavam prestar exames para boticários perante a Fisicatura–Mor. Era comendador da grã-cruz da Ordem de Cristo, da Ordem Militar da Torre e Espada, da Ordem de Isabel a Católica de Espanha e da Legião de Honra de França. Além disso, pertenceu também a Academia Real das Ciências de Lisboa. Foram notáveis seus entraves com a Cúria Romana entre 1814 e 1817. Tinha frequentemente o assentimento do Príncipe Regente. Exemplo disso é a negativa dada por ele à ordem do papa Pio VII para que fosse restabelecida em Portugal a Companhia de Jesus. Diante dos clamores do povo da Madeira pela abolição do Tribunal da Santa Inquisição, sugeriu que D. João VI o abolisse sob seus domínios, a que este não se atreveu. O Governo do Rio de Janeiro solicita então a Roma a abolição do santo Ofício, pedido negado por Pio VII.
António de Araújo e Azevedo, 1º Conde da Barca. No ano seguinte, intercede junto ao Príncipe
Regente para a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, facto que se realiza em 15 de Dezembro de 1815. Era também coleccionador de obras de arte. Foi o responsável pela fundação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro, para a qual mandou vir da França um competente quadro de professores, seleccionado por D. Pedro José Joaquim Vito de Menezes Coutinho, o 6.º marquês de Marialva (1815). Tal quadro incluía nomes como: Le Breton, Jean-Baptiste Debret, Nicolas-Antoine Taunay e seu filho Félix Taunay, Grandjean de Montigny e Charles Simon Pradier. Encomendou o projecto do palácio da Academia a Grandjean de Montigny, mas não viveu o suficiente para vê-lo pronto, já que suas obras só terminaram em 1826. Volta a ocupar o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Guerra em 1816-1817. Quando da morte de Fernando José de Portugal e Castro, o segundo marquês de Aguiar, foi convidado a assumir todas as pastas do governo. Contudo, com sua saúde já bastante debilitada, veio a falecer.
Foi o único conde da Barca. Seu título lhe foi conferido em vida, pelo ainda príncipe regente, D. João VI, em 27 de Dezembro de 1815. O destino do Laboratório Químico-Prático, inicialmente uma iniciativa particular do Conde da Barca, foi o de ser apropriado pelo Estado, passando a ser um órgão do Governo subordinado ao Ministério dos Negócios do Reino, e assim continuando com suas actividades sob a direcção de João Caetano de Barros. A garantia do funcionamento do Laboratório foi endossada por decreto real do dia 27 de Outubro de 1819, criando um Laboratório Químico. Com sua morte, seu acervo foi comprado pelo governo e encaminhado para a Real Biblioteca lá persistindo até os dias actuais. Tal acervo incluía uma série de manuscritos, que até meados do século XX eram designados como Coleção Araujense, onde constavam mais de seis mil documentos. Após a data citada, tal colecção é desmembrada. Actualmente, se tem acesso apenas às suas cartas de negociação pelo tratado de paz entre Portugal e França, bem como a menos de 20 outros manuscritos. Embora haja referências históricas que comprovam a escrita do Hortus araujensis, no entanto, não há nenhuma evidência de que este tenha sido publicado. Entre outras, foi autor das seguintes obras publicadas: versão ilustrada de Osmia, tragédia coroada pela Academia Real das Ciências de Lisboa, Lisboa, 17??, Ode a Dryden para o dia de Santa Cecília, traduzida em português, sem local e sem data (provavelmente Hamburgo, 1799), com três odes de Gray (a tradução da Ode de Dryden voltou a ser publicada na Mnemósine Lusitana, tomo II, 1817), Tradução da Elegia de Gray, composta no cemitério de uma igreja de aldeia, s.l. e s.d. (provavelmente Hamburgo,), Ramalhete, 1841. Resposta ou refutação da carta de um vassalo nobre ao seu Rei, sem o nome do autor, no Investigador Português, XXXVI, 1814.
Memória em defesa de Camões contra Mr. de la Harpe, nas Memórias de Literatura da Academia Real das Ciências, tomo VII, Representação a El-Rei D. João VI, no Campeão Português, Londres, volume I. Uma confusão frequente atribui há várias décadas Osmia, tragédia coroada pela Academia Real das Ciências de Lisboa (Lisboa, 1788) a António de Araújo e Azevedo, mas na verdade esta obra foi autorizada por Teresa de Melo Breyner, com António de Araújo e Azevedo a só ser autor da referida versão ilustrada desta tragédia.
2. José Pedro Cyrne de Araújo de Azevedo Pimenta da Gama, 2.º conde da Barca.
Conde do Barreiro
23 de Dezembro de 1813-D. Manuel José de Sousa Coutinho, 1.º Conde do Barreiro-em vida-extinto.
O título de Conde do Barreiro foi criado por decreto de 23 de Dezembro de 1813 da rainha D. Maria I de Portugal a favor de D. Manuel José de Sousa Coutinho, 1.º conde do Barreiro.
Titulares
D. Manuel José de Sousa Coutinho, 1.º conde do Barreiro
Conde de Basto
(1ª Criação) - 12 de Setembro de 1582-D. Fernando de Castro-juro e herdade-extinto
Conde de Basto foi um título nobiliárquico português que teve duas criações.
Primeira Criação
A primeira criação do título de Conde de Basto foi efectuada pelo Rei D. Filipe I de Portugal, por Decreto de 12 de Setembro de 1582, em favor de D. Fernando de Castro.
Titulares.
D. Fernando de Castro, 1.º conde de Basto
D. Diogo de Castro, Vice-Rei de Portugal e 2.º conde de Basto
Dom Diogo de Castro foi um nobre português, o 2º Conde de Basto. Era filho de D. Fernando de Castro, 1º conde de Basto, e de D. Filipa de Mendonça.
Foi presidente da Junta Governativa do Reino, entre 1623 e 1631, durante o período Dinastia Filipina. Esta junta governava que o Reino de Portugal, em nome e por nomeação do rei de Espanha, pelo que, na prática, Dom Diogo exerceu as funções que hoje em dia equivalem às de primeiro-ministro.
D. Lourenço Pires de Castro, 3.º conde de Basto (faleceu na Catalunha em 1642, tendo optado por permanecer em Espanha após a independência portuguesa, razão pela qual o título foi extinto em Portugal).
Segunda Criação
No século XIX sucedeu a segunda criação do título de Conde de Basto por Decreto de D. Miguel I de Portugal, datado de 12 de Janeiro de 1829, em favor de José António de Oliveira Leite de Barros. O Conde de Basto exerceu as funções de Desembargador na Casa da Suplicação e de Ministro do Reino durante os reinados de D. João VI e D. Miguel I. Adepto do absolutismo, opôs-se à instauração do Liberalismo Constitucional em Portugal.
Titulares.
José António de Oliveira Leite de Barros, 1.º conde de Basto (1749-1833)
José António de Oliveira Leite de Barros (São Gens, Fafe, 1749-Coimbra, 4 de Agosto de 1833), o conde de Basto, bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra, foi desembargador da Casa da Suplicação, comendador professo na Ordem de Cristo, Ministro e Secretário de Estado do Reino do rei D. João VI de Portugal e Ministro e Secretário de Estado da Justiça no Ministério nomeado em 1828 por D. Miguel, no qual, juntamente com o brigadeiro Joaquim Teles Jordão, implantou o terror em Lisboa e no Porto, enviando para a forca, apenas com instrução sumária, alguns revoltosos, o que fez dele uma das figuras mais odiadas e vilipendiadas do período da Guerra Civil Portuguesa, figura central da ala dura do partido apostólico e símbolo da opressão do governo miguelista. Nasceu na freguesia de São Gens, concelho de Fafe, filho legitimado do André de Oliveira Leite de Barros, senhor da Casa da Breia de Basto, e de Brígida do Vale. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra no ano de 1780, ingressando seguidamente na magistratura judicial. Na sua carreia de magistrado, em 1795 foi nomeado desembargador da Casa e Relação do Porto, sendo logo em 1796 despachado juiz desembargador ordinário da Casa da Suplicação. Em 1799 foi promovido a desembargador de agravos da Casa da Suplicação, sendo no ano imediato, em 1800, escolhido para fiscal da Junta dos Três Estados. Em 1803 passou a deputado da Casa do Infantado e em 1805 a desembargador do Paço. Em Maio de 1806 passou a servir no sistema de fiscalização das forças armadas sendo nomeado juiz relator do conselho de justiça do Conselho do Almirantado, passando em Março do ano seguinte ao cargo de inspector-geral dos víveres, transportes e hospitais do Exército Portugês e auditor-geral e intendente geral da polícia militar. Após a reorganização do Exército Português liderada pelo general britânico William Carr Beresford, passou a chefe da auditoria geral do Exército, cargo que exerceu durante toda a Guerra Peninsular. Terminada a guerra, manteve-se no cargo até ao termo do período em que aquele general britânico foi comandante-em-chefe do Exército Português. Em reconhecimento dos serviços prestados naquele cargo, em 1813 foi-lhe concedida uma comenda da Ordem de Cristo, com a dotação de 90$000 réis. Já comendador professo da Ordem de Cristo, em 1819 recebeu ainda a mercê do senhorio do concelho de Rossas e o da alcaidaria-mor de Guimarães, acompanhadas das comendas de São Nicolau dos Vales e a sua anexa de Santa Comba de Orelhão. Partidário do absolutismo, opôs-se a todas as ideias do liberalismo, sendo um dos mais influentes opositores ao estabelecimento do sistema parlamentar resultante da Revolução de 1820. Sendo uma das figuras liderantes do campo absolutista, teve papel relevante da Vilafrancada e nos acontecimentos que em 1823 iniciaram a reacção contra a Constituição Portuguesa de 1822. Com a vitória do campo absolutista foi nomeado de Conselheiro de Estado e membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental, a comissão nomeada por D. João VI para formular o projecto da nova constituição então prometida pelo monarca. A 19 de Março de 1824, com a queda do Ministério dos inauferíveis direitos de El-Rei e o fim da governação de Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real, o 1.º conde de Subserra, foi nomeado para os cargos de Ministro e Secretário de Estado do Reino, que no ordenamento institucional do tempo corresponderia ao de primeiro-ministro, o qual acumulava com a pasta da Justiça. Nessas funções desempenhou um papel importante na revolta da Abrilada, exercendo nos primeiros dias após aquela sublevação também as funções de Ministro da Guerra. Contudo, a sua governação foi curta, pois logo a 14 de Maio daquele ano de 1824 foi demitido do cargo de Ministro e Secretário de Estado do Negócios do Reino na sequência da expulsão do Infante D. Miguel, obrigado a partir com destino ao exílio em Viena. Ainda assim, manteve a sua influência e permaneceu na esfera governativa até 15 de Janeiro de 1825, data em que foi definitivamente exonerado. Partidário ferrenho do legitimismo e intimamente ligado ao chamado partido reinsista, quando o infante D. Miguel voltou a Portugal e foi proclamado rei em 1828, foi chamado a integrar o governo em que era Ministro Assistente ao Despacho, o ministro a quem cabia chefiar o governo, Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º Duque de Cadaval, ficando encarregue das pastas do Reino e da Marinha. Entre 1 de Julho de 1831 e 2 de Agosto de 1833, apesar da sua idade avançada, passou a chefiar o governo como Ministro Assistente ao Despacho, período durante o qual foi seguida uma política de grande dureza na repressão de qualquer traço de influência liberal. No período em que dirigiu o sistema judicial português promoveu a condenação à forca quantos professassem as ideias do liberalismo. Nesse contexto, destacou-se por ter enviado à cidade do Porto a famigerada alçada encarregada de sentenciar os promotores da revolta de 16 de Maio de 1828 ocorrida em Aveiro e no Porto. Em reconhecimento pelos serviços à causa do legitimismo e do absolutismo, o rei D. Miguel I concedeu-lhe em 1828 a comenda da Ordem da Torre e Espada. O mesmo rei, por decreto de 18 de Janeiro de 1829, elevou-o a conde de Basto e concedeu-lhe a grã-cruz da Ordem de Cristo. O título de conde de Basto, uma nova criação de um antigo título, não foi contudo reconhecido pelo regime constitucional. O historiador Carlos de Passos disse dele que fora uma das "almas danadas do miguelismo, os piores inimigos de D. Miguel" e, ao referir a sua morte, em 1833, ainda na fase cruciante da campanha, afirma que "em Coimbra ficara sepultado o abominável Conde de Basto". Obrigado a fugir de Lisboa no dia 23 de Julho de 1833, dada a aproximação das forças liberais comandadas pelo duque da Terceira, o conde de Basto refugiou-se em Coimbra, onde chegou a 2 de Agosto. Octogenário, muito doente, faleceu dois dias depois, aparentemente de cólera mórbus. Foi sepultado com o hábito da Ordem de Cristo, na igreja do antigo Colégio de São Tomás de Coimbra. Quando em 1834, depois da extinção das ordens religiosas, os constitucionais entraram em Coimbra, o cadáver foi tirado do túmulo, arrastado pelas ruas de Coimbra e dilacerado. Dados genealógicos. Nasceu na freguesia de São Gens, concelho de Fafe, filho legitimado do André de Oliveira Leite de Barros, senhor da Casa da Breia de Basto e de Brígida do Vale. Casou em 1788, com Leonor Ângela Leite de Barros e novamente, a 10 de Janeiro de 1829, com Catarina Lusitana Correia de Morais Leite de Almada e Castro, filha de Martinho Correia de Morais e Castro, o 1.º visconde de Azenha. Do primeiro casamento teve João António de Oliveira Leite Pereira de Barros (Porto, Santo Ildefonso 21 de Junho de 1789 - Guimarães, 3 de Julho de 1859). Sem geração.
Conde de Belmonte
13 de Maio de 1805-D. Vasco Manuel de Figueiredo Cabral da Câmara-juro e herdade-D. Vasco Maria de Figueiredo Cabral da Camara
Conde de Belmonte é um título nobiliárquico criado por três vidas a 13 de Maio de 1805, pela rainha D. Maria I de Portugal, por decreto, a favor de D. Vasco Manuel de Figueiredo Cabral da Câmara.
Titulares
D. Vasco Manuel de Figueiredo Cabral da Câmara;
D. José Maria de Figueiredo Cabral da Câmara;
D. Vasco António de Figueiredo Cabral da Câmara;
D. Vasco Maria de Figueiredo Cabral da Câmara.
Ao longo dos anos a família Figueiredo Cabral da Câmara tornou-se uma das mais influentes de Portugal e das poucas famílias nobres que ainda hoje são recordadas, até porque, além de ilustres e ricos, travaram relações com a distinta Casa de Bragança, a qual ocupava o trono de Portugal. O paço que abrigou a família é hoje um dos palácios mais ilustres de Lisboa, conhecido como o Palácio Belmonte.
Conde de Bobadela
8 de Outubro de 1758-Gomes Freire de Andrade-juro e herdade-extinto
O título de Conde de Bobadela foi instituído por decreto do rei José I de Portugal de 8 de Outubro de 1758 e confirmado por carta de 20 de Dezembro desse mesmo ano, em benefício de Gomes Freire de Andrade, que desempenhava as funções de governador da Capitania do Rio de Janeiro, no Brasil.
Condes de Bobadela
1. Gomes Freire de Andrade (1685-1763)
António Gomes Freire de Andrade (Juromenha, 1685-Rio de Janeiro, 1 de janeiro de 1763) foi um nobre militar e administrador português. Foi feito primeiro conde de Bobadela por carta de 20 de dezembro de 1758. Filho de Bernardino Freire de Andrade e de D. Joana Vicência de Meneses, foi moço fidalgo com exercício, acrescentado a fidalgo escudeiro, do Conselho do rei D. João V de Portugal e do rei D. José I de Portugal. Foi governador e capitão-general do Rio de Janeiro durante trinta anos, entre 1733 e 1763. Estudou no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, período em que assentou praça, progredindo na carreira militar durante a Guerra de Sucessão da Espanha. Diz "Nobreza de Portugal", tomo II, página 420: "Sendo estudante em Coimbra, assentou praça e de tal forma se houve na Guerra de Sucessão da Espanha que conquistou alto posto." Provido de comando superior, terminada a campanha, teve o encargo de comissões importantes e, em 1733 foi nomeado Capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, tomando posse do cargo em 26 de julho. Comissário e primeiro plenipotenciário de Portugal nas conferências sobre os limites da fronteira ou parte meridional do Estado do Brasil com as colónias espanholas da América do Sul, que alcançava desde Castilhos Grandes até a foz do rio Jauru. General da Divisão portuguesa e depois comandante em chefe das tropas auxiliares de Espanha e Portugal que foram ao Rio Grande do Sul e ao Uruguai, Buenos Aires e Colônia do Sacramento, sujeitar os índios rebeldes instigados contra o domínio português e espanhol, pelo predomínio dos jesuítas, apoiados na influência do governo inglês, que desde 1740 perscrutava a maneira de assentar o domínio da Inglaterra no rio da Prata, dominar toda a América do Sul e acabar para Portugal o domínio do Estado do Brasil.
Em 1735 recebeu o encargo de administrar também as Minas Gerais, e em 1748, havendo aumentado a população de Goiás, Cuiabá e Mato Grosso, incumbido de administrar as duas novas capitanias que se fundaram. Assim, enviado ao Brasil para ser governador da Capitania do Rio de Janeiro, acumulando sob seu comando os territórios de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e sul do Brasil. No Rio de Janeiro, junto ao sargento-mor José Fernandes Pinto Alpoim, realizou obras como o Aqueduto da Carioca, a Casa dos Governadores terminada em 1743, e o chafariz ou fonte pública da praça do Carmo. Incentivou também a construção de importantes obras religiosas, como o Convento de Santa Teresa e o Convento da Ajuda (demolido). Permitiu a abertura da primeira tipografia da colônia, criada no Rio de Janeiro em 1747 por Antônio Isidoro da Fonseca, mas que teve de ser fechada por ordem do governo português. Incentivou a cultura também pela criação de academias de intelectuais: a Academia dos Felizes (1736) e a Academia dos Seletos (1752), ainda que nenhuma teve vida longa. Depois da atuação notável como governador, uma vez denunciadas ao governador em 1744 pelo guarda-mor J. R. Froes as riquezas do distrito diamantino de Paracatu, cuidou logo de explorar os terrenos. Agiu para o aproveitamento das minas de Paracatu, recém, descobertas, esforçando-se para tentar acabar com a falta de controlo da circulação do ouro e a desorganização da coleta dos quintos. Reprimiu o contrabando, articulado a partir do Rio, estabeleceu um sistema de taxas sobre o ouro de Minas, determinou a imposição de um contrato sobre os diamantes do Tijuco, distrito que Portugal mantinha rigorosamente fechado, supervisionou a renovação urbana do Ribeirão do Carmo rebatizada Cidade Mariana em homenagem à Rainha D. Maria Ana de Áustria. Atuou intensamente em favor da cultura e instrução na colónia. Em decorrência do Tratado de Madrid (1750), o governador deslocou-se em 1752 junto com Fernandes Alpoim à região sul para delimitar as fronteiras com as colónias espanholas. Comandou as tropas luso-espanholas que venceram os índios guaranis durante a Guerra Guaranítica (1754-1756), em que lutou contra o líder guarani Sepé Tiaraju. Ao mesmo tempo que prestava atenção aos interesses materiais do país sujeito a seu domínio, atendia à instrução e ao amor pela literatura, empregando os meios possíveis para o seu desenvolvimento. A ele se deve o estabelecimento da oficina tipográfica do Rio, de que foi proprietário Antônio Isidoro da Fonseca. A tipografia durou pouco, porque a iniciativa desagradou ao governo da metrópole, temeroso da demasiada ilustração dos colonos, que censurou muito que o capitão general concedesse autorização para que se fundasse e ainda não satisfeito com a censura, ordenou que se fechasse. Os primeiros escritos impressos foram: «Relação da entrada que fez o exmo e revmo senhor Dom Frei Antônio do Desterro Malheiros, bispo do Rio de Janeiro, em 1.º do ano de 1747, havendo sido seis anos bispo de Angola, d'onde por nomeação de Sua Majestade e bula pontifícia foi promovido para esta diocese», composta pelo doutor Luís Antônio Roussado da Cunha, juiz de fora, etc.»
«Em aplauso do exmo e revmo sr D. Frei Antônio do Desterro Malheiros, digníssimo bispo d'esta cidade», romance heróico in folio;
«Coleção de 11 epigramas e 1 soneto, aqueles em latim, êste em português, sobre idêntico assunto.» Foi ainda durante seu governo que se fundaram duas academias, a dos Felizes e a dos Seletos. Auxiliava os que se dedicavam ao estudo e entre os muitos que mandou educar no seminário de São José esteve José Basílio da Gama que, depois de concluir sua educação à Europa, reconhecido à sua memória, escreveu o poema «Uruguai» ou «O Uraguai», cujo herói é Gomes Freire, publicado em Lisboa em 1769.
Como militar se distinguiu na guerra do Rio Grande do Sul contra os índios, de 1750 em diante, derrotando em menos de seis meses os inimigos que os jesuítas dirigiam ocultamente. Depois do Pacto de Família, Portugal declarou guerra à Espanha, de que resultou D. Pedro de Cevallos tomar a cidade do Sacramento, que arrasou e à qual nunca chegaram socorros do Rio de Janeiro. Diz-se que este fato lhe causou tão poderosa impressão que recebeu a notícia em dezembro de 1762 e adoeceu gravemente, morrendo em 1 de janeiro seguinte. Está sepultado na capela do convento de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Deixou em testamento um valiosíssimo morgado em favor do irmão, José António Freire de Andrade, pois não se casou nem teve filhos. Título e descendência. Graças a seus serviços à Coroa, D. José I (rei de 1750 a 1777) concedeu-lhe em 1758 o título de conde de Bobadela. O título foi herdado por seu irmão, José António Freire de Andrade, que o transmitiu a seus descendentes. O 3.º conde de Bobadela foi Gomes Freire de Andrade. Último titular D. Nuno Manuel (28\9\1828).
No testamento, confirmou a instituição de morgado que por escritura de 13 de março de 1761 fizera nas Notas do Tabelião do Rio, Salvador António Velasco, em favor do irmão José António, em bens no valor de 88.066$400, que deveria ser ainda aumentado por ocasião de seu falecimento, pelo modo que determinara, e foi aprovado e confirmado por provisão do Desembargo do Paço em 21 de julho de 1778. Por proposta do senado da câmara do Rio, fora ordenado em aviso de 13 de agosto de 1760 que o retracto do conde fôsse colocado na sala do referido senado.
2. José António Freire de Andrade (1708-1784).
José António Freire de Andrade (Estremoz, 22 de abril de 1708-22 de abril de 1784), foi um cavaleiro professo na Ordem de Cristo, tenente general de cavalaria e 6º governador (interino) da capitania de Minas Gerais. 2º conde de Bobadela, era moço fidalgo, comendador em 2 vidas da comenda de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha de Ródão, na Ordem de Cristo. Sucedeu na casa e em várias tenças e padrões, impostas em diversas casas fiscais, a seu irmão o 1º conde de Bobadela, a 1 de janeiro de 1763 e no titulo de conde por nova mercê, em renovação do de seu irmão e em mais duas vidas, por decreto de 2 e carta de 9 de maio do mesmo ano. Prestou bons serviços no Estado do Brasil em 1751. Tendo o posto de coronel, foi governador e capitão general do Rio de Janeiro interinamente por carta de 25 de outubro de 1758. Foi governador das armas da província da Beira e em 1767 do Minho. Tenente general do Exército, na guerra do Roussillon em 1762, prestou bons serviços. Casou em 8 de setembro de 1761 com D. Antônia Xavier d'Almeida Borbon (25 de janeiro de 1746 - 1791) filha de D. Fernando d'Almeida e Silva (sobrinho de D. Lourenço de Almeida) e de D. Isabel Teresa de Lencastre Sanches de Farinha, filha e herdeira de Rodrigo Sanches de Farinha Baena, senhor da vila de Freixo Amarelo, alcaide-mor das ilhas do Faial e Graciosa, capitão-mor donatário da ilha do Faial e de D. Mariana Josefa de Lencastre, filha do 1º conde de Castelo Melhor.
Foi sucedido por seu filho, o 3.º conde de Bobadela, mas deixou também um filho natural, Francisco de Paula Freire de Andrade.
3. Gomes Freire de Andrade (1774-1831)
Gomes Freire de Andrade foi o 3.º conde de Bobadela, filho de José António Freire de Andrade, 2.º conde de Bobadela. Nasceu em 27 de junho de 1774 e morreu em 28 de setembro de 1831. Moço fidalgo e Par do Reino, por carta régia de 30 de abril de 1826, de que não tomou posse. Sucedeu na casa de seu pai a 22 de abril de 1784, e no título por carta de 25 de julho de 1785, verificação de vida na renovação concedida a seu pai em mais duas vidas, fora da Lei Mental por decreto de 2 de maio e carta de 9 de maio de 1763, no título de seu tio, o 1.º conde de Bobadela. Dedicando-se à vida militar, assentou praça em cavalaria, servindo durante a guerra de 1801 e depois na da península, em que foi condecorado. Senhor, por casamento, das vilas de Codeceiro e de Carapito; alcaide-mor de Vilar Mor e de Panóias; comendador, em verificação de 2ª vida, da comenda de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha de Rodam e comendador, por casamento, das comarcas de Santo Estêvão de Pussos (comarca de Ancião), de Santa Maria de Vilar Torpim (comarca de Figueira de Castelo Rodrigo), todas na Ordem de Cristo, e da comenda de São Romão de Panoias na 0rdem de Santiago da Espada.
Condecorado com a medalha por campanhas de guerra peninsular. Capitão de cavalaria. Sucedeu na casa de seu pai em 22 de abril de 1784 e no título por carta de25 de julho de 1785, verificação de vida na renovação concedida ao pai em mais duas vidas, fora da lei mental, por decreto de 2 de maio e carta de 9 dêste mês, de 1763, no título de seu tio o 1° Conde de Bobadela. Casamento. Em 1 de junho de 1802 casou com Ana Joaquina Maria do Resgate Miranda Henriques (26 de abril de 1786-29 de dezembro de 1858), filha primogénita e herdeira do 1º visconde de Sousel, António José de Miranda Henriques da Silveira e Albuquerque Mexia Leitão de Pina e Melo, e de sua 2ª mulher D. Joana Maria do Resgate de Saldanha. Ana Joaquina teve mercê, dispensada a lei mental, de uma vida em todos os bens da Coroa e Ordens que o pai desfrutava, em recompensa dos relevantes serviços militares que prestara na guerra do Roussillon, com especialidade nas ações das Três Serras e de Puig Cerda, como consta da carta de 27 de junho de 1796 e decreto de 16 de setembro de 1825, sendo estes bens os que citamos, havendo a acrescentar os de Capela da Coroa (em Vale de Preguiça, no termo da vila de Campo Maior).
4. Duarte Maria Freire de Andrade (...-1831), neto do anterior e conde por 2 meses
Conde de Borba
16 de Março de 1486-D. Vasco Coutinho, depois 1.ºConde de Redondo-em vida-extinto
Conde de Borba foi um título nobiliárquico português criado duas vezes.
Primeira criação.
1. Título criado por D. João II de Portugal, por carta de 16 de março de 1486, a favor de D. Vasco Coutinho, 1.º conde de Redondo (16 de Março de 1486).
Segunda criação.
Título criado por D. Pedro II de Portugal, por carta de 11 de Maio 1704, a favor de D. José
1. Pedro Pereira Carvalho Nunes, descendente de Nuno Álvares Pereira.
Usaram o título.
2. D. José Pedro Pereira Carvalho Nunes
3. D. Pedro Jorge Manuel Pereira Carvalho Nunes
4. Sebastião José de Carvalho Melo e Daun (1785-1834), também 4.º Conde de Oeiras
5. João José Maria de Carvalho de Albuquerque Daun e Lorena (1817-1823), também 5.º Conde de Oeiras
6. Manuel José Jorge de Carvalho Melo e Daun de Albuquerque Sousa e Lorena (1821-1886), também 6.º Conde de Oeiras
7. Sebastião José de Carvalho e Melo Daun Albuquerque da Silva e Lorena (1849-1874), também 7º Conde de Oeiras
8. António de Carvalho Melo e Daun de Albuquerque e Lorena (1850-1911), também 8.º Conde de Oeiras
Bom dia Senhores! Satisfação contatá-los!
ResponderEliminarMeu trabalho na Polícia Militar de Minas levou-me a pesquisar sobre ilustre figura para nosso Estado, D. José Antônio Freire de Andrade, pai de nosso homenageado, Ten Cel Francisco de Paula Freire de Andrada. Assim, chegamos ao seu blog. Contudo, como se trata de evento formal, gostaria de obter informações a respeito da fonte primária da figura no que concerne a José Antônio Freire de Andrade.
Grata por sua atenção, encaminho dados para contato:
Greici Mourão – Assistente Administrativo da Polícia Militar de Minas Gerais – Brasil
55-31 - 993119217
greicimourao@gmail.com