Condes de Abrantes
13
de Junho de 1476-D. Lopo de Almeida
O título de Conde de Abrantes foi um título nobiliárquico de Portugal. Foi criado em 13 de Junho de 1476 pelo rei D. Afonso V de Portugal, e atribuído ao seu 4.º primo, D. Lopo de Almeida. D. Lopo era um parente da Casa Real Portuguesa, uma vez que o seu bisavô era o Infante D. João, Duque de Valência de Campos, filho de de D. Pedro I e de Inês de Castro. Este título extinguiu-se quando o 4.º Conde faleceu sem descendência em 1650.
Titulares
Lopo de Almeida (1416 - 1486) foi 1º conde de Abrantes, agraciado com o título
no dia 13 de Junho de 1476, em Miranda do Douro, pelo rei D. Afonso V pelos
serviços prestados ao reino e ao monarca. Fidalgo da corte portuguesa durante
os reinados de D. Afonso V e D. João II, foi cavaleiro, diplomata, Vedor da
Fazenda (pelo menos desde 1445), membro do Conselho Real (desde 1462), homem de
negócios, benemérito. Para além de Alcaide-Mor e do título de Conde de
Abrantes, foi Alcaide-Mor de Punhete e da Amêndoa, do Castelo de Torres Novas,
Senhor do Sardoal e de Mação. Foi, ainda, Mordomo-mor, Contador-mor,
Chanceler-mor, Escrivão da Puridade e Governador das terras da rainha Dona
Joana, segunda esposa de D. Afonso V, conhecida como A Excelente Senhora. Lopo
de Almeida era neto de Fernão Álvares de Almeida, cavaleiro de Avis, vedor da
Fazenda, Conselheiro Real, aio dos Infantes D. Pedro e D. Duarte, filhos de D.
João I. Fernão Álvares de Almeida terá tido vários filhos, entre eles, Diogo
Fernandes de Almeida, pai de D. Lopo. Diogo Fernandes foi rico-homem,
participando na conquista de Ceuta ao lado de D. João I e ali armado cavaleiro.
D. Duarte, tornado rei, fá-lo Alcaide-mor de Abrantes e Senhor do Sardoal. Foi,
ainda, Reposteiro-mor e membro do Conselho Real.Diogo Fernandes de Almeida terá
casado várias vezes, sendo a identidade da mãe de D. Lopo alvo de controvérsia.
Durante a sua vida, D. Lopo de Almeida prestou variados serviços ao país e à
coroa. Em 1451, acompanhou a Infanta D. Leonor, irmã mais velha de D. Afonso V,
a Roma, onde esta desposou o Imperador do Sacro Império, Frederico III. De
forma a manter o monarca português informado sobre a viagem, D. Lopo escreveu
um conjunto de cartas que enviaria ao rei, com a periodicidade de uma por mês.
Este belíssimo conjunto epistolário permaneceu inéditos três séculos, sendo
primeiramente publicado em 1739. D. Lopo casou com D. Brites (Beatriz) da
Silva, em 1442, dama da Rainha Dona Leonor de Aragão, mulher do rei D. Duarte,
e donzela da casa do rei. Era filha de Pedro Gonçalves Malafaia, rico homem,
vedor da Fazenda do rei D. João I e embaixador em Castela. Deste casamento
nasceu uma ilustre geração:
2. D. João de Almeida (1443-1512), 2º conde de Abrantes.
3. D.
Pedro de Almeida (m.1512), Comendador-mor da Ordem de Avis.
4. D. Fernando de Almeida (Lisboa 1467?- 1500) Bispo de Ceuta, Núncio Apostólico
de Alexandre VI, foi um dos três deputados que em Tours anularam o casamento do
rei Luís XII de França e de Joana de Valois para que o rei pudesse casar com a
duquesa Ana da Bretanha. Teria talvez sucumbido ao veneno de César Borgia,
duque de Valentinois.
5.
Diogo Fernandes de Almeida, (m.1508) foi 6º prior do Crato, monteiro-mor de D.
João II e alcaide-mor de Torres Novas.
6.
D. Jorge de Almeida (1458-25 de julho de 1543, aos 85 anos), Bispo de Coimbra,
2º conde de Arganil. Baptizou o Infante D. Henrique, futuro rei de Portugal, e
teve muitos votos para, ser papa, mas então era preciso ser cardeal. Foi o
primeiro Inquisidor do Santo Ofício.
7.
D. Francisco de Almeida, 1.º vice-rei das Índias entre 1505-1509.
8.
D. Afonso de Almeida, morre em 1482, aos 17 anos.
9.
D. Duarte de Almeida, o decepado de Toro.
10.D.Isabel
da Silva, 1ª Condessa de Penela.
11D.
Branca Gil de Almeida
12.Briolanja
de Almeida (ca 1430 - ca 1480), filha natural, casada com Pedro Botelho, vedor
da fazenda (interino, sendo substituído a 8.5.1475).
13.D.
Catarina da Silva, subprioresa no Mosteiro de Jesus de Aveiro.
14.João
de Almeida (1445-1512), 2.º conde de Abrantes, filho do anterior
João
de Almeida, alcaide-mor e segundo conde de Abrantes, de Punhete e da Amêndoa,
foi guarda-mor do rei D. João II de Portugal, do seu Conselho e vedor da
Fazenda.
Nas
cartas, «que um rei de Portugal antigo
escreveu ao de França, encomendando-lhe um fidalgo (D. Pedro de Almeida) que ia
estudar a Paris, e dizia tirada de latim em que estava em um livro estrangeiro.
Carta del Rei de Portugal ao de França, em que se diz: «Entre as virtudes e
excelências, da Príncipes me parece, muito digna, de louvor a de terem
particular cuidado a lembrança dos vassalos beneméritos em seu serviço para com
favores e mercês os ajudarem, e por esta razão me parece que devia encomendar a
Vossa Majestade a D. Pedro de Almeida que por ocasião de seus estudos vai a
essa Corte de Paris, posto que claramente conheço que sem recomendação minha,
vai assaz encomendado pela liberalidade e brandura com que Vossa Majestade
honra e recebe os homens tão ilustres como êle é; além do que, tem êle tantas
partes e entendimento que não achará melhor terceiro que a si mesmo. Deixo seu
pai D João de Almeida conde de Abrantes, que com suas singulares virtudes e
claros feitos adquiriu e conservou até a morte muito estreita privança e
amizade com meus antecessores e comigo, de sorte que ponho em duvida com
importe mais a seu filho a minha carta, que a fama e lembrança de seu pai. De
qualquer modo o encomendo muito a Vossa Majestade e de minhas coisas não
ofereço de novo nada, pois pela irmandade de meus antepassados e minha, em toda
ocasiao deve Vossa Majestade usar delas como se foram comuns a ambos.» A
carta se lê em Francisco Rodrigues Lobo, «A
Corte na Aldeia». Casou com D. Inês de Noronha. Teve vários filhos:
D.
Lopo de Almeida, 3º conde de Abrantes, fundador do convento de Santo António de
Abrançalha (c. 1526), depois transferido para Abrantes. O título não foi
renovado em seus descendentes.
D.
Pedro
D.
Bernardim', avô de dois governadores de Angola (Francisco de Almeida &
Jerónimo de Almeida.
D.
António
D.
Cristóvão
D.
Tristão, frade Franciscano (frei Bernardino).
D.
Duarte
D.
Joana de Noronha, casada com D. Diogo Lobo da Silveira, 2° Barão de Alvito.
D.
Isabel, casada com D. Francisco de Lima, 3° visconde de Vila Nova de Cerveira.
D.
Leonor, casada com D. Álvaro de Castro, senhor do Paul de Boquilobo, governador
da Casa do Cível, vedor da Fazenda dos reis D. João e D. Manuel; de quem têve :
A
- D. Inês de Castro (c. 1494 – d. 1565), casada com D. Garcia de Noronha, 3.º
vice-rei da Índia.
B
- D. João de Castro, nascido em 1500 e morto em Goa em 1548, vulto glorioso da
história, governador e capitão general, 14.º governador e 4.º vice-rei da
Índia.
D.
Brites, prioreza no convento do Salvador, de Lisboa.
D.
Maria, freira em Odivelas.
Lopo
de Almeida (1470-?), 3.º conde de Abrantes, filho do anterior
Miguel
de Almeida (1575-1650), 4.º conde de Abrantes, 2.º primo do anterior
D.
Miguel de Almeida (1560 - 28 de Novembro de 1650), senhor do Sardoal, foi um
dos Quarenta Conjurados com um papel preponderante na Restauração da
independência do Reino de Portugal e do Algarve em 1640, fidalgo que pertencia
à Casa de Abrantes, sendo o 4º conde de Abrantes e alcaide-mor de Abrantes, de
Punhete e da Amêndoa. Depois, de ter feito parte do principal comando da
operação que deu por fim o domínio filipino, pela mão do seu rei D. João IV foi
chamado para ser vedor da Fazenda, encarregue da repartição do Reino, mestrados
e ilhas, em 6 de Janeiro de 1641; passou a fazer parte do seu Conselho; foi
conduzido para ocupar o lugar de mordomo-mor da rainha D. Luísa de Gusmão.
Nessa altura igualmente recebeu o referido título de conde de Abrantes na
sucessão do seu primo D. Lopo de Almeida. Na Restauração da Independência de
Portugal, nome pelo qual é conhecida a referida revolução do 1 de Dezembro,
participou no assalto ao Paço da Ribeira, encarregando-se de dar o sinal para a
revolta, com um tiro de pistola, e de aclamar D. João IV da janela, perante o
povo. A sua presença consta no 1.º "Auto
do Levantamento e Juramento d' El-Rei Dom João IV" (de fidelidade)
realizado no dia 15 de Dezembro de 1640. Nascido em 1560 veio a falecer, sem
descendência, em 28 de Novembro de 1650, tendo sido enterrado na hoje destruída
Capela de São Roque, na Igreja do Convento do Carmo, em Lisboa. Dados Genealógicos.
Era filho de D. Diogo de Almeida, comendador de Pensalvos, e de D. Leonor
Coutinho. Casou, em 1575, com: Mariana de Castro, filha de Miguel de Moura
Teles, alcaide-mór de Muge e de Maria de Castro.
Condes de Aguiar
17
de Dezembro de 1808-D. Fernando José de Portugal e Castro, depois 2.º Marquês
de Aguiar
Fernando José de Portugal e Castro, primeiro conde e segundo marquês de Aguiar (Lisboa, 4 de dezembro de 1752-Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 1817) foi vice-rei do Brasil de 14 de outubro de 1801 a 14 de outubro de 1806 e também governador da Bahia e ministro do príncipe-regente D. João. Seu pai, Dom José de Portugal e Castro, nasceu em Lisboa em 1706 e morreu em Lisboa em 1775, sendo conde de Vimioso, Marquês de Valença. Casou-se em Lisboa em 1728 com Luísa de Lorena Teles da Silva (nascida em 1712), de quem nasceram diversos filhos, entre eles seu irmão e sogro, Afonso (Lisboa 1748-1802) Marquês de Valença e conde de Vimioso, governador da Bahia, casado em 1778 em Lisboa com Maria Teles da Silva (Lisboa 1758-1824 Lisboa). Autor das meticulosas Observações feitas em 1804 ao Regimento trazido em 1677 pelo governador-geral Roque da Costa Barreto, documento que, na opinião do historiador Hélio Viana, constitui não só uma crítica, bem, feita, à administração colonial, valioso conjunto de oportunas sugestões para seu melhoramento, em todos os setores. Em seu governo foi introduzido o uso da vacina no Brasil. Primeiro conde de Aguiar, e segundo Marquês de Aguiar, casou, no Rio de Janeiro com sua sobrinha Maria Francisca de Portugal e Castro (nascida em Lisboa em 1782), dama da Rainha de Portugal D. Maria I de Portugal e camareira da Princesa, depois imperatriz do Brasil, D. Leopoldina de Habsburgo. De 1788 a 1801, foi governador e capitão-general da Bahia, de onde seguiu para o Rio como vice-rei até 1806. Formado em direito pela Universidade de Coimbra, seguiu a carreira da magistratura, serviu no Tribunal da Relação de Lisboa e na Casa da Suplicação. Na Bahia promoveu o cultivo da pimenta, atuou contra o controle dos preços da carne e da farinha de mandioca. Parcialmente responsabilizado pela carestia alimentar que passou a assolar a cidade como decorrência destas medidas em um quadro de tensão social, agravado pela forte presença na cidade de escravos e forros, criou o conjunto ideal para a chamada Conjuração Baiana em 1798. Circularam panfletos com denúncias sobre a péssima condição dos negros. O governador ordenou a identificação dos envolvidos num plano conspiratório, buscando identificar a caligrafia até dentro de seu secretariado. Em agosto de 1798 foram presas 47 pessoas acusadas, a maioria mulatos, dos quais nove eram escravos. Em outubro, informou Lisboa da conjura. Em carta a D. Rodrigo de Sousa Coutinho, informou que a conspiração era obra de gente de péssima conduta e falta de religião, a exemplo, das cabeças, como Luís Gonzaga, João de Deus, Lucas Dantas e Luís Pires, quatro pardos, não havendo participado pessoas de consideração ou que tivessem conhecimentos e luzes. Ainda assim, julgava prudente devassa à vista do exemplo semelhante-citando o caso de Minas Gerais, tão recente. D. Rodrigo entretanto fora informado por outros canais de que pessoas de boa condição social se achavam envolvidas, o que atribuiu à frouxidão do governo na Bahia. Ordenou inquérito e que o Governador punisse os culpados. O governador achou a reprimenda injusta, ressentiu-se com a acusação de incúria, sabendo que o desejo de liberdade era distinto daqueles associados aos ideais da França jacobina. Encerrou o vice-reinado e regressou a Portugal e depois veio com a corte para o Rio de Janeiro, ocupando cargo de encarregado dos Ministérios da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, Presidente do Real Erário, membro do Conselho da Fazenda. Sua isenção e honradez ficaram proverbiais. Morreu em tal estado de pobreza que nem deixou dinheiro suficiente para o custeio do funeral.
Condes de Alcoutim
15
de Novembro de 1496-D. Fernando de Meneses, 2.º Marquês de Vila Real
Conde de Alcoutim foi um título nobiliárquico português criado, de juro e herdade, em 15 de Novembro de 1496 pelo Rei D. João II de Portugal a favor de D. Fernando de Menezes, 2º conde de Valença e herdeiro de D. Pedro de Menezes, 1º marquês de Vila Real, vindo a suceder-lhe na Casa como 2º marquês e 4º conde de Vila Real. O título ficou associado à Casa de Vila Real.
Condes
de Alcoutim
D.
Fernando de Meneses (1463-?), 2º marquês e 4º conde de Vila Real, 2º conde de
Valença
Dom
Fernando de Meneses, 2.º Marquês de Vila Real, 1.º Conde de Alcoutim e 2.º
Conde de Valença (1463 – ?) foi um nobre e militar português, governador de
Ceuta entre 1491 e 1509. Era filho de Pedro de Meneses, 1.º Marquês de Vila
Real com Beatriz de Bragança.
Descendência
De
seu casamento com Maria Freire de Andrade, teve seis filhos:
Pedro
de Meneses, 3.º Marquês de Vila Real;
João
de Noronha;
Nuno
Álvares Pereira de Noronha;
Afonso
de Noronha, vice-rei da Índia;
Leonor
de Noronha;
Maria
de Meneses;
D.
Pedro de Meneses (c.1486-?), 3º marquês e 5º conde de Vila Real, 3º conde de
Valença
Dom
Pedro de Meneses, 3.º Marquês de Vila Real, 2.º Conde de Alcoutim e 3.º Conde
de Valença (1486 – ?) foi um nobre e militar português, governador de Ceuta.
Era filho de Fernando de Meneses, 2.º Marquês de Vila Real, casou-se com Dona
Brites de Lara, sua prima.
Descendência.
De seu casamento, saiu a seguinte descendência:
Miguel
de Meneses, 4.º Marquês de Vila Real;
Juliana
de Lara, casada com João de Lencastre, Duque de Aveiro;
Manuel
de Meneses, 5.º Marquês de Vila Real;
Bárbara
de Lara, casada com António de Ataíde, 2.º Conde da Castanheira.
D.
Miguel de Meneses (c.1520-), 4º marquês e 6º conde de Vila Real, 4º conde de
Valença
Dom
Miguel de Meneses, 4.º Marquês de Vila Real, 3.º Conde de Alcoutim e 4.º Conde
de Valença (1520 – ?) foi um nobre português, filho de Dom Pedro de Meneses,
3.º Marquês de Vila Real com Dona Brites de Lara. Foi governador de Ceuta.
Casou-se com Filipa de Lancastre, sua prima, sem deixar descendência.
D.
Manuel de Meneses (c.1530-?), 1º duque, 5º marquês e 7º conde de Vila Real, 5º
conde de Valença
Dom
Manuel de Meneses de Noronha, 5.º Marquês de Vila Real, 1.º Duque de Vila Real,
4.º Conde de Alcoutim e 5.º Conde de Valença (1530-?) foi um nobre português.
Era filho de Dom Pedro de Meneses, 3.º Marquês de Vila Real com Dona Brites de
Lara. Foi feito Duque de Vila Real por Dom Filipe I de Portugal em 28 de
Fevereiro de 1585, sendo o seu único titular, sendo sucedido pelo título de
Duque de Caminha. Foi governador de Ceuta por duas vezes.
Descendência.
De seu casamento com Dona Maria da Silva, que descendia dos condes de Redondo,
deixou a seguinte descendência:
Dom
Miguel Luís de Meneses, 6.º Marquês de Vila Rica e 1.º Duque de Caminha;
Dom
Luís de Noronha e Meneses, 7.º Marquês de Vila Rica;
Dona
Brites de Lara, que casou-se com Pedro de Médici;
Dona
Juliana de Lara, que casou-se com Sancho de Noronha, 6.º conde de Odemira;
Maria
de Lara, freira no Mosteiro de Santa Ana de Leiria;
Joana
de Lara, que casou-se com João Álvares Pais de Menezes de Albuquerque.
D.
Miguel Luís de Meneses (c.1565-1637), 1º duque de Caminha, 6º marquês e 8º
conde de Vila Real, 6º conde de Valença
Miguel
Luís de Meneses (c. 1565-10 de Agosto de 1637), 1.º Duque de Caminha, 6.º
Marquês de Vila Real, 5.º Conde de Alcoutim e Valença, (1565 – 10 de Agosto de
1637), foi um nobre português, filho de Manuel de Meneses, 5.º Marquês de Vila
Real. Foi também o 8.º Capitão Geral da Praça de Ceuta. Casou-se em primeiras
núpcias com Dona Isabel de Bragança, filha de Dom Teodósio de Bragança, 5.º
Duque de Bragança e em segundas núpcias com sua sobrinha Dona Maria Brites de
Meneses, filha de seu irmão, Dom Luís de Noronha e Meneses. Não teve geração de
nenhum desses casamentos, pelo que, após a sua morte, os seus títulos (à
excepção da dignidade ducal) passaram para aquele já, mencionado seu irmão. Por
carta de 14 de Março de 1620, Filipe III de Portugal (Filipe IV de Espanha)
concedeu-lhe o título de 1.º Duque de Caminha.
D.
Luís de Noronha e Meneses (c.1570-?), 7º marquês e 9º conde de Vila Real, 7º
conde de Valença
Luís
de Noronha e Meneses foi 6.º Conde de Alcoutim, 7.º Conde de Valença, 9º Conde
de Vila Real e 7.º Marquês de Vila Real (1570-Lisboa, 29 de agosto de 1641),
títulos nos quais sucedeu a seu irmão Miguel Luís de Meneses. Foi Capitão de
Tânger, e Governador de Ceuta. Casou-se D. Juliana de Meneses, filha de Dom
Luís de Meneses, 2.º Conde de Tarouca e desse casamento nasceram seus filhos D.
Miguel Luís de Meneses, 2.º Duque de Caminha e D. Maria Brites de Meneses.
Condes de Alegrete
(1
de Julho de 1644)
Matias de Albuquerque (Lisboa, c. 1580-Lisboa, 9 de junho de 1647) foi um administrador e militar superior português na Guerra da Restauração. Foi Governador da Capitania de Pernambuco, Governador-geral do Brasil e o primeiro e único Conde de Alegrete. Era neto de Duarte Coelho Pereira, o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, e primo de Matias de Albuquerque, 15.º vice-rei da Índia. Biografia. No exercício do governo da capitania de Pernambuco, quando da primeira das Invasões holandesas do Brasil (1624-1625), à capital do Estado do Brasil, Salvador, foi designado interinamente pela Câmara (então refugiada na vila da Vitória, na Capitania do Espírito Santo) para o cargo de Governador-Geral dos Estados do Brasil, diante da captura e deportação do seu antecessor,
D. Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624). Assim que foi informado da nomeação, pretendeu partir imediatamente em socorro da capital ocupada. Atendendo a conselhos, permaneceu em Olinda, de onde enviou expressivos reforços para a guerrilha sediada no arraial do rio Vermelho e no Recôncavo. Em fins de 1626 transmitiu o cargo a seu sucessor, Diogo Luís de Oliveira (1626-1635). Chamado à Corte, diante dos rumores da preparação de uma grande expedição holandesa para invadir o nordeste do Brasil, foi nomeado Visitador e fortificador das capitanias do Norte, retornando em fins de 1629 ao Brasil com os pouquíssimos recursos que lhe foram disponibilizados para o encargo.
Matias de Albuquerque (Lisboa, c. 1580-Lisboa, 9 de junho de 1647) foi um administrador e militar superior português na Guerra da Restauração. Foi Governador da Capitania de Pernambuco, Governador-geral do Brasil e o primeiro e único Conde de Alegrete. Era neto de Duarte Coelho Pereira, o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, e primo de Matias de Albuquerque, 15.º vice-rei da Índia. Biografia. No exercício do governo da capitania de Pernambuco, quando da primeira das Invasões holandesas do Brasil (1624-1625), à capital do Estado do Brasil, Salvador, foi designado interinamente pela Câmara (então refugiada na vila da Vitória, na Capitania do Espírito Santo) para o cargo de Governador-Geral dos Estados do Brasil, diante da captura e deportação do seu antecessor,
D. Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624). Assim que foi informado da nomeação, pretendeu partir imediatamente em socorro da capital ocupada. Atendendo a conselhos, permaneceu em Olinda, de onde enviou expressivos reforços para a guerrilha sediada no arraial do rio Vermelho e no Recôncavo. Em fins de 1626 transmitiu o cargo a seu sucessor, Diogo Luís de Oliveira (1626-1635). Chamado à Corte, diante dos rumores da preparação de uma grande expedição holandesa para invadir o nordeste do Brasil, foi nomeado Visitador e fortificador das capitanias do Norte, retornando em fins de 1629 ao Brasil com os pouquíssimos recursos que lhe foram disponibilizados para o encargo.
29
de Abril de 1729-D. João de Sousa e Ataíde.
Conde de Alva foi um título nobiliárquico criado pelo rei de Portugal dom João V a favor de João de Sousa e Ataíde, por decreto de 29 de abril de 1729.
Condes
de Alva
D.
João de Sousa e Ataíde. João de Sousa e Ataíde, 1.º conde de Alva (Bahia, 31 de
outubro de 1663-11 de abril de 1740) foi um nobre português. Era filho de
Jerónimo de Ataíde, 6.º Conde de Atouguia com Leonor de Meneses, descendente
dos Condes de Vila Real. Casou-se com Constança Luisa Monteiro Paim, sem deixar
descendentes. Foi feito Conde de Alva por decreto de 29 de abril de 1729, por
Dom João V de Portugal.
D.
Luís Mascarenhas
Luís
Mascarenhas, 2.º conde de Alva (1685-Goa, 26 de junho de 1756) foi um nobre e
administrador colonial português, 73.º Governador da Índia e 46.º Vice-Rei da
Índia. Era filho de Fernando Mascarenhas, 2.º marquês de Fronteira com Joana
Leonor de Toledo e Meneses. Casou-se com Maria Bárbara de Meneses, filha de
Aleixo de Sousa da Silva e Meneses, 2.º conde de Santiago de Beduído. Não teve
descendência. Herdou o título de seu tio João de Sousa e Ataíde, 1.º conde de
Alva por decreto de 13 e carta de 24 de março de 1754. Morreu em combate na
defesa de Goa.
D.
Luís Monteiro Paim, 1.º Marquês de Santa Iria
D.
Vicente Monteiro Paim
Conde
de Almada
4
de Maio de 1793-D. Lourenço José Boaventura de Almada-juro e herdade-D.
Lourenço José de Almada
Conde
de Almada é um título nobiliárquico criado por D. Maria I, rainha de Portugal,
por despacho de 29 de Abril de 1793, confirmado por carta de 4 de Maio de 1793,
a favor de D. Lourenço José Boaventura de Almada e seus descendentes,
representantes do condado de Avranches. Na atribuição deste título nobiliárquico
a opção foi fazê-lo de "sul
cognome", mantendo o sobrenome Almada, a monarca, quis prestar
homenagem assim à mesma família, dignificando-a e porque, neste caso tal como
noutros, transcreve-o na própria carta de armas coincidente com o mesmo acto.
Condes de Almada
Lourenço
José Boaventura de Almada, 1.º Conde de Almada;
Lourenço José Boaventura de Almada Cirne Peixoto (14 de junho de 1758-11 de maio de 1814), fidalgo do Conselho, (13.º representante do título condado de Avranches), foi o 1.º conde de Almada criado por D. Maria I, por despacho de 29 de Abril de 1793, confirmado por carta de 4 de Maio de 1793, a seu favor e dos seus descendentes. Fidalgo da Casa Real e grande Proprietário, exerceu os cargos de mestre-sala da Casa Real, de deputado da Junta dos Três Estados e de presidente da Junta da Administração e Arrecadação da Real Fazenda. Era senhor dos Lagares d'El-Rei, 11.º senhor de Pombalinho e foi, na Ordem de Cristo, alcaide e comendador de Proença-a-Velha, comendador de São Miguel de Acha e de São Vicente de Vimioso. Ascendeu ao posto de tenente-coronel de cavalaria e, tal como seu pai, preencheu o lugar de capitão-general dos Açores, do qual foi o terceiro (D. Antão havia sido o 1.º capitão-general dessa mesma Capitania Geral dos Açores). Nomeado a 15 de Julho de 1795, mas apenas desembarcou em Angra a 6 de Novembro de 1799. Na sua ida para os Açores, foi acompanhado pela esposa, a qual faleceu de parto na noite de 22 para 23 de Novembro de 1801, aquando do nascimento do seu filho primogénito que viria a ser o 2.º conde de Almada. Em Outubro de 1804 ou 1805 com a chegada do seu sucessor partiu para Lisboa, possivelmente no mesmo bergantim ilustrado com seu título nobiliárquico, chamado "Conde de Almada", que anos antes tinha trazido daí a vacina contra "o contágio das bexigas" que grassava estas ilhas. Conta Afonso de Ornelas, na sua pesquisa que fez sobre sobre esta família, que: "de volta dos Açores, já no desempenho do cargo de deputado da Junta dos Três Estados, quando da 1.ª invasão francesa, em 1808, com aquele fôlego patriótico de que os Almadas foram autêntico símbolo e que sempre se manifestou quando a independência da Pátria estava em perigo, revoltou-se contra o desejo de muitos que queriam agradecer a Napoleão a forma como tinha recebido uma Deputação portuguesa que o foi cumprimentar a Baiona, como pedir vergonhosamente que enviasse a Portugal um seu Príncipe para Regente ". Há igualmente notícia que tinha sido cavaleiro tauromáquico. Nomeadamente que terá actuado sozinho num dos dias compreendidos entre 11 de Agosto a 25 de Outubro de 1787 a quando de uma grande festa real organizada nessa mesma cidade. Iniciado na Maçonaria em data desconhecida e com nome simbólico desconhecido, pertenceu à Loja Amizade, de Lisboa, depois afecta ao Grande Oriente Lusitano.Dados genealógicos. D. Lourenço José Boaventura de Almada, 1.º Conde de Almada, 13º conde de Abranches. Nasceu em Lisboa em 14 de Julho de 1758 (dia de S. Boaventura), na sua Quinta dos Lagares d' El-Rei, que nessa altura pertencia à freguesia dos Anjos e na qual foi baptizado a 10 de Agosto (dia de S. Lourenço). Morreu em Lisboa, no seu "Palácio do Rossio" (hoje Palácio da Independência), em 11 de Maio de 1815. Foi sepultado no dia seguinte debaixo do altar da Nossa Senhora das Dores, no Convento da Graça (Lisboa), em jazigo de família que já devia vir de seus antepassados desde o tempo de Lopo Soares de Alvarenga.Filho de: D. Antão de Almada (14º senhor de Lagares d´El-Rei) e de sua prima, D. Violante Josefa de Almada Henriques (11ª condessa de Avranches e 10ª senhora de Pombalinho), filha de D. Lourenço de Almada (9º senhor de Pombalinho). Casou, na freguesia da Ajuda (Lisboa), em 2 de Maio de 1786, com D. Maria Bárbara José António da Mercês Lobo da Silveira Quaresma, nascida a 24 de Setembro de 1755. Filha de D. Fernando José Lobo da Silveira Quaresma, 4.º marquês de Alvito e 4.º conde de Oriola, e de sua segunda mulher D. Maria Bárbara de Menezes, filha de D. José de Menezes da Silveira de Castro e Távora, Comendador de Valada e senhor do Morgado da Patameira e de Luise Gonzaga de Lemberg, Condessa de Rappach, Dama da Rainha D. Maria Ana d' Áustria, filha de Carlos Adolpho, Conde de Rappach, camarista da rainha de Hungria, e de sua mulher D. Luiza Gonzaga de Lemberg, filha de Francisco José, Príncipe de Lemberg e de S. R. I. a Princesa Anna Mana de Frautmadorf. Morreu a 22 de Novembro de 1801, na Ilha Terceira, e foi sepultada defronte da Capela de Nossa Senhora das Dores, no interior da Igreja de São Francisco de Angra do Heroísmo. Tiveram. D. Antão José Maria de Almada (1801-1834), senhor dos Lagares de El-Rei, alcaide e comendador de Proença-a-Velha que casou em 30 Março de 1818 com D. Maria Francisca de Abreu Pereira Cirne Peixoto, senhora do Paço de Lanheses.
Leonor
Josefa de Almada casada com seu primo Lourenço Gonçalves da Câmara Coutinho,
filho primogénito de João Gonçalves da Câmara Coutinho, Almotacé-mór do Reino.
Antão
José Maria de Almada, 2.º Conde de Almada;
Antão
José Maria de Almada (1801-1834), recebeu oficialmente o título de 2º conde de
Almada, com apenas 4 anos de idade incompletos, mesmo antes da morte de seu
pai, por Decreto de 15 ou de 20 de Agosto de 1805. Na sua época foi sempre
visto como o 14.º representante de conde de Avranches em França (Abranches em
Portugal). Era comendador da Ordem de Cristo e, em 30 de Abril de 1826, Par do
Reino, de que prestou juramento e tomou posse na respectiva câmara a 23 de
Novembro do mesmo ano. Foi dos primeiros alunos do Real Colégio Militar, com o
n.º 94, admitido em 1815 até 1817. Obteve o curso de bacharelato em Matemática
da Academia Real da Marinha e tendo ascendido ao posto de capitão de cavalaria.
Há informação que tinha sido segundo tenente na Brigada Real da Marinha do rei
Miguel I, além de seu ajudante de ordens (ajudante-de-campo). Recebendo dele a "medalha de ouro" a 27 de Maio
de 1823. "Acompanhou sempre o senhor
D. Miguel, sendo sempre o primeiro a aparecer em sua defesa, tomando parte
muito activa na guerra que se desencadeou." Exerceu o cargo de
mestre-sala da Casa Real, com carta de ofício passado em 29 de Dezembro de
1818. Constando esse direito definido pelo "Congresso",
com a presença do rei, em 1 de Outubro de 1822, para ser editado em portaria no
dia seguinte como consta. Mais tarde foi assegurado pelo próprio juramento da
Carta Constitucional, no artigo 5.º, datado de 26 de Julho de 1826, durante o
governo de Maria II de Portugal. Em 9 de Setembro de 1833 já não se encontra a
viver no seu Palácio do Rossio em Lisboa, perto da côrte onde poderia exercer
convenientemente esta função, e aparece aos olhos da governação liberal como "rebelde". Foi provedor da
Real Irmandade da Santa Cruz e Passos da Graça (ano 1823-1824) e alcaide-mor ou
comendador de Proença-a-Velha. Teve igualmente o senhorio dos Lagares d´El-Rei
e de Pombalinho. Assim como, através dos bens da família de sua mulher, o
morgadio do "Paço Velho em
Guimarães" e as comendas de S. Pedro de Fins de Ferreira (Paços de Ferreira),
de S. Miguel de Vila Franca, de Santa Maria de Airães, de São Vicente de Vimioso
e de Vila de Ferreira (Zêzere) com sua alcaidaria como de sua alcaidaria em 29
de Janeiro de 1822. Dados genealógicos. Antão José Maria de Almada, 2º conde de
Almada nasceu na noite de 22 de Novembro de 1801, nos Açores quando seu pai superintendia
essa Capitania. Ao serviço "Real"
morreu em 5 de Abril de 1834, de tifo, em Santarém. Filho de: Lourenço José
Boaventura de Almada, 1.º Conde de Almada, 12º conde de Abranches, senhor dos
Lagares d´El-Rei, 11º senhor de Pombalinho e de Maria Bárbara Lobo da Silveira
Quaresma, filha de Fernando José Lobo da Silveira Quaresma, 2º marquês de
Alvito. Casou, em 30 Março de 1818, na freguesia de S.ta Isabel, em Lisboa,
com: Maria Francisca de Abreu Pereira Cirne Peixoto, senhora da então Vila Nova
de Lanheses com sede na sua quinta Paço de Lanheses, nascida a 10 de Outubro de
1801. Sendo esta filha única e herdeira de Pai: Sebastião de Abreu Pereira
Cirne Peixoto, senhor do Paço de Lanheses, padroeiro de metade da abadia de
Santa Eulália de Vila Nova de Lanheses, moço fidalgo com exercício na Casa
Real, comendador da Ordem de Cristo, alcaide-mor de Ferreira e o 1.º a ter o
recente senhorio de Vila Nova de Lanheses, juntamente com o posto de
capitão-mor das ordenanças desta mesma localidade, (concelho elevado a vila em
remuneração dos muitos e valiosos serviços de tio Desembargador do Paço,
chanceler-mor do Reino e do Conselho do Santo Ofício, o Dr. José Ricalde
Pereira de Castro, que a tinha obtido de juro e herdade para os descendentes do
referido sobrinho pela troca do senhorio do Lindoso. Mãe: Maria José de
Lencastre César de Menezes (25 de Setembro de 1776-1823), filha de Gonçalo
Pereira da Silva Sousa e Menezes (m. 18 de Fevereiro de 1793), moço fidalgo
acrescentado a fidalgo escudeiro da Casa Real; senhor da Vila e Casas de
Bertiandos em Ponte de Lima e dos Biscaínhos em Braga, e de sua mulher Inês
Luiza César de Lencastre, Tiveram 8 filhos:
Lourenço
José Maria de Almada Cirne Peixoto, 3º conde de Almada casado com Maria Rita
Machado de Castelo-Branco Mendonça e Vasconcelos.
Maria
José de Almada, nasc. 30 de Setembro de 1819 e m. a 8 de Março de 1835.
Maria
Carlota de Almada, nasc. a 17 de Abril de 1821 e m. em tenra idade.
Maria
Bárbara de Almada, nasc. a 14 de Dezembro de 1822 e m. a 13 de Março de 1852.
Sebastião
de Almada,
Antão
José de Almada, nasc. a 9 de Maio de 1831, e casado com Júlia Angelina de Melo
Teixeira, a 1 de Maio de 1858, que nasc. a 10 de Novembro de 1838, filha de
João Lopes Teixeira de Melo, antigo oficial do Exercito, e de sua mulher
Joaquina de Souza. Com duas filhas: Maria
Francisca, nasc. a 30 de Março de 1859, sem geração.
Maria
Barbara, nasc. a 15 de Março de 1866, sem geração.
Lourenço
José Maria Boaventura de Almada de Abreu Pereira Cirne Peixoto, 3.º Conde de
Almada. Lourenço José Maria Boaventura de Almada Cyrne Peixoto (ou Cirne
Peixoto) (Lisboa, 5 de Dezembro de 1818-7 de Setembro de 1874). Recebeu
oficialmente o título de 3.º conde de Almada, por Decreto de 20 de Setembro de
1841 até à data da sua morte. Era tido, na altura, na corte real portuguesa e
entre a nobreza tradicional, como o 15.º conde de Avranches em França
(Abranches em Portugal). Exerceu o cargo de mestre-sala da Casa Real (o último
e 7.º na sua família directa, por varonia, hereditário durante seis gerações)
e, nessa qualidade, no Palácio de Queluz, ainda muito jovem, com apenas 5 anos
de idade teve a honra de substituir seu pai, pela sua impossibilidade, a quando
uma visita oficial dos Infantes de Espanha. Foi capitão-mor de Vila Nova de
Lanheses e, como Comendador da Ordem de Cristo, foi alcaide-mor e comendador de
Proença-a-Velha. Apesar de ter direito a tomar assento na Câmara dos Pares do
Reino, como sucessor de seu pai, não se aproveitou desta faculdade por oposição
ao Governo, depois do decreto com força de lei de 23 de Maio de 1851. Devido às
suas fortes convicções miguelistas e antiliberais, pelas quais sempre batalhou,
não o fez. Chegou a estar preso no Castelo de Viana do Lima por as defender.
Possivelmente por ter ingressado no Corpo de Voluntários Realistas, de Viana do
Castelo, de que há conhecimento de ter continuado a luta de guerrilha mesmo
depois da Convenção de Évoramonte e de acabar a guerra civil, com D. Miguel já
refugiado no estrangeiro. O que aconteceu é que o «desafortunado» D. Miguel e o seu governo no exílio, que nunca
abdicou dos seus direitos, de Bronnbach, lhe enviaram a Comenda de Torre e
Espada. Era igualmente senhor dos Lagares d´El-Rei, de Pombalinho, e da
referida Lanheses no seu Paço de Lanheses, onde tinha metade do padroado da
igreja paroquial, de Santa Leocádia, da mesma freguesia. Era igualmente
proprietário do hoje chamado Palácio da Independência, no Rossio, o qual cedeu
as instalações para serem a sede da Comissão Central 1.º de Dezembro de 1640,
do qual foi membro da primeira hora logo em 1861, movimento patriótico se tinha
formado contra o iberismo. Dados genealógicos. Lourenço José Maria Boaventura
de Almada Cirne Peixoto, nasceu em Lisboa a 5 de Dezembro de 1818, e faleceu na
mesma cidade a 7 de Setembro de 1874. Aí foi também baptizado no dia 8 de
Dezembro do mesmo ano, no oratório do Palácio Almada, na freguesia de Santa
Justa (Lisboa), e teve como padrinho Salvador Correia de Sá e madrinha Nossa
Senhora da Penha de França. Filho de Antão José Maria de Almada (1801-1834), 2º
conde Almada, 14.º representante de conde de Avranches em França e Abranches em
Portugal, 5.º mestre-sala, senhor de Lagares de El-Rei, e de Pombalinho,
alcaide e comendador de Proença-a-Velha que casou em 28.11.1801 com Maria
Francisca de Abreu Pereira Cirne Peixoto, senhora da Vila Nova de Lanheses. Casado,
em 26 de Setembro de 1844, com: Maria Rita Machado de Castelo-Branco Mendonça e
Vasconcelos, filha de D. José Maria Rita de Castelo Branco, 1º conde da
Figueira e de D. Maria Amália Machado Eça Castro e Vasconcelos Magalhães Orosco
e Ribera. Nascida a nascida a 23 de Setembro de 1824, em Lisboa, e falecida
viúva a 10 de Fevereiro de 1897. Teve:
Antão
José Maria de Almada, nasc. a 19 de Julho de 1845 e m. a 3 de Maio do 1863.
José
Maria de Almada, nasc. a 14 de Agosto de 1846. Maria
Amália das Necessidades de Almada Pereira Cirne Peixoto nascida a 18 de Outubro
de 1847 e casada na freguesia de Arroios a 19 de Outubro de 1869 com Sebastião
Maria do Carmo Filomena Pereira da Cunha e Castro Lobo, fidalgo-cavaleiro da
Casa Real, deputado da Nação, poeta, morador no palácio e castelo de Portuzelo
na freguesia de Santa Marta de Portuzelo e 11.º senhor da “Casa Grande em Paredes de Coura”, filho de António Pereira da
Cunha e Castro, Fidalgo da Casa Real (Alvará de 4 de Fevereiro de 1825), e
herdeiro da Casa da Torre da Cunha, em Coura, e de sua mulher D. Maria Ana
Machado de Castelo Branco, 3.ª filha dos 1.°s Condes da Figueira. Morreu em 3
de Março de 1881, com geração.
Maria
Francisca de Almada, nasc. a 17 de Novembro de 1848.
Maria
Rita de Almada, nasc. a 28 de Outubro de 1853 e m. a 26 de Setembro de 1872.
Miguel
Vaz de Almada, nasc. a 27 de Junho de 1859 . Casado em 27 de Julho de 1859 com
D. Leocádia Silvana de Sant' Ana e Vasconcelos, filha de João de Sant' Ana e
Vasconcelos Moniz de Bettencourt e de D. Silvana Cândida de Freitas Branco, sem
geração.
Maria
José de Almada, nasc. a 18 de Fevereiro de 1862 e m. a 24 de Agosto de 1865.
Luís
Vaz de Almada, nasc. a 4 de Abril de 1863, falecido a 1919 e casado, a 30 de
Maio de 1894, com D. Maria José dos Anjos de Almeida Correia de Sá, filha de
José Correia de Sá e Benevides Velasco da Camara e de D. Eugénia de Almeida
Portugal. Nascida a 14 de Maio de 1871, em Lisboa, e falecida a 28 de Abril de
1964.
Maria
Ana de Almada.
Condes de Alvito
11 de Junho de 1788-D. Fernando José Lobo da Silveira Quaresma, 2.º Marquês e 12.ºBarão de Alvito. Barão de Alvito é um título nobiliárquico de juro e herdade criado em 27 de Abril de 1475 por D. Afonso V, rei de Portugal, a favor de D. João Fernandes da Silveira, marido de D. Maria de Sousa Lobo, 5ª Senhora de Alvito. Foi o primeiro título de barão concedido em Portugal. O 14º Barão, D. Fernando Cândido Lobo da Silveira, em virtude de deter também o título de 9º Conde de Oriola foi autorizado a usar o título de conde-barão de Alvito. Sete dos barões receberam o título em vida de conde de Oriola, criado em 16-9-1653 por D. João IV, rei de Portugal. Quatro dos barões receberam o título em vida de conde de Alvito, criado em 11-6-1788 por D. Maria I, rainha de Portugal.Quatro dos barões receberam o título em vida de marquês de Alvito, criado em 3-Maio-1766 por D. José I, rei de Portugal.
Senhores
de Alvito
Diogo
Lopes Lobo (c.1330-?)
Rui
Dias Lobo (c. 1350-?)
Diogo
Lopes Lobo (c. 1400-?),Senhor de Oriola
Rui
Dias Lobo (c. 1430-?)
Maria
de Sousa Lobo (c. 1430-?), irmã do predecessor, tendo herdado o título em
virtude deste não ter deixado descendência; casada com o 1º Barão de Alvito
Barões
de Alvito
João
Fernandes da Silveira (c. 1430-1484), casado com a 5.ª senhora de Alvito
D.João
Fernandes da Silveira (c. 1420 - 1484), 1º Barão do Alvito era filho do Doutor
Fernando Afonso Silveira - juiz desembargador e Chanceler-Mor de Portugal,
descendente de D. Afonso III e de D.Catarina Teixeira, Camareira-Mor da
Infanta D. Isabel, mais tarde Duquesa de Borgonha, e filha de Estêvão Peres
Alcaide-Mor de Torres Vedras.
Foi alto funcionário régio durante a centúria de Quatrocentos e pelos seus serviços à Coroa recebeu de D. Afonso V o título de Barão de Alvito. Oficial da Corte. Doutor em leis como seu pai, foi juiz desembargador, Vice-Chanceler do Reino e Chanceler-Mor interino, foi ainda Chanceler da Casa do Cível e Regedor da Casa da Suplicação nos governos do regente D. Pedro, Duque de Coimbra e de D. Afonso V. Já no reinado de D. João II foi Escrivão da Puridade, Chanceler-Mor e Vedor da Fazenda. Esteve na campanha de 1471 em Marrocos e assistiu às conquistas de Tânger e Arzila. Desempenhou o ofício de Embaixador por dez vezes, prestando grandes serviços ao Reino, como quando negociou o matrimónio da Infanta D. Leonor, irmã de D. Afonso V, com o Imperador Frederico III da Germânia em 1451. Partiu para Nápoles em Junho de 1451 para aí se encontrar com os procuradores do Imperador: D. Eneas, Bispo de Trieste, D. Jorge de Vollesdorff, barão do ducado de Áustria, os seus conselheiros e Miguel de Phullendorf seu secretário. As negociações são apadrinhadas pelo Rei de Aragão e Nápoles Afonso V, o Magnânimo. O contrato de casamento virá a ser outorgado a 10 de Dezembro de 1450, estando presentes Fernando, Duque da Calábria, o Duque de Cleves e os embaixadores das Repúblicas de Veneza e Florença. Linhagem Títulos. D. João Fernandes da Silveira era filho de D. Fernando Afonso da Silveira, Doutor pela Universidade de Bolonha. D. Fernando era filho legítimo de D. Afonso Martins, cavaleiro de D. João I e que mais tarde professou e foi 19º Prior do Real Mosteiro de Santa Cruz. D. Afonso Martins era filho de D. Martim Afonso de Sousa, senhor de Baião neto de Afonso Dinis, filho ilegítimo de D. Afonso III. Senhor do Alvito por casamento com D.Maria de Sousa Lobo, senhora do Alvito, filha e herdeira de Diogo Lopes Lobo, senhor de Alvito, Vila Nova, Oriola, Aguiar e Nisa de Setúbal. João Fernandes da Silveira foi elevado à nobreza e criado Barão do Alvito por carta régia do Rei D. Afonso V de Portugal de 27 de Abril de 1475 devido aos longos serviços prestados a este monarca. Foi o primeiro título de barão concedido em Portugal. O baronato do Alvito foi concedido de juro e herdade como o revela a carta régia: Barão da villa d'Alvito, de juro e herdade para sempre, sem carecer de mais licença regia. Mercê que foi posteriormente confirmada por D. João II a 10 de Abril de 1482. Casamentos e Descendência. D. João Fernandes da Silveira casou em primeiras núpcias com D. Violante Pereira, filha de Joane Mendes de Agoada, corregedor da Corte. D. João voltou a casar com D.Maria de Sousa Lobo, filha do 5º Senhor do Alvito. D. João da Silveira teve descendência de ambos os casamentos:
Foi alto funcionário régio durante a centúria de Quatrocentos e pelos seus serviços à Coroa recebeu de D. Afonso V o título de Barão de Alvito. Oficial da Corte. Doutor em leis como seu pai, foi juiz desembargador, Vice-Chanceler do Reino e Chanceler-Mor interino, foi ainda Chanceler da Casa do Cível e Regedor da Casa da Suplicação nos governos do regente D. Pedro, Duque de Coimbra e de D. Afonso V. Já no reinado de D. João II foi Escrivão da Puridade, Chanceler-Mor e Vedor da Fazenda. Esteve na campanha de 1471 em Marrocos e assistiu às conquistas de Tânger e Arzila. Desempenhou o ofício de Embaixador por dez vezes, prestando grandes serviços ao Reino, como quando negociou o matrimónio da Infanta D. Leonor, irmã de D. Afonso V, com o Imperador Frederico III da Germânia em 1451. Partiu para Nápoles em Junho de 1451 para aí se encontrar com os procuradores do Imperador: D. Eneas, Bispo de Trieste, D. Jorge de Vollesdorff, barão do ducado de Áustria, os seus conselheiros e Miguel de Phullendorf seu secretário. As negociações são apadrinhadas pelo Rei de Aragão e Nápoles Afonso V, o Magnânimo. O contrato de casamento virá a ser outorgado a 10 de Dezembro de 1450, estando presentes Fernando, Duque da Calábria, o Duque de Cleves e os embaixadores das Repúblicas de Veneza e Florença. Linhagem Títulos. D. João Fernandes da Silveira era filho de D. Fernando Afonso da Silveira, Doutor pela Universidade de Bolonha. D. Fernando era filho legítimo de D. Afonso Martins, cavaleiro de D. João I e que mais tarde professou e foi 19º Prior do Real Mosteiro de Santa Cruz. D. Afonso Martins era filho de D. Martim Afonso de Sousa, senhor de Baião neto de Afonso Dinis, filho ilegítimo de D. Afonso III. Senhor do Alvito por casamento com D.Maria de Sousa Lobo, senhora do Alvito, filha e herdeira de Diogo Lopes Lobo, senhor de Alvito, Vila Nova, Oriola, Aguiar e Nisa de Setúbal. João Fernandes da Silveira foi elevado à nobreza e criado Barão do Alvito por carta régia do Rei D. Afonso V de Portugal de 27 de Abril de 1475 devido aos longos serviços prestados a este monarca. Foi o primeiro título de barão concedido em Portugal. O baronato do Alvito foi concedido de juro e herdade como o revela a carta régia: Barão da villa d'Alvito, de juro e herdade para sempre, sem carecer de mais licença regia. Mercê que foi posteriormente confirmada por D. João II a 10 de Abril de 1482. Casamentos e Descendência. D. João Fernandes da Silveira casou em primeiras núpcias com D. Violante Pereira, filha de Joane Mendes de Agoada, corregedor da Corte. D. João voltou a casar com D.Maria de Sousa Lobo, filha do 5º Senhor do Alvito. D. João da Silveira teve descendência de ambos os casamentos:
De
D. Violante Pereira:
D.
Fernão da Silveira; casou com D. Beatriz de Sousa; com linhagem extinta.
De
D. Maria de Sousa Lobo, Senhora do Alvito
D.Diogo
Lobo da Silveira (c. 1470), 2º Barão do Alvito; casou com D. Joana de Noronha e
D.Leonor de Vilhena; com ampla descendência.
D.
Filipe de Sousa (c. 1470), Comendador de São Martinho de Sande; casou com
Francisca Pereira de Sá e Filipa da Silva; com descendência do segundo
casamento.
D.
Martinho da Silveira; casou com Leonor de Vasconcelos; o seu filho foi D.Manuel
da Silveira, capitão de Mina e Ormuz.
D.
Isabel de Sousa; casou com D. Pedro de Castro e com D. Rodrigo de Menezes; teve
descendência do segundo casamento.
Diogo
Lobo da Silveira (c. 1470-?)
Rodrigo
Lobo da Silveira (c. 1490-1578), faleceu em combate juntamente com o filho na
batalha de Alcácer Quibir
João
Lobo da Silveira (c. 1530-1578), filho do anterior, faleceu em combate
juntamente com o pai na batalha de Alcácer Quibir
João
Lobo da Silveira (c. 1530 - 4 de Setembro de 1578) foi um nobre português,
quarto barão do Alvito, título que herdou após a morte de seu pai.
Era
filho de D. Rodrigo Lobo da Silveira e de D. Guiomar de Castro, filha de João
da Silva, 6º Senhor de Vargos e de D. Joana de Noronha. Foi vedor da Fazenda de
D. João III de Portugal cargo exercido também pelo seu progenitor.
Descendência
D.
Rodrigo Lobo da Silveira, 5º barão de Alvito
D.
João Lobo
D.
Tomé Lobo
D.
Estêvão Lobo
D.
Luís Lobo
D.
Guiomar de Castro (casou com D. Estevão de Faro, 2.º Conde de Faro)
Rodrigo
Lobo da Silveira (c. 1550-?)
João
Lobo da Silveira (c. 1575-?)
Luís
Lobo (?-1607), 1.º conde de Oriola. O primeiro a usar o título de Conde de
Oriola foi D. Luís Lobo, 7.º barão de Alvito, por concessão de D. João IV, Rei
de Portugal, por carta de 16 de setembro de 1653. O título extinguiu-se em
Portugal com a morte do 7.º conde, que se naturalizou alemão em 1822 e no reino
da Prússia viu nessa data reconhecido, para si e para todos os seus
descendentes, o título de Graf/Grafin von Oriola.
Condes
de Oriola
Luís
Lobo (?-1607), 7.º barão de Alvito
João
Lobo da Silveira (c. 1620-1658), 8.º barão de Alvito
José
António Francisco Lobo da Silveira Quaresma (1698-1773), 10.º barão e 1.º
marquês de Alvito (primo da predecessoa ao ser filho de um 2.º casamento de D.
Vasco Lobo)
Vasco
José Lobo (1726-1747), 11.º barão de Alvito
Fernando
José Lobo da Silveira Quaresma (1727-1778), 12.º barão, 1.º conde e 2.º marquês
de Alvito
José
António Plácido Lobo da Silveira Quaresma (1769-1844), 13.º barão, 2.º conde e
3.º marquês de Alvito
Fernando
Cândido Lobo da Silveira Quaresma (1793-1818), 14.º barão, 3.º conde de Alvito
e 9.º conde de Oriola
João
Lobo da Silveira (c. 1620-1658), 2.º conde de Oriola
Bernarda
Caetana Lobo (c. 1650-1687), filha do predecessor, casada com o seu tio paterno
D. Vasco Lobo
José
António Francisco Lobo da Silveira Quaresma (1698-1773), 1.º marquês de Alvito
e 3.º conde de Oriola (primo da predecessora ao ser filho de um 2.º casamento
de D. Vasco Lobo).
Vasco
José Lobo (1726-1747), 4.º conde de Oriola.
Condes de Alvito
Fernando José Lobo da Silveira Quaresma (1727-1778), 1.º conde e 2.º marquês de Alvito e 5.º conde de Oriola
Fernando José Lobo da Silveira Quaresma (1727-1778), 1.º conde e 2.º marquês de Alvito e 5.º conde de Oriola
José
António Plácido Lobo da Silveira Quaresma (1769-1818), 2.º conde e 3.º marquês
de Alvito e 6.º conde de Oriola
Fernando
Cândido Lobo da Silveira Quaresma (1793-1844), 3.º conde de Alvito e 9.º conde
de Oriola
Henriqueta
Policarpa Lobo da Silveira Quaresma (1796-1858), 3.ª condessa de Alvito
José
Lobo da Silveira Quaresma (1826-1917), 4.º marquês e 4.º conde de Alvito
Condes
de Alvito
Fernando
José Lobo da Silveira Quaresma (1727-1778), 12.º barão e 2.º marquês de Alvito
e 5.º conde de Oriola
José
António Plácido Lobo da Silveira Quaresma (1769-1844), 13.º barão e 3.º marquês
de Alvito e 6.º conde de Oriola
Fernando
Cândido Lobo da Silveira Quaresma (1793-1818), 14.º barão de Alvito e 9.º conde
de Oriola
Henriqueta
Policarpa Lobo da Silveira Quaresma (1796-1858), 15.ª baronesa de Alvito
José
Lobo da Silveira Quaresma (1826-1917), 16.º barão e 4.º marquês de Alvito
Marqueses
de Alvito
José
António Francisco Lobo da Silveira Quaresma (1698-1773), 10.º barão de Alvito e
3.º conde de Oriola
Fernando
José Lobo da Silveira Quaresma (1727-1778), 12.º barão e 1.º conde de Alvito e
5.º conde de Oriola
José
António Plácido Lobo da Silveira Quaresma (1769-1844), 13.º barão e 2.º conde
de Alvito e 6.º conde de Oriola
Fernando
Cândido Lobo da Silveira Quaresma (1793-1818), 14.º barão de Alvito e 9.º conde
de Oriola
José
Lobo da Silveira Quaresma (1826-1917), 16.º barão e 4.º conde de Alvito
Condes de Alvor
4 de Fevereiro de 1683-Francisco de Távora-em vida-(renovado por 3 vezes)-extinto. Conde de Alvor era um título de nobreza português criado por um decreto real de D. Pedro II de Portugal, datado de 4 de fevereiro de 1683, a favor de Francisco de Távora, segundo filho varão de António Luís de Távora, 2º Conde de São João da Pesqueira. Com o Processo dos Távora e a execução do 3º Conde de Alvor em 1759, este título foi extinto vindo a ser outorgado, de novo, já no Século XIX a Pedro Maria da Piedade de Lencastre e Távora, segundo varão do 8º Marquês de Abrantes, que descendia dos Távoras.
Condes de Alvor
D.
Francisco de Távora (1646-Lisboa-Moura (?), 31 de Maio de 1710), feito 1.º
Conde de Alvor, foi um nobre português da segunda metade de Seiscentos e
inícios de Setecentos. Destacado oficial militar, diplomata e governador
colonial, serviu o Reino de Portugal durante os reinados D. Afonso VI, D. Pedro
II e D. João V. Era o filho terceiro do 2.º Conde de São João da Pesqueira, D.
António Luís de Távora, e de sua mulher D. Arcângela Maria de Portugal, filha
do 4.º Conde de Linhares. Seguiu a carreira das armas onde já se destacavam os
seus dois irmãos mais velhos e muitos outros membros da sua família. Muito
jovem, ainda tomou parte nos combates dos derradeiros anos da Guerra da
Restauração (1640-1668). Nomeado Governador de Angola em 1669, com apenas 22
anos, serviu com inesperada sagacidade para a sua idade em posto de tamanha
responsabilidade. Depois de regressar ao reino é nomeado Vice-Rei da Índia em
1681, servido nesse posto até 1686. A 24 de Fevereiro de 1683, enquanto se
encontrava no Oriente, foi-lhe passada, pelo então Príncipe Regente D.
Pedro-futuro D. Pedro II-, carta régia que o elevava a Conde de Alvor. Depois
de regressar da Índia, foi nomeado Fidalgo do Conselho-com assento nos
Conselhos de Estado e da Guerra-, Regedor das Justiças e Presidente do Conselho
Ultramarino. D. Francisco regressou à vida militar activa já cinquentenário,
quando foi nomeado Governador das Armas da província de Trás-os-Montes em 1704.
Combateu os exércitos espanhóis durante a Guerra de Sucessão Espanhola ao lado
do Marquês das Minas, que era Governador das Armas da província da Beira. Foi
depois nomeado Governador de Armas do Alentejo, tendo de se haver com as
ofensivas do Duque de Ossuna. Em 1707, ao liderar o exército na tentativa de
retomar a vila de Moura, sofreu uma apoplexia (hoje conhecida como AVC), que o
incapacitou. D. Francisco de Távora veio a morrer três anos depois, a 31 de
Maio de 1710, com cerca de 64 anos. Oficial na Guerra da Restauração. Como o
seu pai faleceu quando D. Francisco tinha apenas 7 anos, presume-se que tenha
sido a sua formação particularmente influenciada pelos exemplos dos irmãos mais
velhos. Escolhe fazer carreira no Exército, onde já se distinguiam os seus dois
irmãos D. Luís Álvares de Távora-futuro 1.º Marquês de Távora e 12 anos mais
velho-e D. Miguel Carlos de Távora-futuro 2.º Conde de São Vicente e 5 anos
mais velho que D. Francisco. Ainda vem a tomar parte nos confrontos militares
dos últimos anos da Guerra da Restauração, havendo registo da sua presença em
escaramuças na raia minhota Batalha de Montes Claros (1665), servindo com o
posto de Tenente-General de Cavalaria de Trás-os-Montes, sob o comando do seu
irmão D. Luís, à época Governador das Armas daquela província. Governo de
Angola. Sendo a paz firmada com Espanha no Tratado de Lisboa (1668), D.
Francisco passa a servir na administração do Império Colonial Português. Logo
nesse ano é nomeado, pelo Príncipe-Regente, Governador de Angola e
Capitão-General da mesma província, cumulando as responsabilidades civis e
militares. A sua nomeação levantou algumas dúvidas devido à sua idade (tinha
então 22 anos), não sendo de todo improvável que a nomeação se devesse apenas à
influência do seu irmão mais velho, D. Luís Álvares de Távora, que foi
provavelmente a pessoa de maior peso político junto do Regente D. Pedro. Não
obstante, partiu de Lisboa a 1 de Abril de 1669 e serviu no seu posto com brilhantismo.
A administração da província ultramarina de Angola encontrava-se desorganizada
e era pouco eficiente, problemas que o jovem fidalgo parece ter conseguido
resolver. Ademais, montou um regimento de cavalaria, reforçou a Fortaleza de
São Miguel de Luanda e fundou um hospital em Benguela. Outrossim, organizou
diversas investidas militares contra tribos nativas que ameaçavam grandemente a
estabilidade e produtividade da colónia portuguesa. Alcançou muitas vitórias,
ficando conhecido pela prudência e manha de que usava nestas expedições. Por
isso lhe deram a alcunha de menino prudente; que era igualmente uma referência
à sua pouca idade; talvez deferente, quiçá mordaz. Retorna ao reino em 1676,
sendo rendido no cargo por Pires de Saldanha de Sousa e Meneses. Vice-reino da Índia (1681-1686). Decadência
e Cerco de Goa de 1683. O Estado da Índia encontrava-se em governação interina
desde que o Vice-Rei D. Pedro de Almeida, 1.º Conde de Assumar, morrera em Goa
em 1679. D. Francisco foi nomeado pelo Príncipe-Regente 33.º Vice-Rei e 56.º
Governador da Índia, para onde parte em 1681. Ficou famoso o episódio passado
de 25 de Novembro 1683, em que D. Francisco, encontrando-se sem forças
militares suficientes para se opor a um poderosa investida dos maratas sobre Goa,
depositou o seu bastão de Vice-rei (insígnia do seu cargo) na urna de São
Francisco Xavier, confiando-lhe a protecção da cidade. A hoste de 20 000 homens
dos maratas, liderados por Sambhaji, havia imposto às forças portuguesas
pesadas derrotas no dia anterior nas batalhas junto aos Fortes de Santo Estevão
(na ilha homónima, junto à ilha de Goa, na foz do Mandovi) e de Mormugão (que
protegia Goa a Sul, do lado oposto do rio Zuari). "A notícia da invasão levou grande terror para a cidade e o Conde
de Alvor, reunindo a toda a pressa 400 soldados apresentou-se no dia imediato
ao inimigo. Começando o conflito, caíram, ao primeiro fogo dos maratas, quasi
40 soldados nossos, uns mortos, outros feridos; e muitos dos restantes,
querendo fugir da cavalaria inimiga, que lhes vinha ao encontro, abandonaram o
campo, para se acoutarem dentro da cidade, mas em tal confusão, que alguns a
atravessar o rio foram arrastados pela corrente. O Vice-Rei ousou contudo, com
alguns soldados, opor viva resistência, mas vendo que o inimigo ia ganhando as
posições, recolheu-se à cidade." A capital do Estado Português da
Índia, a famosa Roma do Oriente, parecia irremediavelmente perdida. Num
inacreditável golpe de sorte, notícias chegam da investida do Grã-Mogol
Aurangzeb dos Mongóis sobre a capital dos maratas, forçando Sambhaji a aceitar
tréguas para ir acorrer aos seus domínios invadidos. As ofensivas maratas de
1683 - que envolveram também o cerco de Chaul no início desse ano - demonstram
bem o estado de fragilidade das possessões portuguesas no Oriente. As
conquistas maratas prosseguirão, engolindo quase toda a Província do Norte,
culminando com as quedas de Baçaím já em 1739 e Chaúl em 1740, altura em que
apenas Goa, Damão e Diu permanecerão em mãos portuguesas. Reforço das Fortificações
de Goa. A insuficiência de meios da Coroa Portuguesa para manter estas
conquistas contra a animosidade dos príncipes indianos era flagrante. Apesar de
tudo, os portugueses foram fazendo os possíveis nesta época em que D. Francisco
governou, que era já de clara decadência. Entre as marcas do trabalho do
Vice-Rei, podemos encontrar provas de que mandou reforçar as fortalezas que
protegiam Goa. Já antes do cerco tinha D. Francisco previsto que a ilha de
Angediva (a Sul de Goa), poderia ser utilizada pelos maratas como base naval.
Para o impedir ordenou a fortificação da ilha (até então deserta) em 1682, como
o, prova a inscrição sobre as portas da fortaleza, onde se lê: "Graças a Deus -
Francisco de Távora Conde D’Alvor do Conselho do Estado, Vice-Rei e Capitão General da Índia, mandou em 5 de Maio de 1682 edificar nesta ilha esta fortaleza por Amaro Simões Pereira, Primeiro Capitão-mor d’ella, o qual lhe lançou a primeira pedra em 2 de Junho do dito anno, e a poz defendável, antes de seis meses, com dezasseis canhões, e lhe concertou poços, fontes, tanque grande e a couraça real e o baluarte de S. Francisco com todas as suas serventias, muro, portaes, e esta entrada que coroou com esta cruz para sempre”. Angediva 3 de Março de 1683. Mandou igualmente reforçar os fortes de Thivim e Colvale, ordenando, entre outras coisas, que se erguesse uma muralha que os unisse. Também o Forte de Rachol, na província de Salcete (a Sul de Goa), foi alvo de reparações, como a prova inscrição análoga à anterior: "SENDO O CONDE DE ALVOR VICE-REI DA INDIA MANDOU REFORMAR ESTA FORTALEZA DEPOIS DE SE DEFENDER DO CERCO DE SAMBAGY, EM 22 DE ABRIL DE 1684." D. Francisco de Távora ordenou também a mudança da capital de Goa Velha para Mormugão, mais defensável. Não foi secundado nessa escolha pelos Vice-Reis que a ele se seguiram, que desgostavam da austeridade dos edifícios do governo e isolamento dessa vila quando em comparação com a magnificente Goa Velha.
Francisco de Távora Conde D’Alvor do Conselho do Estado, Vice-Rei e Capitão General da Índia, mandou em 5 de Maio de 1682 edificar nesta ilha esta fortaleza por Amaro Simões Pereira, Primeiro Capitão-mor d’ella, o qual lhe lançou a primeira pedra em 2 de Junho do dito anno, e a poz defendável, antes de seis meses, com dezasseis canhões, e lhe concertou poços, fontes, tanque grande e a couraça real e o baluarte de S. Francisco com todas as suas serventias, muro, portaes, e esta entrada que coroou com esta cruz para sempre”. Angediva 3 de Março de 1683. Mandou igualmente reforçar os fortes de Thivim e Colvale, ordenando, entre outras coisas, que se erguesse uma muralha que os unisse. Também o Forte de Rachol, na província de Salcete (a Sul de Goa), foi alvo de reparações, como a prova inscrição análoga à anterior: "SENDO O CONDE DE ALVOR VICE-REI DA INDIA MANDOU REFORMAR ESTA FORTALEZA DEPOIS DE SE DEFENDER DO CERCO DE SAMBAGY, EM 22 DE ABRIL DE 1684." D. Francisco de Távora ordenou também a mudança da capital de Goa Velha para Mormugão, mais defensável. Não foi secundado nessa escolha pelos Vice-Reis que a ele se seguiram, que desgostavam da austeridade dos edifícios do governo e isolamento dessa vila quando em comparação com a magnificente Goa Velha.
Bernardo
António Filipe Neri de Távora (1681-1744), filho do anterior;
Francisco
de Assis de Távora (1703-1759), filho do anterior. Casou com sua prima Leonor
de Távora, 3ª Marquesa de Távora;
Pedro
Maria da Piedade de Lancastre e Távora (1889-?), filho do 8º Marquês de
Abrantes.
Condes de Amarante
Conde
de Amarante foi um título criado por decreto de 13 de Maio de 1811, e confirmada
por carta régia de 28 de Junho daquele mesmo ano, da rainha D. Maria I de
Portugal, a favor do general Francisco da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira.
Usaram
o título
Francisco
da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, 1.º conde de Amarante;
Francisco da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira (Canelas (Peso da Régua), (1 de Setembro de 1763-Vila Real, 27 de Maio de 1821), 1.º conde de Amarante, mais conhecido por General Silveira, foi um oficial general do Exército Português e político, que se destacou durante a Guerra Peninsular. Relações familiares. O general Silveira (como é mais conhecido em numerosas obras) era filho de Manuel da Silveira Pinto da Fonseca e de D. Antónia da Silveira, teve um irmão, António da Silveira Pinto da Fonseca, que foi o 1º Visconde de Canelas. Casou em 16 de Abril de 1781 com D. Maria Emília Teixeira de Magalhães e Lacerda e deste matrimónio teve três filhos: Manuel da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, 1º Marquês de Chaves, Miguel da Silveira Pinto da Fonseca e D. Mariana da Silveira Pinto da Fonseca. Biografia asssentou praça, como Cadete, no Regimento de Cavalaria de Almeida (mais tarde Cavalaria 11) a 25 de Abril de 1780. Ali foi promovido a Alferes em 22 de Abril de 1790 e a Tenente, no Regimento de Cavalaria 6, em 17 de Dezembro de 1792. No dia 17 de Dezembro de 1799 foi promovido a Capitão e nomeado Ajudante-de-Ordens do Governador das Armas da província da Beira. Em 1801, por decreto de 6 de Março, Francisco da Silveira foi promovido ao posto de sargento-mor. Nesse mesmo ano, quando teve início a chamada Guerra das Laranjas, juntamente com outras pessoas importantes de Trás-os-Montes, participou no levantamento de um corpo de voluntários, tendo sido nomeado a 19 de Maio Comandante-Chefe das Companhias Francas de Trás-os-Montes. Em 14 de Março de 1803 foi promovido ao posto de tenente-coronel, no Regimento de Cavalaria 6. Em Dezembro de 1807, no início da Primeira Invasão Francesa encontrava-se em Aveiro. Junot tinha dado ordem para desmobilizar a maior parte do Exército Português e formar, com as melhores unidades, um corpo de tropas que foi designado Legião Lusitana (ou Legião Portuguesa). Silveira foi chamado a Coimbra para testemunhar a desmobilização dos Regimentos de Cavalaria 6, 9, 11 e 12. Pediu a sua demissão que foi aceite pelo governo de Junot e partiu para o Porto com o objectivo de chegar a bordo da esquadra britânica que se encontrava ao largo e, dessa forma, fugir para o Brasil. Não lhe sendo possível executar este plano foi para Vila Real. Quando a insurreição que tinha nascido em Espanha chegou a Portugal, foi criada no Porto a Junta Provisional do Supremo Governo do Reino, presidida pelo bispo do Porto. A revolta rapidamente se estendeu a todo o Reino, primeiro em Trás-os-Montes, onde Francisco da Silveira teve um papel preponderante na aclamação do governo legítimo de Portugal. O papel que então desempenhou mereceu o reconhecimento da Junta do Supremo Governo do Reino que decretou, a 21 de Julho, a sua promoção a coronel do regimento de Cavalaria 6. Ainda em 1808, participou na força sob comando do general Bernardim Freire de Andrade que se dirigiu para Sul ao encontro das tropas britânicas desembarcadas em Lavos.
Exercia então as funções de comandante da guarda avançada deste corpo de tropas. Depois de as tropas francesas terem saído de Portugal, Silveira regressou ao Norte para participar na reorganização do Exército. Foi promovido a Brigadeiro e nomeado Governador Militar de Trás-os-Montes por carta régia de 15 de Fevereiro de 1809. Entretanto teve início a Segunda Invasão Francesa. Perante a superioridade dos franceses, Silveira foi obrigado a abandonar a praça de Chaves, tendo-se dirigido para a região de Vila Real. Quando as tropas francesas continuaram o seu avanço em direcção a Braga, deixando uma pequena guarnição em Chaves, Silveira regressou com as suas tropas, colocou cerco aquela praça que acabou por se render pouco tempo depois. Soult ocupou o Porto em finais de Março de 1809 e Silveira, com as suas tropas mal treinadas, mal equipadas, muitos deles sem armas de fogo, desenvolveu uma actividade notável na defesa da linha do Tâmega. Desta acção, o episódio mais marcante foi a defesa da ponte de Amarante. Obrigado a retirar após catorze dias de resistência, não se deixou abater e, em breve, as suas tropas, obrigavam o corpo de tropas francesas, sob comando de Loison, a retirar para Guimarães. Na ordem do dia de 21 de Maio de 1809, o brigadeiro Francisco da Silveira era promovido a Marechal de Campo em recompensa pela forma como se bateu contra os invasores franceses. A Terceira Invasão Francesa colocou-o novamente em actividade operacional em que o seu prestígio se consolidou. Das acções em que participou destaca-se o ataque ao reduto em Puebla de Sanábria (1 a 10 de Agosto de 1810) na província de Zamora junto à fronteira no norte de Portugal, nos combates em Valverde (14 de Novembro de 1810), defesa de Pinhel (31 de Dezembro de 1810) e defesa Vila da Ponte (11 de Janeiro de 1811). A portaria de 5 de Fevereiro de 1812 veio confirmar a sua promoção a Tenente-general com antiguidade reportada a 1 de Janeiro desse ano.
O seu valor foi reconhecido tanto pelo marechal Beresford, comandante em chefe do Exército Português, como por Wellesley que comandava o Exército Aliado na luta contra os franceses. É assim que o encontramos a comandar uma divisão de infantaria portuguesa no exército de Wellesley na Batalha de Vitoria e outras acções na fase final da guerra. Após a Guerra Peninsular, que termina em 1814, Silveira voltou ao lugar de Governador das Armas da Província de Trás-os-Montes. Em 1820, quando a 24 de Agosto rebentou a revolução Liberal, foi convidado a aderir ao partido da Junta Provisória do Porto mas recusou e reuniu em Chaves as tropas da província de Trás-os-Montes com o objectivo de combater a revolução. Não foi bem-sucedido nesta empresa pois essas tropas acabaram por se colocar do lado da Junta do Porto. Depois deste episódio, Silveira retirou-se para Vila Real onde veio a falecer no ano seguinte. Foi sepultado no jazigo da família, na capela do Espírito Santo em Canelas. A 13 de Maio de 1809, o Príncipe Regente agraciou-o com o título de Conde de Amarante. A sua acção durante a Segunda Invasão Francesa mereceu-lhe o maior respeito em todo o Reino. Além desta honra, o 1º Conde de Amarante foi condecorado com a medalha de sete campanhas da Guerra Peninsular, com as medalhas britânica e espanhola por acções e batalhas nesta guerra, com os graus de grã-cruz da Ordem Militar de Cristo e de comendador honorário da Ordem Militar da Torre e Espada. Manuel da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, 1.º marquês de Chaves. Manuel da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira (Vila Real, 3 de Março de 1784-Lisboa, 7 de Março de 1830),
1.º marquês de Chaves e 2.º conde de Amarante, foi, um militar do Exército Português que se distinguiu como um dos principais apoiantes do miguelismo durante a Guerra Civil Portuguesa. Biografia: Foi filho de Francisco da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, 1.º Conde de Amarante. Assentou praça aos 8 anos no Regimento de Cavalaria do Cais, e, depois de concluídos os estudos no Colégio dos Nobres, foi para Almeida, como alferes, numa companhia comandada por Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, o visconde da Várzea, seu parente. Em 1808, participou na revolta contra os franceses, tendo sido promovido a major dum batalhão de voluntários, que seria mais tarde o Regimento de Caçadores n.º 3, onde serviu até 1809, já com o posto de tenente-coronel. Nesse ano foi membro do estado-maior da divisão do seu pai. Participou na Guerra Peninsular, sendo recompensado pelos seus feitos, com a concessão de uma segunda vida no título de conde de Amarante. Em 1819, foi nomeado governador da praça de Valença, e em Março de 1820 promovido a marechal-de-campo. Opositor do regime saído da Revolução Liberal de 1820, juntamente com outros militares que haviam sido afastados depois da Martinhada, promoveu em 23 de Fevereiro de 1823 a revolta das tropas de Trás-os-Montes. Tendo corrido grande parte das terras do Minho, e havendo-se demorado em Braga, recolheu a Vila Real, lançou mão de um estandarte e gritou: ”Morra a Constituição e todos os seus sectários.” Nas suas proclamações, o conde, entre promessas de fidelidade à Religião, ao rei e a “sua augusta esposa (a mulher forte)”, acusa a Constituição de responsável pela perda das “mais ricas possessões portuguesas na América e na Índia”. No entanto a revolta contra o governo liberal no Norte do país é dominada pelas forças militares afectas ao governo, pelas tropas comandadas pelo general Luís do Rego Barreto, em Amarante, os seus bens são confiscados, sendo obrigado a refugiar-se em Espanha.
Regressou a Lisboa, no meio de grande aclamação, depois da Vilafrancada, tendo sido elevado a Marquês de Chaves, em três vidas, com a promoção a tenente-general e a concessão da grã-cruz da Ordem da Torre e Espada e, ainda, do cargo de Conselheiro de Guerra. Após a promulgação da Carta Constitucional, sublevou a província de onde era originário, fazendo várias incursões até ser finalmente derrotado pelo Conde de Vila Flor, futuro Duque da Terceira. Em 1828, após a aclamação de D. Miguel I como rei de Portugal, foi chamado à Corte, onde desempenhou papel de grande relevo.
Condes de Anadia
17 de Dezembro de 1808-João Rodrigues de Sá e Melo, 1.ºVisconde de Anadia em vida. Conde de Anadia é um título nobiliárquico criado por carta pela rainha portuguesa D. Maria I, em 17 de Dezembro de 1808, a favor João Rodrigues de Sá e Melo, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra do reino, sendo este primeiramente visconde. Mais tarde foi-lhe então concedido o título de conde.
Viscondes da Anadia
João
Rodrigues de Sá e Melo, visconde de Anadia posteriormente 1.º Conde da Anadia
Condes da Anadia
José
António de Sá Pereira, 1.º visconde de Alverca
Maria Luísa de Sá Pereira de Meneses de Melo e Souto Maior, casada com Manuel Paes de Sá do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel de Barbarino
José
Maria de Sá Pereira e Meneses de Mello Sottomayor de Almeyda e Vasconcellos
Paes do Amaral Quifel Barberino
Manuel
de Sá Pais do Amaral Pereira e Menezes de Almeyda e Vasconcellos Quifel
Barberino
José
Maria de Sá Pereira de Meneses Paes do Amaral
O Palácio dos Condes da Anadia, residência oficial da família nobre portuguesa, situa-se na pequena cidade de Mangualde, perto de Viseu. É um edifício em estilo barroco de dimensões palacianas e, sobre as portas principais jaz o brasão da família.
8 de Fevereiro de 1620-D. Luís de Lima Brito e Nogueira-juro e herdade-D. Marcos José Wagner de Noronha de Alarcão
O
título de Conde dos Arcos foi criado pelo rei Filipe II de Portugal (III de
Espanha), em 8 de fevereiro de 1620, em favor de Luís de Lima Brito e Nogueira.
Condes dos Arcos
D.
Luís de Lima Brito e Nogueira
Dom
Luís de Lima Brito e Nogueira, 1.° Conde dos Arcos (c. 1600-26 de junho de
1647). Filho de D. Lourenço de Lima Brito Nogueira, 6.º visconde de Vila Nova
de Cerveira, e de Luísa de Távora; irmão de D. João Fernandes de Lima, 1.º
marquês de Tenório, e de D. Diogo de Lima Brito e Nogueira, 7.º visconde de
Vila Nova de Cerveira. Foi feito visconde por Filipe III de Espanha, por carta
de 8 de fevereiro de 1620. Casou-se com Vitória de Cardaillac e Bourbon, dama
de D. Maria Francisca Isabel de Saboia, com a qual teve três filhos, entre eles,
D. Lourenço Maria de Lima Brito Nogueira, 2.º conde dos Arcos. Deste casamento
descendem a Casa dos Arcos, d'Angeja, de Valadares, de Marialva e de Cascais,
senhores de Ílhavo. Alexandre de Gusmão escreveu uma «Genealogia Geral para desvanecer a opinião dos senhores fidalgos
portugueses que se dizem puritanos». Explica-se: no século XVII se estendeu
sobre muitas famílias, em especial as nobres, a suspeita de infecção de sangue,
por alianças matrimoniais com mulheres de origem judaica; estabeleceu-se então
entre as de prosápia mais fidalga a distinção das puritanas, que não aceitavam
alianças com as de geração viciada. A estas pertenciam, por exemplo notório, as
Casas d'Alegrete, de Valença e d'Angeja. Para melhor fixar a distinção, seus
promotores criaram, sob D. Pedro II, uma Confraria da Nobreza fundada com o
pretexto da expiação ao desacato de Santa Engrácia, atribuído aos judeus, e por
cujos estatutos se obrigavam os irmãos a provarem a qualidade de
cristãos-velhos, fora de toda a dúvida.
D.
Lourenço Maria de Lima Brito Nogueira
D.
Tomás de Noronha
D.
Tomás de Noronha (1 de maio de 1679 - 8 de setembro de 1760), casado com
Madalena Bruna de Castro
D.
Marcos José de Noronha e Brito (4 de maio de 1712 - 14 de agosto de 1768),
casado com Maria Xavier de Lencastre, Vice-rei do Estado do Brasil (em
Salvador, 1755-1760)
D.
Juliana Xavier de Lencastre
D.
Marcos de Noronha e Brito, último Vice-rei do Brasil e Capitão General de Mar e
Terra dos Estados do Brasil (1806-1808)
Marcos José de Noronha e Brito, 6.º Conde dos Arcos (Lisboa, 4 de maio de 1712 - Lisboa, 14 de agosto de 1768) foi um nobre e administrador colonial português, 7.º vice-rei do Brasil. Era filho de Tomás de Noronha, 5.º Conde dos Arcos com Madalena Bruna de Castro. Assentou praça em 1726, num regimento de cavalaria da Corte. Um decreto de 1734 concedeu-lhe dispensa para ser promovido a alferes e tenente, sendo nomeado em 1735, no regimento comandado por António Caetano Luís de Sousa, Marquês das Minas, chegando ao posto de capitão. Em 1745, foi nomeado governador da capitania de Pernambuco. Exerceu o cargo até 1748, quando passou a ser governador de Goiás.
Em 1755, foi nomeado Vice-Rei do Brasil. Durante seu governo, deu cumprimento às determinações do Marquês de Pombal referentes à expulsão dos jesuítas do Brasil. Ajudou a reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755, enviando 3 milhões de cruzados da municipalidade da Bahia. Em 1760, regressa a Portugal, onde é nomeado governador das armas do Minho, até 1763, quando é nomeado governador de Marzagão. Descendência. Casou-se com D. Maria Xavier de Lancastre, filha de Tomás José Botelho de Távora, 3.º conde de São Miguel, em 19 de novembro de 1731. Dos oito filhos, quatro foram sobreviventes à idade adulta:
D.
Juliana Xavier de Lancastre, 7ª condessa dos Arcos, casou-se com D. Manuel José
de Noronha e Menezes
D.
Madalena Xavier de Noronha, freira no mosteiro da Madre de Deus
D.
Maria de Noronha, freira no convento das Trinas
D.
Antónia de Sales de Noronha, freira no Mosteiro da Madre de Deus
D.
Manuel de Noronha e Brito
D.
Maria do Carmo Giraldes Barba Noronha e Brito
D.
José Manuel de Noronha e Brito de Menezes de Alarcão
D.
Pedro José Wagner de Noronha de Alarcão
25 de Setembro de 1472-D. João Galvão, 36.º Bispo de Coimbra e 20.º Prior do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra-juro e herdade. (usado pelos sucessores na Catedral Conimbricence até 1972), sem titular. O título de Conde de Arganil foi instituído por Carta de 25 de Setembro de 1472 de D. Afonso V de Portugal em favor do antigo 20.º D. Prior de Santa Cruz e 36.º Bispo de Coimbra, D. João Galvão, como recompensa pela sua participação na conquista de Arzila e Tânger. Este 1.º Conde de Arganil, numa Provisão datada de 25 de Novembro de 1471, assinou como Conde de Santa Comba, o que faz supôr que já anteriormente tivesse tido a concessão desse título e a Carta de 25 de Setembro de 1472 apenas fosse a mudança dele, apesar de, até à data, não se ter encontrado nas Chancelarias prova concludente dessa mesma concessão. Afonso Álvares Nogueira, que traslada a Carta de Concessão deste título, acrescenta: E ainda que dantes disto algus prelados desta see se chamarão Condes de santa Comba era por um particular dos Reis mas não de jure. Como agora se chamão Condes de Arganil. A partir de então, todos os seus sucessores na catedral conimbricense usaram esse título nobiliárquico, sendo conhecidos e designados, abreviadamente, por Bispos-Condes. Já em pleno século XX, o bispo Dom Ernesto Sena de Oliveira deixou de fazer uso do mesmo e, desde essa data, os sucessivos condes de Arganil não têm feito igualmente uso desse título, embora tenham pleno direito civil para o fazer.
Condes
de Arganil
Dom João (VI) Galvão (1460-1481)
Dom João (VI) Galvão (1460-1481)
João
Galvão, originalmente João Rodrigues da Costa ou João Rodrigues Galvão (c. 1426
- 1485), foi um prelado português. Família. D. João Galvão era filho de Rui
Galvão e de sua mulher Branca Gonçalves, era irmão do Cronista Duarte Galvão.
Deste D. João Galvão existem dois selos de 1467 onde, além de figuração
religiosa, consta um escudo com as armas dos da Costa, o que vem confirmar que
descendia por varonia de Afonso Lopes da Costa. Aliás, em novo, usou o nome
João Rodrigues da Costa. Biografia. Foi Frade Crúzio, recebendo o hábito de
Cónego regrante em 1448, Cónego da Sé de Coimbra e Abade da Igreja de São
Julião de Azurara e de São Martinho de Pindo. A 31 de Maio de 1451 D. Afonso V
doa a João Rodrigues da Costa, filho de Rui Galvão, seu Secretário e Cavaleiro
da sua Casa, uma tença anual, para mantimento dos seus estudos, de 5.000 reais
de prata. A 7 de Julho de 1451 D. Afonso V privilegia Vasco de Resende, Lente
de Lógica de estudo da cidade de Lisboa, a pedido de João Rodrigues, filho de
Rui Galvão, seu criado, Cónego da Sé de Coimbra e Abade da Igreja de São Julião
de Azurara e de São Martinho de Pindo, concedendo-lhes licença para trazer uma
espada de ambas as mãos por todo o reino. Em 1451 embarcou para Itália, na
qualidade de Capelão da Infanta D. Leonor, irmã de D. Afonso V de Portugal, que
ia desposar Frederico III, Imperador da Alemanha. Foi recebido em Siena pelo
Prelado Enea Silvio Piccolomini, Patrício de Siena, com quem ficou mantendo
correspondência sobre assuntos históricos. Aquele Prelado subiu ao trono
pontifício com o nome de Pio II e nomeou João Galvão seu Legado em Portugal. A
1 de Julho de 1456 João Rodrigues Galvão é apresentado na Igreja de São Julião
de Azurara, do Bispado de Viseu. Por morte do 19.º Dom Prior-Mor do Mosteiro de
Santa Cruz de Coimbra, D. Gomes, foi escolhido para 20.º titular daquele cargo,
que pouco tempo exerceu, por, em 1460, ter sido investido na dignidade de 36.º
Bispo de Coimbra, a contento do Rei e do Papa, mas com grande oposição do
episcopado português. A 18 de Março de 1462 D. Afonso V autoriza o Legado
Apostólico D. João Galvão, Bispo de Coimbra, a cumprir com o que fora incumbido
pelo Santo Padre Pio II. Foi, também, do Conselho de El-Rei, de quem era grande
amigo, sendo já mencionado enquanto tal quando a 30 de Agosto de 1462 D. Afonso
V perdoa a todos aqueles que estiveram implicados na tirada da cadeia da cidade
de Coimbra de Rui de Olivença, Meirinho de D. João Galvão, Bispo de Coimbra,
Legado Pontifício e do seu Conselho. Quando a 14 de Agosto de 1464 morreu Pio
II e a 30 de Agosto desse ano subiu ao pontificado Paulo II, foram-lhe
retirados os poderes de Legado Pontifício. A 25 de Abril de 1468 D. Afonso V
doa a D. João Galvão, Bispo de Coimbra, uma tença anual de 150.000 reais de
prata para seu assentamento. Fez parte das expedições a Arzila, tomada a 24 de
Agosto de 1471, e a Tânger. A 18 de Agosto de 1472 D. Afonso V nomeia D. João
Galvão, Bispo de Coimbra e Conde de Santa Comba, do seu Conselho e já seu
Escrivão da Puridade, para o cargo de Vedor-Mor das Obras e Resíduos do Reino
ou das Obras Régias ou Obras Reais e Vedor ou Alcaide-Mor das Sacas das
Comarcas da Beira e Ribacoa. A 25 de Setembro de 1472 foi elevado às honras da Nobreza
por D. Afonso V, que privilegia por Carta D. João Galvão, Bispo de Coimbra, do
seu Conselho, pelos serviços prestados na conquista da vila de Arzila e da
cidade de Tânger, concedendo-lhe o título de 1.º Conde de Arganil, com todos os
seus direitos, privilégios e jurisdição, para si e todos os seus sucessores no
dito Bispado, “in æternum” na cátedra
de Coimbra. Este 1.º Conde de Arganil, numa Provisão de 25 de Novembro de 1471,
assinou 1.º Conde de Santa Comba, o que faz supor que já anteriormente tivesse
tido a concessão deste título e a Carta de 25 de Setembro de 1472 apenas fosse
a mudança dele. Nas Chancelarias, em época anterior a 1472, porém, não se
encontra a concessão do título de Conde de Santa Comba. Afonso Álvares
Nogueira, que traslada a Carta de Concessão deste título, acrescenta: E ainda que
dantes disto alguns prelados desta se chamaraõ Condes de santa Comba era por muito
particular dos Reis mas naõ de jure Como agora se chamaõ Condes de Arganil. A 3
de Janeiro de 1473 D. Afonso V privilegia D. João Galvão, Bispo de Coimbra,
Conde de Arganil, do seu Conselho, Escrivão da Puridade, Vedor-Mor das Obras
Régias, concedendo-lhe licença, bem como aos seus sucessores que forem Bispos
da cidade de Coimbra, para nomear um tabelião para o lugar de Arganil. Nos
últimos anos da sua vida perdeu as boas graças do Rei, que era então D. João
II, e do Papa, que era então Sisto IV. Nomeado em 1481 33.º Arcebispo de Braga,
tomou posse da Arquidiocese em 1482 antes de recebida a Bula Pontifícia
respectiva, que nunca chegou a Portugal. Renunciou em 1485 ao Arcebispado e,
tendo sido substituído na Sé de Coimbra, passou muitas privações, vindo a
morrer nesse ano em extrema pobreza. Foi sepultado no Convento de Xabregas. Gerações
futuras foram para o Brasil com a missão da fé cristã. Por este tempo houve
outro Prelado do mesmo nome Bispo de Ceuta de 1478 a 1480, que nada tem com o
1.º Bispo-Conde, a não ser serem parentes, com o qual, no entanto, tem sido
confundido.
Dom
Jorge (II) de Almeida (1481-1543)
Dom
Frei João (VII) Soares (1545-1572)
Dom
Frei Manuel (I) de Meneses (1573-1578)
Manuel
de Meneses, pela grafia arcaica Manoel de Menezes, natural de Lisboa, foi
prior, reitor da Universidade de Coimbra (5 de Dezembro de 1556 - 15 de
Novembro de 1557), Deão de Capela Real (1558), bispo de Lamego (1570) e de
bispo de Coimbra (1573), além de conde de Arganil como era uso no seu tempo
para o referido cargo eclesiástico. O oitocentista Jornal de Coimbra e ao qual
mais tarde Fortunato de Almeida, na sua "História
da Igreja em Portugal" acrescenta algumas datas, diz que além desses
cargos: pertencia ao Conselho Geral do Santo Ofício desde 14 de Junho de 1569,
e em 13 de Junho 1578 foi nomeado por bula do Papa Gregório XIII coadjutor e
futuro sucessor do Cardeal Infante “D.
Henrique no ofício de Inquisidor Geral do Reino, que não chegou a exercer,
porque faleceu pouco depois em África, na batalha de Alcácer Quibir (em 4 de
Agosto de 1578), aonde acompanhara el-rei D. Sebastião na qualidade de
Enfermeiro-Mor". Dados históricos. Era filho de D. Antão de Almada,
3.º conde de Avranches e de Maria de Meneses. Após o exercício de prior de
Santa Maria Madalena de Montemor-o-Velho, reitor em Coimbra e logo após a morte
de D. João III de Portugal deslocou-se a Lisboa e foi nomeado pela rainha
regente, D. Catarina, para ser Deão da sua capela real. Fortunato de Almeida na
mesma obra, na pg. 305, conta que, enquanto Bispo da Diocese de Lamego, Lamego,
"fundou um colégio de oito clérigos
que estudassem moral e rezassem o coro. - A cadeira de moral que fundou e
dotou, era pública. Este colégio foi pois dos primeiros seminários diocesanos
fundados em virtude do que sobre o assunto tinha ficado resolvido no “Concílio
de Trento".
Dom
Frei Gaspar do Casal (1579-1584)
Dom
Afonso (III) de Castelo-Branco (1585-1615)
Dom
Afonso (IV) Furtado de Mendonça (1616-1618)
Afonso
Furtado de Mendonça (Lisboa, ou Montemor-o-Novo, 1561-2 de Julho de 1630) foi
um prelado português, durante cinco anos bispo da Guarda, dois anos bispo de
Coimbra, sete anos arcebispo de Braga, e quatro anos de Lisboa, em cuja
catedral, na capela-mor, foi sepultado. Dom Afonso era filho de Jorge Furtado
de Mendonça, Comendador das Entradas, de Padrões e da Represa na Ordem de
Santiago, e de sua mulher D. Mécia Henriques, filha de D. Pedro de Sousa,
Alcaide Mor de Beja, Senhor de Beringel e do Prado, e de sua mulher D. Violante
Henriques, filha de Simão Freire de Andrade, Senhor de Bobadela e neto paterno
de António Furtado de Mendonça e de sua mulher Margarida de Noronha. Fez os
primeiros estudos em Lisboa e confirmou-os em Coimbra, segundo a Bibliotheca
Lusitana, Tomo I, página 36. Graduado na Universidade de Coimbra Doutor na
Faculdade de Cânones, foi admitido por colegial do Colégio de São Pedro a 10 de
Maio de 1592, donde passou a Reitor da mesma Universidade. Filipe III de
Portugal nomeou-o Conselheiro de Estado no Conselho de Portugal, colégio de
governadores responsáveis pela direcção dos assuntos de Portugal, integrado por
Diogo de Castro, conde de Basto e Diogo da Silva, Conde de Portalegre, cargo
que exerceu desde 30 de Agosto de 1623 até falecer. Em 1608 foi eleito
Presidente do Tribunal das Ordens Militares. Foi Bispo da Guarda em 13 de
Fevereiro de 1610 ou (1609-1616), onde «arrancou as perniciosas raízes de
muitos abusos e introduziu as sagradas determinações do Concílio de Trento».
Promovido por bula do Papa Paulo V, passada a 5 de dezembro de 1615, para a sé
de Coimbra, vaga pela morte de D. Afonso de Castelo-Branco; foi Bispo de
Coimbra e Conde de Arganil (1616-1618). Vagando a Mitra Primacial de Braga por
morte de D. Frei Aleixo de Menezes, foi nomeado em 1618 seu sucessor como
Arcebispo de Braga (1618-1626). Foi eleito Arcebispo de Lisboa a 3 de dezembro
de 1626, confirmado pelo Papa Urbano VIII, sendo-o até à sua morte a 2 de Julho
de 1630.
Dom
Martim Afonso Mexia (1619-1623)
Dom
João (VIII) Manuel (1625-1633)
Dom
João Manuel de Ataíde, 9.º Conde de Arganil (Lisboa, 1570-Lisboa, 4 de julho de
1633) foi um prelado português, arcebispo de Lisboa e Vice-rei de Portugal. Era
o quinto filho de Nuno Manuel, neto por bastardia de Dom Duarte I, e de Dona
Joana de Ataíde, filha de António de Ataíde, 1.º Conde da Castanheira, irmão de
Francisco Manuel de Ataíde, 1.º conde da Atalaia. Doutorou-se em Teologia pela
Universidade de Coimbra, sendo logo após nomeado cônego da Sé de Lisboa.
Depois, foi nomeado esmoler-mor de Dom Filipe II quando, em 1609, foi convidado
a ser Bispo de Viseu, tomando posse da Diocese em 25 de abril de 1610. Depois
de vago a cadeira de Bispo da Guarda em 1615, foi convidado a exercer aquela
prelazia, mas recusou. Em 1625, foi transferido para a Diocese de Coimbra,
tornando-se assim o 9.º Conde de Arganil, título dado aos bispos de Coimbra,
dando entrada episcopal em 26 de maio. Em 1632, foi nomeado arcebispo de
Lisboa, tendo seu nome confirmado em 1633 pelo Papa Urbano VIII. Dom Filipe III
o nomeou Vice-rei de Portugal em 26 de março de 1633, sendo sua posse como tal
em 12 de maio. De acordo com as ordens do rei, não poderia fazer qualquer
visita e para as visitas eclesiásticas, deveria estar acompanhado de
oficiais-móres. Por essas ordens, deu entrada na Arquidiocese de Lisboa por
procuração, sendo seu procurador Dom Gaspar do Rêgo. Não chegou a receber o
pálio, pois faleceu em 4 de julho de 1633.
Dom
Jorge (III) de Melo (1636-1638)
Dom
Manuel de Noronha (1670-1671)
Dom
Frei Álvaro (II) de São Boaventura (1672-1683)
Dom
João (IX) de Melo (1684-1704)
Dom
António (I) Vasconcelos e Sousa (1706-1716)
Dom
Miguel (II) da Anunciação (1740-1779)
Dom
Francisco (I) Lemos de Faria Pereira Coutinho (1779-1822)
Francisco
de Lemos de Faria Pereira Coutinho (Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil, 5 de abril
de 1735-16 de abril de 1822). O Papa Clemente XIV, O rigoroso, nomeou-o para
coadjutor do Bispo de Coimbra em Setembro de 1773. Foi sagrado Bispo a 13 de
Abril de 1774 como bispo titular de Zenopolis in Lycia. Foi Reitor da
Universidade de Coimbra de 1770 a 1779 e de 1799 a 1821. Tornou-se no 52.º
Bispo de Coimbra e consequentemente 17.º Conde de Arganil. Sucedeu a Dom Miguel
(II) da Anunciação tomando posse da diocese no dia 29 de Agosto de 1779. Foi
Bispo desta Diocese até à sua morte, a 16 de Abril de 1822. Foi deputado
brasileiro às Cortes de Lisboa pela Província do Rio de Janeiro.
D.
Frei Francisco de São Luís Saraiva, O.S.B. (Ponte de Lima, 26 de Janeiro de
1766-Lisboa, 7 de Maio de 1845), popularmente conhecido como Cardeal Saraiva,
foi o oitavo Patriarca de Lisboa com o nome de D. Francisco II. Desde meados do
século XX que o seu corpo se encontra no Panteão dos Patriarcas de Lisboa. Biografia.
Nascido Francisco Manuel Justiniano Saraiva, foi filho de Manuel José Saraiva e
de sua mulher Leonor Maria Correia de Sá, ambos de Ponte de Lima. Ingressou no
Mosteiro de São Martinho de Tibães, da Ordem de São Bento, em 6 de Abril de
1780, com 14 anos de idade, alterando o seu nome para Francisco de São Luís
Saraiva. Professou em 28 de Janeiro de 1782; saiu de Tibães para o Mosteiro de
Santo André de Rendufe e daí para a Faculdade de Teologia da Universidade de
Coimbra, onde se licenciou em 3 de Julho de 1792, tendo-se tornado aí
professor, e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Fora
entretanto ordenado padre em 7 de Março de 1789. Adepto dos ideais liberais,
tornou-se mação (adoptando o pseudónimo de Condorcet); não obstante, combateu o
invasor francês entre 1808 e 1810. Anos mais tarde, integrou a associação
secreta portuense Sinédrio, que tinha por objectivo a restauração e regresso do
governo de João VI de Portugal, ao tempo no Brasil, o fim da governação
dirigida pelos ingleses e a instauração de um regime constitucional, tendo sido
um dos membros da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino, saída da
revolução liberal do Porto de 24 de Agosto de 1820 e, depois, do Conselho de
Regência nomeado pelas Cortes Constituintes em 26 de Janeiro de 1821. Em 19 de
Abril de 1822, foi nomeado 53º Bispo de Coimbra 18º Conde de Arganil;
entretanto fora também designado reitor da Universidade daquela cidade e
deputado às Cortes (1823). Resignou ao episcopado em 30 de Abril de 1824. Em
1826, com a aprovação da Carta Constitucional de 1826, tornou-se Presidente da
Câmara dos Deputados. Com a restauração miguelista em 1828, desterrou-se para o
mosteiro da Serra de Ossa, de onde só saiu após a entrada das tropas liberais
na cidade de Lisboa, a 24 de Junho de 1833, ano em que foi nomeado
administrador apostólico da Diocese de Portalegre. Após a Guerra Civil
Portuguesa (1828-1834) - na sequência da qual foram retirados inúmeros
privilégios à Igreja, foi parte activa no processo de reatamento das relações
diplomáticas entre o governo de Lisboa e a Santa Sé. O governo liberal, então
chefiado por Pedro de Sousa Holstein (então Marquês de Palmela), convidou-o a
integrar o gabinete, como Ministro do Reino, cargo que desempenhou entre 24 de
Setembro de 1834 e 16 de Fevereiro de 1835. Em 1840, por pressão de Maria II de
Portugal, foi feito Patriarca de Lisboa, título em que foi confirmado em 3 de
Abril de 1843. Mais tarde nesse ano, em 19 de Junho de 1843, o Papa Gregório
XVI elevou-o ao cardinalato (no vigésimo primeiro consistório do seu
pontificado), sem que, contudo, jamais tivesse recebido pessoalmente o título e
o barrete cardinalício. Em sua terra natal, Ponte de Lima, foi lançado um
jornal semanário, em 15 de fevereiro de 1910, com o nome "Cardeal Saraiva". O seu fundador pretendeu homenagear
alguém nascido em Ponte de Lima que se tivesse distinguido e para o qual ainda
não tivesse havido qualquer tipo de homenagem. O periódico circula até aos dias
de hoje de forma ininterrupta e, apesar de não ter qualquer tipo de ligação a
qualquer credo religioso, permaneceu durante quase um século como a única
homenagem a Francisco Manuel Justiniano Saraiva. Em 4 de Março de 2008 o
presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, inaugurou em Ponte de Lima
um monumento de homenagem ao Cardeal Saraiva. A construção da estátua foi
adjudicada pela Câmara Municipal de Ponte de Lima a 3 de Setembro de 2008, por
um preço contratual de 78.750,00 €. Obra publicada.
Glossário
das palavras e frases em língua francesa que se tem introduzido na locução
moderna portuguesa (1817)
Apologia
de Camões contra as reflexoes do P. José Agostinho de Macedo sobre o episódio
do Adamastor (1819)
Manifesto
da nação portuguesa aos soberanos e povos da Europa (1820)
Ensaio
sobre alguns sinónimos da língua portuguesa (1821)
Memória
em que se pretende demonstrar que a língua portuguesa não he filha da língua
latina, nem esta foi em algum tempo vulgar dos lusitanos (1837)
Carta
do Arcebispo de Lisboa aos seus fiéis sob a abnegação de todos os seus hábitos
licenciosos (1841)
Memórias
chronológicas e históricas do governo da Rainha D. Teresa (1841)
Pastoral
(1841). Memória sobre a instituição da Ordem Militar da Ala atribuída a El-Rei
D. Afonso Henriques. Lista de alguns artistas portugueses.
Obras
completas (1855, edição póstuma). Obras completas do Cardeal Saraiva (D.
Francisco de S. Luiz) Patriarcha de Lisboa - precedidas de uma introducção pelo
marquez de Rezende, Lisboa, Imprensa Nacional (10 volumes, publicados entre
1872-1883). Dom Frei Joaquim de Nossa Senhora da Nazaré (1824-1851).
Dom
Manuel (II) Bento Rodrigues da Silva (1851-1858).
Dom
Manuel Bento Rodrigues da Silva, C.R.S.J.E. (Vila Nova de Gaia, 26 de Agosto ou
25 de Dezembro de 1800 - Lisboa, 26 de Setembro de 1869) foi o décimo Patriarca
de Lisboa com o nome de D. Manuel I. Foi sucessivamente arcebispo titular de
Mitilene (1845), 55º Bispo de Coimbra e 20º Conde de Arganil (em 1851), e por
fim Patriarca de Lisboa em 1858; nesse ano foi também feito Cardeal pelo Papa
Pio IX. Biografia. Entrou na Congregação dos Cónegos Regulares de São João
Evangelista em uma idade muito jovem, professou no Convento do Beato António,
Lisboa, após o noviciado, foi para a escola de sua ordem em Coimbra. Tirou o
título de doutorado em teologia pela Universidade de Coimbra, em 30 de Julho de
1826. Vida religiosa. Foi ordenado em 11 de Março de 1826. Em Coimbra, foi
professor de história da Escola de Artes, por dez anos professor de teologia da
sua universidade, membro do conselho executivo do ensino primário e secundário.
Pastor em paróquias da diocese do Porto. Vigário capitular de Elvas e de
Castelo Branco, de 1841 a 10 de Setembro de 1844. Foi Provisor e vigário-geral
de Lisboa em 1844. Eleito arcebispo-titular de Mitilene e nomeado
arcebispo-auxiliar de Lisboa em 24 de Novembro de 1845, foi consagrado em 22 de
Fevereiro de 1846, na Igreja de São Vicente de Fora, pelo cardeal Guilherme
Henriques de Carvalho, patriarca de Lisboa. Transferido para a Sé de Coimbra,
com o título pessoal de arcebispo em 15 de Março de 1852, torna-se Conde de
Arganil. Promovido à sé patriarcal de Lisboa em 18 de Março de 1858, foi criado
cardeal-presbítero em 25 de Junho, sem no entanto ter recebido o galero e um
titulus. Faleceu em 26 de Setembro de 1869 e jaz na Igreja de São Vicente de
Fora. Desde meados do século XX que o seu corpo se encontra no Panteão dos
Patriarcas de Lisboa.
Dom
José Manuel de Lemos (1858-1870)
Dom
Manuel (III) Correia de Bastos Pina (1872-1913)
Conde de Armamar
9 de Maio de 1639, em Madrid-Rui de Matos de Noronha-juro e herdade-Dona Maria Manuela Botelho de Moraes Sarmento. Conde de Armamar é um título nobiliárquico criado pelo rei D. Filipe IV de Espanha, III de Portugal por Carta de 1639 ou Julho de 1640, passada em Madrid em favor de Rui de Matos de Noronha.
Condes de Arraiolos
1371-D. Álvaro Pires de Castro, 1.º Conde de Viana da Foz do Lima e 1.º Condestável de Portugal-juro e herdade-D. Duarte Pio de Bragança. O título de conde de Arraiolos foi originalmente instituído em favor de Álvaro Pires de Castro (irmão de Inês de Castro), por carta do rei D. Fernando I de Portugal de 1371, o qual foi mais tarde feito Conde de Viana (da Foz do Lima) e ainda 1.º Condestável de Portugal. Por sua morte em 1384, ficando o título vago por o segundo conde seu filho D. Pedro ter seguido o partido de Castela, acabou o futuro João I de Portugal por o ceder ao seu amigo e companheiro de armas Nuno Álvares Pereira, em conjunto com os condados de Barcelos e Ourém, originando assim a maior casa nobiliárquica do país. Alguns anos volvidos, porém, o Condestável foi forçado a distribuir os títulos pelo genro e pelos dois netos, tendo o título de conde de Arraiolos passado para D. Fernando, filho segundo do conde de Barcelos D. Afonso, bastardo do rei D. João I de Portugal e futuro duque de Bragança. Pela morte sem descendentes do irmão mais velho de Fernando, D. Afonso, conde de Ourém, acabou o conde de Arraiolos por suceder ao pai à frente do ducado de Bragança, acabando dessa forma o título de conde de Arraiolos por se tornar uma das dignidades nobiliárquicas associadas à Casa de Bragança e à Casa de Bragança-Saxe-Coburgo e Gota (e por conseguinte, entre 1640 e 1910, aos reis de Portugal).
Condes
de Arraiolos
Álvaro
Pires de Castro, foi também 1.º Conde de Viana da Foz do Lima. D. Álvaro Pires
de Castro (1310-1384) era irmão de D. Inês de Castro, filhos de Pedro Fernandes
de Castro o da Guerra. As suas ambições pessoais e as da família terão sido
causa da morte da irmã. Uma das razões que terá levado D. Inês à morte foi o
facto de os irmãos serem acusados de conspiradores contra o rei e aspirando ver
no trono os seus sobrinhos, receios estes que se provaram infundados depois da
sua morte. D. Álvaro teve grande prestígio no reino, sendo senhor de várias
terras, e, sucessivamente, 1º conde de Viana (da Foz do Lima) (1371), e 1º
conde de Arraiolos, título que lhe foi conservado até à sua morte e depois
ainda passou para o seu filho D. Pedro, mas como ele seguiu o partido de
Castela contra D. João I este passou para, Fernão Álvares Pereira, irmão de D.
Nuno. Nomeado, em 1382, 1º Condestável de Portugal, titulo criado por Fernando
I de Portugal.
Tem também uma estátua em Flor da Rosa, um dos dois locais apontados como sua terra natal. São Nuno foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em 26 de abril de 2009, e sua festa é a 6 de Novembro. O dia do seu nascimento é feriado no concelho da Sertã. Segundo Fernão Lopes, D. Nuno Álvares Pereira foi um dos filhos naturais de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem do Hospital, e Iria Gonçalves do Carvalhal. Era meio-irmão mais novo de Rodrigo Álvares Pereira, D. Frei Pedro Álvares Pereira e Diogo Álvares Pereira e irmão mais novo de Fernão Álvares Pereira. D. Nuno Álvares Pereira cresceu na casa do seu pai até aos seus treze anos e foi lá que se iniciou "como bom cavalgante, torneador, justador e lançador" e sobretudo onde ganhou gosto pela leitura, lia nos "livros de cavallaria que a pureza era a virtude que tornara invenciveis os heroes da Tavola Redonda, e procurava que a sua alma e corpo se conservassem immaculados". Foi com essa idade que entrou para a côrte de D. Fernando de Portugal, onde foi feito cavaleiro pela rainha ao mesmo tempo que seu irmão Diogo era armado cavaleiro pelo rei com uma armadura emprestada por D. João, o Mestre de Avis (a partir daí tornaram-se amigos), depois de uma missão de reconhecimento ao exército de Castela que passava por Santarém a caminho de Lisboa. Nessa missão, o jovem fez um relatório indicando que apesar de ser um exército grande, era mal comandado e que com uma pequena força bem comandada seria possível vencer. Decidido a manter-se virgem, foi profundamente contrariado (e praticamente obrigado pelo pai) que aos 16 anos casou com Leonor de Alvim em 1376, viúva de um primeiro casamento, sem filhos e rica em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja. O nobre casal estabeleceu-se no Minho (supõe-se que em Pedraça Cabeceiras de Basto), em propriedade de D. Leonor de Alvim. O pai com este casamento garantia o futuro do filho, pois não tinha direito a suceder-lhe no cargo de prior que viria a ser ocupado pelo irmão D. Pedro que tomaria o partido de Castela. Quando o Rei Dom Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa D. Beatriz, casada com o Rei João I de Castela, D. Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de D. Pedro I de Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos.
A primeira grande vitória de D. Nuno Álvares Pereira frente aos castelhanos deu-se na batalha dos Atoleiros em que pela primeira vez, na Península Ibérica, um exército a pé derrota um exército com cavalaria pesada, em Abril de 1384. Com a eleição em Abril de 1385 de D. João de Avis para rei é nomeado Condestável de Portugal e Conde de Ourém conta-se que em fins de 1383 depois de se encontrar com D. João em Lisboa para sugerir matar o Conde Andeiro, deslocou-se para Santarém e dirigiu-se ao alfageme para afiar a espada. Quando se preparava para pagar, o alfageme disse-lhe que pagaria por aquilo quando D. Nuno fosse conde de Ourém que na altura era o Andeiro; o jovem aceitou. Após a batalha de Aljubarrota, o rei em Santarém fazia distribuição de terras. Um pagem pretendeu os bens daquele alfageme, dizendo que era castelhano; a mulher do alfageme lembrou a D. Nuno do pagamento devido e este intercedou junto do rei para que os bens não lhe fossem retirados. A 6 de Abril de 1385, D. João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. D. João de Castela invade Portugal pela Beira Alta com vista a proteger os interesses de sua mulher D. Beatriz. D. Nuno Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país. A 14 de Agosto, D. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota.
A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, D. Nuno Álvares Pereira permaneceu como Condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João de Castela, dedicou-se a realizar incursões contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques. Por essa altura, em Outubro de 1385 foi travada em terreno castelhano a célebre batalha de Valverde. Conta-se que na fase mais crítica da batalha e quando já parecia que o exército português iria sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D. Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em êxtase, ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a pedir silêncio. Novamente chamado à atenção pelo escudeiro, que lhe disse: "Nada de orações, que morremos todos” responde então D. Nuno, suavemente: "Amigo, ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar.". Quando acabou de rezar, ergue-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, consegue que se ganhe a batalha de uma forma considerada milagrosa. Depois desta batalha, os castelhanos recusaram-se a dar-lhe batalha em campo aberto. O nome de Nuno Álvares inspirava terror nos castelhanos que passaram sempre que podiam a atacar a fronteira com pilhagens e razias e aplicavam a política de terra queimada quando D. Nuno entrava em Castela. Pelos seus serviços o rei deu-lhe títulos e terras. Ficou senhor de quase metade de Portugal. Para compensar os seus companheiros de armas, quis
D. Nuno, em 1393, durante as tréguas, distribuir os bens por eles. Isto levou a uma intriga na corte que acusava o Condestável de querer tornar esses companheiros em vassalos. No ano seguinte estava aberto um conflito com o rei. O Condestável defende-se que não podia devolver o que já não tinha. A coroa comprou propriedades a alguns desses homens. Este conflito levou D. Nuno a considerar abandonar o país, reuniu-se com os seus homens e disse-lhes que quem quisesse fosse com ele, nessa altura corre a notícia de que Castela tinha quebrado as tréguas, logo D. Nuno corre com o seu exército para junto do rei, sendo o primeiro vassalo a fazê-lo. O rei faz então um acordo,as doações feitas, eram mantidas, mas o rei seria o único a ter vassalos, não podendo mais ninguém tê-los, aqueles que receberam bens do Condestável passavam a ser vassalos directos do rei.
Em 1401 dá-se o casamento entre o futuro duque de Bragança. Não obstante, a primogenitura, a descendência direta e a representação genealógica do Condestável pertence aos Marqueses de Valença, por o 1.º Marquês de Valença e 4.º Conde de Ourém (por doação direta de seu avô materno), Afonso de Bragança, ser o filho primogénito de sua mãe, Beatriz Pereira de Alvim, primeira esposa do 1.º Duque de Bragança, D. Afonso. Por esse motivo os Marqueses de Valença mantiveram até aos dias de hoje o uso do apelido "de Portugal" em alusão ao reino e também à varonia real, mais tarde mantida pelo tronco "de Sousa Coutinho" (Borba e Redondo). Esta razão está também patenteada na própria heráldica, mantendo os Marqueses de Valença a "cruz florenciada" dos Pereira alternada com as Armas do Reino, o que já não acontece com o ramo segundogénito, os Duques de Bragança, que nunca tiveram direito ou pretensão a esta representação genealógica. Por outro lado, a família Mello dos Duques de Cadaval, por sua vez um ramo segundogénito da família Bragança, veio mais tarde a adotar, em memória ao seu ilustre antepassado e por passarem a ter a varonia Bragança, o apelido "Alvares Pereira" e as mesmas armas dos "Portugal", o que não lhes induz algum direito de representação, a não ser por pura analogia. Vida religiosa. Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que mandara construir como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos, rodeado pelo rei e os infantes. Percorria as ruas de Lisboa e distribuía esmolas a quem precisava. No convento tinha um grande caldeirão usado pelos seus homens nas campanhas militares, onde se faziam refeições para os pobres. Estas acções levaram o povo a chamá-lo de Santo Condestável. Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal. O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu epitáfio era: "Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Sereníssima Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo." Há uma história apócrifa, em que o embaixador castelhano teria ido ao Convento do Carmo encontrar-se com Nun'Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário e declarando que "se el-rei de Castela outra vez movesse guerra a Portugal, serviria ao mesmo tempo a religião que professava e a terra que lhe dera o ser". Conta-se também que no inicio da sua vida monástica, em 1425 correra em Lisboa o boato de que Ceuta estaria em risco de ser apresada pelos Mouros. De imediato Frei Nuno manifesta a sua vontade em fazer parte da expedição que iria acudir a Ceuta. Quando o tentaram dissuadir, apontando a sua figura alquebrada pelos anos e por tantas canseiras, pegou numa lança e disse: "Em África a poderei meter, se tanto for mister!" (daqui nasceu a expressão "meter uma lança em África", no sentido de se vencer uma grande dificuldade). Atirou a lança do varandim do convento, que atravessou todo o Vale da Baixa de Lisboa, indo cravar-se numa porta do outro lado do Rossio.
Beatificação e canonização. Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV, pelo Decreto "Clementíssimus Deus", e foi consagrado o dia 6 de Novembro ao, então, beato. Iniciado em 1921, em 1940, o processo de canonização foi interrompido por razões essencialmente políticas. O país festejava então os Centenários da Fundação de Portugal e da Restauração da Independência e Salazar desejava que a canonização do Beato Nuno se revestisse de uma pompa nunca vista e num ambiente de grande exaltação nacionalista, incluindo uma possível visita papal a Portugal, para que o próprio Sumo Pontífice presidisse às cerimónias da Canonização. O Papa de então (Pio XII) recusou, profundamente incomodado com o significado altamente político em que o facto estava a descambar. O Processo foi então suspenso e por assim dizer, caiu num "semi-esquecimento". Entretanto, em 1953, foi inaugurada a Igreja do Santo Condestável, sede da Paróquia do mesmo nome, em Campo de Ourique (Lisboa), que contou com a Procissão de Transladação das Relíquias desde o Largo do Carmo, no meio de honras militares e de um intenso entusiasmo popular (segundo testemunhos da época, mais de metade do povo de Lisboa esteve presente na consagração da Igreja e nas restantes cerimónias religiosas) e com a presença dos mais altos dignitários da Nação. Posteriormente, em 2004, o Processo foi reiniciado por vontade do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo. No Consistório de 21 de Fevereiro de 2009 - acto formal no qual o Papa ordenou aos Cardeais para confirmarem os processos de canonização já concluídos -, o Papa Bento XVI anunciou para 26 de Abril de 2009 a canonização do Beato Nuno de Santa Maria, juntamente com quatro outros novos santos. O processo referente a Nuno Álvares Pereira encontrava-se concluído desde a Primavera de 2008, noventa anos após sua beatificação. D. Nuno Álvares Pereira foi canonizado como São Nuno de Santa Maria pelo papa Bento XVI às 9h 33min (hora de Portugal) de 26 de Abril de 2009. A Conferência Episcopal
Portuguesa, em nota pastoral sobre a canonização de Nuno de Santa Maria, declarou: "(…) o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários e de iniciativas de partilha de bens. Será também apelo a uma cidadania exemplarmente vivida e um forte convite à dignificação da vida política como expressão de melhor humanismo ao serviço do bem comum. Os Bispos de Portugal propõem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem de todos, disponível para lutar pelos superiores interesses da Pátria, solícita por servir os mais desprotegidos e pobres. Assim seremos parte activa na construção de uma sociedade mais justa e fraterna que todos desejamos."
2. Fernando
I de Bragança
Fernando
de Portugal, depois Fernando I de Bragança (1403-Vila Viçosa, 1 de abril de
1478) foi o 2º Duque de Bragança, filho segundo do 1º duque D. Afonso I.
Sucedeu no ducado por morte de seu pai, em 1464. Nas partilhas do enorme
património de seu avô, D. Nuno Álvares Pereira, pelos netos, coube-lhe o
condado de Arraiolos. Viria posteriormente a receber os títulos de conde de
Barcelos, conde de Neiva, fronteiro-mor do Reino, tendo ainda sido feito por
Afonso V Marquês de Vila Viçosa (1455). Tomou parte na expedição de Tânger,
sendo mais tarde governador de Ceuta por duas vezes. Acompanhou D. Afonso V em
expedições ao norte de África, e com tanta galhardia, que o soberano lhe fez a
graça de elevar Bragança à categoria de cidade. Por esse motivo, a cidade de
Bragança erigiu-lhe uma estátua. Sendo apenas Duque duma vila, em oposição aos
restantes Duques, que o eram de cidades, solicitou também por essa razão ao Rei
a elevação de Bragança a cidade, o que o Rei consentiu. Foi Regente do reino em
1471, quando o rei partiu para a conquista de Arzila. Casamento e descendência.Casou
em 1429 com D. Joana de Castro, 3ª Senhora de Cadaval e Peral, filha de D. João
de Castro, 2º Senhor de Cadaval e Peral, e de sua mulher Leonor de Acuña y
Girón. Deste casamento nasceram:
3. D.
Fernando II, 3º duque de Bragança (c. 1430-1483), sucedeu a seu pai na chefia
da Casa de Bragança. Fernando II, Duque de Bragança (1430-Évora-20 de junho de 1483) foi o 3º Duque de Bragança, filho mais velho de Fernando I, Duque de Bragança e sua esposa Joana de Castro. Foi executado em Évora, em 1483, por ordem do Rei João II. Teve excelentes relações com Afonso V, foi feito fronteiro das províncias de Entre-Douro-e-Minho e de Trás-os-Montes. Recebeu o título de Conde de Guimarães que em breve se elevou a ducado. Acompanhou o rei em várias campanhas em África. Quando em 1478 sucedeu a seu pai no Ducado de Bragança, tornou-se titular do maior domínio senhorial, não só de Portugal, como de Castela, Navarra e Aragão. Com a subida ao trono de João II em 1481, que com os seus desejos de fortalecer o poder real e as providências que tomava contra as excessivas regalias das classes privilegiadas, levaram o Duque de Bragança, alcaide de numerosas fortalezas, a protestar, declarando-a lesiva da sua dignidade e excessivamente rigorosa, sendo, nesta atitude, acompanhado dos irmãos e do Duque de Viseu. Entre as escrituras existentes de doações e privilégios dados ao Ducado de Bragança e guardados num certo cofre em Vila Viçosa, o vedor da fazenda diz ter encontrado cartas onde o Duque de Bragança receoso da inimizade do novo Rei, tentava ganhar aliados em Castela. A partir das cópias mandadas executar por João II dessas mesmas cartas, o Duque de Bragança foi julgado em Évora, condenado à morte e executado em 20 de Junho de 1483. Manuel I viria a anular este processo mais tarde, em 1500, e a devolver as terras e os títulos ao seu filho, Jaime. Não se pode precisar se João II tinha razão ou se tudo não passou de pura suspeita, que aproveitou para se desfazer do duque e da Casa de Bragança, pois na sentença confiscou-lhe todos os bens que passaram para a coroa. Realmente, João II parece ter-se excedido nos cenários do julgamento, mandando até decorar a sala onde se procedeu ao julgamente no paço, onde o Rei se instalara, com panos onde figuravam cenas da história de Trajano, com exemplos de "severidade e justiça" desse imperador de Roma. O duque casara duas vezes; a primeira em 1447, tendo apenas 17 anos de idade, com Leonor de Meneses filha de Pedro de Meneses; a segunda (1472) com Isabel de Viseu, filha do infante Fernando. Descendência. Do primeiro matrimónio, com Leonor de Meneses, não houve filhos; Do segundo, com Isabel de Viseu, os seguintes;
Filipe que morreu ainda criança.
4. Jaime que foi 4.º duque de Bragança.
Teodósio I de Bragança, sucedeu-lhe no título. Isabel de Bragança, casou (1537) com Duarte, Duque de Guimarães (1515-1540).
Descendência do 2.º matrimónio:
Joana de Bragança (1521-1588), casou com Bernardino de Cardenas, 3. Marqués de Elche.
Constantino de Bragança (1528-1575), vice-rei da Índia.
Jaime de Bragança, clérigo.
Fulgêncio de Bragança, 11º Dom Prior da Colegiada de Guimarães.
Teotónio de Bragança, arcebispo de Évora.
Eugénia de Bragança casa com D. Francisco de Melo, 2º marquês de Ferreira.
Maria de Bragança.
Vicência de Bragança.Diniz que foi conde de Lemos pelo seu casamento.
D. João, 1º marquês de Montemor-o-Novo (c.1430-?), não deixou descendência
D.
Afonso, 1º conde de Faro e 2º conde de Odemira jure uxoris (c.1435-?)
D.
Álvaro, 4º Senhor de Cadaval e Peral, 1º Senhor de Tentúgal, Póvoa e Buarcos,
5º Senhor de Ferreira de Aves jure uxoris, 4º Senhor de Arega jure uxoris e 2º
Senhor da Quinta de Água de Peixes jure uxoris (c.1440-1504)
D.
António de Bragança, morto da infância
D.
Isabel de Bragança, morta na infância
D.
Beatriz, Marquesa de Vila Real pelo casamento com D. Pedro de Menezes
D.
Guiomar, Condessa de Viana (do Alentejo), Condessa de Viana (da Foz do Lima),
Condessa de Valença e Condessa de Loulé pelo casamento com D. Henrique de
Meneses
D.
Catarina de Bragança, morta na infância.
5. Teodósio
I de Bragança (1505-22 de setembro de 1563) foi o quinto Duque de Bragança. Primogénito
do Duque D. Jaime I, sucedeu-lhe no ducado após a sua morte, em 1532. Teve por
mestre Diogo Sigeo, varão muito erudito, considerado como um dos primeiros
sábios do seu tempo. Depois do casamento de sua irmã D. Isabel, com o infante
D. Duarte, a quem doou o ducado de Guimarães, instituiu com os seus bens
patrimoniais um morgado importante que uniu aos que já existiam. Teodósio passa
por ter sido um homem culto, típico do Renascimento, amante da pintura e da
escultura, e gostava de estar ao corrente do que se passava nas outras cortes
europeias. Enquanto viveu, não houve guerra em Portugal. A rainha regente
Catarina de Áustria, nomeou-o general do exército que devia ir em socorro de
Mazagão, mas ficou sem efeito, pois não se chegou a realizar a marcha destas
forças para África. D. Teodósio fundou ainda alguns conventos. Casamento e
descendência. Casou em 1542 em primeiras núpcias com Isabel de Lencastre
(1513-1558), filha de D. Dinis de Portugal-Castro (1481-morto em Ourense, na
Galiza) e de Brites de Castro-Osorio (1484-1560 Valladolid), de quem teve: D.
João I, 6º em ordem na sua Casa. Em 1559, casou-se com D. Brites ou Beatriz de
Lencastre (1542-Leiria, 20 de Fevereiro de 1623), filha de D. Luís de
Lencastre, de quem teve:
Jaime de Bragança (Depois de 1559 - 4 de Agosto de
1578), morto na Batalha de Alcácer Quibir.
Isabel de Bragança (1560-?) casada com D. Miguel Luís de Meneses, (c. 1565 - 10 de Agosto de 1637), 1.º Duque de Caminha, 6.º Marquês de Vila Real, 5.º Conde de Alcoutim e Valença, e 8.º Capitão Geral da Praça de Ceuta, sendo filho de Manuel de Meneses, 5.º Marquês de Vila Real. Teve uma relação com uma dama solteira do Paço Ducal de Vila Viçosa, da qual resultou Afonso Fayão, nascido por volta de 1558, filho bastardo que viria a ser Abade de Baltar. Afonso teve geração, que resultou em uma nobreza rural localizada na região do distrito do Porto, cuja descendência foi estudada por um genealogista portuense, Elísio Ferreira de Sousa. Em 1970, apresentou o estudo no seu livro Os Braganças da Província do Minho.
Isabel de Bragança (1560-?) casada com D. Miguel Luís de Meneses, (c. 1565 - 10 de Agosto de 1637), 1.º Duque de Caminha, 6.º Marquês de Vila Real, 5.º Conde de Alcoutim e Valença, e 8.º Capitão Geral da Praça de Ceuta, sendo filho de Manuel de Meneses, 5.º Marquês de Vila Real. Teve uma relação com uma dama solteira do Paço Ducal de Vila Viçosa, da qual resultou Afonso Fayão, nascido por volta de 1558, filho bastardo que viria a ser Abade de Baltar. Afonso teve geração, que resultou em uma nobreza rural localizada na região do distrito do Porto, cuja descendência foi estudada por um genealogista portuense, Elísio Ferreira de Sousa. Em 1970, apresentou o estudo no seu livro Os Braganças da Província do Minho.
6. D. João de Bragança, depois 6.º Duque de Bragança
7. D. Teodósio de Bragança, depois 7.º Duque de Bragança
8. D. João de Bragança, depois 8.º Duque de Bragança e Rei D. João IV
9. D. Teodósio de Bragança, depois 9.º Duque de Bragança e Príncipe do Brasil
10. D. Afonso de Bragança, depois 10.º Duque de Bragança e Rei D. Afonso VI
11. D. João de Bragança, depois 11.º Duque de Bragança e Rei D. João V
12. D. José de Bragança, depois 12.º Duque de Bragança e Rei D. José I
13. D. Maria Francisca de Bragança, depois 13.ª Duquesa de Bragança e Rainha D. Maria I
14. D. José de Bragança, depois 14.º Duque de Bragança e Príncipe do Brasil
15. D. Pedro de Alcântara de Bragança, depois 15.º Duque de Bragança, Imperador do Brasil e Rei D. Pedro IV
16. D. Maria da Glória de Bragança, depois 16.ª Duquesa de Bragança e Rainha D. Maria II
17. D. Pedro de Bragança, depois 17.º Duque de Bragança e Rei D. Pedro V
18. D. Carlos de Bragança, depois 18.º Duque de Bragança e Rei D. Carlos I
19. D. Luís Filipe de Bragança, depois 19.º Duque de Bragança e Príncipe Real de Portugal
7. D. Teodósio de Bragança, depois 7.º Duque de Bragança
8. D. João de Bragança, depois 8.º Duque de Bragança e Rei D. João IV
9. D. Teodósio de Bragança, depois 9.º Duque de Bragança e Príncipe do Brasil
10. D. Afonso de Bragança, depois 10.º Duque de Bragança e Rei D. Afonso VI
11. D. João de Bragança, depois 11.º Duque de Bragança e Rei D. João V
12. D. José de Bragança, depois 12.º Duque de Bragança e Rei D. José I
13. D. Maria Francisca de Bragança, depois 13.ª Duquesa de Bragança e Rainha D. Maria I
14. D. José de Bragança, depois 14.º Duque de Bragança e Príncipe do Brasil
15. D. Pedro de Alcântara de Bragança, depois 15.º Duque de Bragança, Imperador do Brasil e Rei D. Pedro IV
16. D. Maria da Glória de Bragança, depois 16.ª Duquesa de Bragança e Rainha D. Maria II
17. D. Pedro de Bragança, depois 17.º Duque de Bragança e Rei D. Pedro V
18. D. Carlos de Bragança, depois 18.º Duque de Bragança e Rei D. Carlos I
19. D. Luís Filipe de Bragança, depois 19.º Duque de Bragança e Príncipe Real de Portugal
Condes de Assumar
(11
de Abril de 1677) - D. Pedro de Almeida-juro e herdade-D. Fernando José
Fernandes Costa Mascarenhas
Conde de Assumar foi um título criado pelo príncipe regente D. Pedro, futuro rei D. Pedro II de Portugal, em nome do rei D. Afonso VI (então preso no Palácio da Vila em Sintra), por carta de 11 de Abril de 1677, a favor de D. Pedro de Almeida. Quando o novo título de 1º Marquês de Alorna foi outorgado a a D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, 3º Conde de Assumar, este título passou a ser usado pelos herdeiros do Marquês. Nota: Este condado substituiu idêntico título criado por Filipe IV de Espanha, por carta de 30 de Março de 1630, a favor de D. Francisco de Melo (que optou por permanecer em Castela após a restauração da independência portuguesa). Era filho de D. Constantino de Bragança, da casa do duque de Cadaval, (atenção que em outro se livro diz "ramo da casa de Ferreira", e de sua mulher D. Brites de Castro; do seu conselho de Estado, foi feito depois Marquês de Vellisca, em Espanha. O título foi dado por carta passada em Madrid em 30 de Março de 1636, com o senhorio da vila de Assumar, perto de Portalegre. D. Francisco, mais tarde, tendo já o tratamento de parente de El-Rei foi, pelo alvará de 22 de Março de 1638, mandado continuar com o assentamento de conde-parente.
Condes de Assumar.
Pedro
de Almeida (1630 - 1679)
Pedro
de Almeida, primeiro conde de Assumar, conhecido pela alcunha «O Barbas», (1630-Goa,
22 de março de 1679) foi um militar português. Morreu de uma doença que lhe
sobreveio no, sitio, de Pate na costa da África. Ancestrais. Era filho de D.
João de Almeida, senhor da casa de seu pai, comendador de Santa Maria de Loures
na Ordem de Cristo, alcaide-mor de Alcobaça, vedor da Casa Real de D. João IV
de Portugal e D. Afonso VI de Portugal. Reposteiro-mor e Gentil-Homem de Câmara
do Rei quando sua mãe D. Luísa de Gusmão lhe pôs casa. Sua varonil beleza se
tornou tão apreciada que era conhecido pelo apelido de «O Formoso». Casou com
D. Violante Henriques, Guarda-mor da Rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia
quando enviuvou. Era filha de D. Marcos de Noronha, que combateu em Alcácer
Quibir e foi resgatado, Senhor do Morgado e Padroado do convento do Salvador de
Lisboa e sua mulher Maria Henriques. Violante era irmã de D. Tomás de Noronha,
3° Conde dos Arcos, do Conselho de Estado e Presidente do Conselho Ultramarino.
Era neto de D. Lopo de Almeida, comendador de Santa Maria de Loures na Ordem de
Cristo, alcaide-mor e capitão-mor de Alcobaça, sobrinho do Arcebispo de Lisboa
D. Jorge de Almeida, Dom Abade comendatário de Alcobaça. Foi sua mulher D.
Joana de Portugal, filha e herdeira de D. João de Portugal, da casa dos condes de
Vimioso, e D. Madalena de Vilhena, filha e herdeira de Francisco de Sousa
Tavares, capitão-mor da Índia e das fortalezas de Cananor e Diu. D. João
acompanhou o rei a Alcácer Quibir onde morreu e Madalena casou por segunda vez
com Manuel de Sousa Coutinho, tomando mais tarde o hábito das Religiosas do
Mosteiro do Sacramento de Lisboa e ele o de São Domingos de Benfica, com nome
Frei Luís de Sousa, tendo composto as Crónicas de sua Ordem e a Vida do
Venerável Frei Bartolomeu dos Mártires. Nunca mais se viram nem se comunicaram,
fôsse por escrito. D. João de Portugal e Madalena tiveram dois filhos: D. Luís
de Portugal, herdeiro de sua casa, que serviu em Ceuta onde, brincando, meteu o
ferro de sua lança pela testa e morreu e D. Joana de Portugal, acima. Dados
biográficos. Foi comendador na Ordem de Cristo de Santa Maria de Loures, de São
Salvador do Souto e São Salvador de Baldréu. Vereador da Câmara de Lisboa («no tempo em que o foram pessoas da sua
qualidade»). 1º Donatário, de Assumar. Instituidor do vínculo de Vale de
Nabais. Deputado da Junta dos Três Estados. Fora antes capitão de cavalos e
mestre de campo de um Terço de Infantaria na guerra do Alentejo. 32° Vice-Rei
na Índia, onde destruiu a esquadra árabe de Pate. Na guerra da Restauração
recebeu patente de mestre-de-campo de Infantaria. Por estes serviços foi criado
donatário de Assumar em carta de 11 de abril de 1677 na regência de D. Pedro,
mais tarde D. Pedro II de Portugal, com o senhorio da mesma vila e do Conselho
de Estado do mesmo D. Pedro II e Vedor da Fazenda da Casa Real na mesma data.
Seu decreto como Vice-Rei da Índia é também de 11 de abril de 1677. Lê-se em
Monstruosidades do tempo e da fortuna: D. Pedro de Almeida, provedor das valas
de Santarém, ficou por valido de El-Rei (Afonso VI de Portugal) depois que se
lhe tirou o Conde de Castelo Melhor, mas com tão pouca fidalguia que era valido
e espia. Apresentou na noite em que o Rei dera o governo do Reino a Sua Alteza
uma petição em que lhe pedia 3 mil cruzados cada ano em comendas e o título de
conde em duas vidas. Despachou-o El-Rei como pedia. Na 1ª audiência que o
Príncipe Regente deu, apresentou a D. Pedro este despacho, confiado no trato
nobre com que havia servido e não advertindo que os Príncipes tanto
aborrecessem o traidor quanto estimam a traição. Saiu com uma rubrica que não
valia nada a mercê, porque não fora feita em tempo hábil e fora alcançada
subrepticiamente. Casamento e posteridade. Casou com D. Margarida André de
Noronha, Dama da Rainha D. Luísa, filha de D. Fernando Mascarenhas, 1º Conde da
Torre de juro e herdade e de D. Maria de Noronha, irmã de D. Rodrigo da
Silveira, 1° Conde de Sarzedas. Filhos: 1 - D. João de Almeida Portugal, 2°
conde de Assumar. 2 - D. Lopo de Almeida Portugal (morto em 3 de janeiro de
1744), cavaleiro professo da Ordem de São João de Malta, seu Recebedor durante
muitos anos e seu Procurador em Portugal, depois Bailio de Negroponte, Grão
Chanceler (ou Grão-Mestre) da Religião em Portugal. Serviu na guerra contra
Castela, mestre-de-campo de Infantaria na Guerra da Liga; vedor das Casas da
Princesa das Astúrias e da Princesa do Brasil, Bailio de Leça. Beneficiado de
Águas Santas, Cesareu e Vera Cruz. 3 - D. Fernando de Almeida Portugal (morto
em 9 de novembro de 1712). Porcionista do Colégio Real de São Paulo de Coimbra,
cónego da Sé de Coimbra, deputado do Santo Oficio da Inquisição de Lisboa,
sumilher da Cortina de D. Pedro II e D. João V, Deputado da Junta dos Três
Estados. Instituidor do morgadio de Vale de Nabais em Santarém. 4 - D. Maria
Benta de Almeida Portugal Noronha (morta em 8 de março de 1731), dama da Rainha
D. Maria Francisca de Sabóia. Casou com Gastão José da Câmara Coutinho
(1662-1736), Senhor ou donatário das Ilhas Desertas (e Regalados?), alcaide-mor
de Torres Vedras, comendador na Ordem de Cristo de Santa Maria de Casavel,
Santiago de Caldelas, Santo André da Vila Boa de Quires, coronel de um
regimento de Ordenanças de Lisboa, Vedor das Casas das Rainhas Maria Francisca
Isabel de Sabóia e Mariana de Áustria, desta foi ainda Estribeiro-Mor, muito
dado ao estudo da genealogia. João de Almeida Portugal (26 de Janeiro de 1663-26
de Dezembro de 1733). D. João de Almeida Portugal (26 de janeiro de 1663-26 de
dezembro de 1733) foi segundo conde de Assumar, filho do primeiro conde D.
Pedro de Almeida. Embaixador na Catalunha junto ao pretendente a rei Carlos
III. Dados biográficos iniciam. Senhor da casa de seu pai, foi segundo conde de
Assumar, 2° donatário ou senhor da mesma vila, alcaide-mor de Santarém, Golegã
e Almeirim, primeiro administrador do Morgadio de Vale de Nabais; comendador de
Sta Maria de Loures, São Salvador do Souto, São Salvador de Baldreu, de Sampaio
de Farinha Podre e São Julião de Cambres, todas comendas na Ordem de Cristo.
Capitão-de-mar-e-guerra na Índia, pertenceu aos Conselhos de Estado e de Guerra
de el-Rei D. João V e foi seu gentil-Homem da câmara. Embaixador Extraordinário
à corte em Barcelona de Carlos III; foi ainda dos acadêmicos no número da
Academia Real. Serviu de Mordomo-Mor em diversas ocasiões. Familiar do Santo
Ofício. «Duvidando o Papa Clemente XI reconhecer a Carlos III por rei de
Nápoles, o Almirante inglês por despicar se sitiando a Civita Vecchia soube a
atividade do conde evitar esta injuria e contratempo à Igreja e quando o mesmo
Papa lhe agradeceu por 1 breve se valeu por diversas vezes dele». Acadêmico de
número da Academia Real de História. Voltando ao reino, foi deputado da Junta
dos Três Estados, e em 1704 foi nomeado por D. D. Pedro II capitão do corpo da
sua guarda. Tinha ido à Índia com seu pai como capitão de infantaria e depois
capitão-de-mar-e-guerra na nau Nossa Senhora dos Cardeais e, com o dito posto,
se achou no sitio e tomada de Pate, na costa da África, com mais resolução que
se esperava de seus poucos anos. Voltando ao Reino, sucessor da Casa de seu
pai, havendo de tirar a Carta do título de conde lha embaraçou o Procurador da
Coroa, a quem venceu por sentença do Senado da Relação de Lisboa. Porque na
mercê feita ao avô se declarava no Alvará que no título de conde e senhorio da
Vila de Assumar e outras mercês lhe sucederia seu filho, D. Pedro d Almeida,
que como Vice-Rei passava a servir no Estado da India. Embaixador de Portugal
na corte do Arquiduque Carlos. Na guerra européia, em Armada inglesa que
aportou em Lisboa em 1705 chegou o almirante e cavaleiro Schovvel que levou
Carlos III da Espanha para Valência e Barcelona, onde, tomada esta cidade,
assistiu-lhe como Embaixador extraordinário de Portugal D. João de Almeida,
conde de Assumar, Veador da Casa do Rei. Escolhido para acompanhar a Barcelona
o Arquiduque Carlos, como embaixador de Portugal, D. João conservou-se a seu
serviço o tempo que o Arquiduque se demorou em Espanha. Quando foi aclamado
imperador e passou à Alemanha, deixou a mulher na Península e o Conde ficou às
ordens da imperatriz como embaixador até que ela partiu ao encontro de seu
marido. Regressando à Pátria, teve a nomeação de conselheiro de Estado e em
1721 entrou na Academia Real de História. Prudência e talento eram suas
virtudes. D. Pedro II o fez logo deputado da Junta dos Tribunais dos Três
Estados e o nomeou um dos capitães de sua guarda de corpo, de que teve patente.
Em 1704 foi mandado à campanha da Beira com o Arquiduque, que se intitulava
Carlos III de Espanha, para quem o Rei o tinha escolhido para o hospedar e lhe
assistir na corte e o conduzir à campanha, assistência que fez desde que chegou
da Alemanha e partiu para Barcelona; embarcando o Principe na Armada da grande
aliança a 28 de julho de 1705 o nomeou D Pedro II seu Embaixador Extraordinário
para o acompanhar no mar com solenidade e luzimento - passando a armada a
sitiar Barcelona, assistiu ao sítio até render-se a 14 de outubro a capital do
Principado da Catalunha. Achou-se também na rendição dos Reinos de Valença e de
Aragão. Em 1705 Filipe V sitiou Carlos, passaram apertados dois meses. Em 1706
foi com Carlos a Saragoça, no Reino de Aragão, donde voltou a se incorporar ao
exército português, aliado do Marquês das Minas Dom Antônio Luís de Sousa, que
se havia feito senhor da corte de Madrid. Voltando o Rei ao Reino de Valença e
Principado da Catalunha, seguiu-o. Achou-se com ele nas batalhas de Almenara e
de Saragoça, e depois em 1710 em Madrid ocupada. Precisando o principe, eleito
Imperador Carlos VI, passar à Alemanha tomar posse do Império, deixou a
Imperatriz Isabel, sua mulher, com o governo do que então possuia em Espanha, e
o conde a assistiu com o seu mesmo caráter de embaixador até ela passar também
à Alemanha. Ainda em
Barcelona foi nomeado por D. D.João V para seu Conselho de Estado. Voltando a Portugal, em 1721 foi eleito acadêmico da Academia Real de História, fazendo sua oração inicial. Foi um dos mais célebres ministros cortesãos. Em 1728 nos desposórios reais fez ofício de Mordomo-Mor e em 1729 também, quando os reis foram a Elvas para a troca de princesas. Em 1729 foi nomeado Gentil-Homem de câmera. Casamento e posteridade. Casou com D. Isabel de Castro (morta em janeiro de 1724), prima-irmã do Marquês da Fronteira, integrante de outra ilustre família de Portugal. Era dama da Rainha D. Maria Francisca de Sabóia e de sua filha a princesa, filha de D. João Mascarenhas (1633-1681) 2° Conde da Torre de juro e herdade e 1° Marquês de Fronteira, 1° donatário de Fronteira e do Mordomo-Mor de Faro; Senhor dos morgados de Coculim e Verodá, na Índia. Filhos:
Barcelona foi nomeado por D. D.João V para seu Conselho de Estado. Voltando a Portugal, em 1721 foi eleito acadêmico da Academia Real de História, fazendo sua oração inicial. Foi um dos mais célebres ministros cortesãos. Em 1728 nos desposórios reais fez ofício de Mordomo-Mor e em 1729 também, quando os reis foram a Elvas para a troca de princesas. Em 1729 foi nomeado Gentil-Homem de câmera. Casamento e posteridade. Casou com D. Isabel de Castro (morta em janeiro de 1724), prima-irmã do Marquês da Fronteira, integrante de outra ilustre família de Portugal. Era dama da Rainha D. Maria Francisca de Sabóia e de sua filha a princesa, filha de D. João Mascarenhas (1633-1681) 2° Conde da Torre de juro e herdade e 1° Marquês de Fronteira, 1° donatário de Fronteira e do Mordomo-Mor de Faro; Senhor dos morgados de Coculim e Verodá, na Índia. Filhos:
1
- Em 1688, nasceu o 3º conde de Assumar e 1º Marquês de Alorna, D. Pedro de
Almeida Portugal ou D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos.
2
- D. Madalena Bruna de Almeida Portugal e Castro (6 de outubro de 1689-31 de
janeiro de 1729). Em outubro de 1704 casou com D. Tomás de Noronha e Brito
(1679-1760), 5° Conde dos Arcos de Valdevez, do Conselho d’el-Rei, Brigadeiro
com regimento de cavalaria da corte, general de batalha; era filho de Maria
Josefa de Távora (filha por sua vez do 1º Marquês de Távora, Luís Álvares de
Távora, e de sua mulher, D. Inácia Maria de Meneses) com D. Marcos de Noronha e
Brito, 4° Conde dos Arcos de Valdevez, Gentil-Homem da Câmara do Infante D.
Francisco.
3
- D. Luísa da Pilar e Noronha (nascida em 1692), dama da Rainha D. Mariana
d´Áustria. Estando justa para casar com D Francisco d Mascarenhas, 3° Conde de
Coculim, desprezando o mundo com heroica resolução tomou o hábito das Capuchas
descalças da Madre de Deus em Lisboa. Professou em dezembro de 1718 como Soror
Luisa Maria de São José.
4
- D. Diogo Fernandes de Almeida Portugal (21 de abril de 1698-8 de março de
1752). Porcionista do Colégio Real de São Paulo da Universidade de Coimbra,
onde tomou o capelo de Doutor em Cânones em 1722; Tesoureiro-Mor da Sé ou
catedral de Leiria. Outros benefícios (beneficiado de São Pedro de Torres
Novas, de São Miguel de Torres Vedras, de Santa Maria de Góis, de Santa Maria
de Águas Santas; deputado do Santo Oficio da Inquisição de Lisboa, acadêmico do
número da Academia Real de História e um de seus censores; foi Principal da Sé
Patriarcal (da Santa Igreja de Lisboa). Como «Diogo Fernandes de Almeida, dos condes de Assumar» está em 25 de
março de 1737 na cerimônia de colocação da imagem do Menino Deus na igreja da
Ordem Terceira de São Francisco de Xabregas, da qual Ordem era Ministro; sendo
depois Principal da Santa Igreja patriarcal de Lisboa. «Na Academia Real da História foi escolhido para escrever as Memórias
do bispado de Miranda. Autor das seguintes obras: «Dissertação historica e
apologetica na conferencia da Academia Real da Historia Portugueza, em defesa
da conta que deu dos seus estudos», Lisboa, 1732. Anda no tomo XI da «Collecção de Documentos e memorias da
Academia» e versa sobre as proeminências e prerrogativas que a si se
arrogava o Colégio de São Pedro de Coimbra, adjudicando-se os títulos de
pontifício e real, que o autor sustenta não lhe competirem; «Oração recitada na
conferencia de 31 de janeiro de 1737, sendo eleito Censor», Lisboa, 1737;
«Estatutos da venerável Ordem Terceira da Penitencia de São Francisco de
Xabregas», Lisboa, 1742.
5
- D. Francisco de Almeida Portugal Mascarenhas (31 de julho de 1701-18 de
outubro de 1745 Almada). Porcionista no dito colégio de São Paulo de Coimbra,
passou a servir ao Santo Ofício e foi deputado da Inquisição em Lisboa, depois
Promotor na de Coimbra sendo já arcediago de São Pedro de França no bispado de
Viseu. Beneficiado de São Pedro de Torres Novas. Foi acadêmico do número da
Academia Real de Historia, onde trabalhou muito, e um dos censores da Academia.
Principal da Santa Igreja Patriarcal de Lisboa, como o irmão.
6 -
D. António de Almeida Portugal (16 de outubro de 1705-4 de maio de 1754).
Porcionista como seus irmãos no mesmo Real Colégio de São Paulo da Universidade
de Coimbra onde fez atos grandes. Arcediago de Valdiga na Sé de Lamego. Prelado
ou Monsenhor Prelaticio da Santa Igreja Patriarcal de Lisboa.
7
- D. José de Almeida Portugal, nascido em 22 de junho de 1714, cavaleiro
professo na Ordem de São João de Malta, tendo vindo oferecer os balções a D. D.
João V em 1736.
Seu
neto, homónimo. Um neto teve o mesmo nome, D. JOÃO DE ALMEIDA PORTUGAL, nascido
em Lisboa na freguesia de Arroios em 17 de novembro de 1726 e morto em 9 de
junho de 1802 em Almada. Foi 3° ou 4º conde de Assumar e 2° Marquês de Alorna.
4º Donatário de Assumar. Alcaide-mor de Santarém, Golegã e Almeirim; vedor da
Casa Real; 3° administrador do morgadio de Vale de Nabais; comendador na Ordem
de Cristo de todas as comendas do pai. Oficial-mor da Casa Real (vedor
honorário da Fazenda); comendador da comenda de Moreira na Ordem de Cristo. «Desejando o pai dar-lhe educação esmerada,
obteve de D. João V licença para o mandar estudar em Paris.» Acadêmico ou
segundo outro autor, apenas sócio, da Real Academia de História de Portugal e
censor, em 1750 capitão de cavalos de um regimento da Côrte. Sabe-se pela
Gazeta de Lisboa de 10 de março de 1750 que em sua casa se vendiam os livros da
biblioteca de D. Francisco de Almeida Mascarenhas, recentemente morto, «por
preços muitos acomodados», às segundas, quartas e sábados a quem ali fosse com
aquele fim. Casamento. Em São Sebastião da Pedreira em 2 de dezembro de 1747
casou-se com Leonor de Lorena e Távora (morta em 30 de outubro de 1790), quarta
filha e herdeira de D. Francisco de Assis de Távora, 3º Marquês de Távora por
casamento, 3° Conde e herdeiro da Casa de Alvor e 6º Conde de São João da
Pesqueira. Donatário de Vila Moura, governador de Chaves, Diretor-General da
cavalaria do Reiro, 45º Vice-Rei na India, comendador na Ordem de Cristo de
Machico, na ilha de Porto Santo, Santa Maria de Mesquitela, Santa Maria de
Freixedo e de duas igrejas. Era filho de Bernardo de Távora, 2° Conde de Alvor
e D. Joana de Lorena, filha do duque de Cadaval e por seu casamento com D.
Leonor Tomásia de Távora, senhora e herdeira dessa casa, 6ª condessa de São
João, 3ª Marquesa de Távora e 20ª donatária de Távora, Mogadouro, Paredes,
Penela, Cedaveira, Ordea, Camudais, Paradela, Valença, Castanheiro, como filha
de Luís Bernardo de Távora, 4° Conde de São João e D. Ana de Lorena, filha de
Nuno, duque de Cadaval, e D. Margarida de Lorena. Condenação à Junqueira como
cúmplice no regicídio. Sucedeu na casa e no título ao pai em 1756, por sua
morte. Estava nomeado embaixador junto a Luís XV de França quando o atentado de
3 de setembro de 1758 o encarcerou na Torre de Belém. A Marquesa foi levada
para o convento de Chelas com as duas filhas menores e o filho, abandonado, com
quatro anos, entregue à compaixão dos familiares de sua casa. D. João depois
foi levado ao forte da Junqueira onde ficou preso 18 anos. Pombal, ou o próprio
rei D. José I de Portugal, ordenara a prisão pelo fato do Marquês se tornar
suspeito, dados seus laços estreitos de parentesco com os Távora.
Apesar do seu carácter severo, Pombal sempre teve consideração com aqueles fidalgos, porque nenhum Alorna figurou na triste e horrorosa tragédia de Belém. Dos incómodos e trabalhos que sofreu, com seus companheiros do infortúnio, escreveu uma breve relação, publicada em 1857. Morto D. José, em 24 de fevereiro de 1777, D. Maria I subiu ao trono. A 10 de maio mesmo, «para compensar a nobreza pouco afecta a Pombal, fez várias promoções: os filhos primogénitos dos condes de Redondo, São Miguel, São Paio, Vila Flor, São Lourenço e Resende receberam o título condal. O filho do visconde de Vila Nova de Cerveira foi feito visconde de Ponte de Lima, enquanto os filhos dos marqueses de Lavradio e de Alorna ascenderam, respectivamente, a condes de Avintes e de Assumar.» Os prisioneiros do Estado foram postos em liberdade. Alguns, porém, e entre eles, Alorna, não quiseram gozar da liberdade sem que a sua inocência fosse bem reconhecida e proclamada. A rainha acedeu e em portaria de 7 de março de 1777 determinou que os presos saíssem dos cárceres e fossem residir a 20 léguas da corte até alcançarem a reabilitação. O Marquês retirou-se para a sua quinta de Vale de Nabais, perto de Almeirim, com mulher e filhas, levando também o filho do Duque de Aveiro. Dois meses depois, seu filho D. Pedro de Almeida, Conde de Assumar, foi apresentar-lhe por Ordem da soberana, o decreto em que se declarava que, em vista do parecer conforme de junta para esse fim congregada, fora considerado inocente e sem prova alguma por onde pudesse dizer-se criminoso; por isso ficava restabelecido em todas as honras e liberdades, que por diante lhe competiam. Animado com a reabilitação, veio viver em Lisboa, recebendo em seu palácio as pessoas da mais elevada aristocracia que todas as noites ali se juntavam, e onde brilhava o talento de sua filha, D. Leonor de Almeida Portugal, futura marquesa de Távora, consagrada como poetisa no convento de Chelas. Preocupava-se muito com o horroroso fim dos Marqueses de Távora e seus cúmplices, e empregou seus cuidados e solicitude para obter a revisão da sentença que os condenara em julgamento especial, criado por Pombal. Só no fim de dois anos de lutas conseguiu um decreto, com a data de 10 de outubro de 1780, nomeando comissão para se encarregar da empresa. Não descansava, nem o procurador que em Lisboa trabalhava por sua ordem. O procurador, porém, irritado com os contínuos transtornos, teve a imprudência de redigir um memorial muito inconveniente e com propostas arrojadas. Este excesso de zelo pela causa por que trabalhava indignou os juízes, e a rainha manifestou seu despeito. O velho fidalgo, então em Almeirim, teve de vir a Lisboa declarar que não autorizara nem tivera conhecimento do memorial. Os trabalhos da junta ficaram paralisados, continuando depois morosamente, até que a rainha deu ordem positiva para que os juízes se reunissem em sessão, em a noite de 3 de abril de 1781 com a obrigação de lavrarem a sentença. A sessão durou até alta madrugada, e no fim de debates ficou decidido que os únicos culpados daquele atentado haviam sido o Duque de Aveiro e três dos seus criados, declarando os Távoras inocentes, a quem por isso levantaram a nota de infâmia que lhes fora imposta, reabilitando sua memória. Se o processo feito debaixo da pressão do Marquês de Pombal fora irregular, o da revisão do processo não o era menos, e apresentando o Procurador-Geral da coroa certos embaraços à nova sentença, esta ficou sem efeito. O Marquês ainda não desistiu do seu intento; suas diligências e pedidos eram incessantes; como nada conseguia, chegou a tratar com arrogância e desabridamente o ministro Marquês de Ponte de Lima, na própria secretaria do Estado. A Rainha se ofendeu, o Marquês retirou-se a sua quinta em Almeirim, onde faleceu; a marquesa já havia falecido. Obras. Autor de «As prisões da Junqueira, durante o ministerio do M arquês de Pombal, escriptas alli mesmo pelo Marquês de Alorna, uma das suas victimas». Publicada conforme o original por José de Sousa Amado, presbytero secular, Lisboa, 1857. Esteve inédita durante 70 anos, e apareceram cópias com o título de: «Relação dos presos do forte da Junqueira», etc. Documento curioso pelas particularidades que encerra, acerca das pessoas e sofrimentos dos presos do Estado, que jazeram no referido forte, donde só foram postos em liberdade, em 1777, morto el-rei D. José. Descendência.
Apesar do seu carácter severo, Pombal sempre teve consideração com aqueles fidalgos, porque nenhum Alorna figurou na triste e horrorosa tragédia de Belém. Dos incómodos e trabalhos que sofreu, com seus companheiros do infortúnio, escreveu uma breve relação, publicada em 1857. Morto D. José, em 24 de fevereiro de 1777, D. Maria I subiu ao trono. A 10 de maio mesmo, «para compensar a nobreza pouco afecta a Pombal, fez várias promoções: os filhos primogénitos dos condes de Redondo, São Miguel, São Paio, Vila Flor, São Lourenço e Resende receberam o título condal. O filho do visconde de Vila Nova de Cerveira foi feito visconde de Ponte de Lima, enquanto os filhos dos marqueses de Lavradio e de Alorna ascenderam, respectivamente, a condes de Avintes e de Assumar.» Os prisioneiros do Estado foram postos em liberdade. Alguns, porém, e entre eles, Alorna, não quiseram gozar da liberdade sem que a sua inocência fosse bem reconhecida e proclamada. A rainha acedeu e em portaria de 7 de março de 1777 determinou que os presos saíssem dos cárceres e fossem residir a 20 léguas da corte até alcançarem a reabilitação. O Marquês retirou-se para a sua quinta de Vale de Nabais, perto de Almeirim, com mulher e filhas, levando também o filho do Duque de Aveiro. Dois meses depois, seu filho D. Pedro de Almeida, Conde de Assumar, foi apresentar-lhe por Ordem da soberana, o decreto em que se declarava que, em vista do parecer conforme de junta para esse fim congregada, fora considerado inocente e sem prova alguma por onde pudesse dizer-se criminoso; por isso ficava restabelecido em todas as honras e liberdades, que por diante lhe competiam. Animado com a reabilitação, veio viver em Lisboa, recebendo em seu palácio as pessoas da mais elevada aristocracia que todas as noites ali se juntavam, e onde brilhava o talento de sua filha, D. Leonor de Almeida Portugal, futura marquesa de Távora, consagrada como poetisa no convento de Chelas. Preocupava-se muito com o horroroso fim dos Marqueses de Távora e seus cúmplices, e empregou seus cuidados e solicitude para obter a revisão da sentença que os condenara em julgamento especial, criado por Pombal. Só no fim de dois anos de lutas conseguiu um decreto, com a data de 10 de outubro de 1780, nomeando comissão para se encarregar da empresa. Não descansava, nem o procurador que em Lisboa trabalhava por sua ordem. O procurador, porém, irritado com os contínuos transtornos, teve a imprudência de redigir um memorial muito inconveniente e com propostas arrojadas. Este excesso de zelo pela causa por que trabalhava indignou os juízes, e a rainha manifestou seu despeito. O velho fidalgo, então em Almeirim, teve de vir a Lisboa declarar que não autorizara nem tivera conhecimento do memorial. Os trabalhos da junta ficaram paralisados, continuando depois morosamente, até que a rainha deu ordem positiva para que os juízes se reunissem em sessão, em a noite de 3 de abril de 1781 com a obrigação de lavrarem a sentença. A sessão durou até alta madrugada, e no fim de debates ficou decidido que os únicos culpados daquele atentado haviam sido o Duque de Aveiro e três dos seus criados, declarando os Távoras inocentes, a quem por isso levantaram a nota de infâmia que lhes fora imposta, reabilitando sua memória. Se o processo feito debaixo da pressão do Marquês de Pombal fora irregular, o da revisão do processo não o era menos, e apresentando o Procurador-Geral da coroa certos embaraços à nova sentença, esta ficou sem efeito. O Marquês ainda não desistiu do seu intento; suas diligências e pedidos eram incessantes; como nada conseguia, chegou a tratar com arrogância e desabridamente o ministro Marquês de Ponte de Lima, na própria secretaria do Estado. A Rainha se ofendeu, o Marquês retirou-se a sua quinta em Almeirim, onde faleceu; a marquesa já havia falecido. Obras. Autor de «As prisões da Junqueira, durante o ministerio do M arquês de Pombal, escriptas alli mesmo pelo Marquês de Alorna, uma das suas victimas». Publicada conforme o original por José de Sousa Amado, presbytero secular, Lisboa, 1857. Esteve inédita durante 70 anos, e apareceram cópias com o título de: «Relação dos presos do forte da Junqueira», etc. Documento curioso pelas particularidades que encerra, acerca das pessoas e sofrimentos dos presos do Estado, que jazeram no referido forte, donde só foram postos em liberdade, em 1777, morto el-rei D. José. Descendência.
1
- Primogênita D. Leonor de Almeida Portugal (de Lorena e Lencastre) conhecida
poeta "Alcipe", nascida em
Lisboa em 31 de outubro de 1750 e morta em 11 de outubro de 1839 em Benfica, na
casa do neto.
2
- Maria Rita de Almeida (8 de dezembro de 1751-19 de novembro de 1786).
Conhecida poeta como "Daphne" 6ª condessa da Ribeira Grande. Casou em
Lisboa, na Encarnação, em 21 de novembro de 1778 com o viúvo D. Luís Antônio
José Maria da Câmara (morto em 1802), 6° Conde da Ribeira Grande, 13° donatario
da ilha de São Miguel, da cidade de Ponta Delgada, etc.
3
- D. Pedro José de Almeida Portugal (Lisboa, Santa Catarina, 16 de janeiro de
1754 - 2 de janeiro de 1813 em Kœnigsberg) 3° Marquês de Alorna e 5° Conde de
Assumar em 1754. Sucedeu na casa e títulos a seu pai em 1802.
Pedro
Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos (17 de Outubro de 1688 - 1756), 1.º
Marquês de Alorna
João
de Almeida Portugal (1726-1802), 2.º Marquês de Alorna
Pedro
José de Almeida Portugal (1754-1813), 3.º Marquês de Alorna
Pedro José de Almeida Portugal (Santa Catarina, freguesia de Lisboa, (16 de janeiro de 1754-Königsberg, hoje Kaliningrado, 2 de janeiro de 1813) foi um nobre português. Deteve os títulos de 3.° Marquês de Alorna e 5.° Conde de Assumar. Biografia. Família. Pedro era o único filho varão de D. João de Almeida Portugal, 2.° Marquês de Alorna, e de sua esposa Leonor de Lorena e Távora, cujos pais, Francisco de Assis de Távora e Leonor de Távora, e cujos irmãos Luís Bernardo e José Maria foram executados publicamente por ordem do rei D. José I, em 13 de janeiro de 1759. O episódio ficou conhecido na história como o Processo dos Távoras. Após as execuções de seus avós e tios maternos, Pedro, não tendo ainda cinco anos de idade, ficou privado dos afetos de pai e de mãe, e foi entregue aos cuidados dos criados. Seu pai foi encarcerado no Forte da Junqueira e sua mãe e suas duas irmãs, Leonor e Maria Rita, mantidas presas no Convento de Chelas.
Em 1777, com a morte de D. José I, sua sucessora, D. Maria I, subiu ao trono português e tomou o cuidado de dar liberdade aos presos do Estado. Assim, a família de Pedro foi restituída quando ele tinha vinte e três anos de idade. Por ser filho do Marquês de Alorna, D. Pedro de Almeida Portugal recebeu para si o título de 5.° Conde de Assumar. Com a morte do pai, em junho de 1802, pôde herdar o marquesado de Alorna.
Carreira militar. Em 1797, D. Pedro de Almeida Portugal, já marechal de campo, foi nomeado por D. Maria I chefe da Legião de Tropas Ligeiras. Com as proporções que tomara a Revolução Francesa, em 1799, começou a haver receios de que Portugal não pudesse evitar ser também invadido, e o então príncipe regente, D. João, conhecendo que seus exércitos estavam pouco habilitados para entrarem em batalha, encarregou o marquês de Alorna de apresentar as suas ideias sobre o modo de o organizar e disciplinar convenientemente. O general formulou o seu plano em memórias a que deu o título de Reflexões sobre o Sistema Económico do Exército. Pouco tempo depois, perturbaram-se as as relações diplomáticas com a Espanha. Tratando o governo de se preparar para a guerra, Alorna teve o comando das tropas que se uniram na Beira. Em vão requisitou mais forças, dinheiro e recursos indispensáveis para a defesa; seus pedidos tiveram somente promessas em resposta. Então, valendo-se do seu próprio crédito, abasteceu Almeida, e com suas energias conseguiu fazer das rochas do Monsanto uma praça de guerra e construir, na Guarda, um forte com casamatas à prova de bomba. Além disso, fortificou a posição das Talhadas com três redutos e outros entrincheiramentos; pôs no castelo de Vila Velha um montão de pedras, em estado de se defender, levantando trincheiras; fez obras nos arredores de Sortelha e Celorico; criou um hospital no Fundão; estabeleceu, em Cardigos e Celoricos, armazéns para abastecimento das suas posições e com o fim do facilitar as comunicações para Abrantes, uma sofrível estrada, que ficou com o nome da "Estrada do Marquês de Alorna". Em paga de tantos serviços, o governa mandou-o servir como imediato do general Dorckar [Dordaz], a quem deu o comando superior da província da Beira. Das medidas então infelizmente adotadas, resultou a perda de Arronches e Flor da Rosa, e finalmente a vergonhosa paz de Badajoz. Governador de armas do Alentejo, quando da invasão de Junot foi seu ajudante Lecor que avisou a Corte de que os franceses estavam em Abrantes e não Salamanca. (Junot, aliás, seria abraçado pela condessa da Ega, uma das filhas de sua irmã D. Leonor de Almeida). O prestígio de D. Pedro, de quem Junot escreveu a Napoleão: «O tenente general Marquês de Alorna ser-me-ia muito útil para esta organização (a da Legião Portuguesa a ser mandada à França tomar parte na campanha napoleônica); é um homem de honra, cuja opinião positiva é que o maior bem que pode suceder ao seu país é estar na dependência da França. Uma palavra de Vossa Majestade o adquirirá indubitavelmente e poderá ser-nos muitissimo útil.» Comandante do corpo de 9 mil soldados que partiu para Baiona em Abril de 1808 com seu criado João André Hilbreth que o servia desde 1791 e o teria abandonado em 1809 para ser criado em casa de pasto no Rossio. No dia 1º do Dezembro do 1801, o governo nomeou uma grande comissão composta de vários generais, presidida pelo ministro da guerra, D. João de Almeida Melo e Castro, à qual foi incumbido o estudo das instituições militares e das reformas de que elas careciam. Alorna não teve entrada na comissão, sendo porém impossível deixar do ouvir a sua opinião num assunto em que era competente, foi-lhe enviado um aviso, em 17 de Abril do 1804, ordenando-lhe que desse o seu voto com individuação sobre o projeto que já estava elaborado, o que fez por escrito, declarando o plano proposto incompleto e censurando que se quisesse alterar o que a experiência tinha mostrado bom, só pelo deseja de fazer inovações. Parece que Alorna ainda escreveu nessa época a seguinte obra: «Observações sobre a memória do general Dumouriez acerca da defeza de Portugal, com o projecto de reorganisação do exército no plano de defeza do paiz». Trabalho hoje perdido, do que não encontra cópia alguma. Alorna envolveu-se na conspiração que em 1805 se tramou, para tirar a regência ao príncipe D. João, que se deixava dominar pelo partido francês, e por esse motivo não partiu para o Rio do Janeiro a exercer o cargo do governador para que fora nomeado; mais tarde foi promovido a Tenente general, encarregado do governo das armas do Alentejo, onde estava no anuo de 1807. Do seu quartel general de Vila Viçosa transferiu-se para Elvas quando viu aproximar-se a guerra, tratou de reforçar a guarnição da praça e abastecê-la de víveres, ordenou ao tenente-coronel Carlos Frederico Lecor, seu ajudante de campo, que partisse a colher noticia das franceses, o que no caso de eles terem invadido o nosso território, seguisse para Lisboa a avisar a príncipe, recomendando na passagem aos magistrados que cortassem as pontes e dificultassem por todos os modos a entrada das estrangeiros. O tenente-coronel Carlos Frederico Lecor, depois do desempenhar a sua missão, voltou a Elvas, com ordem do não pôr obstáculos à marcha das tropas do general Solano, e Alorna cumpriu as ordens do regente, que partindo para o Brasil salvava a monarquia e a dinastia de Bragança mas sobretudo a soberania portuguesa, não querendo ao mesmo tempo sujeitar o seu povo às agruras de uma resistência que naquele momento não podia ter êxito. A conquista fora fácil aos franceses, mas para que pudessem manter o seu domínio, tornava-se urgente impossibilitar os meios de que os portugueses podiam dispor para recuperar a sua independência; para alcançar esse resultado, Junot, primeiro ajudante de campo de Napoleão, teve a ideia de dissolver o exército e afastar para longe os melhores soldados e os chefes mais conhecidos. Foi daqui que nasceu o licenciamento do exército e organizar-se a legião portuguesa em que entraram Gomes Freire de Andrade e Manuel Martins Pamplona, depois conde de Subserra, antigos subordinados de Alorna na sua Legião de Tropas Ligeiras, ficando o marquês com o comando geral. A Legião Portuguesa foi, portanto, manifestamente criada por Junot para recrutar soldados para os exércitos franceses, mas também, e era esse o principal fim, afastar de Portugal, enviando-os ao centro das hostes napoleónicas, os homens mais perigosos, habituados à disciplina militar e a defenderem a bandeira portuguesa, cuja permanência poderia ser fatal aos invasores. Alorna saiu de Portugal com as forças do seu comando, na primavera de 1808, acompanhou-as até Burgos onde ficou doente, indo depois encontrá-las em Bayonne. Os franceses tomaram as precauções para que as notícias desfavoráveis não transpirassem, mas apesar dessas precauções, Alorna teve conhecimento da derrota de Dupont, nos campos de Bailen, diz-se, ainda que outras fontes o neguem, que chamou então ao seu quartel-general os comandantes dos corpos alojados nas proximidades, e propôs-lhes o regresso da legião a Portugal; os comandantes, porém, consideravam grande temeridade a marcha de tão pequena força pelo meio dos exércitos franceses, e o marquês teve de desistir da sua ideia, bem a seu pesar.
Napoleão, parecendo adivinhar aquele plano, ordenou que a legião se internasse mais em França e se aquartelasse em Grenoble. Em quanto as tropas portuguesas estiveram nesta cidade, o comando era exercido pelo general da divisão territorial e pelo inspector, ficando Alorna somente com o título de comandante, sem atribuições algumas, e assim se conservou até Março de 1809, em que indo a Paris, teve ordem de seguir para o quartel-general do rei José Bonaparte, onde o detiveram até Junho de 1810, sem comando e afastado das tropas.
Preparava-se nesta época a terceira invasão contra Portugal, e Napoleão pensou que a presença de generais e fidalgos portugueses no exército poderia facilitar a realização de seu intento; Alorna recebeu então ordem de se apresentar em Salamanca ao general Massena, com o qual seguiu para a fronteira e entrou em Portugal. A regência de Lisboa, tendo conhecimento do fato, passou a portaria de 6 de setembro de 1810 exautorando Alorna, privando-o dos títulos, honras e dignidades e até do nome de português, oferecendo ao mesmo tempo mil moedas a quem, vivo ou morto, o apresentasse, além do perdão no caso de ser seu cúmplice no crime de traidor à pátria. Seguiu-se depois um processe instaurado no juízo da inconfidência, em que o condenaram à morte em cadafalso alto no cais de Belém, sendo-lhe antes decepadas as mãos, devendo o cadafalso e o corpo serem reduzidos a cinzas e tudo lançado ao mar, concluindo ainda a sentença com a perda dos bens para o fisco, e autorizando qualquer do povo a dar a morte ao réu onde quer que o visse e reconhecesse ser o próprio. Massena, derrotado no Buçaco e não conseguindo transpor as chamadas Linhas de Torres Vedras que defendiam Lisboa, voltou para França, indo com ele Alorna, que em Março de 1812 foi encarregado de inspecionar as tropas da legião que se preparavam para a campanha da Rússia, seguindo depois com o regimento de cavalaria na retaguarda do exército francês.
Tenente general do exército, distinto por seus talentos de militar; governador militar da cidade de Mogilev, na Lituânia, Rússia. Oficial do exército, fez a campanha do Rossilhão e foi comandante da Legion Portugaise ao serviço de Napoleão sendo condenado à morte por alta traição em 1810, juntamente com outros militares e nobres portugueses (posteriormente foram todos ilibados, e alguns acabaram por ocupar altos cargos em Portugal).
Contrariamente a uma opinião muito difundida, Alorna não foi maçon. Apesar da sua boa relação com Gomes Freire, foi hostilizado pelos maçons devido aos seus pontos de vista realistas e aristocráticos. Casamento e descendência. Casou em Lisboa, na Encarnação, em 19 de fevereiro de 1782 com Henriqueta Julia Gabriela da Cunha (1787-1829), filha mais velha do 6º conde de São Vicente, Manuel José Carlos da Cunha e Tavora e de Luísa Caetana de Lorena.
1 - D. João de Almeida Portugal (15 de
agosto de 1786-27 de setembro de 1805 de queda de cavalo). 6° Conde de Assumar
em vida por decreto de 15 de maio de 1805. Alferes da Legião de Armas Ligeiras
(Legião Alorna).
2 - D. Miguel de Almeida Portugal (Lapa, Lisboa, 1797-1806, afogado num tanque do jardim do quartel-general do pai em Borba). 7° Conde de Assumar em vida por decreto de 24 de junho de 1806. Alferes da Legião de Armas Ligeiras (Legião Alorna). Extinta nele a varonia dos Almeidas da casa d'Alorna, e passando o título para a linha colateral Mascarenhas, das casas da Fronteira, Torre e Coculim, hoje vigora o brasão d'armas destas antigas e muito nobres casas.
João
de Almeida Portugal (1786-1805)
Miguel
de Almeida Portugal (1787-1806)
Leonor
de Almeida Portugal (1750-1839), 4.ª Marquesa de Alorna.
Leonor
de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre (São Jorge de Arroios, Lisboa, 31 de
outubro de 1750-Coração de Jesus, Lisboa, 11 de outubro de 1839) foi uma nobre
e poetisa portuguesa. Conhecida como "Alcipe",
era filha de D. João de Almeida Portugal, conde de Assumar. Morreu na mansão do
neto, veador honorário da Fazenda (Finanças) da Casa Real, D. José Trazimundo
Mascarenhas Barreto, Marquês de Fronteira.
Títulos.
D. Leonor, aquando da sua morte, somava os títulos de Donatária de Assumar
(6ª), condessa de Assumar (7ª), Marquesa de Alorna (4ª) - sucedendo ao irmão, o
terceiro Marquês de Alorna e quinto Conde de Assumar, D. Pedro, devido ao seu
falecimento em 1813, nos títulos a 26 de Outubro de 1823, Morgada de Vale de
Nabais (5ª), Dama das Ordens de Santa Isabel de Portugal e da Cruz Estrelada da
Áustria, Comendadora da Ordem de São João de Jerusalém, Dama de honra de D.
Carlota Joaquina, da Sereníssima Regente Infanta D. Isabel Maria de Bragança e
da Rainha D. Maria II de Portugal. Foi, na Áustria, Condessa de
Oyenhausen-Granvensburg. Nascimento e Juventude. Era filha do 2º Marquês de
Alorna D. João de Almeida Portugal. A sua família foi perseguida pelo Marquês
de Pombal por ter parentesco com os Távoras: D. João de Almeida casou em
Lisboa, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, a 2 de Dezembro de 1747, com
D. Leonor de Lorena e Távora (nascida na freguesia de Santos-o-Velho em 14 de
Dezembro de 1729), que morreria em 1790, em Almada. Leonor era a quarta filha
de D. Francisco Luís de Assis de Távora, 3º marquês de Távora por casamento, 3°
conde e herdeiro da Casa de Alvor, 6º conde de São João da Pesqueira, ainda era
donatário de Vila Mouta, governador de Chaves, Diretor-General da cavalaria do
Reino, 45° Vice-Rei na Índia; comendador na Ordem de Cristo de Machico na ilha
de Porto Santo, Santa Maria de Mesquitela, Santa Maria de Freixedo e de duas
igrejas, era por sua vez filho de Bernardo de Távora, 2° conde de Alvor, e D.
Joana de Lorena, filha do duque de Cadaval. A mãe de Leonor, por seu lado, era
a famosa D. Leonor Tomásia de Távora, senhora e herdeira da casa, 6ª condessa
de São João da Pesqueira, 3ª Marquesa de Távora e 20ª Donatária de Távora,
Mogadouro, Paredes, Penela, Cedaveira, Ordea, Camudais, Paradela, Valença,
Castanheiro, filha por sua vez de Luís Bernardo de Távora, 4° conde de São João
da Pesqueira e Ana de Lorena (filha de D. Nuno de Cadaval e D. Margarida de
Lorena). Leonor teve uma infância atribulada, pois teve os avós maternos
executados barbaramente e aos 8 anos foi encerrada como prisioneira com a mãe e
a irmã no convento de São Félix em Chelas, de 1758 a 1777, estando o pai preso
e encarcerado na Torre de Belém, e depois no forte da Junqueira, suspeito de
conhecimento do crime dos Távoras. Na verdade, segundo informa Hernâni Cidade
em Marquesa de Alorna, Poesias, «era
acusado de ter emprestado uma espingarda caçadeira a um dos conjurados.»
Esteve no exílio de 1803 a 1814. Pombal ordenara a prisão dados os laços de
parentesco que ligava os Alorna com a família dos Marqueses de Távora. O
infortúnio durou dezoito anos, findos os quais, por morte de el-rei D. D. José,
sua filha, a rainha D. Maria I, subindo ao trono, mandou libertar os
prisioneiros do Estado. Alguns, porém, não quiseram usar da liberdade sem que
primeiro fosse proclamada sua inocência, como seu pai. Em Chelas passou a
primeira quadra da vida, com a mãe e a irmã, entregando-se ao estudo das obras
de Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Pierre Bayle e até a Enciclopédia de
D'Alembert e Diderot, e dedicou-se à composição de poesias que alcançaram
grande fama e que figuraram nas suas obras completas com o título de Poesias de
Chelas. Estavam em voga os chamados outeiros pela corte, e também pelos
conventos. Além dos sócios da Arcádia, havia bons poetas, entre os quais se
distinguia Francisco Manuel do Nascimento, com o nome Filinto Elísio. Este
poeta, com alguns amigos, começou a ir ao convento de Chelas, recitando versos,
pedindo motes às freiras, esperando encontrar D. Leonor de Almeida e ouvi-la na
grade. Com efeito a jovem apareceu, brilhou e confundiu os admiradores do seu
talento. «Data destes encontros o nome de Alcipe, com que eles a celebraram,
assim como o de Daphne, que deram a sua irmã, D. Maria de Almeida. Era
permitido e tolerado em todos os conventos, nessa época, quando alguma senhora,
freira ou secular, se via gravemente enferma, algum parente insuspeito como
pai, irmão ou filho, a visitasse, tomando o lugar de um dos criados do
convento, e conduzir à cela da enferma qualquer coisa que por outra pessoa não
conviesse que fosse levada. Achava-se a Marquesa muito doente, e vinha para lhe
falar o filho D. Pedro de Almeida Portugal, depois 3º Marquês de Alorna; D.
Leonor, vendo o irmão chegar à portaria, e estando ali o aguadeiro com o
barril, fez com que pusesse o barril às costas, e assim fosse encontrar-se com
sua mãe. Havia, porém, a circunstância desta senhora ser presa do Estado, o que
causou grande impressão, havendo denúncia para o arcebispo de Lacedemónia. O
prelado obrigou D. Leonor a ficar na cela, determinando-lhe que cortasse os
cabelos e se vestisse de cor honesta. D. Leonor não fez caso desta ordem e
quando o arcebispo voltou, ameaçou-a com o Marquês de Pombal, ao que a poetisa
respondeu com altivez que não era professa. O arcebispo conteve-se, e desistiu
de a apoquentar. Seu pai enviava-lhes com dificuldade cartas escritas com seu
sangue, a que a jovem começou a responder, desde que completou 11 anos de
idade, em consequência da enfermidade da mãe. Houve um momento em que mostrou
desejos de professar, pelo desgosto inaudito que sofreu, vendo que tinha
perdido uma das cartas de seu pai; chegou a fazer os exercidos espirituais de
Santo Inácio de Loiola, que em lugar de dez dias, segundo a prática, foram de
20. Dissuadiu-a do propósito o frei Alexandre da Sagrada Família, tio de
Almeida Garrett, e que depois foi bispo de Malaca e bispo de Angra. Além dos
seus trabalhos artísticos e literários, D. Leonor entregava-se também à
pintura, e dedicava-se ao serviço de enfermeira, de refeitoreira e de organista
do convento.
Conhecia a fundo várias línguas, tinha uma vasta instrução científica, desenhava e pintava admiravelmente. Era de carácter afável, sabia amenizar com a sua meiguice e candura as amarguras da mãe, tornara-se querida de todas as religiosas. Quando o marquês, seu pai, saiu da prisão, dirigiu-se ao convento, onde na grade o esperavam sua mulher e filhas, acompanhadas de parentes, para o cumprimentarem. Foram viver para a Quinta de Vale de Nabais, nas proximidades de Almeirim e depois em Lisboa. D. Leonor era o encanto da sociedade, seu talento elevado, espírito finíssimo e puramente aristocrata, o prestígio do infortúnio que sofrera, a audácia de ter afrontado as iras de Pombal, a tornavam digna de consideração e respeito. Saiu do convento aos vinte e sete anos «em situação moral demasiadamente penosa para que sua poesia pudesse ser o risonho passatempo da época», diz Hernâni Cidade. «Sobretudo, viveu quase toda a poesia realizada na prisão de Chelas.» «Bem mais interessantes são as composições poéticas em que, senão ainda com uma expressão romântica, ao menos com romântica sensibilidade a acentuar-se mais e mais, nos dá as impressões da sua vida conventual».´«E é grato reconhecer (grato e surpreendente) que, no colectivo abastardamento que tanta vez transforma a lira dos poetas em rabeca de mendigos cegos, da de Alcipe jamais se elevasse um acento de súplica ao ministro que a sequestrava. Altivez que radicou nos contemporâneos impressão que floriu em lenda. Segundo ela, quando o arcebispo de Lacedemona, criatura de Pombal, lhe comunicava a indignação do ministro por ter facilitado, sem respeito pelo estatuto claustral, a visita do irmão disfarçado em aguadeiro à mãe enferma, repondeu altivamente com dois versos de Corneille: “Le cœur d'Eléonore est trop noble et trop franc pour craindre ou respecter le bourreau de son sang". Ou seja: «O coração de Leonor é nobre demais e franco demais para temer ou respeitar o carrasco de seu sangue». Casamento. Casou em Lisboa em 15 de Fevereiro de 1779 com Karl von Oyenhausen-Gravenburg (3 de Janeiro de 1739-3 de Março de 1793), Carlos (Pedro Maria José) Augusto em português, Conde de Oyenhausen-Groewenbourg na Áustria e do Sacro Império Romano, filho de Frederico Ulrico Conde de Oyenhausen-Groewenbourg no Sacro Império Romano e de D. Frederica Guilhermina de Lorena. Gentil-Homem do rei Jorge II da Inglaterra. Ajudante de Campo junto do General Sporch das forças de Hanôver destacadas na Inglaterra. Fez a Guerra dos Sete Anos no exército do Príncipe Fernando de Brunswick; ajudante-general junto do Príncipe de Anhalt Bernbourg. General em chefe das tropas de Hesse-Kassel. Ao serviço do landgrave Frederico Guilherme em diversas negociações em Viena, Haia, Berlim, onde assinou como plenipotenciário o contrato de casamento do Landgrave com a princesa de Brandemburgo, sobrinha do rei da Prússia. Passou ao serviço de D. Maria I de Portugal em setembro de 1777 com a patente de brigadeiro. Nomeado em 1780 Ministro Plenipotenciário em Viena. Marechal-de-campo em 1789. Tenente-General, Inspetor Geral da Infantaria em 1792. Do Conselho de Estado de D. Maria I de Portugal; nomeado Governador das armas do Algarve, morreu antes de ocupar o cargo. Era comendador, na Ordem de Cristo, de São João de Vila Meã e de França. Enamorada do fidalgo hanoveriano, o conde Carlos Augusto de Oeynhausen, que viera a Portugal com o primo co-irmão, o Conde-Reinante de Schaumbourg-Lippe, contratado em 1762 por Pombal para organizar e comandar o exército, ele, para a desposar, não duvidou converter-se. Casaram em 15 de Fevereiro de 1779, sendo madrinha a rainha D. Maria, que também era princesa do Brasil, e como padrinho D. Pedro III de Portugal. O Conde foi armado cavaleiro da Ordem militar de Cristo em cerimónia a que assistiu a corte. A rainha deu-lhe o abraço, o Rei pôs-lhe o cinturão e tocou-o com a espada nua, D. José e D. João ajudaram os reis, seus pais, na investidura. No Porto, em Viena. Tendo o comando do 6º regimento de infantaria, com sede no Porto, Oeynhausen foi residir naquela cidade. Mais tarde foi nomeado ministro plenipotenciário de Portugal em Áustria; partiram para Viena por terra, ficando a filha com a avó. Demoraram-se nas cortes de Espanha e de França, sendo a condessa recebida pelos reis Carlos III de Espanha e Luís XVI de França. Conheceu os Necker e sua prestigiosa filha, Madame de Stael. Chegando a Viena, ganhou as simpatias da imperatriz Maria Teresa e do seu sucessor, D. José II, que a nomeou Dama da Cruz Estrelada. Quando o Papa Pio VI foi visitar o imperador, também teve a honra de ser recebida pelo papa. Tornou-se notável em Viena como poetisa e pintora. Mandou para Lisboa, ao pai, o quadro da Soledade; o quadro Amor conjugal oferecido à princesa D. Maria Benedita, ardeu no incêndio do paço da Ajuda. Pintou outros, seu retrato e uma cópia da Sybilla de Guido Reni. A maior parte, hoje perdidos. Sua saúde não se deu bem com o clima da Áustria; como os negócios de sua casa reclamavam a sua presença, Oeynhausen voltou para Lisboa, sendo nomeado inspector-Geral da infantaria com o posto de tenente-general. Estava nomeado governador do Algarve ao morrer a 3 de Março de 1793, aos 54 anos. Viuvez e retiro; o exílio. D. Leonor retirou-se com os filhos para suas propriedades de Almeirim, e outras em Almada. Entregou-se à educação dos filhos, estimada pelos benefícios que dispensava aos pobres; em Almeirim, pagava a uma mestra para ensinar as prostitutas da vila e das povoações vizinhas a ler, escrever, coser. Foi nomeada dama de honor da rainha D. Carlota Joaquina e encarregada de elaborar os desenhos para a decoração do paço da Ajuda, o que não executou. Morto o pai em 1802, partiu para Madrid e para a Inglaterra, onde se demorou, por ter tido notícia da entrada dos franceses em Portugal e da fuga da família Real. Frequentava casas inglesas e a do embaixador de Portugal D. Domingos de Sousa Coutinho, Conde do Funchal. Participou do assassinato de um general francês: Henry Forestier. Retorno a Lisboa e novo exílio. Sua filha Julia Stroganoff. Voltou em 1809; sua situação tornava-se, critica: o irmão, D. Pedro, partira para a França no comando da Legião Portuguesa, e apesar de ter mandado seu filho para o Rio de Janeiro, os governadores do reino a intimaram para partir. Ficou na Inglaterra até 1813, quando faleceu D. Pedro de Almeida; obtendo licença para regressar, vindo residir para Benfica, na casa do neto, o Marquês de Fronteira D. José Trazimundo de Mascarenhas Barreto. Ao fim de dez anos conseguiu a reabilitação da memória do irmão, condenado como traidor à pátria; passou a usar do título de 4ª Marquesa de Alorna, e 6ª condessa de Assumar, como herdeira do irmão. Regressando do exilio, reivindicou em 1815 por morte do irmão o título e os vínculos por ele deixados. Seus biógrafos descrevem-na vivendo no palácio da Anunciada e nas quintas de Almada e Almeirim - ocultando a sua ignorância em administrar os seus bens, as privações sofridas, situação de grande penúria por vezes, o que é difícil crer, pois tinham duas quintas e recebiam do Erario Real a pensão de 12 mil cruzados por serviços do pai. D. José Trazimundo em suas «Memorias» diz: “Minha avó passava mais facilmente sem dinheiro do que sem banqueiro. Nunca conseguiu ter cinco moedas juntas mas desde que foi senhora da Casa nunca dispensou um banqueiro. Minha avó e tias tomaram uma parte do palácio do Lavra, à Anunciada; grande loucura, porque não tinham fortuna para se estabelecerem tão ostentosamente. Muitas vezes meu bom tio, o Marquês de Aracati, se dirigiu a mim para que eu a socorresse de sua casa. (…) Cumpria à risca os ditames da lei da nobreza - maneiras pomposas, génio caritativo, prodigalidade em benefícios e favores". As receitas eram pequenas, as despesas enormes. Devia saber que a sua avó, a primeira marquesa, Vice-Rainha da Índia, quando enviuvou do marido achou a Casa tão empenhada que foi preciso que D. José em Provisão nomeasse Inácio Pedro Quintela administrador de todas as suas dependências, interesses e total economia. E porque se achavam apreendidos quase todos os bens e rendimentos por execuções e posses de credores, sendo a maior a Santa Casa da Misericórdia e ocorriam novas penhoras de maneira a dificultar a congruente porção para em cada mês se assistir à Marquesa e suas filhas e também a D. Pedro de Almeida com o decente tratamento, mestres para sua educação e mais gastos necessários, procuradores para as dependências da Casa, culturas das Fazendas de Almeirim, etc. «mandava-se que houvesse um cofre onde se arrecadassem todas as rendas e separados os alimentos, à proporção das mesmas Rendas e das dividas se rateasse o resto pelos credores pela sua antiguidade. Mas apesar das providências de Quintela («e ser êle considerado por todos de boa fé e notória probidade») os rendimentos foram tão diminutos que D José por outra provisão autorizava o pagamento dos credores» «com os rebates que se ajustassem» para poder-se conseguir o desempenho da Casa. Depois sucedeu a aventura do 2° Marquês, sua prisão no forte da Junqueira, o confisco dos bens, etc.» O título de Conde de Assumar não foi renovado, e desde o título de Alorna ficou ligado ao título de Fronteira. Depois da morte do filho, o Conde de Oeynhausen D. Carlos Ulrico, em 14 de Agosto de 1822, a condessa ficou vivendo em tristeza, e poucas vezes saía do retiro. Só compareceu na abertura real das cortes em 1826, servindo de camareira-mor, e em 1828, como dama de honor da infanta D. Isabel Maria, na sessão em que a infanta entregou o governo do reino a seu irmão, o infante D. Miguel. Assistiu ao “Te Deum” que se cantou na Sé, quando D. Pedro IV de Portugal e D. Maria II de Portugal entraram em Lisboa; às exéquias de D. Pedro IV, ao casamento de D. Maria II com o príncipe D. Augusto de Leuchtenberg. Ao segundo casamento de D. Maria II com D. Fernando não pode assistir, por causa da sua avançada idade, mas os reis foram visitá-la a Benfica. Em 24 de Julho de 1833, o Duque da Terceira e o Marquês de Fronteira foram também visitá-la, apenas entraram em Lisboa. D. Maria II concedeu-lhe a banda da ordem de Santa Isabel. Era dama da Ordem da Cruz Estrelada, da Alemanha. Os títulos de 6.ª condessa de Assumar e 4.ª marquesa de Alorna foram renovados por decreto de 26 de Outubro de 1833. Súbdita respeitosa e obediente aos soberanos, era pouco afeiçoada à medicina, tendo por inúteis os remédios na sua idade. A filha D. Henriqueta lembrou-se de lhe falar em nome da rainha, para que tomasse os remédios que os médicos receitassem. Faleceu em 11 de Outubro de 1839 na Rua do Salitre da freguesia do Santíssimo Coração de Jesus de Lisboa, vinte dias antes de completar 89 anos de vida, invulgar longevidade para a época. Sabe-se que fez um testamento e que deixara por sua testamenteira a filha Henriqueta. Foi sepultada no dia seguinte em jazigo particular, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Obra. As obras da Marquesa de Alorna publicadas depois da sua morte são: Obras poeticas de D. Leonor d'Almeida, etc., conhecida entre os poetas portugueses pelo nome de «Alcippe». Lisboa, 1844, com o retrato da autora. Seis volumes. Tomo I: Noticia biographica da marqueza, seguida de outra notícia historica de seu esposo e conde de Oeynhausen; Poesias compostas no mosteiro de Chellas; Poesias escriptas depois da sahida do mosteiro de Chellas. Tomo II: Continuação das poesias lyricas, escriptas depois da sahida do mosteiro de Chellas. Tomo III: A primavera, tradução livre do poema das Estações de Thompson; os primeiros seis cantos do Oberon, poema de Wieland, traduzidos do alemão; Darthula, poema traduzido de Ossian; tradução de uma parte do livro I da llliada em oitava rima. Tomo IV: Recreações botanicas, poema original em seis cantos; O Cemiterio d'aldeia, elegia, imitada de Gray; O Eremita, balada imitada de Goldsmith; Ode, imitada de Fulvio Testi; Ode de Lamartine a Filinto Elysio, traduzida; Epistola a lord Byron, imitação da 2ª meditação de Lamartine; imitação da 28ª meditação do mesmo poeta, intitulada: Deus. Tomo V: Poetica de Horacio, traduzida com o texto; Ensaio sobre a crítica, de Pope com o texto; O rapto de Proserpina, poema de Claudiano em quatro livros com o texto. Tomo VI: Paraphrase dos cento e cinquenta salmos que compõem o Psalterio, em várias espécies de ritmo seguida da paráfrase do varino cânticos bíblicos e hinos da igreja. Parece que a paráfrase dos salmos não fora feita sobre a vulgata, mas sim sobre a versão italiana de Xavier Matthei. Uma parte do Psalterio já fôra publicada em vida da autora, num volume de 4º, impresso em Lisboa, em 1833. A outra parte saíra também anteriormente com o título: Paraphrase e varios psalmos, Lisboa, 1817; também haviam sido impressas em Londres em 8º grandes as traduções da Poetica de Horacio, e do Ensaio sobre a crítica, de Pope. Também foi publicada ainda em vida da autora: De Buonaparte e dos Bourbons; e da necessidade de nos unirmos aos nossos legitimos principes, para a felicidade da França e da Europa: por F. A. de Chateaubriand. Traduzido em linguagem por uma senhora portugueza, Londres, 1814; Ensaio sobre a indifferença em materia de religião: tradução de Lamennais, Lisboa, 1820, 2 tomos; Estudo biográfico, critico, a respeito da litteratura portugueza, de Romero Ortiz, de pag. 61 à 96, que saíra também na Revista de España, tomo IX; Elegia à morte de S. A. R. o principe do Brazil O sr. D. José, Lisboa. 1788. Descendência. Maria Regina de Oyenhausen de Almeida (Viena, morreu com um ano de idade), condessa de Oyenhausen; Frederica de Oyenhausen de Almeida (Viena, 1782-Pena, Outubro de 1847), condessa de Oyenhausen; Juliana Maria Luisa Carolina de Oyenhausen de Almeida (Viena, 1 de setembro de 1784 - São Petersburgo 14 de novembro de 1864). Casada em Lisboa em 1800 com Aires José Maria de Saldanha Albuquerque Coutinho Matos e Noronha, 2° Conde da Ega, alcaide-mor de Soure e de Guimarães, Gentil-Homem da câmara da Rainha D. Maria I e de D. João VI. Em 12 de Julho de 1827 casou em segundas núpcias com o Conde Grigory Alexandrovich Stroganoff, na cidade de Dresden, Alemanha; Carlos Frederico Oyenhausen de Almeida (Avignon, morreu jovem), Conde de Oyenhausen; Henriqueta de Oyenhausen de Almeida (Marselha, 3 de janeiro de 1789-Alcântara, 20 de março de 1860), condessa de Oyenhausen, dama camarista da Rainha D. Maria II; Luísa de Oyenhausen de Almeida (Lisboa, 1791), casada em Hampstead, em 13 de junho de 1812 com Heliodoro Jacinto Carneiro de Araújo, Fidalgo da Casa Real, do Conselho de Estado de D João VI, licenciado em medicina e cirurgia, professor da Escola de Medicina de Lisboa e diplomata; João Carlos Ulrico de Oyenhausen de Almeida (Lisboa, 31 de outubro de 1799 - Lapa, 14 de agosto de 1822), Conde de Oyenhausen na Austria, tenente coronel do Regimento de cavalaria n° 4, serviu nos Dragões de São Paulo, no Brasil. Comendador da Ordem de Cristo; Leonor Benedita de Oyenhausen de Almeida (Porto, 30 de novembro de 1780-Benfica, 18 de outubro de 1850), 7ª donataria de Assumar, 6ª administradora do morgadio de Vale de Nabais e herdeira de toda a casa de seus pais. Casou na Lapa, em 10 de novembro de 1799 com D. João José Luís Mascarenhas Barreto, 7° Conde da Torre de juro e herdade, 7° Conde de Coculim, 6° Marquês de Fronteira, 6° donatário de Fronteira e 6° do mordomado-mor de Faro. Vedor da Casa da Princesa D. Maria Francisca Benedita. Nome de Família. O apelido dos Condes de Assumar era Almeida Portugal, dado que o 1º Conde, D. Pedro de Almeida, descendia por seu avô paterno dos Almeida (Condes de Abrantes) e por sua avó paterna dos Portugal (Condes de Vimioso).
Conhecia a fundo várias línguas, tinha uma vasta instrução científica, desenhava e pintava admiravelmente. Era de carácter afável, sabia amenizar com a sua meiguice e candura as amarguras da mãe, tornara-se querida de todas as religiosas. Quando o marquês, seu pai, saiu da prisão, dirigiu-se ao convento, onde na grade o esperavam sua mulher e filhas, acompanhadas de parentes, para o cumprimentarem. Foram viver para a Quinta de Vale de Nabais, nas proximidades de Almeirim e depois em Lisboa. D. Leonor era o encanto da sociedade, seu talento elevado, espírito finíssimo e puramente aristocrata, o prestígio do infortúnio que sofrera, a audácia de ter afrontado as iras de Pombal, a tornavam digna de consideração e respeito. Saiu do convento aos vinte e sete anos «em situação moral demasiadamente penosa para que sua poesia pudesse ser o risonho passatempo da época», diz Hernâni Cidade. «Sobretudo, viveu quase toda a poesia realizada na prisão de Chelas.» «Bem mais interessantes são as composições poéticas em que, senão ainda com uma expressão romântica, ao menos com romântica sensibilidade a acentuar-se mais e mais, nos dá as impressões da sua vida conventual».´«E é grato reconhecer (grato e surpreendente) que, no colectivo abastardamento que tanta vez transforma a lira dos poetas em rabeca de mendigos cegos, da de Alcipe jamais se elevasse um acento de súplica ao ministro que a sequestrava. Altivez que radicou nos contemporâneos impressão que floriu em lenda. Segundo ela, quando o arcebispo de Lacedemona, criatura de Pombal, lhe comunicava a indignação do ministro por ter facilitado, sem respeito pelo estatuto claustral, a visita do irmão disfarçado em aguadeiro à mãe enferma, repondeu altivamente com dois versos de Corneille: “Le cœur d'Eléonore est trop noble et trop franc pour craindre ou respecter le bourreau de son sang". Ou seja: «O coração de Leonor é nobre demais e franco demais para temer ou respeitar o carrasco de seu sangue». Casamento. Casou em Lisboa em 15 de Fevereiro de 1779 com Karl von Oyenhausen-Gravenburg (3 de Janeiro de 1739-3 de Março de 1793), Carlos (Pedro Maria José) Augusto em português, Conde de Oyenhausen-Groewenbourg na Áustria e do Sacro Império Romano, filho de Frederico Ulrico Conde de Oyenhausen-Groewenbourg no Sacro Império Romano e de D. Frederica Guilhermina de Lorena. Gentil-Homem do rei Jorge II da Inglaterra. Ajudante de Campo junto do General Sporch das forças de Hanôver destacadas na Inglaterra. Fez a Guerra dos Sete Anos no exército do Príncipe Fernando de Brunswick; ajudante-general junto do Príncipe de Anhalt Bernbourg. General em chefe das tropas de Hesse-Kassel. Ao serviço do landgrave Frederico Guilherme em diversas negociações em Viena, Haia, Berlim, onde assinou como plenipotenciário o contrato de casamento do Landgrave com a princesa de Brandemburgo, sobrinha do rei da Prússia. Passou ao serviço de D. Maria I de Portugal em setembro de 1777 com a patente de brigadeiro. Nomeado em 1780 Ministro Plenipotenciário em Viena. Marechal-de-campo em 1789. Tenente-General, Inspetor Geral da Infantaria em 1792. Do Conselho de Estado de D. Maria I de Portugal; nomeado Governador das armas do Algarve, morreu antes de ocupar o cargo. Era comendador, na Ordem de Cristo, de São João de Vila Meã e de França. Enamorada do fidalgo hanoveriano, o conde Carlos Augusto de Oeynhausen, que viera a Portugal com o primo co-irmão, o Conde-Reinante de Schaumbourg-Lippe, contratado em 1762 por Pombal para organizar e comandar o exército, ele, para a desposar, não duvidou converter-se. Casaram em 15 de Fevereiro de 1779, sendo madrinha a rainha D. Maria, que também era princesa do Brasil, e como padrinho D. Pedro III de Portugal. O Conde foi armado cavaleiro da Ordem militar de Cristo em cerimónia a que assistiu a corte. A rainha deu-lhe o abraço, o Rei pôs-lhe o cinturão e tocou-o com a espada nua, D. José e D. João ajudaram os reis, seus pais, na investidura. No Porto, em Viena. Tendo o comando do 6º regimento de infantaria, com sede no Porto, Oeynhausen foi residir naquela cidade. Mais tarde foi nomeado ministro plenipotenciário de Portugal em Áustria; partiram para Viena por terra, ficando a filha com a avó. Demoraram-se nas cortes de Espanha e de França, sendo a condessa recebida pelos reis Carlos III de Espanha e Luís XVI de França. Conheceu os Necker e sua prestigiosa filha, Madame de Stael. Chegando a Viena, ganhou as simpatias da imperatriz Maria Teresa e do seu sucessor, D. José II, que a nomeou Dama da Cruz Estrelada. Quando o Papa Pio VI foi visitar o imperador, também teve a honra de ser recebida pelo papa. Tornou-se notável em Viena como poetisa e pintora. Mandou para Lisboa, ao pai, o quadro da Soledade; o quadro Amor conjugal oferecido à princesa D. Maria Benedita, ardeu no incêndio do paço da Ajuda. Pintou outros, seu retrato e uma cópia da Sybilla de Guido Reni. A maior parte, hoje perdidos. Sua saúde não se deu bem com o clima da Áustria; como os negócios de sua casa reclamavam a sua presença, Oeynhausen voltou para Lisboa, sendo nomeado inspector-Geral da infantaria com o posto de tenente-general. Estava nomeado governador do Algarve ao morrer a 3 de Março de 1793, aos 54 anos. Viuvez e retiro; o exílio. D. Leonor retirou-se com os filhos para suas propriedades de Almeirim, e outras em Almada. Entregou-se à educação dos filhos, estimada pelos benefícios que dispensava aos pobres; em Almeirim, pagava a uma mestra para ensinar as prostitutas da vila e das povoações vizinhas a ler, escrever, coser. Foi nomeada dama de honor da rainha D. Carlota Joaquina e encarregada de elaborar os desenhos para a decoração do paço da Ajuda, o que não executou. Morto o pai em 1802, partiu para Madrid e para a Inglaterra, onde se demorou, por ter tido notícia da entrada dos franceses em Portugal e da fuga da família Real. Frequentava casas inglesas e a do embaixador de Portugal D. Domingos de Sousa Coutinho, Conde do Funchal. Participou do assassinato de um general francês: Henry Forestier. Retorno a Lisboa e novo exílio. Sua filha Julia Stroganoff. Voltou em 1809; sua situação tornava-se, critica: o irmão, D. Pedro, partira para a França no comando da Legião Portuguesa, e apesar de ter mandado seu filho para o Rio de Janeiro, os governadores do reino a intimaram para partir. Ficou na Inglaterra até 1813, quando faleceu D. Pedro de Almeida; obtendo licença para regressar, vindo residir para Benfica, na casa do neto, o Marquês de Fronteira D. José Trazimundo de Mascarenhas Barreto. Ao fim de dez anos conseguiu a reabilitação da memória do irmão, condenado como traidor à pátria; passou a usar do título de 4ª Marquesa de Alorna, e 6ª condessa de Assumar, como herdeira do irmão. Regressando do exilio, reivindicou em 1815 por morte do irmão o título e os vínculos por ele deixados. Seus biógrafos descrevem-na vivendo no palácio da Anunciada e nas quintas de Almada e Almeirim - ocultando a sua ignorância em administrar os seus bens, as privações sofridas, situação de grande penúria por vezes, o que é difícil crer, pois tinham duas quintas e recebiam do Erario Real a pensão de 12 mil cruzados por serviços do pai. D. José Trazimundo em suas «Memorias» diz: “Minha avó passava mais facilmente sem dinheiro do que sem banqueiro. Nunca conseguiu ter cinco moedas juntas mas desde que foi senhora da Casa nunca dispensou um banqueiro. Minha avó e tias tomaram uma parte do palácio do Lavra, à Anunciada; grande loucura, porque não tinham fortuna para se estabelecerem tão ostentosamente. Muitas vezes meu bom tio, o Marquês de Aracati, se dirigiu a mim para que eu a socorresse de sua casa. (…) Cumpria à risca os ditames da lei da nobreza - maneiras pomposas, génio caritativo, prodigalidade em benefícios e favores". As receitas eram pequenas, as despesas enormes. Devia saber que a sua avó, a primeira marquesa, Vice-Rainha da Índia, quando enviuvou do marido achou a Casa tão empenhada que foi preciso que D. José em Provisão nomeasse Inácio Pedro Quintela administrador de todas as suas dependências, interesses e total economia. E porque se achavam apreendidos quase todos os bens e rendimentos por execuções e posses de credores, sendo a maior a Santa Casa da Misericórdia e ocorriam novas penhoras de maneira a dificultar a congruente porção para em cada mês se assistir à Marquesa e suas filhas e também a D. Pedro de Almeida com o decente tratamento, mestres para sua educação e mais gastos necessários, procuradores para as dependências da Casa, culturas das Fazendas de Almeirim, etc. «mandava-se que houvesse um cofre onde se arrecadassem todas as rendas e separados os alimentos, à proporção das mesmas Rendas e das dividas se rateasse o resto pelos credores pela sua antiguidade. Mas apesar das providências de Quintela («e ser êle considerado por todos de boa fé e notória probidade») os rendimentos foram tão diminutos que D José por outra provisão autorizava o pagamento dos credores» «com os rebates que se ajustassem» para poder-se conseguir o desempenho da Casa. Depois sucedeu a aventura do 2° Marquês, sua prisão no forte da Junqueira, o confisco dos bens, etc.» O título de Conde de Assumar não foi renovado, e desde o título de Alorna ficou ligado ao título de Fronteira. Depois da morte do filho, o Conde de Oeynhausen D. Carlos Ulrico, em 14 de Agosto de 1822, a condessa ficou vivendo em tristeza, e poucas vezes saía do retiro. Só compareceu na abertura real das cortes em 1826, servindo de camareira-mor, e em 1828, como dama de honor da infanta D. Isabel Maria, na sessão em que a infanta entregou o governo do reino a seu irmão, o infante D. Miguel. Assistiu ao “Te Deum” que se cantou na Sé, quando D. Pedro IV de Portugal e D. Maria II de Portugal entraram em Lisboa; às exéquias de D. Pedro IV, ao casamento de D. Maria II com o príncipe D. Augusto de Leuchtenberg. Ao segundo casamento de D. Maria II com D. Fernando não pode assistir, por causa da sua avançada idade, mas os reis foram visitá-la a Benfica. Em 24 de Julho de 1833, o Duque da Terceira e o Marquês de Fronteira foram também visitá-la, apenas entraram em Lisboa. D. Maria II concedeu-lhe a banda da ordem de Santa Isabel. Era dama da Ordem da Cruz Estrelada, da Alemanha. Os títulos de 6.ª condessa de Assumar e 4.ª marquesa de Alorna foram renovados por decreto de 26 de Outubro de 1833. Súbdita respeitosa e obediente aos soberanos, era pouco afeiçoada à medicina, tendo por inúteis os remédios na sua idade. A filha D. Henriqueta lembrou-se de lhe falar em nome da rainha, para que tomasse os remédios que os médicos receitassem. Faleceu em 11 de Outubro de 1839 na Rua do Salitre da freguesia do Santíssimo Coração de Jesus de Lisboa, vinte dias antes de completar 89 anos de vida, invulgar longevidade para a época. Sabe-se que fez um testamento e que deixara por sua testamenteira a filha Henriqueta. Foi sepultada no dia seguinte em jazigo particular, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Obra. As obras da Marquesa de Alorna publicadas depois da sua morte são: Obras poeticas de D. Leonor d'Almeida, etc., conhecida entre os poetas portugueses pelo nome de «Alcippe». Lisboa, 1844, com o retrato da autora. Seis volumes. Tomo I: Noticia biographica da marqueza, seguida de outra notícia historica de seu esposo e conde de Oeynhausen; Poesias compostas no mosteiro de Chellas; Poesias escriptas depois da sahida do mosteiro de Chellas. Tomo II: Continuação das poesias lyricas, escriptas depois da sahida do mosteiro de Chellas. Tomo III: A primavera, tradução livre do poema das Estações de Thompson; os primeiros seis cantos do Oberon, poema de Wieland, traduzidos do alemão; Darthula, poema traduzido de Ossian; tradução de uma parte do livro I da llliada em oitava rima. Tomo IV: Recreações botanicas, poema original em seis cantos; O Cemiterio d'aldeia, elegia, imitada de Gray; O Eremita, balada imitada de Goldsmith; Ode, imitada de Fulvio Testi; Ode de Lamartine a Filinto Elysio, traduzida; Epistola a lord Byron, imitação da 2ª meditação de Lamartine; imitação da 28ª meditação do mesmo poeta, intitulada: Deus. Tomo V: Poetica de Horacio, traduzida com o texto; Ensaio sobre a crítica, de Pope com o texto; O rapto de Proserpina, poema de Claudiano em quatro livros com o texto. Tomo VI: Paraphrase dos cento e cinquenta salmos que compõem o Psalterio, em várias espécies de ritmo seguida da paráfrase do varino cânticos bíblicos e hinos da igreja. Parece que a paráfrase dos salmos não fora feita sobre a vulgata, mas sim sobre a versão italiana de Xavier Matthei. Uma parte do Psalterio já fôra publicada em vida da autora, num volume de 4º, impresso em Lisboa, em 1833. A outra parte saíra também anteriormente com o título: Paraphrase e varios psalmos, Lisboa, 1817; também haviam sido impressas em Londres em 8º grandes as traduções da Poetica de Horacio, e do Ensaio sobre a crítica, de Pope. Também foi publicada ainda em vida da autora: De Buonaparte e dos Bourbons; e da necessidade de nos unirmos aos nossos legitimos principes, para a felicidade da França e da Europa: por F. A. de Chateaubriand. Traduzido em linguagem por uma senhora portugueza, Londres, 1814; Ensaio sobre a indifferença em materia de religião: tradução de Lamennais, Lisboa, 1820, 2 tomos; Estudo biográfico, critico, a respeito da litteratura portugueza, de Romero Ortiz, de pag. 61 à 96, que saíra também na Revista de España, tomo IX; Elegia à morte de S. A. R. o principe do Brazil O sr. D. José, Lisboa. 1788. Descendência. Maria Regina de Oyenhausen de Almeida (Viena, morreu com um ano de idade), condessa de Oyenhausen; Frederica de Oyenhausen de Almeida (Viena, 1782-Pena, Outubro de 1847), condessa de Oyenhausen; Juliana Maria Luisa Carolina de Oyenhausen de Almeida (Viena, 1 de setembro de 1784 - São Petersburgo 14 de novembro de 1864). Casada em Lisboa em 1800 com Aires José Maria de Saldanha Albuquerque Coutinho Matos e Noronha, 2° Conde da Ega, alcaide-mor de Soure e de Guimarães, Gentil-Homem da câmara da Rainha D. Maria I e de D. João VI. Em 12 de Julho de 1827 casou em segundas núpcias com o Conde Grigory Alexandrovich Stroganoff, na cidade de Dresden, Alemanha; Carlos Frederico Oyenhausen de Almeida (Avignon, morreu jovem), Conde de Oyenhausen; Henriqueta de Oyenhausen de Almeida (Marselha, 3 de janeiro de 1789-Alcântara, 20 de março de 1860), condessa de Oyenhausen, dama camarista da Rainha D. Maria II; Luísa de Oyenhausen de Almeida (Lisboa, 1791), casada em Hampstead, em 13 de junho de 1812 com Heliodoro Jacinto Carneiro de Araújo, Fidalgo da Casa Real, do Conselho de Estado de D João VI, licenciado em medicina e cirurgia, professor da Escola de Medicina de Lisboa e diplomata; João Carlos Ulrico de Oyenhausen de Almeida (Lisboa, 31 de outubro de 1799 - Lapa, 14 de agosto de 1822), Conde de Oyenhausen na Austria, tenente coronel do Regimento de cavalaria n° 4, serviu nos Dragões de São Paulo, no Brasil. Comendador da Ordem de Cristo; Leonor Benedita de Oyenhausen de Almeida (Porto, 30 de novembro de 1780-Benfica, 18 de outubro de 1850), 7ª donataria de Assumar, 6ª administradora do morgadio de Vale de Nabais e herdeira de toda a casa de seus pais. Casou na Lapa, em 10 de novembro de 1799 com D. João José Luís Mascarenhas Barreto, 7° Conde da Torre de juro e herdade, 7° Conde de Coculim, 6° Marquês de Fronteira, 6° donatário de Fronteira e 6° do mordomado-mor de Faro. Vedor da Casa da Princesa D. Maria Francisca Benedita. Nome de Família. O apelido dos Condes de Assumar era Almeida Portugal, dado que o 1º Conde, D. Pedro de Almeida, descendia por seu avô paterno dos Almeida (Condes de Abrantes) e por sua avó paterna dos Portugal (Condes de Vimioso).
(1ª
Criação)-21 de Dezembro de 1466-D. Pedro Vaz de Melo-em vida-extinto
Conde da Atalaia
(2ª
Criação) 1583-D. Francisco Manuel de
Ataíde-juro e herdade-D. Luís Joaquim d'Orey Manuel.
Conde
de Atalaia é um título de nobreza de Portugal criado em 17 de Julho de 1583
pelo rei Filipe I de Portugal a favor de D. Francisco Manoel de Ataíde
Condes de Atalaia.
Condes de Atalaia.
Francisco
Manuel de Ataíde (m. 1624) foi um nobre português, 1º conde da Atalaia.
O
seu pai era Nuno Manuel, ou Nuno II Manoel, senhor de Salvaterra de Magos,
Tancos, Atalaia e Cimeira, alcaide-mor de Marvão. Filho de D. Fradique Manuel e
de D. Maria de Ataíde, era tetraneto do rei D. Duarte de Portugal. Casara com
D. Joana de Ataíde, filha de António de Ataíde, 1.º Conde da Castanheira e de
D. Ana de Távora. Em 1574 foi feito embaixador na França e acompanhou o rei D.
Sebastião de Portugal na campanha em África, morrendo na batalha de Alcácer
Quibir em 1578. De Joana de Ataíde, D. Nuno Manuel teve:
Fradique
(m. Alcácer Quibir, 1578)
Francisco
Manoel de Ataíde
António
(m. Índia, 1600)
João
Manuel de Ataíde (1570 - Lisboa, 1633), bispo de Viseu e de Coimbra, depois
arcebispo de Lisboa e vice-rei de Portugal.
Francisca,
casada com Manoel Mascarenhas, senhor de Gocharia
Maria,
abadessa
Madalena,
freira
Catarina,
freira
Ana,
freira
Eufrásia,
freira
Violante,
abadessa de Vila Longa
Francisco
Manoel de Ataíde foi feito 1.º conde da Atalaia em 17 de Agosto de 1583 por
carta de Filipe I de Portugal. Em 1466 um 1.º conde de Atalaia morrera sem
geração, ficando extinto o título, tendo regressado à Coroa as vilas de que era
senhor: Atalaia e Asseiceira. Casou a c. 1604, com Iria de Brito, filha de João
de Brito e Guiomar de Ataíde, viúva do 4.º conde da Feira. Teve um único filho,
Nuno, nascido em 1605, que morreu em Junho de 1619 de uma queda de cavalo, de
modo que o título passou para o seu irmão Pedro Manuel de Ataíde. Pedro Manuel
de Ataíde (m. Madrid, 26 de Agosto de 1628) foi um nobre português, 2.º conde
da Atalaia, desde 1624 até à sua morte. Serviu em 1591 na Índia, em 1600 foi
capitão-mor de uma armada que guardou as costas daquela região e foi governador
de Sofala. Regressou a Portugal em 1621 e foi nomeado vice-rei ou governador do
Algarve e mais tarde governador capitão-general de Tânger, onde residiu. Em
1626 foi-lhe confiada a defesa de grande parte do reino, pelo receio de uma
invasão. Casou com D. Maria de Meneses, filha de D. Álvaro de Meneses,
alcaide-mor de Arronches. Dela, teve a seguinte descendência:
António
Manuel de Ataíde (m. 1643), 3.º conde de Atalaia. Casou com D. Maria Filipa de
Távora de Meneses, filha de D. João de Meneses, comendador de Valada, sem
descendência. Foi sucedido pelo irmão na Casa de Atalaia mas não no condado.
Álvaro
Manuel (m. 1686), senhor de Tancos, Cisneiro e Águias, de Atalaia. Casou com D.
Inês de Lima e Távora, filha de D. Álvaro Pires de Távora, senhor do morgado da
Caparica. Tiveram um filho, D. Luís Manuel de Távora, que foi o 4.º conde de
Atalaia e duas filhas, D. Francisca e D. Maria Madalena de Noronha (m. 1707),
casada com António Luís de Sousa, marquês das Minas.
D.
António Manuel de Ataíde (?-1628-1643)
D.
Luís Manuel de Távora (1646-?-1706)
Luís
Manuel de Távora (28 de Dezembro de 1646-Alcántara, 16 de Abril de 1706), 4º
conde de Atalaia, foi um nobre e militar português. Foi do Conselho de Estado e
do Conselho de Guerra de D. Pedro II de Portugal, capitão de cavalaria, mestre
de campo de um terço de infantaria, tenente-general de cavalaria até à
reorganização do Exército em 1668. Serviu na guerra contra Espanha sob D.
Afonso VI de Portugal como tenente-general de cavalaria do Minho. Em 1670
acompanhou o seu cunhado António Luís de Sousa, marquês das Minas a Roma. Fez
parte da armada comandada pelo 1º visconde de Fonte Arcada que foi em socorro
da praça de Orão em 1675. Nomeado embaixador extraordinário a Saboia, no
regresso ao Reino, o seu navio foi atacado por seis navios piratas argelinos,
com os quais travou combate em que lhes causou danos, mas sofreu bastantes
ferimentos. Como recompensa de sua intrepidez e valentia, foi nomeado
governador da Torre de Belém. Durante a Guerra da Sucessão Espanhola esteve em
Badajoz em 1705, sitiando a cidade. Em 1706, estando a governar as armas no
Minho, teve de se incorporar no exército com que o marquês das Minas entrou em
Madrid. Esteve no combate de Brozas, onde salvou o generalíssimo português,
prestes a ser aprisionado, chegando com o exército português à vista de Alcántara
em 9 de Junho de 1706. António Luís de Sousa e diversos oficiais foram escolher
o local para instalar a artilharia, a fim de começar o ataque à praça. Quando
regressavam ao acampamento, uma bala feriu gravemente o conde de Atalaia, que
morreu horas depois. Casamentos e descendência. D. Luís casou-se pela primeira
vez em 1664 com D. Maria Madalena (ou Margarida) de Noronha de Sousa
(1643-1675), filha de Francisco de Sousa, 1.º marquês das Minas. Deste
casamento nasceram:
Pedro
Manuel de Ataíde (1665 - Viena de Áustria, 1722), 5.º conde de Atalaia
Francisco
(1668, morreu jovem)
Em
segundas bodas, desposou em c. 1676 D. Francisca Leonor de Mendoça da Câmara,
filha de Manuel Luís Baltazar da Câmara, 1.º Conde da Ribeira Grande. Deste
casamento teve abundante descendência:
João
Manuel de Noronha (1679 - Nápoles, 1761), 6º conde de Atalaia, 1º marquês de
Tancos
Manoel
(1680-1706), professor em Coimbra
José
I (1686-1720) sacerdote, 2º cardeal-patriarca de Lisboa
Miguel
(1689-1696)
Filipe
(1692)
Diogo
(1694-1738), cavaleiro de Malta
António
(1695-1726), sacerdote
Francisco
(1698-?), sacerdote
Eufrásia
(1671-1724)
Mécia
Teresa (1677-?), casada em 1707 com Xavier Pedro de Sousa
Inês
(1682-1683)
Maria
(n. 1683), morreu jovem
Teresa
Josefa (1688 - morta na Luz, onde sepultada), casou em Lisboa em 1703 com
Sancho de Faro e Sousa, conde de Vimieiro
Leonor
(n. 1693), freira
Teve
ainda dois filhos naturais:
João
(m. 1738), professor em Coimbra
Nuno
(1669-1743), sacerdote.
D.
Pedro Manuel de Ataíde (Viana do Castelo, 1665-Viena da Áustria 19 de Setembro
de 1722) foi um nobre português, 5.º conde da Atalaia desde 1706 até à sua
morte. Acompanhou o pai na embaixada a Saboia e foi capitão de infantaria,
donde passou para a armada que andava de guarda-costas. Em 1694 fugiu para a
França por se achar implicado na morte do corregedor do Bairro Alto com o 6.º
conde do Prado. Serviu como voluntário em várias campanhas da Guerra da
Sucessão Espanhola, no exército do duque de Villeroy. Voltou a Portugal em 1701
mas andou escondido, até que em 1704 serviu nas Armas do Minho, de que o pai
era governador. Depois se incorporou ao terço do seu irmão D. João Manuel, que
ia para a Beira. D. Pedro II de Portugal o perdoou logo ao começo desta
campanha, nomeou-o tenente-general da cavalaria do Minho e, com o exército
comandado por seu pai, foi juntar-se ao corpo expedicionário do tio, o marquês
das Minas, com quem entrou em Madrid e seguiu depois para a Catalunha. Distinguiu-se
na batalha de Almança, onde tomou o comando da ala direita. Pela saída do 1.º e
do 2.º comandante, ficou ele comandante-chefe do exército português da
Catalunha e, neste comando interino, entrou nas batalhas de Saragoça e
Villaviciosa, pelo que foi louvado pelo Arquiduque Carlos da Áustria e pelo
marechal Schomberg. Conservou a interinidade até 1713, ano em que ficou doente
em Barcelona. Como as forças portuguesas tivessem entrado ao serviço de Carlos
III da Espanha, o monarca concedeu-lhe as honras de Grande de Espanha, 1ª
classe. Continuou a servi-lo, elevado a Imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, e foi nomeado vice-rei da Sardenha, general da cavalaria de
Nápoles, governador de Castelnuovo, da mesma cidade, e do seu conselho. Casou
em Lisboa em 20 de Novembro de 1689 com D. Margarida Coutinho Teles da Silva
(m. Lisboa, 19 de Novembro de 1695), dama do Paço, filha do 1.º Marquês de
Alegrete. Dela teve um filho:
Luiz
Manuel (Lisboa, 1691 - 12 de Outubro de 1716). Capitão de cavalos na Catalunha
com o pai, coronel do regimento de infantaria do reino. Morreu assassinado.
Teve
também três filhos naturais:
Francisco,
sem descendência
Maria,
freira, sem descendência
Tereza,
sem descendência
Herdou
assim o título, seu irmão, João Manuel de Noronha. D. João Manuel de Noronha,
feito 1.º marquês de Tancos (1679-1722-1761). João Manuel de Noronha (6 de
Março de 1679). Nápoles, 19 de Janeiro de 1761) foi um nobre português, 6.º
conde de Atalaia desde 1722 até à sua morte e feito 1.º marquês de Tancos por
carta de 22 de Outubro de 1751. Filho do segundo casamento de Luís Manuel de
Távora, 4.º conde de Atalaia, com D. Francisca Leonor de Mendoça da Câmara, era
senhor de Atalaia, Tancos, Asseiceira, Vila Nova da Erra, Águias e mais lugares
da Casa de Atalaia. Foi também comendador de Santa Maria da Devesa, de Castelo
de Vide, Cabeceiras de Basto e São Pedro do Vale de Nogueira na Ordem de
Cristo, de Alpedriz na Ordem de Avis, de Santa Maria de Alcáçova na Ordem de
Santiago, e alcaide-mor de Marvão. Prestou serviços no Exército e na Armada,
sendo capitão de infantaria da armada e mestre-de-campo do terço de Caminha em
1702. Como o seu pai e o irmão, serviu na Guerra da Sucessão Espanhola e
atingiu os postos de general-de-batalha e mestre-de-campo general. Entrou nos
cercos de Alcántara e de Cidade Rodrigo e foi aprisionado na batalha de
Almanza. Em 1708 desmantelou Valência de Alcântara e tomou Miranda aos
espanhóis. Foi então governador ou capitão-general de Angola, governador das
armas na província do Alentejo, governador da Torre de Belém, do Conselho de
Estado e do da Guerra, mordomo-mor da rainha D. Mariana Vitória, tendo tido o
mesmo cargo junto da Princesa do Brasil, depois Maria I de Portugal. Herdou o
título de conde de Atalaia com a morte do seu irmão, e foi agraciado com o de
marquês de Tancos em 22 de Outubro de 1751. Casamentos e descendência. O seu
primeiro casamento foi em Lisboa, 1698, com D. Mariana (Bernarda ou Barbara) de
Noronha Coutinho Mascarenhas (m. 1701), filha de D. Joana Coutinho e de D.
Francisco Mascarenhas, irmão do 4.º conde de Santa Cruz, estribeiro-mor da
rainha D. Maria Sofia, capitão-general da Madeira. Dela, nasceu:
Joana
(1699), morreu jovem
Casou-se
em segundas núpcias a 23 de Janeiro de 1719 com D. Mecia de Rohan da Câmara (m.
21 de Junho de 1759), dama da rainha D. Maria Ana de Austria, filha do 2.º
conde da Ribeira Grande. Dela, teve:
Luís
(1720), morreu jovem
Constança
Manuel (1719-1791), que sucedeu em todos os senhorios, alcaidarias-mores e
comendas do seu pai, como 7.ª condessa da Atalaia, e 2.ª marquesa, depois
duquesa de Tancos.
D.
Constança Manuel, 2.ª marquesa e duquesa de Tancos (1700-1761-1791)
Constança
Manuel (1719-29 de Agosto de 1791) foi uma nobre portuguesa, 7.ª condessa de
Atalaia, 2.ª marquesa de Tancos desde 1761, e duquesa de Tancos desde 1790 até
à sua morte. Com a morte do seu pai João Manuel de Noronha, 6.º conde da
Atalaia e 1.º marquês de Tancos, sucedeu-lhe em todos os senhorios,
alcaidarias-mores e comendas. O título de condessa de Atalaia foi renovado por
D. João V de Portugal em carta de 2 de Fevereiro de 1746 e elevada a marquesa
por D. José I de Portugal por carta de 14 de Setembro de 1768. Casou em 8 de
Fevereiro de 1746 com o seu tio materno D. Duarte Antonio da Câmara (13 de
Outubro de 1693-29 de Junho de 1779), 5.º conde de Aveiras pelo seu primeiro
casamento com a 5.ª condessa de Aveiras, 2.º marquês de Tancos por este
casamento.
D.
Duarte era filho do 2.º conde da Ribeira Grande e serviu no exército como
voluntário no Alentejo desde 1709. Foi tenente-general, conselheiro de Guerra,
governador das Armas do Alentejo, depois da Estremadura, deputado da Junta dos
Três Estados, gentil-homem da casa do infante D. Francisco, veador da rainha D.
Maria Ana, gentil-homem da Câmara de El-Rei. O título de marquês foi tornado
extensivo ao marido por carta do dia do casamento, por D. João V, sendo-lhe
concedido acrescentamento por uma vida no título a 15 de Maio de 1777 por D.
Maria I. Da união nasceu uma filha em 5 de Outubro de 1753, D. Domingas Manuel
de Noronha, que lhe sucederia em todos os senhorios, alcaidarias-mores e
comendas. Enviuvando, foi camareira-mor da rainha D. Maria I de Portugal e
elevada, em virtude dessa circunstância, a duquesa de Tancos, por carta de 22
de Abril de 1790.
Domingas
Manuel de Noronha (5 de Outubro de 1753-27 de Março de 1827) foi uma nobre
portuguesa, 8.ª condessa da Atalaia e 3.ª Marquesa de Tancos desde 1791 até à
sua morte, e condessa de Vimioso por casamento. Sucedeu em todos os senhorios,
vínculos, alcaidarias-mores, comendas e padroados da Casa da sua mãe, em cuja
sucessão foi também camareira-mor da rainha D. Maria I de Portugal. De um primeiro
casamento em 1768 com D. Francisco José Miguel de Portugal e Castro, 10.º conde
de Vimioso, não teve descendência. Casou em segundas núpcias em 24 de Outubro
de 1774 com D. Antonio Luís de Meneses (Lisboa, 8 de Janeiro de 1743-15 de Maio
de 1807), filho do 4º Marquês de Marialva, feito conde da Atalaia e marquês de
Tancos por casamento. Tinha assentado praça de cadete em 1774 e foi promovido a
tenente em 1776 e capitão em 1777. Foi também tenente da Torre de Belém,
coronel comandante do regimento de Cavalaria do Cais e marechal-de-campo em
1801. Foi Gentil-Homem da Câmara de D. Pedro III de Portugal e de D. João,
Príncipe do Brasil. Recebeu pelos seus serviços mercês de mouchões e capelas
que enriqueceram o patrimônio da Casa Atalaia no Ribatejo. Foram sucedidos pelo
seu filho D. Duarte Manuel de Meneses e Noronha, como 4.º marquês de Tancos e
9.º conde da Atalaia.
D.
Duarte Manuel de Meneses e Noronha, 4.º marquês de Tancos (1775-1827-1833)
Duarte
Manuel de Meneses e Noronha (8 de Setembro de 1775-Coimbra, 18 de agosto de
1833) foi um nobre português, senhor da casa dos seus pais, 9.º conde de
Atalaia e 4.º marquês de Tancos. Filho de António Luís de Meneses e Domingas
Manuel de Noronha, condessa da Atalaia e marquesa de Tancos, D. Duarte Manuel
seguiu a carreira das armas, em que chegou ao posto de tenente-general
graduado. Dedicado partidário de D. Miguel de Bragança, foi ministro de Estado.
Casou em 1806 com D. Leonor Maria da Silva (1784-1815), filha do 2º marquês de
Vagos. Morreu de cólera em 18 de Agosto de 1833. O seu filho e sucessor, D.
António Manuel de Noronha, foi o 10.º conde de Atalaia mas jamais marquês de
Tancos, como miguelista.
D.
António Manuel de Noronha (1803-1833-1886)
D.
Duarte Manuel de Meneses e Noronha, 5.º marquês de Tancos (1827-1833-1906)
D.
Diogo Manuel de Noronha, 6.º marquês de Tancos (1859-1906-1929)
Conde de Atouguia
17
de Dezembro de 1448-D. Álvaro Gonçalves de Ataíde-juro e herdade-extinto.
O título de Conde de Atouguia foi um título nobiliárquico de Portugal. Foi criado em 17 de Dezembro de 1448 por D. Afonso V a favor de D. Álvaro Gonçalves de Ataíde (c. 1390 - 1452), pelos serviços militares prestados. O título esteve sempre associado à família Ataíde. Jerónimo de Ataíde, 11.º Conde de Atouguia, bisneto do 2.º Marquês de Távora e casado com uma filha do 4.º Marquês de Távora, foi envolvido no processo dos Távora. Considerado culpado foi preso, executado, os seus bens confiscados e a sua Casa e títulos extinta. Posteriormente, a rainha D. Maria I e o rei D. Pedro III exoneraram toda a família de quaisquer culpas, à excepção do Duque de Aveiro. O título não voltou, no entanto, a ser renovado, encontrando-se a sua representação nos Marqueses da Ribeira Grande.
O título de Conde de Atouguia foi um título nobiliárquico de Portugal. Foi criado em 17 de Dezembro de 1448 por D. Afonso V a favor de D. Álvaro Gonçalves de Ataíde (c. 1390 - 1452), pelos serviços militares prestados. O título esteve sempre associado à família Ataíde. Jerónimo de Ataíde, 11.º Conde de Atouguia, bisneto do 2.º Marquês de Távora e casado com uma filha do 4.º Marquês de Távora, foi envolvido no processo dos Távora. Considerado culpado foi preso, executado, os seus bens confiscados e a sua Casa e títulos extinta. Posteriormente, a rainha D. Maria I e o rei D. Pedro III exoneraram toda a família de quaisquer culpas, à excepção do Duque de Aveiro. O título não voltou, no entanto, a ser renovado, encontrando-se a sua representação nos Marqueses da Ribeira Grande.
Condes
de Atouguia (1448).
Titulares;
Álvaro
Gonçalves de Ataíde (c.1390-1452)
Dom
Álvaro Gonçalves de Ataíde (ca. 1390-1452), 1º Conde de Atouguia era filho de
Martim Gonçalves de Ataíde, alcaide-mor de Chaves, e de Dona Mécia Vasques
Coutinho, aia dos Infantes da Ínclita Geração, filhos de D. João I. Foi figura
proeminênte da Corte nos governos do Regente D. Pedro, Duque de Coimbra e de D.
Afonso V. Em 1448, D.Álvaro Gonçalves de Ataíde alinhou no partido do Rei e do
Duque de Bragança contra o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra, que terminou na
Batalha de Alfarrobeira a 20 de Maio de 1449. Sendo aio do Rei D. Afonso V, a
sua posição privilegiada junto do monarca granjeou-lhe o título de Conde de
Atouguia em 1448. Foi ainda Alcaide dos Castelos de Atouguia, Vinhais, Monforte
de Rio Livre e Coimbra. Em 1445 armou uma das 26 caravelas que se destinavam à
Guiné, da qual era capitão João de Castilha, diz «Nobreza de Portugal», tomo II, página 331: «juntamente com uma caravela de Picanço e outra de Tavira, esteve em
Palma e na Gomeira, onde realizou proezas com ajuda de dois capitães, Bruco e
Piste, que ali residiam e se tornaram serviçais do Infante». Foi cavaleiro
da Ordem da Espada e aio de D. Afonso V de Portugal. Casamento e descendência, casou
com Dona Guiomar de Castro, que foi aia da Infanta Dona Leonor, depois
imperatriz da Alemanha, filha de Dom Pedro de Castro, senhor de Cadaval, e sua
mulher Dona Leonor Teles de Menezes. Foi-lhe concedido o título de conde de
Atouguia com doação e jurisdição desta vila, por carta de 17 de dezembro de
1448, de Afonso V. Seu filho Dom Martinho de Ataíde foi o 2º conde. Martinho de
Ataíde, filho do 1º conde de Atouguia, foi-lhe confirmado o título de 2º conde
de Atouguia por carta de Afonso V de Portugal datada de 14 de fevereiro de
1452. Foi do conselho de Afonso V, capitão-mor dos reinos de Portugal e dos
Algarves, alcaide-mor de Coimbra em 10 de fevereiro de 1452. Casou duas vezes: A
1.ª com D. Catarina de Castro, viúva de D. Álvaro Vaz de Almada (conde de
Abranches). Sem geração. Mais tarde volta a casar, a 2.ª vez, com Dona Filipa
de Azevedo, filha de Luís Gonçalves Malafaia, vedor da Fazenda. Nasce, dessa
2.ª união:
2 - D. João de Ataíde, seu filho, que casou com D. Brites da Silva, filha do 1º conde de Penela, não sucedeu no título nem na Casa, porque depois de viúvo ainda em vida do pai, se meteu a frade na Ordem de São Francisco, na qual viveu santamente, segundo Nobreza de Portugal, Tomo II, página 331, e morreu em 1507. Seu filho D. Afonso de Ataíde herdou a casa do avô e foi 3º senhor da vila de Atouguia, sem ter o título de conde. Foi alcaide-mor de Coimbra e serviu em África e esteve em Alcácer-Quibir. Casou com D. Maria de Magalhães, filha de Fernão Lourenço da Mina. Seu 2º filho D. Luís de Ataíde (1517-1580 em Goa) foi o 3º conde de Atouguia, e Vice-rei da Índia. Seu primogénito, D. Martim Gonçalves de Ataíde, morreu na tomada da Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué, em 12 de Março de 1541. 2 - D. Isabel da Silva, 2ª esposa de Simão Gonçalves da Câmara (morto em 1530), 3º capitão donatário do Funchal, senhor das vilas de Ponta do Sol e Calheta, e das Ilhas Desertas e Porto Santo. Seu filho Luís Gonçalves de Ataíde, capitão de Ceuta, senhor das Ilhas Desertas, casado com Violante da Silva. Seu filho, o 4º conde de Atouguia, João Gonçalves de Ataíde.
2 - D. João de Ataíde, seu filho, que casou com D. Brites da Silva, filha do 1º conde de Penela, não sucedeu no título nem na Casa, porque depois de viúvo ainda em vida do pai, se meteu a frade na Ordem de São Francisco, na qual viveu santamente, segundo Nobreza de Portugal, Tomo II, página 331, e morreu em 1507. Seu filho D. Afonso de Ataíde herdou a casa do avô e foi 3º senhor da vila de Atouguia, sem ter o título de conde. Foi alcaide-mor de Coimbra e serviu em África e esteve em Alcácer-Quibir. Casou com D. Maria de Magalhães, filha de Fernão Lourenço da Mina. Seu 2º filho D. Luís de Ataíde (1517-1580 em Goa) foi o 3º conde de Atouguia, e Vice-rei da Índia. Seu primogénito, D. Martim Gonçalves de Ataíde, morreu na tomada da Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué, em 12 de Março de 1541. 2 - D. Isabel da Silva, 2ª esposa de Simão Gonçalves da Câmara (morto em 1530), 3º capitão donatário do Funchal, senhor das vilas de Ponta do Sol e Calheta, e das Ilhas Desertas e Porto Santo. Seu filho Luís Gonçalves de Ataíde, capitão de Ceuta, senhor das Ilhas Desertas, casado com Violante da Silva. Seu filho, o 4º conde de Atouguia, João Gonçalves de Ataíde.
Luís
de Ataíde (1517-1580) bisneto do anterior, conde por carta de 14 de fevereiro
de 1452 (?!), 10º Vice-Rei da India
D.
Luís de Ataíde, 3.º conde de Atouguia e primeiro e único marquês de Santarém,
(1517 - 10 de março de 1580 em Goa). Filho segundo de D. Afonso de Ataíde e de
sua mulher D. Maria de Magalhães, era bisneto do 2º conde de Atouguia, D.
Martinho de Ataíde. Foi governador-geral da Índia Portuguesa e Vice-Rei da
Índia Portuguesa (entre 1568 a 1571 e 1578 a 1581). Fez armas na África,
segundo «Nobreza de Portugal», tomo
II, página 332, e, passando ao Oriente, participou da expedição de D. Estêvão
da Gama ao Mar Vermelho e foi armado cavaleiro por ele na igreja de Santa
Catarina do Monte Sinai. Regressando ao Reino, foi enviado à corte de Carlos V
e tomou parte em sua expedição contra os luteranos. Regressando, manteve-se
estranho às lutas políticas que se seguiram à morte de D. João III de Portugal
a respeito da Regência. Quando D. Sebastião tomou o governo, foi nomeado 10º
Vice-Rei da India em março de 1568. Biografia. Na Índia. Partiu a 7 de abril e
chegou a Goa em 10 de setembro de 1568. Tratou logo de «introduzia a disciplina nos serviços e manter domínio do mar, para o
que fez os maiores sacrifícios, a fim de organizar esquadras que protegessem o
comércio e mantivessem rigor na tributação sobre a navegação dos locais. Fez
sufocar a revolta de Baticala por uma frota sob o comando de Afonso Pereira de
Lacerda. Encarregou Martim Afonso de Miranda da polícia da costa do Malabar,
com 20 navios. Fez dar caça aos
corsários, reprimir excessos dos malabares e atacar as forças do Samorim por D.
Diogo de Meneses. Para garantir a segurança da navegação, conquistou em 1569 as
praças de Onor e de Bracelor, cujos portos eram centro de piratas.» Conseguiu
mudar os negócios da India, e os príncipes indígenas se aliaram para expulsar
os portugueses. «Ao Hidalcão, que
marchava sobre Goa, deveriam ficar pertencendo esta cidade, Onor e Bracelor; ao
Nizam Melek, caberiam Chaul, Damão e Baçaim; Diu ficaria para o sultão de
Cambaia,» mesmo emvolto em outras campanhas. Cercado em Goa por numeroso
exército do Hidalcão, D. Luís de Ataíde conseguiu enviar socorro a Chaul e
operar sortidas amiudadas. O Nizam Melek, depois de um grande ataque a Chaul em
29 de junho de 1571, levantou o cerco de Goa. D. Luís demorou as negociações de
paz, deixando a seu sucessor o trabalho de as concluir e voltou para Portugal
em 6 de janeiro de 1572, terminado seu tempo de governo. Lisboa. Com o
prestígio alcançado, chegou ao Tejo em 3 de julho do mesmo ano, entrou solenemente
em Lisboa e foi conduzido debaixo do pálio da Sé à igreja de São Domingos, a
direita do Rei. Como todos os fidalgos ajuizados, reprovou os projetos
marroquinos do rei. Escusou-se, quando convidado a chefiar a expedição. Foi
então de novo nomeado vice-rei da India, o 12º e para lá partiu em 16 de
outubro de 1577 com três naus. O título de conde de Atouguia, o 3.º, lhe foi
concedido por carta de D. Sebastião de Portugal em 4 de setembro de 1577.
Marquês
de Santarém, foi um título criado em 1580 pelo rei Filipe I de Portugal (II de
Espanha). Outra vez na India. Invernando em Moçambique, chegou a Goa em 31 de
agosto de 1578, recebendo o governo de D. Diogo de Meneses. Negociou a paz com
o Hidalcão, que a havia rompido, assegurou domínio onde havia pontos de sedição
e refreou os excessos da alçada eclesiástica, que provocavam a emigração dos
indígenas. Faleceu pouco depois de ter recebido no Oriente notícias do desastre
de Alcácer Quibir, da morte do cardeal-rei e do domínio filipino. Seu cadáver
foi depositado na igreja dos Reis Magos em Goa, e trasladado mais tarde para o
convento do Bom Jesus em Peniche, do qual era donatário. Aquando a ruína do
convento, os seus restos mortais foram transferidos para a igreja de Nossa
Senhora da Ajuda. Actualmente, o seu túmulo encontra-se na Igreja da
Misericórdia de Peniche. Casamentos. Casou três vezes mas não teve geração
masculina:
1
- Com D. Joana de Távora Vilhena, filha de Luís Álvares de Távora, 13.º senhor de
Mogadouro, e de D. Filipa de Vilhena;
2
- Com D. Maria de Noronha, filha do 4.º conde de Odemira;
3
- Com sua sobrinha D. Isabel de Meneses, filha de Tristão da Cunha, comendador
de S. Pedro de Torres Vedras, e de sua irmã D. Helena de Ataíde. A viúva professou
nas freiras descalças da Madre de Deus, em Lisboa. A linha feminina faria
recair o título em D. João Gonçalves de Ataíde, fidalgo da Casa real, neto de
Simão Gonçalves da Câmara, capitão donatário da ilha da Madeira, e de sua 2a
mulher D. Isabel da Silva, filha de D. João de Ataíde, conde de Atouguia.
Passou-se assim: quando morreu, sucedeu na Casa (mas não no título) seu irmão
D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, já velho. Era comendador de Santa Maria de
Escalhão, casado com sua sobrinha D. Isabel da Silva, filha de seu primo Luís
Gonçalves de Ataíde, senhor das Ilhas Desertas, e de sua irmã D. Violante da
Silva, sem sucessão. O filho destes, Luís Gonçalves de Ataíde, capitão de
Ceuta, senhor das Ilhas Desertas, e comendador de Adaúfe na Ordem de Cristo,
casou com Dona Violante da Silva, filha de Francisco Carneiro, secretário do
rei D. João III de Portugal, capitão donatário da Ilha do Príncipe, e de Dona
Mécia da Silveira. O 4º conde de Atouguia será o filho deste casal, João
Gonçalves de Ataíde. João Gonçalves de Ataíde (c.1560-1628), 2º primo do
anterior. Quando morreu sem geração masculina o 3º conde de Atouguia, D. Luís
de Ataíde, que descendia de um bastardo do Rei D. Duarte de Portugal, ficou
extinta a linha, e recaiu pela linha feminina em D. João Gonçalves de Ataíde. A
filha de D. Luís, D. Isabel da Silva, tinha casado com Simão Gonçalves da
Câmara, capitão donatário da ilha da Madeira. D. João herdou assim o título por
sua avó. O 4º conde de Atouguia era fidalgo da Casa Real, e herdou a casa. Assim,
a casa de Atouguia passou da varonia de Ataíde para a varonia de Câmara, com
princípios em João Gonçalves Zarco, descobridor da ilha da Madeira em 1419,
capitão donatário da cidade do Funchal, criado do infante D. Henrique, de quem
foi muito estimado, e dos reis do seu tempo pelo seu valor e bom nascimento.
Era casado com D. Constança Rodrigues de Sá, filha de Rodrigo Anes de Sá,
rico-Homem, alcaide-mor de Gaia, embaixador em Roma. Foram trisavós da varonia
de João Gonçalves de Ataíde, o 4º conde de Atouguia. Filipe I, em 1588,
confirmou a este fidalgo a posse da casa de juro a herdade, e lhe deu com as
ilhas Berlengas e Baleal, hoje ligada à terra firme. Em 1592 o mesmo soberano
lhe confirmou o castelo, pescaria e a comenda de Arguim, que fora de seu cunhado
Diogo de Miranda. Foi comendador de Ataúfe na Ordem de Cristo e gentil-homem da
câmara do rei. Casou-se com D. Mariana de Castro, filha e herdeira de Martim
Afonso de Miranda, guarda-mor, e camareiro-mor do cardeal infante D. Henrique,
alcaide-mor de Monte Agraço, e de Dona Joana de Lima. Mariana morreu em 25 de
maio de 1632, dama da Infanta D. Isabel. Tivera diversos filhos, entre eles, D.
Luís de Ataíde, morto em 1639, 5º conde de Atouguia. Luís de Ataíde,
(c.1570-1639), grande figura da Revolução de 1640
Jerónimo
de Ataíde (? - 16 de Agosto de 1665), filho do anterior
Manuel
Luís de Ataíde (c.1640-1665), filho mais velho do anterior
Luís
Peregrino de Ataíde, meio-irmão do anterior
Dom
Luís de Ataíde foi o quinto conde de Atouguia. Era filho de D. João Gonçalves
de Ataíde.
4º Conde de Atouguia e de Mariana de Castro. Morto em 1639, foi senhor de Peniche, Monforte, Vinhais, Sernache, Lomba e Ilha Deserta, capitão-mor de Leiria e comendador de Santa Maria de Olivença. Casou com D. Filipa de Vilhena (morta em Lisboa em 1º de abril de 1651) filha e herdeira de D. Jerónimo Coutinho, nomeado vice-rei da Índia, que não aceitou a nomeação; conselheiro de Estado e presidente do Desembargo do Paço, e de sua esposa D. Luísa de Faro. Já viúva, resoluta e briosa, teve conhecimento dos preparativos da revolução de 1º de dezembro de 1640, e aconselhou a seus filhos aderir e partilhar os perigos de seus irmãos em fidalguia e em nacionalidade. Seu filho caçula foi D. Francisco Coutinho, a quem a mãe armou cavaleiro, enviando-o a combater pela independência. O primogênito, D. Jerónimo de Ataíde, tornou-se o 6º conde de Atouguia.
4º Conde de Atouguia e de Mariana de Castro. Morto em 1639, foi senhor de Peniche, Monforte, Vinhais, Sernache, Lomba e Ilha Deserta, capitão-mor de Leiria e comendador de Santa Maria de Olivença. Casou com D. Filipa de Vilhena (morta em Lisboa em 1º de abril de 1651) filha e herdeira de D. Jerónimo Coutinho, nomeado vice-rei da Índia, que não aceitou a nomeação; conselheiro de Estado e presidente do Desembargo do Paço, e de sua esposa D. Luísa de Faro. Já viúva, resoluta e briosa, teve conhecimento dos preparativos da revolução de 1º de dezembro de 1640, e aconselhou a seus filhos aderir e partilhar os perigos de seus irmãos em fidalguia e em nacionalidade. Seu filho caçula foi D. Francisco Coutinho, a quem a mãe armou cavaleiro, enviando-o a combater pela independência. O primogênito, D. Jerónimo de Ataíde, tornou-se o 6º conde de Atouguia.
Jerónimo
Casimiro de Ataíde (? - 30 de Novembro de 1720), filho do anterior. Casado com
Mariana Teresa de Távora, filha do 2.º Marquês de Távora
Luís
Peregrino de Ataíde (16 de Outubro de 1700 — 1758), filho do anterior. 6º
Vice-rei do Brasil
Jerónimo
de Ataíde (14 de Julho de 1721-13 de Janeiro de 1759), filho do anterior.
Casado com Mariana Bernarda de Távora, filha do 4.º Marquês de Távora. Executado
Manuel
Luís de Ataíde (c.1640-1665), filho mais velho do anterior
Manuel
Luís de Ataíde, 7.º conde de Atouguia, morto em 12 de outubro de 1665, foi
filho do primeiro casamento do 6.º conde.
Tenente-general
de cavalaria do Alentejo, foi gravemente ferido na batalha de Montes Claros, no
meio de uma brilhante carga de cavalaria, portando-se com o maior heroísmo s].
Das consequências do ferimento veio a morrer quatro meses depois. Era casado
com D. Vitória de Bourbon e não deixou descendência. Sucedeu-o seu meio-irmão,
D. Luís Peregrino de Ataíde, como 8.º conde.
Luís
Peregrino de Ataíde, meio-irmão do anterior
Luís
Peregrino de Ataíde foi o 8º conde de Atouguia, filho do 2º casamento do 6º
conde. Morreu assassinado em 6 de outubro de 1689. Casou com D. Margarida de
Vilhena, filha do 3º conde do Sabugal, e já viúva do 4º conde de Miranda do
Corvo.
Foi
sucedido pelo 9º conde, seu filho D. Jerónimo Casimiro de Ataíde.
Jerónimo
Casimiro de Ataíde (? - 30 de Novembro de 1720), filho do anterior. Casado com
Mariana Teresa de Távora, filha do 2.º Marquês de Távora
Jerónimo
Casimiro de Ataíde, 9º conde de Atouguia, filho do 8º conde, morreu em 30 de
setembro de 1720.
Casou em 12 de junho de 1694 com D. Mariana Teresa de Távora, filha do 2º Marquês de Távora. Seu filho, Luís Peregrino de Ataíde, seria o 10º conde de Atouguia.
Luís
Peregrino de Ataíde (16 de outubro de 1700 - 1758), era filho de D. Jerónimo
Casimiro de Ataíde, 9º conde de Atouguia, e de D. Mariana Teresa de Távora,
filha do 2.º Marquês de Távora. O título lhe foi confirmado por D. João V de
Portugal, por carta de 11 de março de 1713. Era senhor das vilas de Peniche,
Atouguia, Sernache, Monforte, Vilhães, Lomba, e Paço da Ilha Deserta,
comendador das comendas de Santa Maria de Adaúfe, e Vila Velha de Ródão, na
Ordem de Cristo. Foi fidalgo da Casa Real, governador e capitão-general do
reino do Algarve, foi vice-rei do Brasil e viveu na Bahia, nomeado em 1749, até
1755. Foi do conselho de el-R D. João V de Portugal. Durante seu governo,
Portugal cedeu à Espanha a margem esquerda do rio da Prata, onde havia fundado
a colônia do Sacramento. Reorganizou as unidades militares e regulamentou o
trabalho nas minas de ouro e nas casas de fundição. Diz «Nobreza de Portugal»,
Tomo II, página 226, que como tardassem em lhe conceder demissão, entregou o
governo a uma Junta Provisória de que faziam parte o Arcebispo da Bahia, D.
José Botelho de Matos, o provedor da Fazenda, Manuel António da Cunha
Soto-Maior, e o Coronel Lourenço Monteiro. Casou em 30 de janeiro de 1720 com
D. Clara de Assis Mascarenhas, filha de D. Fernando Mascarenhas, Conde de
Óbidos, meirinho-mor, e de D. Brites de Mascarenhas. Seu filho D. Jerónimo de
Ataíde o sucedeu como 11º conde de Atouguia.
Jerónimo
de Ataíde (14 de Julho de 1721-13 de Janeiro de 1759), filho do anterior.
Casado com Mariana Bernarda de Távora, filha do 4.º Marquês de Távora.
Executado Jerónimo de Ataíde, nascido em 14 de julho de 1721 morreu supliciado
em Belém em 13 de janeiro de 1759. Foi o 11º conde de Atouguia. Acusado de
cumplicidade no crime dos Távoras, em Setembro de 1758. Era casado com Mariana
Bernarda de Távora, filha do marquês de Távora. Foi envolvido na conspiração
contra o rei José I de Portugal, de que era acusada a família da mulher, que
seria amante do rei. Preso com os outros réus, inclusive e principalmente o
duque de Aveiro, foi levado para a prisão intitulada Pátio dos Bichos, em
Belém, dali saiu para o patíbulo. Teve seu bens confiscados, a casa demolida e
picado o brasão, o qual se compunha de quatro bandas de prata em campo azul,
tendo por timbre uma onça azul bandada de prata, como que saltando. O Príncipe
Regente João, mais tarde João VI de Portugal, em 20 de fevereiro de 1800
perdoou a pena legal em que se achava incurso Luís de Ataíde e seus dois
irmãos, que eram filhos do 11º conde de Atouguia. Reconheceu-os como cidadãos
inocentes e determinou que o Desembargo do Paço o fizesse executar, declarando
que para poderem viver com decência no seu novo estado tinha dado providências
por outra repartição. Mas ainda em 1822 não havia notícia naquele Tribunal nem
no Erário, apesar de terem a concessão, por dois decretos de Maria I de
Portugal, de 50$000 réis anuais. O condado foi extinto e a representação da
casa está na casa do conde da Ribeira Grande. Armas. As armas dos Ataíde condes
de Atouguia eram: de azul, com quatro bandas de prata. Timbre: uma onça azul,
bandada de prata Estas armas encontram-se no Livro do Armeiro-Mor (fl 49v), no
Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (fl 9v), no Thesouro de Nobreza (fl
25r), etc. Encontram-se tambem na Sala de Sintra.
Condes de Aveiras
24
de Fevereiro de 1640-João da Silva Telo de Meneses-juro e herdade-Maria Mafalda
da Silva de Noronha Wagner.
O título de Conde de Aveiras foi instituído por carta do Rei Filipe III de 24 de fevereiro de 1640 a favor de João da Silva Telo e Meneses. Dom Francisco da Silva Telo e Meneses, 6.º Conde de Aveiras foi feito Marquês de Vagos, título que sucedeu a este, que desde então passou a ser usado pelos herdeiros presuntivos dos Marqueses de Vagos.
O título de Conde de Aveiras foi instituído por carta do Rei Filipe III de 24 de fevereiro de 1640 a favor de João da Silva Telo e Meneses. Dom Francisco da Silva Telo e Meneses, 6.º Conde de Aveiras foi feito Marquês de Vagos, título que sucedeu a este, que desde então passou a ser usado pelos herdeiros presuntivos dos Marqueses de Vagos.
Condes
de Aveiras.
João
da Silva Telo e Meneses, 1.º Conde de Aveiras (cerca de 1600-Moçambique, 1651)
foi um nobre e militar português. Em 1623, foi nomeado Governador de Mazagão.
Em 1625, esteve em Salvador, na Guerra da Restauração. Nomeado em 1640 como
25.º Vice-rei da Índia, onde ficou até 1644. No regresso à Portugal, foi feito
Regedor das Justiças. Chegou a ser novamente nomeado Vice-rei da Índia, em
1651, mas morreu a caminho, em Moçambique. Foi membro do Conselho de Estado e
Guerra do Rei Dom Filipe III, e do Rei Dom João IV. Era Comendador de Arouca na
Ordem de Cristo, e de Moguelas na Ordem de Santiago.
Luís
da Silva Telo de Meneses
João
da Silva Telo de Meneses
Luís
da Silva Telo e Meneses
Duarte
António da Câmara, 2.º Marquês de Tancos;
Duarte António da Câmara, 5º conde de Aveiras por seu casamento, casou depois com sua sobrinha D. Constança Manuel (morta em 1791) filha de sua irmã D. Mécia de Rohan, dama da Rainha D. Maria Ana de Áustria, casada em 1719 com D. João Manuel de Noronha (1679-1761), 6º conde da Atalaia e 1º Marquês de Tancos. Filho do 2º conde da Ribeira Grande, nasceu em 13 de outubro de 1693 e morreu em 29 de junho de 1779. Casou em 13 de junho de 1720 com D. Inês Joaquina Ana Antónia Isabel da Hungria da Silva Telo de Meneses, 5ª condessa de Aveiras, senhora e herdeira de toda a casa, senhorios, vínculos e padroados da casa que administrava seu pai, o 4º conde de Aveiras, D. Luís da Silva Telo de Meneses (1682-1741) casado desde 1700 com D. Maria Inácia de Távora, filha do 1º conde de Alvor, de quem tivera duas filhas, uma cedo morta. Casou em 8 de fevereiro de 1746 com sua sobrinha, D. Constança Manuel, 7ª condessa de Atalaia e 2ª Marquesa e Duquesa de Tancos. Serviu desde 1709 ao Exército no Alentejo como voluntário. Foi tenente-general, conselheiro de Guerra, governador das Armas do Alentejo, depois da Estremadura, deputado da Junta dos Três Estados, gentil-homem da casa do Infante D. Francisco, Duque de Beja, vedor da Rainha D. Maria Ana de Áustria, gentil-homem da Câmara de El-Rei, etc. O título de marquês de Tancos lhe foi tornado extensivo por carta de 8 de fevereiro de 1746, dia do casamento, por D. João V de Portugal, sendo-lhe concedido acrescentamento de uma vida no título por carta de 15 de maio de 1777 por D. Maria I de Portugal.
D.
Nuno da Silva Telo e Meneses Corte-Real, 2.º marquês de Vagos.
D.
Joana Maria Silva Telo e Meneses Corte-Real, 3.ª marquesa de Vagos.
D.
Maria José da Silva Telo de Meneses e Noronha, 4.ª marquesa de Vagos.
D.
José Maria da Silva Telo Corte Real e Noronha, 5.º marquês de Vagos.
D.
Nuno Paulo da Silva Telo de Noronha, 6.º marquês de Vagos.
Conde de Avintes
17
de Fevereiro de 1664-D. Luís de Almeida-juro e herdade-D. Luís Maria de Almeida
Condes
de Avintes. Titulares.
D.
Luís de Almeida (1610-1671), 1.° Conde de Avintes.
D.
Luís de Almeida ou D. Luís de Almeida Portugal, foi o primeiro conde de
Avintes. Morto em 1671, era filho de D. António de Almeida, comendador de S.
Martinho de Lardosa, na Ordem de Cristo, e de sua mulher D. Madalena de Ataíde.
Biografia. Depois de ser mestre-de-campo de um terço de infantaria na Guerra da
Restauração, foi para o Brasil como mestre-de-campo da armada de que era
almirante D. Luís da Silva Teles enviada a socorrer a Bahia, onde chegou a 22
de dezembro de 1647. Governador e capitão-general do Rio de Janeiro, de
fevereiro de 1652 a 1658. Governou na sucessão de Sebastião de Brito Pereira.
Quando da morte deste governador, a 20 de julho de 1651, tomou posse
interinamente o mestre de campo Antônio Galvão. D. Luís, com patente expedida
em 7 de Setembro de 1651, tomou posse das mãos de Galvão a 3 de abril de 1652. Segundo
o historiador carioca Vivaldo Coaracy em seu livro «O Rio de Janeiro no século 17», página 144, «durante o período de sua administração, atravessou o Rio de Janeiro
talvez a fase mais aguda da crise econômica que a instituição da Companhia de
Comércio viera agravar.» Um dos primeiros atos do governador «foi solicitar da Câmara recursos para pagar
os soldos da guarnição que, como de costume, se achavam em grande atraso.
Responderam os oficiais da Câmara, expondo a impossibilidade em que se
encontravam de concorrer para a medida solicitada, em face da situação aflitiva
e praticamente de penúria a que se achava reduzida a população».
Ninguém ainda esquecera dos sacrifícios da cidade por ocasião da expedição nela levantada por Salvador Correia de Sá e Benevides, que fora libertar Angola, e regressou ao Rio, brevemente em 1651, pois já em 1653 estava na Corte em Lisboa. D. Luís foi forçado a se dirigir à Câmara em 9 de agosto de 1653, pois desde o governo de Constantino Menelau no Rio circulava o açúcar como moeda, dada a escassez de numerário. Não podia pagar à tropa em açúcar e sugeria que a Câmara o distribuísse «pelas pessoas que nesta praça têm dinheiro, obrigando-as a que o comprem como fazenda de Sua Majestade.» Em resposta, de 30 de agosto, a Câmara recordou-lhe que recentemente concorrera com sete mil cruzados, mas era agora impossível atender à sugestão do governador porque o açúcar se achava sem valore que «as pessoas que só se acham com dinheiro nesta Cidade são os mesmos Mestres e Capitães dos navios que neste porto estão para irem para o Reino (....) pois que pela arrecadação dos quatro gêneros, de que se faz todo o dinheiro, eles somente o recolheram, como há muito tempo a esta parte têm recolhido grande cópia.» No final, a Câmara sugeria que se dirigisse aos administradores da Companhia Geral do Comércio, obrigando-os a comprar o açúcar da Real Fazenda para obter o dinheiro dos soldos. D. Luís a eles se dirigiu mas sua proposta não foi aceite. Em carta de 13 de setembro, o governador voltou à Câmara para expor a recusa da Companhia, avisando-a de que enviaria a carta de recusa ao rei e sugerindo que a Câmara também representasse à Coroa, pedindo remédio às causas desta miséria. Dada a atitude da Câmara, D. Luís concedeu por sua própria autoridade licença para a saída de navios não pertencentes à Companhia, desde que comprassem açúcares da Real Fazenda, e por um deles enviou carta ao rei. A Câmara pediu licença para enviar um representante a Lisboa, o que foi permitido por carta régia de 23 de julho de 1654, e foi escolhido Francisco da Costa Barros, que residiu em Lisboa durante dois anos. Retorno.Governador de Tânger, o último governador português antes de ser a praça cedida aos ingleses como dote de D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal. Em 1664 nomeado governador do Algarve. Casou com D. Isabel de Castro, filha e herdeira de D. João de Almeida, o Sábio, e de sua mulher D. Jerónima de Castro, filha de D. João Soares de Alarcão, 2º Conde de Torres Vedras. Conde de Avintes por carta de 17 de fevereiro de 1664 de D. Afonso VI de Portugal.
Ninguém ainda esquecera dos sacrifícios da cidade por ocasião da expedição nela levantada por Salvador Correia de Sá e Benevides, que fora libertar Angola, e regressou ao Rio, brevemente em 1651, pois já em 1653 estava na Corte em Lisboa. D. Luís foi forçado a se dirigir à Câmara em 9 de agosto de 1653, pois desde o governo de Constantino Menelau no Rio circulava o açúcar como moeda, dada a escassez de numerário. Não podia pagar à tropa em açúcar e sugeria que a Câmara o distribuísse «pelas pessoas que nesta praça têm dinheiro, obrigando-as a que o comprem como fazenda de Sua Majestade.» Em resposta, de 30 de agosto, a Câmara recordou-lhe que recentemente concorrera com sete mil cruzados, mas era agora impossível atender à sugestão do governador porque o açúcar se achava sem valore que «as pessoas que só se acham com dinheiro nesta Cidade são os mesmos Mestres e Capitães dos navios que neste porto estão para irem para o Reino (....) pois que pela arrecadação dos quatro gêneros, de que se faz todo o dinheiro, eles somente o recolheram, como há muito tempo a esta parte têm recolhido grande cópia.» No final, a Câmara sugeria que se dirigisse aos administradores da Companhia Geral do Comércio, obrigando-os a comprar o açúcar da Real Fazenda para obter o dinheiro dos soldos. D. Luís a eles se dirigiu mas sua proposta não foi aceite. Em carta de 13 de setembro, o governador voltou à Câmara para expor a recusa da Companhia, avisando-a de que enviaria a carta de recusa ao rei e sugerindo que a Câmara também representasse à Coroa, pedindo remédio às causas desta miséria. Dada a atitude da Câmara, D. Luís concedeu por sua própria autoridade licença para a saída de navios não pertencentes à Companhia, desde que comprassem açúcares da Real Fazenda, e por um deles enviou carta ao rei. A Câmara pediu licença para enviar um representante a Lisboa, o que foi permitido por carta régia de 23 de julho de 1654, e foi escolhido Francisco da Costa Barros, que residiu em Lisboa durante dois anos. Retorno.Governador de Tânger, o último governador português antes de ser a praça cedida aos ingleses como dote de D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal. Em 1664 nomeado governador do Algarve. Casou com D. Isabel de Castro, filha e herdeira de D. João de Almeida, o Sábio, e de sua mulher D. Jerónima de Castro, filha de D. João Soares de Alarcão, 2º Conde de Torres Vedras. Conde de Avintes por carta de 17 de fevereiro de 1664 de D. Afonso VI de Portugal.
D.
António de Almeida Portugal (1640-1715), 2.° Conde de Avintes, filho do
anterior.
D.
António de Almeida Portugal (1640 - 10 de Dezembro de 1710), 2º Conde de
Avintes, foi um militar português.
Biografia.
Armazém Regimental de Lagos, no Algarve. Filho de 1º Conde de Avintes e de D.
Isabel de Castro, foi capitão-general e Governador do reino do Algarve, tendo
ordenado a construção de um armazém de pólvora em Portimão e o Armazém
Regimental e a Casa do Espingardeiro em Lagos. Foi, igualmente, provedor da
Santa Casa da Misericórdia de Lagos em 1701 e em 1702. Na Guerra da Sucessão
Espanhola, foi em 1705 nomeado Governador das Armas na Província de Trás-os-
Montes, e também exerceu a posição de Conselheiro de Estado e da Guerra. Diz «Nobreza de Portugal», tomo II, página
355 que «ainda muito novo entrou como
capitão de cavalaria na Guerra da Restauração, batendo-se na acção do Ameixial».
Foi tenente-general de Cavalaria e, em 1659, esteve na Batalha das Linhas de
Elvas.
Casou com D. Maria Antónia de Borbon, tendo como filhos D. Luís de Almeida Portugal, D. Tomás de Almeida, D. Lourenço de Almeida, D. João de Almeida, D. Madalena de Borbon, D. Maria de Borbon, D. Isabel de Borbon, D. Antónia de Borbon, D. Jerónima de Borbon, D. Catarina de Borbon, e D. Maria Teresa de Borbon. Em 18 de Fevereiro de 1987, a Câmara Municipal de Lagos colocou o seu nome numa rua da Freguesia de Santa Maria, no Concelho de Lagos.
Casou com D. Maria Antónia de Borbon, tendo como filhos D. Luís de Almeida Portugal, D. Tomás de Almeida, D. Lourenço de Almeida, D. João de Almeida, D. Madalena de Borbon, D. Maria de Borbon, D. Isabel de Borbon, D. Antónia de Borbon, D. Jerónima de Borbon, D. Catarina de Borbon, e D. Maria Teresa de Borbon. Em 18 de Fevereiro de 1987, a Câmara Municipal de Lagos colocou o seu nome numa rua da Freguesia de Santa Maria, no Concelho de Lagos.
D.
Luís de Almeida Portugal (1669-1730), 3.° Conde de Avintes, filho do anterior.
Luís
de Almeida Portugal, 3º conde de Avintes, (1669-10 de abril de 1730), Filho do
2º conde de Avintes e de sua esposa D. Maria Antónia de Bourbon. Foi
gentil-homem da Câmara do Infante D. Francisco, Duque de Beja e seu
estribeiro-mor. Comendador de Santa Maria de Lamas, e de S. Martinho de
Lardosa, na Ordem de Cristo. Casou com sua prima D. Joana Antónia de Lima,
morta em 17 de abril de 1730, filha do 10º visconde de Vila Nova de Cerveira.
Descendentes:
D.
Antonio (morto novo).
D.
Maria Antónia de Borbon, religiosa em Santa Clara de Lisboa.
D.
Sebastiana de Noronha, religiosa em Santa Clara de Lisboa.
D.
Madalena de Borbon (17 de março de 1716-?) casada com Gonçalo Tomás Peixoto da Silva.
D.
Luís, morto novo.
D.
Vitória de Borbon, freira em Santa Clara de Lisboa.
D.
Henrique, morto novo.
D.
José de Almeida (1721-1725).
D.
Catarina de Borbon, casada com António Verissimo Pereira de Lacerda.
D.
Teresa Isabel de Borbon (1724-?), freira em Santa Marta.
D.
Francisco de Almeida (1726-?), cônego na Patriarcal.
D.
Isabel de Borbon (10 de novembro de 1727-?), casada com Gregorio Ferreira de
Eça, Senhor da casa dos Cavaleiros.
D.
Pedro de Almeida 1729-cedo morto.
D.
Antonia Rita de Borbon (1732-?), casada com Manoel Pedro da Silva da Fonseca de
Alcacova, da família dos Pereiras.
O
primogénito, D. António de Almeida Soares e Portugal, nascido em 4 de novembro
de 1699 ou em 1º de maio de 1701-1761, na Bahia) 4º Conde de Avintes, 1º Conde
do Lavradio e 1º Marquês do Lavradio.
D.
António de Almeida Soares Portugal (1699-1760), 4.° Conde de Avintes, filho do
anterior. Foi feito conde de Lavradio e mais tarde marquês de Lavradio. Foi
Vice-Rei do Brasil.
D.
António de Almeida Soares Portugal (Bahia, Brasil, em 4 de novembro de 1699-1760
ou 1761 Bahia) foi o 1º Marquês do Lavradio, 1º Conde do título e 4º Conde de
Avintes. Foi o 8º vice-rei do Brasil, de 1749 a 1753, 38º Governador de Angola.
Foi capitão e depois coronel de infantaria do Regimento de Elvas. Igualmente
Coronel do regimento de infantaria da corte.
D.
João V de Portugal, em atenção aos serviços prestados pelo tio, 1º patriarca de
Lisboa D. Tomás de Almeida, lhe fez mercê do senhorio da vila do Lavradio de
juro e herdade, e da comenda de São Pedro de Castelões na Ordem de Cristo. Foi
ainda comendador de Santa Maria de Lamas e São Martinho de Lordosa na mesma
Ordem. O mesmo rei concedeu-lhe ainda o título de 1.º conde do Lavradio em 12
de Janeiro de 1714, de que se passou carta a 17 de Julho de 1725. O título
pertencera a Luís de Mendonça Furtado e Albuquerque, vice-rei da Índia morto
sem geração, consequentemente vago para a Coroa. Em 1749 foi nomeado governador
capitão-general de Angola, sucedendo a João Jacques de Magalhães, até 1754, em
que foi substituído por António Alvares da Cunha. Ali procedeu de modo um pouco
tirânico e "mão férrea",
havendo sobre o assunto uma famosa carta de Alexandre de Gusmão em 21 de março
de 1747. Construiu em 1750 o novo edifício do Trem, em 1752 foram criados os
regimentos de milícias; e destruiu quadrilhas de salteadores que devastavam a
província. Conservou-se no governo até 1754, ano em que foi substitui-lo António
Alvares da Cunha. Durante esse tempo o rei seguinte, D. José I de Portugal, por
decreto de 18 de Outubro de 1753, elevou-o a marquês de Lavradio concedendo lhe
a mercê duma vida em todos os bens da coroa e ordens, com outras mercês, de que
tirou carta, passada em 17 de julho de 1753. Mais tarde o Marquês de Pombal,
ministro de El-rei D. José I de Portugal, tinha-lhe em grande consideração por
seu espírito reformador, e o nomeou em 1760 vice-rei do Brasil para substituir
o conde dos Arcos, que durante cinco anos governara a opulenta colónia. Partiu
para a Bahia, sede da colónia, e ali chegou em janeiro de 1760, mas faleceu
pouco depois de tomar posse do seu novo cargo. Heráldica. Brasão de armas do
conde de Avintes: um escudo, em campo vermelho seis bezantes de ouro entre uma
cruz dobre e bordadura do mesmo metal, timbre, uma águia bezantada de nove
bezantes, sendo três no peito e três em cada asa. Dados Genealógicos. Esta
nobre famíia dos condes e marqueses de Lavradio, assim como a do Conde de
Avintes e conde de Assumar, depois marquês de Alorna, teve princípio em Paio
Guterres, cavaleiro do tempo de D. Sancho I de Portugal que, que por ter tomado
aos mouros a praça de Almeida, ficou conhecido pelo nome de Almeidão;
antepassado de D. Francisco de Almeida, 1º vice-rei da Índia.
Filho
de:
D.
Luís de Almeida Soares Portugal chamado ainda Luís de Almeida Portugal, 3º
Conde de Avintes, e de sua esposa e prima, D. Joana Josefa Antónia de Lima. Casou
a 9 de Outubro de 1726 com: D. Francisca das Chagas Mascarenhas, morta de parto
em Março de 1733, filha de D. Martinho de Mascarenhas, 3.º marquês de Gouveia,
mordomo-mor de D. João V, e de sua mulher D. Inácia de Távora, e irmã de D.
José de Mascarenhas e Lancastre, 8º duque de Aveiro. Tiveram os seguintes
filhos:
D.
Mariana de Almeida
D.
Joana de Almeida nascida em 30 de agosto de 1730, freira na Luz.
D.
Luis de Almeida Soares Portugal ou Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão
d'Eça e Melo Silva Mascarenhas, ou Luís de Almeida Portugal e Mascarenhas, ou
ainda Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão Eça e Melo, nasceu em 27 de
junho de 1729-2 de maio de 1790) , 5º Conde de Avintes e 2º Marquês do
Lavradio, 11º vice-Rei do Brasil, o 2º que governou a colônia depois que a sede
se transferiu para o Rio.
D.
Maria Ana Teresa da Cunha
D.
Inácia Rosa de Távora
D.
Martinho Lourenço de Almeida Portugal, nascido em 1º de outubro de 1731, cônego
na Sé patriarcal.
Armas.
As armas dos Condes de Avintes e Marqueses do Lavradio eram as dos Almeidas: De
vermelho, com uma dobre-cruz entre seis bezantes, tudo de ouro; bordadura do
mesmo metal. Braamcamp Freire, no seu Brasões da Sala de Sintra, refere de
forma ligeiramente menos correcta o mesmo (De vermelho seis besantes de oiro
entre uma dobre cruz e bordadura do mesmo), mas nota quanto ao timbre: A
respeito do escudo são todos concordes; agora, quanto ao timbre, é que a
variedade é grande. No Livro da Tôrre do Tombo fl. 11, e em carta de brasão de
1536 é a águia de negro e besantada de oiro. No Thesouro da nobreza de Fr.
Manuel de Santo António, A-28, é igualmente a águia negra, mas só tem nove
besantes, três no peito e três em cada asa. Em cartas de brasão de 1532, 1533 e
1538; na Monarchia lusitana, parte III, liv 11.º, cap. 2; na Benedictina
lusitana, parte II, pág. 464; e nos Blasones de Portugal, do P. Purificação,
fl. 44, declara ser a águia de vermelho e besantada de oiro. [...] A águia de
vermelho carregada sòmente de seis beantes sôbre o peito aparece no Thesouro da
nobreza de Francisco Coelho, fl. 38. Pela razão alegada no artigo dos Pereiras
dee-se preferir a descrição do Livro da Tôrre do Tombo. As armas aparecem no
Livro do Armeiro-Mor (fl 55v), no Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (fl
11r), no Thesouro de Nobreza (fl 24v), etc. Podem também ser vistas na Sala de
Sintra. Note-se que estas eram também as armas dos Almeida dos condes de
Abrantes (1476), título extinto em 1650.
Marqueses
de Lavradio (1753). Titulares. D. António de Almeida Soares Portugal (1699-1760),
4.° Conde de Avintes, Vice-Rei do Brasil.
D.
Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas (1729-1790),
filho do anterior, 5° conde de Avintes, 2.° Marquês de Lavradio, foi vice-rei
do Brasil.
D.
António Máximo de Almeida Portugal (1756-1833), 3.° Marquês de Lavradio e 6.° Conde
de Avintes, filho do anterior.
D.
Luís de Almeida Portugal Eça Mascarenhas Silva e Lancastre (1787-1812), 4.° Marquês
de Lavradio e 7.° Conde de Avintes, filho do anterior. Por não ter
descendência, foi sucedido nos títulos da casa pelo irmão.
D.
António de Almeida Portugal Soares Alarcão Melo Castro Ataíde Eça Mascarenhas Silva
e Lencastre (1794-1874), 5.° Marquês de Lavradio e 8.° Conde de Avintes, irmão
do anterior. Seus filhos, D. Eugénia de Jesus Maria de Todos-os-Santos de
Almeida e D. António de Almeida Correia de Sá, não encartaram os títulos do
pai.
D.
José Maria do Espírito Santo de Almeida Correia de Sá (1874-1945), 6.° Marquês
de Lavradio e 9.° Conde de Avintes, neto do anterior.
Armas.
As dos condes de Avintes. O Palácio dos Marqueses de Lavradio, ao Campo de
Santa Clara em Lisboa, um dos maiores palácios nobres da capital portuguesa,
sofreu poucos danos com o Terramoto de 1755 poucos anos mais tarde. Permaneceu
nas mãos da familia até que, por ocasião da morte do 5.º Marquês de Lavradio,
foi vendido ao Estado em 1875, que nele instalou o Supremo Tribunal Militar,
criado esse ano.
Conde de Azambuja
21
de Maio de 1763-D. António Rolim de Moura-juro e herdade-Maria Joana Aouad de
Mendoça de Siqueira
Dom
Antônio Rolim de Moura Tavares (12 de março de 1709-8 de dezembro de 1782),
primeiro conde de Azambuja, foi o 10.º Vice-Rei do Brasil. Tinha larga
experiência em administração colonial, tendo sido governador de Mato Grosso, de
17 de janeiro de 1751 a 1 de dezembro de 1765. Este gentil-homem português
nascido em 1709, vedor da casa da Rainha Dona Mariana da Áustria, era filho de
Nuno Manuel de Mendoça, 4º conde de Vale de Reis e de D. Leonor de Maria
Antónia de Noronha. Conseguiu nomeação para governador de Mato Grosso no
Brasil, para onde partiu em 1749, mas aonde só chegou, por ter sido tormentosa
a viagem, em 1751.
Logo que tomou posse do governo, tratou de expulsar os missionários espanhóis e, fazendo alianças com os indígenas, conseguiu facilitar os meios de comunicação, estabelecendo a capital da província de Pouso Alegre, a que mudou o mudou para Vila Bela; abriu estradas para o Maranhão e Bahia, e foi o iniciador da cultura de açúcar com fins comerciais e industriais. Em 1765 foi transferido para o governo da Bahia. Atendendo à possibilidade de um ataque espanhol ao Rio de Janeiro, cuidou ativamente da reorganização militar e do melhor aparelhamento de defesa da cidade.
Logo que tomou posse do governo, tratou de expulsar os missionários espanhóis e, fazendo alianças com os indígenas, conseguiu facilitar os meios de comunicação, estabelecendo a capital da província de Pouso Alegre, a que mudou o mudou para Vila Bela; abriu estradas para o Maranhão e Bahia, e foi o iniciador da cultura de açúcar com fins comerciais e industriais. Em 1765 foi transferido para o governo da Bahia. Atendendo à possibilidade de um ataque espanhol ao Rio de Janeiro, cuidou ativamente da reorganização militar e do melhor aparelhamento de defesa da cidade.
Depois,
em 1767, nomeado vice-rei do Brasil, este cargo de que pediu demissão dois anos
mais tarde.
Conde de Azinhoso
10
de Janeiro de 1583-D. Nuno Mascarenhas, 1.º Senhor de Palma
O título de Conde de Azinhoso foi criado por carta de 10 de Janeiro de 1583 do rei D. Filipe II de Espanha a favor de D. Nuno Mascarenhas, senhor de Palma.
Titulares.
1.
D. Nuno Mascarenhas, senhor de Palma.
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