sexta-feira, junho 19, 2015

Batalhas e Combates-1504 III

Passo de Palurte
(Maio-Junho de 1504)



Vendo que não era capaz de vencer os portugueses em combate cara a cara, o Samorim de Calicut resolveu recorrer a outros meios. Tentou envenenar os poços de Cochim e os alimentos que lhes eram vendidos, incendiar a cidade, assassinar os soldados portugueses quando por ela andassem descuidadamente, lançar para o ar, durante os combates, pós mágicos que os cegassem, meter nas caravelas panelas cheias de víboras, trazer elefantes para virar os batéis quando estivessem no vau, e muitos outros ardis que de nada lhe serviram, pois para todos encontrou Duarte Pacheco os antídotos adequados. Experimentou então o Samorim, mais uma vez, atacar a nau que se encontrava fundeada no porto de Cochim na esperança de que Duarte Pacheco, para a ir socorrer, abandonar o passo de Palurte. Mas isso não aconteceu. Sabedor do que se estava preparando, Duarte Pacheco, preveniu o mestre da nau, que deixara por Capitão dela para que, se fosse atacado, se desenvencilhasse sozinho, pois não tencionava abandonar a vigilância do passo de Palurte nem do vau. E não teve de que se arrepender. Apesar de atacada por oitenta paraus, a nau defendeu-se animosamente, afundando dois, avariando gravemente três e matando e ferindo tanta gente nos restantes que foram obrigados a retirar. Alguns dias mais tarde, estando Duarte Pacheco a almoçar numa das caravelas, avisou o vigia que se aproximavam dezoito paraus. Interrompeu imediatamente a refeição e metendo-se nos batéis foi ao seu encontro. Porém, quando já se encontrava perto deles, saíram detrás de uma ponta de terra outros trinta e quatro paraus que juntando-se aos primeiros, se lançaram sobre os batéis. Travou-se logo um violento duelo de artilharia e espingardaria durante o qual ficaram gravemente avariados dois paraus.



Entretanto, os outros, graças ao seu número, conseguiram cercar por completo os batéis. mas nem por isso os portugueses se atemorizaram. Continuando a disparar salva após salva, afundaram mais quatro dos atacantes. Pouco depois, num outro parau, rebentava uma bombarda matando ou ferindo toda a sua guarnição. Aproveitando a oportunidade, os nossos batéis acercaram-se dele e tomaram-no. Esta perda acabou por desmoralizar completamente os restantes paraus que, muito avariados e com muitas baixas, optaram por retirar. Só que Duarte Pacheco, não estando pelos ajustes, foi em sua perseguição e tanto os apertou que eles não tiveram outra solução senão encostar à margem, donde vieram logo muitos soldados do Samorim em seu auxílio. Isso porém de nada lhes serviu. Os nossos batéis abordaram-nos imediatamente e varreram-nos à lança e à espada, obrigando tanto as suas guarnições como as tropas de socorro a lançarem-se à água e a fugir para terra! E antes que o inimigo se recompusesse, Duarte Pacheco capturou quatro paraus e treze bombardas, com que voltou triunfante para junto das caravelas, não tendo trazido todos os paraus abandonados apenas por não ter gente para isso! Esta vitória foi muito festejada em Cochim por ter sido em parte alcançada num combate à arma branca, e causou ainda maior pesar ao Samorim do que todas as derrotas anteriores, pela mesma razão e por lhe terem sido tomados tantos canhões. Passados mais alguns dias, foi ter com Duarte Pacheco um «mouro» de Cochim pedindo-lhe para deixar passar um tone seu que ia buscar um carregamento de pimenta. Acedeu aquele da melhor vontade, sem suspeitar que se tratava de um ardil. Porém, quando o tone já estava a uma certa distância das caravelas, caíram sobre ele doze paraus de Calicut que o apresaram. Não podendo permitir tal desacato à sua vista, Duarte Pacheco foi logo com os batéis em socorro do tone. O que ele não sabia é que nas proximidades se encontrava emboscada toda a armada do Samorim que num abrir e fechar de olhos o envolveu.



Travou-se novamente um furioso duelo de artilharia, durante o qual os batéis iam tentando retirar para junto das caravelas, sempre perseguidos por dezenas de paraus que se revezavam nas tentativas de os abordar. Alguns deles estiveram quase a consegui-lo, mas acabaram por ser afastados à lançada. Por fim, os batéis conseguiram juntar-se às caravelas e com o auxílio dos canhões de grosso calibre destas castigaram de tal forma os paraus que estes não tiveram outra alternativa senão retirar. Estava o Samorim pensando novamente em pôr termo à guerra quando foi procurado por um «mouro» que lhe apresentou uma «arma secreta» para vencer infalivelmente os portugueses. Tratava-se de um castelo de madeira construído sobre dois paraus, amarrados de braço dado, cuja plantaforma superior podia levar cerca de quarenta homens e ser armada com pequenos canhões e espingardas. Dizia o «mouro» que sendo o castelo mais alto do que as caravelas as poderia dominar facilmente com tiro mergulhante e que, tomadas estas, nada impediria a armada de Calicut de chegar ao vau e cobrir a passagem do exército para o ataque final a Cochim! O Samorim ficou entusiasmado com a ideia, que pensava lhe ia permitir desforrar-se de todos os desaires anteriores, e deu ordem para que fossem construídos imediatamente mais sete castelos iguais àquele.



Sabendo Duarte Pacheco, por intermédio de espiões que tinha no campo contrário, do que se estava a passar, tratou de precaver-se mandando construir, com os mastros e vergas das naus que haviam sido desarmadas, uma grande jangada que foi fundeada no passo de Palurte, a montante do local onde estavam as caravelas. Mandou também altear os castelos da proa e da popa destas a fim de puderem combater os castelos flutuantes do Samorim de igual para igual (será a altura de chamar a atenção para a importância dos carpinteiros no tempo dos navios de madeira). No dia 31 de Maio avançou mais uma vez, em toda a sua força, a armada de Calicut, precedida por muitas balsas a arder, a que se seguiam os oito castelos e numerosos paraus, tones e catures. Mas tanto as balsas de fogo como os primeiros castelos embaraçaram-se na jangada, onde ficaram retidos. E, enquanto as primeiras se consumiam inutilmente, os segundos começaram a ser alvo de um bombardeamento concentrado da nossa artilharia. Só que, ao princípio, parecia que os pelouros não tinham qualquer efeito contra as grossas vigias e pranchas de que eram feitos os castelos, o que chegou a causar alguma apreensão a Duarte Pacheco. Mas com a continuação, o que estava mais próximo começou a desmoronar-se, caindo parte da sua guarnição ao rio, o que provocou grandes manifestação de regozijo por parte dos portugueses! Não obstante, a batalha continuou com o mesmo empenhamento de parte a parte. Durante todo o dia repetiram-se as investidas dos castelos e dos paraus, não deixando de ouvir-se o rimbombar dos canhões e as descargas das espingardas, no meio de espessas nuvens de fumo que encobriam o sol. Pelo meio da tarde, já eram tantos os paraus de Calicut afundados ou avariados e tão grande o estrago feito nos castelos que o Samorim se viu obrigado a dar ordem para interromper o combate. Como sempre, Duarte Pacheco foi durante algum tempo, com os dois batéis em perseguição do inimigo e mandou as caravelas bombardear a margem onde estavam as tropas de Calicut, só descansando quando ficou tudo limpo à sua volta. Depois desta tremenda derrota, ainda mais uma vez pensou o Samorim em desistir da guerra. Mas de novo, foi induzido pelos seus conselheiros a continuá-la. Diziam-lhe que os portugueses tinham forçosamente que estar esgotados e que continuando a atacá-los sem descanso acabando por vencê-los. Concordou o Samorim, e passados alguns dias mandou a armada atacar novamente as caravelas e os batéis, ao mesmo tempo que o exército tentava, pela terceira vez, atravessar o vau de Cochim. Mas tal como acontecera das vezes anteriores, o fogo certeiro das caravelas e dos batéis, estes últimos acorrendo ora ao vau ora ao passo de Palurte, causou tantos mortos e feridos na armada e no exército de Calicut que nenhum deles foi capaz de alcançar os seus objectivos. Pouco depois do meio dia, as hostes do Samorim, destroçadas e desmoralizadas, batiam em retirada por toda a parte. Ao amanhecer do dia 23 de Junho, tanto o exército como a armada de Calicut tinham desaparecido.



Pouco depois, começavam a chegar informações de que estavam a caminho de Cranganor. Era, finalmente, a vitória, que foi delirantemente festejada tanto nos navios portugueses como em Cochim. O Samorim, roído de vergonha, retirou-se temporariamente para um convento, entregando o governo ao irmão que sempre fora contrário à guerra. os outros reis e os vassalos do rei de Cochim rebelados, desejosos de vender a colheita anual da pimenta, apressaram-se a fazer as pazes com Duarte Pacheco. E assim terminou esta espantosa segunda guerra de Cochim em que Duarte Pacheco Pereira, praticamente com noventa soldados, duas caravelas e dois batéis, fez frente, durante quase três meses, a um exército de mais de oitenta mil homens e a armada de cerca de trezentos navios, travando com aquele três batalhas e com esta nove batalhas (sem contar com a da nau), além de numerosos combates menores, em que lhes matou milhares de homens sem perder um único! E tudo debaixo de um sol abrasador que dificultava o uso de armaduras, debaixo de uma chuva torrencial que molhava a pólvora e encharcava o pessoal até aos ossos, numa terra estranha, rodeado por uma população hostil e traiçoeira, a milhares de milhas da Pátria. Quando Duarte Pacheco regressou a Portugal com a armada de Lopo Soares de Albergaria, em Julho de 1505, e se soube das espantosas vitórias que alcançara na segunda guerra de Cochim, o Rei D. Manuel cumulouo de honrarias e deu ordem para que, após o sermão de Domingo em todas as igrejas do país fossem relatados os seus feitos. E enviou cartas ao Papa e aos Reis da Europa, dando-lhes conta do que ele fizera na Índia. Mas o favor real foi sol de pouca dura. O táctico genial dos rios e esteiros de Cochim não tinha a mesma habilidade para manobrar nos meandros tortuosos da Corte. Caiu em desgraça. E nunca chegou a ser nomeado vice-rei da Índia ou pelo menos Capitão-mor de uma armada da Índia, cargo que mais do que ninguém merecera. A história foi menos ingrata do que o Rei e guardou-o nas suas páginas para a posteridade com o cognome de «Aquiles Lusitano». Mesmo assim poucos serão os portugueses de hoje que alguma vez tenham ouvido falar da epopeia dos dois batéis e das duas caravelas de Cochim.



Duarte Pacheco Pereira

Duarte Pacheco Pereira, o “Grande” nasceu em Lisboa, em 1460 e faleceu em 1533 foi um navegador, militar e cosmógrafo português. Filho de João Fernandes Pacheco, ou simplesmente João Pacheco (c. 1440 - Tânger, a. 1477), e de sua mulher (c. 1459) Isabel Pereira (c. 1440 -). A 21 de Julho de 1455 D. Afonso V de Portugal doou a João Pacheco, filho de Gonçalo Pacheco, Tesoureiro-Mor das coisas régias de Ceuta, enquanto sua mercê for, uma tença anual de 4.800 reais brancos, para seu estudo, a partir de 1 de Janeiro de 1455. Numa inquirição feita em Lisboa a 4 de Abril de 1497 sobre seu filho Duarte Pacheco Pereira, Fidalgo da Casa Real, a testemunha Pedro Vaz de Almeida, Fidalgo da Casa Real, morador em Lisboa, parente de Duarte Pacheco Pereira, disse que sabia que os mouros mataram João Pacheco em Tânger muito primeiro que seu pai, Gonçalo Pacheco, finasse, que passara de 20 e tantos anos que é finado. Cavaleiro dos mais notáveis da história da Índia Portuguesa, nasceu em Lisboa em 1460. Um dos seus antepassados por varonia e por bastardia foi seu trisavô D. Diogo Lopes Pacheco, 8.º Senhor de Ferreira de Aves, um dos executores de Inês de Castro, casado com D. Joana Vasques Pereira. Tendo fugido para a Espanha, retornou à época da Crise de 1383-1385, apoiando o Mestre de Avis, com quem conseguiu recuperar todos os seus bens, tornando-se um dos conselheiros do novo monarca. Em 1455 encontra-se Duarte Pacheco letrado, recebendo uma bolsa de estudos do monarca. Cavaleiro da casa de D. João II (1481-1495), contrariamente à tradição é pouco provável que tenha ido em 1482 a São Jorge da Mina, onde Diogo de Azambuja iniciava a construção da Feitoria de São Jorge da Mina. De acordo com a obra Décadas da Ásia, do cronista João de Barros, na viagem de retorno do cabo da Boa Esperança, em 1488, Bartolomeu Dias encontrou-o gravemente doente na ilha do Príncipe e levou-o para Portugal. Reconhecido geógrafo e cosmógrafo, em 1490 viveu em Lisboa da pensão real a que o seu título lhe dava direito. Em 7 de Junho de 1494 assinou, na "qualidade de contínuo da casa do senhor rei de Portugal", o Tratado de Tordesilhas. Em 1498 D. Manuel I encarregou-o de uma expedição secreta, organizada com o objectivo de reconhecer as zonas situadas para além da linha de demarcação de Tordesilhas, expedição que, partindo do Arquipélago de Cabo Verde, se acredita que teria culminado com o descobrimento do Brasil, em algum ponto da costa entre o Maranhão e o Pará, entre os meses de Novembro e Dezembro deste mesmo ano. Dali, teria acompanhado a costa Norte, alcançando a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó. Em relação ao descobrimento do Brasil ou da eventual exploração das Antilhas e parte da América do Norte, tendo em conta as revelações cartográficas contidas no Planisfério de Cantino, o autor apresenta informações no segundo capítulo da primeira parte. Resumidamente, o texto relata:

"Como no terceiro ano de vosso reinado do ano de Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos, vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tam grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada. Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela. É achado nela muito e fino brasil com outras, muitas cousas de que os navios nestes Reinos vêm grandemente povoados."

É este referido "Esmeraldo de situ orbis", assim, o primeiro roteiro de navegação português a mencionar a costa do Brasil e a abundância de pau-brasil (Caesalpinia echinata), nele existente. Simplesmente não percebeu onde estava, segundo o professor Francisco Contente Domingues, por ter uma imagem errada do mundo, ainda uma concepção ptolemaica, no qual todos os oceanos eram rodeados por terra.

No Atlântico Sul, entre as ilhas oceânicas, apresenta, com suas "ladezas" (latitudes) conhecidas à época:

A ilha de Sam Lourenço (ilha de Fernando de Noronha)
A ilha d'Acensão (ilha da Trindade)
A ilha de S. Clara (ilha de Santana, ao largo de Macaé)
O cabo Frio.

Em 1503 comandou a nau Espírito Santo, integrante da esquadra de Afonso de Albuquerque à Índia. Ali guarneceu a Fortaleza de Cochim com 150 homens e alguns indianos onde sustentou vitorioso o cerco do Samorim de Calicut que dispunha de 60.000 homens. Tendo exercido os cargos de Capitão-General da Armada de Calicut e de Vice-Rei e Governador do Malabar na Índia, pelos seus feitos teve Armas Novas por Carta de 2 de Agosto de 1504, dadas pelo Rei de Cochim; tais Armas são: de vermelho, com cinco coroas de oito florões de ouro, postas em sautor, bordadura de prata, aguada de azul, carregada de oito castelos de madeira de verde, cada castelo armado sobre dois navios rasos de sua cor, o escudo cercado de sete estandartes Mouriscos, quatro à direita, de vermelho, de prata, de vermelho e de azul, e três à esquerda, de prata, de vermelho e de azul; timbre: um castelo do escudo, rematado por um estandarte Mourisco, de vermelho; e retornou a Lisboa em 1505, quando foi recebido em grande triunfo. Em Lisboa e em todo o lado os seus feitos da Índia foram divulgados e um relato dos mesmos foi enviado ao Papa e a outros reis da cristandade. Foi como uma espécie de herói internacional que, nesse ano iniciou a redacção do Esmeraldo de situ orbis, obra que ele interrompeu nos primeiros meses de 1508. Nesse ano foi encarregado pelo soberano de dar caça ao corsário francês Mondragon que actuava entre os Açores e a costa portuguesa, onde atacava as naus vindas da Índia. Duarte Pacheco localiza-o, em 1509, ao largo do cabo Finisterra, onde o derrotou e capturou.

("A experiência é a madre de todas as
cousas, per ela soubemos radicalmente
a verdade...")
Esmeraldo de Situ Orbis, p. 196

Em 1511 comandou uma frota enviada em socorro a Tânger, sob cerco das forças do Rei de Fez. Desposou no ano seguinte Antónia de Albuquerque, filha de Jorge Garcês e de sua mulher Isabel de Albuquerque Galvão, única filha de Duarte Galvão e de sua primeira mulher Catarina de Sousa e Albuquerque, que recebe do Rei um dote de 120.000 reais, que lhe será entregue em fracções, até 1515. Tiveram cinco filhos e duas filhas. Em 1519 foi nomeado capitão e governador de São Jorge da Mina, onde serviu até 1522. Veio sob prisão para Portugal por ordem de D. João III pela acusação de contrabando de ouro, embora actualmente ainda não se conheçam os reais motivos de tal decisão do monarca. Quando libertado por ordem do Rei, recebeu 300 cruzados a título de parte de pagamento por jóias que tinha trazido de São Jorge da Mina e havia confiado à Casa da Mina para serem fundidas. Faleceu nos primeiros meses de 1533 e, pouco depois, o monarca concedeu a seu filho, João Fernandes Pacheco, uma pensão anual de 20.000 reais. Como as pensões reais frequentemente eram pagas com atraso, mãe e filho passaram dificuldades, o que os levou a recorrer a um empréstimo. A lenda de Duarte Pacheco Pereira desenvolveu-se após a sua morte. Luís de Camões, n'Os Lusíadas chama-lhe fortíssimo e Grão Pacheco Aquiles Lusitano. Mais tarde, no século XVII, Jacinto Cordeiro consagrou-lhe duas comédias bastante longas em castelhano e, Vicente Cerqueira Doce, um poema em dez cantos, de que se perdeu o rasto. De acordo com um de seus mais importantes biógrafos, o historiador português Joaquim Barradas de Carvalho, que viveu exilado no Brasil na década de 1960, Duarte Pacheco foi um génio comparável a Leonardo da Vinci. Com a antecipação de mais de dois séculos, o cosmógrafo foi o responsável pelo cálculo do valor do grau de meridiano com uma margem de erro de apenas 4%.

1460(?)-Nascimento
1480(?)-1490(?) − Encontra-se envolvido na exploração do litoral ocidental africano
1488-Doente na Ilha de São Tomé, é trazido para o reino por Bartolomeu Dias
1490-Entre Janeiro e Outubro faz parte da guarda pessoal del-Rei
1494-Integra a delegação portuguesa que negocia e assina o Tratado de Tordesilhas a 7 de Julho desse ano
1495-1499-Missão no Castelo de São Jorge da Mina

“E vereis em Cochim assinalar-se
Tanto um peito soberbo e insolente,
Que cítara jamais cantou vitória,
Que assim mereça eterno nome e glória.”
Os Lusíadas (1572), por Luís de Camões, Canto II, referência a Duarte Pacheco Pereira.

1498-Viagem ao Atlântico Sul
1503 (6 de Abril)-parte para a Índia na armada de Afonso de Albuquerque
1504-Defende heroicamente Cochim contra a investida da vizinha Calicut
1505-Regressa a Lisboa, sendo recebido em festa nas ruas da cidade
1506-Possível redacção do "Esmeraldo de Situ Orbis"
1509 (18 de Janeiro)-trava batalha naval no Cabo Finisterra contra o corsário Mondragon
1510-Entre Setembro e Novembro serve na Armada do Estreito
1513(?)-Casa com D. Antónia, neta de Duarte Galvão, secretário de D. João II
1519-1522-Governador da feitoria e fortaleza de São Jorge da Mina
1522-É trazido a ferros para Lisboa e encarcerado
1529-Recebe da Coroa 300 cruzados de jóias
1533(?)-Falecimento

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