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domingo, abril 21, 2013

Batalhas e Combates-1806

Estreito de Gibraltar
(Primavera e Verão de 1806)


A paz de Amiens em Março de 1802, foi sol de pouca dura A rivalidade e as desconfianças entre Franceses e Ingleses eram demasiadamente grandes para que as complicadas cláusulas do tratado pudessem ser plenamente cumpridas. A França protelou a retirada das suas tropas e a Inglaterra recusou-se a abandonar Malta, ao mesmo tempo que ia continuando a intervir arbitariamente com a navegação francesa. Os conflitos sucederam-se e em Maio de 1803 os dois paises estavam novamente em guerra um com o outro. De início a Espanha conseguiu conservar-se neutral, à custa do pagamento à França de um elevado subsidio anual. Mas, em finais de 1804, quando os ingleses capturaram uma frota ricamente carregada que vinha das Américas, viu-se obrigada a declarar-lhes guerra. Portugal para conservar a neutralidade, fez o mesmo que os Espanhóis tornou-se tributário da França mediante o pagamento anual de dezasseis milhões de libras. Não obstante, não punha quaisquer entraves a que as esquadras inglesas continuassem a utilizar o porto de Lisboa. Era uma politica de equilibrio na corda bamba, mas a verdade é que era a única possivel. A ideia de Napoleão era invadir a Inglaterra, tal como havia sonhado Filipe II. Para isso idealizou uma série de complicados movimentos das esquadras francesas e espanholas destinados a afastar temporariamente as esquadras inglesas do canal da Mancha e permitir a sua travessia por uma flotilha de barcaças transportando o exército francês. Mas todos estes planos caíram por terra quando a 21 de Outubro de 1805, Nelson aniquilou o grosso das esquadras da França e da Espanha na celebérrima batalha de Trafalgar. Desiludido de poder invadir a Inglaterra, Napoleão iniciou uma séria de fulgurantes campanhas terrestres que lhe permitiram derrotar sucessivamente a Áustria, a Rússia e a Prússia. E a 21 de Novembro de 1806 em paises da Europa de comerciarem com ela, na convicção de que isso provocaria a ruína económica e a obrigaria a submeter-se à sua vontade. Encontrando-se na completa dependência dos Ingleses, Portugal tentou esquivar-se ao cumprimento das ordens de Napoleão, o que levou este a decidir-se pela invasão do nosso país, a primeira e uma série de decisões fatais que conduziram à sua perdição. Na realidade, ao invadir Portugal, Napoleão não só perdeu estupidamente uma renda de dezasseis milhões de libras como também colocou o riquissimo comércio do Brasil nas mãos da Inglaterra e pôs à disposição desta um teatro de operações de mais fácil acesso por mar do que por terra, o que lhe iria permitir batê-lo no seu próprio jogo. A 18 de Outubro de 1807, um exército francês de trinta mil homens e um exército espanhol de sessenta mil cruzaram as nossas fronteiras. Entrando em pânico o governo português, a 20 de Novembro, fechou os portos portugueses aos navios ingleses e a 8 de Novembro mandou prender todos os súbditos ingleses residentes em Portugal e confiscar-lhes os seus bens. Mostrou-se mesmo disposto a declarar guerra à Inglaterra! Mas nada disso foi suficiente para suspender a marcha dos exércitos invasores perante os quais as nossas tropas tinham ordens para não oferecerem resistência. Em desespero de causa a familia real, a corte, e o governo embarcaram na esquadra e a 29 de Novembro retiraram para o Brasil. Durante o período que decorre entre a assinatura do tratado de Badajoz em 1801 e a primeira invasão francesa em 1807, Portugal viveu um período de paz durante o qual se registaram muito poucas  acções navais. Em principios de 1806 a nossa esquadra do Estreito era constituída por duas Naus de guerra, duas Fragatas e dois Bergantins, sob o comando do Chefe de Divisão Luis da Motta Feo, força considerável para a missão de que estava incubida. Durante a Primavera e o Verão mantiveram-se todos aqueles navios em constante actividade, escoltando os nossos comboios e patrulhando a zona do estreito de Gibraltar e as costas do Algarve, da Andaluzia e de Marrocos. Em resultado da sua acção foram capturados dois corsários argelinos e bloqueados outros dois, um em São Lucar de Barrameda e o outro em Arzila, que acabaram por desarmar.

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