FORTES E FORTALEZAS DE COSTA NO BRASIL - RIO DE JANEIRO
FORTE DO PICO
(Ruínas da Antiga Fortificação São Luís)
No alto do morro do Pico, com entrada pelo Forte Barão do Rio Branco, estão plantadas as ruínas do conjunto arquitectónico que, no século XVIII, abrigou as fortificações do Pico ou São Luiz. Dada sua altura e localização, essa fortificação protegia a entrada da barra, toda a Baía de Guanabara e a Fortaleza de Santa Cruz de possíveis ataques. Actualmente, as construções do Pico ainda preservam, com imponência e grandiosidade, guaritas e muros de pedra já cobertos de vegetação, portões de acesso, corredores, galerias e túneis carregados de mistério e largos pátios rochosos. Do alto do Pico, avista-se, de um lado, a Fortaleza de Santa Cruz, o Morro da Urca e o Pão-de-Açúcar; e, de outro, o Forte do Imbuí e a grandeza atlântica,
FORTE DE RIO BRANCO E FORTE IMBUI
Os fortes são ligados por uma pequena estrada cercada de árvores e praias, compondo um conjunto de três milhões e duzentos mil metros quadrados, com uma parte de Mata Atlântica preservada e manifestações zoológicas.
FORTE GRAGOATÁ
Localizado na ponta do Gragoatá, com ampla visão da entrada da Baía de Guanabara, foi construído entre os séculos XVII e XVIII, com o nome de Forte de São Domingos, em homenagem ao patrono da capela construída em 1652, hoje matriz de São Domingos. Limitado pela praia e pela praça homónimas.
FORTE DA BOA VIAGEM
A Ilha da Boa Viagem, na ponta da praia de mesmo nome, revela e oculta dois monumentos arquitectónicos do período colonial. Fincada em seu topo, solitária e poeticamente contemplando a Baía de Guanabara, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem se oferece aos olhos dos que a contemplam. Ocultas sob a vegetação, abaixo da Igreja, escondem-se as ruínas de uma fortificação erguida no final do século XVII com o nome de Forte da Barra, logo depois chamado Forte da Boa Viagem.
BATERIA DA AJUDA
Trata-se de estrutura apenas relacionada por Barretto, sem maiores detalhes, entre as diversas baterias outrora existentes para defesa da cidade do Rio de Janeiro.
FORTIFICAÇÕES DE GUARATIBA
As Fortificações de Guaratiba localizavam-se em posição dominante na barra de Guaratiba, a sudoeste da cidade do Rio de Janeiro, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Foi este o trecho do litoral escolhido para o desembarque dos corsários franceses de Jean-François Duclerc, (1671-1711), que, marchando pela antiga estrada que dava acesso à Fazenda de Santa Cruz, invadiram a cidade do Rio de Janeiro em Agosto de 1710. Em 1885, todas as fortificações na Guaratiba encontravam-se em ruínas.
Foi este o trecho do litoral escolhido para o desembarque dos corsários franceses de Jean-François Duclerc, (1671-1711), que, marchando pela antiga estrada que dava acesso à Fazenda de Santa Cruz, invadiram a cidade do Rio de Janeiro em Agosto de 1710. Em 1885, todas as fortificações na Guaratiba encontravam-se em ruínas.
BATERIA DA PRAIA DOS ANJOS
A Bateria da Praia dos Anjos localizava-se num promontório rochoso (o morro da Fortaleza) entre a praia do Forno e a praia dos Anjos, na atual cidade de Arraial do Cabo, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Souza, a propósito do 'Forte de São Mateus do Cabo Frio' cuja defesa complementava, cita o Relatório do General António Elisiário (Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, que relaciona esta bateria, artilhada com quatro peças. Também conhecida como 'Luneta do Sururu' ou 'Fortaleza do Marisco', tratava-se de um pequeno posto de vigia em posição dominante da enseada dos Anjos e do ancoradouro na praia do Forno, constituído por parapeitos de alvenaria de pedra e cal em forma de "V", com uma pequena Casa da Pólvora protegida por uma parede dupla. A sua defesa era complementada por outro posto de vigia que lhe era oposto, no topo do morro da Atalaia, batendo o Oceano Atlântico. Em conjunto, essas estruturas tinham a função de observação dos navios em trânsito naquele litoral de, e para, o porto do Rio de Janeiro, dando aviso da passagem dos mesmos.
Souza, a propósito do 'Forte de São Mateus do Cabo Frio' cuja defesa complementava, cita o Relatório do General António Elisiário (Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, que relaciona esta bateria, artilhada com quatro peças. Também conhecida como 'Luneta do Sururu' ou 'Fortaleza do Marisco', tratava-se de um pequeno posto de vigia em posição dominante da enseada dos Anjos e do ancoradouro na praia do Forno, constituído por parapeitos de alvenaria de pedra e cal em forma de "V", com uma pequena Casa da Pólvora protegida por uma parede dupla. A sua defesa era complementada por outro posto de vigia que lhe era oposto, no topo do morro da Atalaia, batendo o Oceano Atlântico. Em conjunto, essas estruturas tinham a função de observação dos navios em trânsito naquele litoral de, e para, o porto do Rio de Janeiro, dando aviso da passagem dos mesmos.
BATERIA DA PRAINHA
A Bateria da Prainha localizava-se na antiga enseada da Prainha, ao final da atual rua do Acre, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Também conhecida como 'Reduto da Prainha', cobria aquele ancoradouro onde hoje, em área aterrada, se localiza a Praça Mauá. Encontra-se relacionada, sem maiores detalhes, entre as diversas baterias outrora existentes no Rio de Janeiro. Segundo Laytano, foi uma das estruturas defensivas reparadas ou levantadas em faxina para reforço da defesa da marinha da cidade, ao tempo do Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801). Na realidade esta estrutura deve remontar ao início do século XVIII, uma vez que se encontra identificada sob a legenda "O. Bateria da Parainha [sic] que deve ser reparada" na "Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações", 1713 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), e no "Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro", 1713 (Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), de autoria do Capitão de Engenheiros francês Jean Massé, que após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Do mesmo modo, encontra-se referida pelo Governador Antônio de Brito Freire de Menezes, (1717-1719), localizada "por detrás da Serra de São Bento" ("Conta sobre a fortificação e artilharia e mais fortalezas da Praça do Rio de Janeiro"). Figura como Bateria da Prainha na carta de André Vaz Figueira ("Carta Topográfica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro"), 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade para mostrar as obras de seu governo (1733-1763). Também encontra-se relacionada no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que íntegra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789".
Também conhecida como 'Reduto da Prainha', cobria aquele ancoradouro onde hoje, em área aterrada, se localiza a Praça Mauá. Encontra-se relacionada, sem maiores detalhes, entre as diversas baterias outrora existentes no Rio de Janeiro. Segundo Laytano, foi uma das estruturas defensivas reparadas ou levantadas em faxina para reforço da defesa da marinha da cidade, ao tempo do Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801). Na realidade esta estrutura deve remontar ao início do século XVIII, uma vez que se encontra identificada sob a legenda "O. Bateria da Parainha [sic] que deve ser reparada" na "Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações", 1713 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), e no "Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro", 1713 (Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), de autoria do Capitão de Engenheiros francês Jean Massé, que após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Do mesmo modo, encontra-se referida pelo Governador Antônio de Brito Freire de Menezes, (1717-1719), localizada "por detrás da Serra de São Bento" ("Conta sobre a fortificação e artilharia e mais fortalezas da Praça do Rio de Janeiro"). Figura como Bateria da Prainha na carta de André Vaz Figueira ("Carta Topográfica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro"), 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade para mostrar as obras de seu governo (1733-1763). Também encontra-se relacionada no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que íntegra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789".
BATERIA DE ITAPUÃ
A Bateria de Itapuã localizava-se a cerca de dois quilômetros do pontal de Sernambetiba, no pontal de Itapuã sobre a praia de Sernambetiba (hoje praia dos Bandeirantes, no bairro do Recreio dos Bandeirantes), no litoral sudoeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta fortificação encontra-se relacionada como 'Bateria de Itapuã', juntamente com a Bateria do Pontal de Sernambetiba, ambas na praia próxima da Sernambetiba. Ambas faziam parte do conjunto de baterias que defendiam o acesso à antiga Capital, por forças que desembarcassem entre a ponta da Gávea e a barra de Guaratiba, e já se encontravam desaparecidas à época, segue a mesma informação, acrescentando que essas duas Baterias, em 1838, se encontravam sob o comando do Capitão Antônio José Leal de Barros computa um fortim (Fortim de Itapuã ou Fortim de Jacarepaguá), e não uma, mas duas baterias de Itapuã, além de duas baterias do Pontal. As baterias sobre a praia no pontal de Itapuã, a oeste do pontal de Sernambetiba, teriam sido erguidas, como as demais da região, em 1775, durante o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), para defesa daquele trecho do litoral.
Esta fortificação encontra-se relacionada como 'Bateria de Itapuã', juntamente com a Bateria do Pontal de Sernambetiba, ambas na praia próxima da Sernambetiba. Ambas faziam parte do conjunto de baterias que defendiam o acesso à antiga Capital, por forças que desembarcassem entre a ponta da Gávea e a barra de Guaratiba, e já se encontravam desaparecidas à época, segue a mesma informação, acrescentando que essas duas Baterias, em 1838, se encontravam sob o comando do Capitão Antônio José Leal de Barros computa um fortim (Fortim de Itapuã ou Fortim de Jacarepaguá), e não uma, mas duas baterias de Itapuã, além de duas baterias do Pontal. As baterias sobre a praia no pontal de Itapuã, a oeste do pontal de Sernambetiba, teriam sido erguidas, como as demais da região, em 1775, durante o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), para defesa daquele trecho do litoral.
BATERIA DE N.S. DA BOA VIAGEM
A Bateria de Nossa Senhora da Boa Viagem, também conhecida como Forte da Boa Viagem ou Fortim da Boa Viagem, localiza-se na ilha de mesmo nome, no interior da baía da Guanabara, cerca de 1,5 quilómetros ao sul do centro histórico de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. A ilha da Boa Viagem, na ponta da praia do mesmo nome, abriga dois monumentos da época do Brasil Colônia: em posição dominante, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, e, a meia encosta, pelo lado da baía, actualmente ocultas pela vegetação, as ruínas da antiga fortificação.
Os estudiosos divergem quanto ao seu primitivo estabelecimento: Monsenhor Pizarro deixou registrado que a primitiva ermida e o reduto militar é coevo, remontando a 1663. Fausto de Sousa informou que a bateria remonta à época da gestão do governador e capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697), que reaparelhou as fortificações da Capitania por temer represálias das suas instruções às autoridades da ilha Grande, ilha de São Sebastião e Vila dos Santos, negando acolhida a navios franceses na costa ao Sul da cidade do Rio. Carlos Wehrs considera a primitiva ermida como anterior ao reduto, admitindo ter sido a primeira erguida anteriormente a 1663 e o segundo, por volta de 1695, à época do Governador Sebastião de Castro Caldas, com o nome de Bateria da Boa Viagem. Aníbal Barreto considera que a construção do forte seria anterior a 1710. Integrante da defesa interna da baía de Guanabara, esta Bateria cruzava fogos com a antiga Bateria de São Domingos, (atual Forte de São Domingos de Gragoatá) com quem cooperava também para defesa da povoação de São Lourenço dos Índios (futura cidade de Niterói). Em 1710, artilhada com dez peças de ferro e bronze de diferentes calibres, recebeu o seu baptismo de fogo na invasão do Rio de Janeiro pelo corsário francês René Duguay-Trouin, em Setembro de 1711, a quem capitulou, após esgotada a munição de suas armas. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luís de Vasconcelos e Sousa, que o sucedeu no vice-reinado", datado de 19 de Junho de 1779, informa: "Os pequenos redutos do Gravatá e Boa Viagem foram reedificados, que estavam inteiramente fora de serviço.". Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do vice-rei Luís de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar apenso ao primeiro. Foi utilizada como prisão ao tempo do vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801), que por medida de segurança para aí fez transferir, da ilha das Enxadas, oficiais franceses lá detidos (1799-1800).
No século XIX, após a vinda da Família Real e da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro (1808), com o aumento do movimento no porto desta cidade, a partir de 1810 as suas instalações serviram como quarentena aos recém-chegados.
BATERIA DE N. S. DA GLÓRIA DO OUTEIRO
A Bateria de Nossa Senhora da Glória do Outeiro localizava-se no adro da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Constituiu-se numa posição defensiva, em posição dominante no outeiro onde se erguia a capela de Nossa Senhora da Glória, batendo a enseada e a praia de mesmo nome. Já figura em mapa de 1791, provavelmente integrando o reforço das defesas da cidade promovido ao final do século XVII pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697), que reaparelhou as fortificações da cidade por temer represálias das suas instruções às autoridades da Ilha Grande, ilha de São Sebastião e vila dos Santos, negando acolhida a navios franceses na costa ao sul do Rio de Janeiro. O Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801), por medida de segurança, colocou "artilhamento" no adro da igreja da Glória do Outeiro. Essa artilharia foi definida por outros autores como "de regular calibre". Com o final de seu governo, essa e outras baterias que fizera erguer para defesa da marinha da cidade do Rio de Janeiro, foram desguarnecidas e desartilhadas. Uma iconografia da cidade do Rio de Janeiro vista do adro da Igreja em meados do século XIX ("A cidade vista do adro da Igreja da Glória do Outeiro", c. 1847. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro), da autoria de Raymond-Auguste Quinsac de Monvoisin (1790-1870), não evidencia traços dessa estrutura. Actualmente, apenas os drenos de águas pluviais no beiral do telhado da Igreja, em forma de pequenas peças de artilharia, lembram essa antiga função defensiva aos visitantes.
BATERIA DE N. S. DA GUIA
Embora a primitiva ocupação do promontório rochoso à margem esquerda da barra seja tradicionalmente atribuída a uma bateria francesa que teria existido entre 1555-1560 para defesa da França Antártica, as fontes coevas apenas referem a tentativa de estabelecimento de uma bateria na ilha da Laje, (ver Bateria Ratier). Em 1573, os temiminós sob a liderança de Araribóia mudaram-se para a atual região de Niterói, fundando o aldeamento de São Lourenço dos Índios. Dois anos mais tarde (1575), a nau francesa "Salamandra" atacou a povoação, trazendo o temor de possíveis ataques vindos pelo mar. A posição na barra da baía só foi efectivamente ocupada pelos portugueses a partir de 1584, quando foi erguida uma bateria, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia, na segunda gestão de Salvador Correia de Sá, o velho, enquanto governador da Capitania do Rio de Janeiro (1577-1599). A informação é fornecida pelo padre José de Anchieta em sua carta ânua de 1585, onde reportou a seus superiores que a cidade do Rio de Janeiro se encontrava bem defendida, não só pela Fortaleza de São Sebastião do Castelo, mas por várias outras, entre as quais se destacava a Bateria de Nossa Senhora da Guia, mandada erguer, no ano anterior, por aquele governante. Embora Souza compreenda ter sido esta a estrutura que repeliu a tentativa de assalto do corsário neerlandês Olivier van Noort à baía da Guanabara, (1599), parece mais correto compreender que foi diante dela na barra, a 9 de Fevereiro, que as autoridades coloniais portuguesas negaram a licença requerida por aquele almirante para fazer aguada à sua esquadra de três navios, armada pela Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, com ordens para passar o estreito de Magalhães em busca de uma rota alternativa à do cabo da Boa Esperança. De acordo com os diários de bordo, a esquadra, vítima de escorbuto, buscava "refrescos" (suprimentos frescos e água potável), o que foi negado pelas autoridades portuguesas, à entrada na baía de Guanabara, receosas de um ataque, tendo se registrado uma escaramuça em terra. Esta estrutura foi sucedida pela Fortaleza de Santa Cruz da Barra.
FORTE DE S. TIAGO DA MISERICÓRDIA
O Forte de São Tiago da Misericórdia localizava-se no pontal de São Tiago (depois Calabouço) aos pés do morro do Descanso (depois morro do Castelo), entre as praias da Piaçaba e de Santa Luzia (hoje desaparecidas), no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
De acordo com a pesquisa do Museu Histórico Nacional, a primeira estrutura no local remonta a uma bateria, erguida por forças portuguesas em 1567. Nesse sentido, tratava-se de uma defesa do primitivo ancoradouro da cidade, transferida naquele ano para o alto do morro do Descanso, e que se inseria no conjunto de obras defensivas iniciadas pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Mem de Sá, (1567-68). Encontra-se identificada no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Abiblioteque Nationale de France, Paris), como "le fort de la [ilegível]", artilhado com duas peças. Souza refere esta estrutura como Arsenal de Guerra, atribuindo-a ao governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá, (1602-1608), que fez levantar uma Bateria na base do morro do Castelo para a defesa da praia de Santa Luzia (1603), sob a invocação de São Tiago (Bateria de Santiago, Bateria da praia de Santa Luzia), cruzando fogos com o Forte de Villegagnon. Encontra-se cartografado como Forte de São Tiago por João Teixeira Albernaz, o velho, (",Capitania do Rio de Janeiro", 16,31. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), e por João Teixeira Albernaz, o moço ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Durante o governo de Duarte Correia Vasqueanes, (1645-1648), foi construída uma cortina ligando-o à Fortaleza de São Sebastião do Castelo, no alto do morro do Castelo. A partir de 1696 foi reconstruído pelo governador Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697).
De acordo com a pesquisa do Museu Histórico Nacional, a primeira estrutura no local remonta a uma bateria, erguida por forças portuguesas em 1567. Nesse sentido, tratava-se de uma defesa do primitivo ancoradouro da cidade, transferida naquele ano para o alto do morro do Descanso, e que se inseria no conjunto de obras defensivas iniciadas pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Mem de Sá, (1567-68). Encontra-se identificada no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Abiblioteque Nationale de France, Paris), como "le fort de la [ilegível]", artilhado com duas peças. Souza refere esta estrutura como Arsenal de Guerra, atribuindo-a ao governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá, (1602-1608), que fez levantar uma Bateria na base do morro do Castelo para a defesa da praia de Santa Luzia (1603), sob a invocação de São Tiago (Bateria de Santiago, Bateria da praia de Santa Luzia), cruzando fogos com o Forte de Villegagnon. Encontra-se cartografado como Forte de São Tiago por João Teixeira Albernaz, o velho, (",Capitania do Rio de Janeiro", 16,31. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), e por João Teixeira Albernaz, o moço ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Durante o governo de Duarte Correia Vasqueanes, (1645-1648), foi construída uma cortina ligando-o à Fortaleza de São Sebastião do Castelo, no alto do morro do Castelo. A partir de 1696 foi reconstruído pelo governador Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697).
Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas Fortificações (1713). Quando da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, (Setembro de 1711), estava artilhado com uma peça. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. Encontra-se identificado pelo Brigadeiro Engenheiro Jean Massé sob a legenda "E. Fortaleza antiga de São Thiago" (Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) (Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713. Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro). Este Capitão de Engenheiros francês, após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V, (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Figura como "Forte de S. Thiago", distinto da Bateria na praia de Santa Luzia, na carta de André Vaz Figueira, (Carta Topográfica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, (1733-1763) para mostrar as obras de seu governo. Ao final do século XVIII, (c. 1768-1769), foi ligado por uma cortina ao Arsenal do Trem, segundo risco do Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck. Na mesma época, encontra-se representado em projecto anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria, (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) como Forte do Calabouço, com planta no formato de duas meias luas, ligadas por cortinas. Desse modo, não procede a informação, comumente aceite, de que essa denominação data do governo do Vice-rei Dom Luís de Vasconcelos e Souza, (1779-1790), que ali teria instituído uma prisão onde eram recolhidos os escravos que oficialmente sofriam castigos corporais, evitando essa exposição em locais públicos. O Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801), procedeu-lhe reparos e reforço na estrutura.
BATERIA DE S. ANTÓNIO DA PRAIA DE FORA
A Bateria de Santo Antônio da Praia de Fora localizava-se na antiga praia da Vargem (também praia de Fora, atual praia do Rio Branco), na enseada de Jurujuba, no município de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.
No exterior da barra da baía da Guanabara, esta bateria tinha a função de defender o acesso à elevação padrasto à Fortaleza de Santa Cruz da Barra, cuja defesa complementava, e a quem se subordinava. Encontrava-se em construção em 1701, quando o Capitão Marcos da Costa da Fonseca foi nomeado como seu comandante ("Carta Patente de Marcos da Costa da Fonseca, Capitão da Fortaleza de Santo Antônio da Praia da Vargem", 15 de Março de 1701. Livro dos Governadores do Rio de Janeiro, Col. 77 Livro VIII, 1699-1708 fls. 139-141. Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.). Em 1711, (época da invasão do corsário René Duguay-Trouin) contava com seis peças de artilharia. O Governador da capitania do Rio de Janeiro, Antônio de Brito Freire de Menezes, (1717-1719), relatou à Coroa que "fora da barra, se achavam duas baterias, uma, por detrás da Fortaleza de Santa Cruz, na praia que chamam de Vargem (…)" e que "a bateria da praia da Vargem fica entre dois outeiros altíssimos (…) composta de terra e faxina e se acha arruinada". O relatório adita que isso não é motivo para desprezá-la "porque não defende só algumas roças vizinhas, como diz o brigadeiro [João] Massé, mas a serra, em cuja ponta está a Fortaleza de Santa Cruz, e lhe fica servindo de padrasto." ("Conta sobre a fortificação e artilharia e mais fortalezas da Praça do Rio de Janeiro"). Essa situação agravou-se até 1767, quando se encontrava bastante arruinada ("Planta e vestígios do Forte de Santo Antônio da praia de Fora", c. 1767. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcelos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informa: "(…) [A Fortaleza do Pico] do mesmo modo defende a praia de fora, aonde também mandei fazer uma defesa daquele porto que ali há, e sem embargo de não ser uma grande obra, está quase concluída."). Encontra-se relacionada no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro. À época do Brasil Império, no Período Regencial, o Decreto de 24 de Dezembro de 1831 determinou o seu desarmamento. Posteriormente, no contexto da Questão Christie (1862-1865), recebeu obras de reforço, estando artilhada à época (1885) com vinte e quatro peças de calibre 24.
No exterior da barra da baía da Guanabara, esta bateria tinha a função de defender o acesso à elevação padrasto à Fortaleza de Santa Cruz da Barra, cuja defesa complementava, e a quem se subordinava. Encontrava-se em construção em 1701, quando o Capitão Marcos da Costa da Fonseca foi nomeado como seu comandante ("Carta Patente de Marcos da Costa da Fonseca, Capitão da Fortaleza de Santo Antônio da Praia da Vargem", 15 de Março de 1701. Livro dos Governadores do Rio de Janeiro, Col. 77 Livro VIII, 1699-1708 fls. 139-141. Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.). Em 1711, (época da invasão do corsário René Duguay-Trouin) contava com seis peças de artilharia. O Governador da capitania do Rio de Janeiro, Antônio de Brito Freire de Menezes, (1717-1719), relatou à Coroa que "fora da barra, se achavam duas baterias, uma, por detrás da Fortaleza de Santa Cruz, na praia que chamam de Vargem (…)" e que "a bateria da praia da Vargem fica entre dois outeiros altíssimos (…) composta de terra e faxina e se acha arruinada". O relatório adita que isso não é motivo para desprezá-la "porque não defende só algumas roças vizinhas, como diz o brigadeiro [João] Massé, mas a serra, em cuja ponta está a Fortaleza de Santa Cruz, e lhe fica servindo de padrasto." ("Conta sobre a fortificação e artilharia e mais fortalezas da Praça do Rio de Janeiro"). Essa situação agravou-se até 1767, quando se encontrava bastante arruinada ("Planta e vestígios do Forte de Santo Antônio da praia de Fora", c. 1767. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcelos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informa: "(…) [A Fortaleza do Pico] do mesmo modo defende a praia de fora, aonde também mandei fazer uma defesa daquele porto que ali há, e sem embargo de não ser uma grande obra, está quase concluída."). Encontra-se relacionada no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro. À época do Brasil Império, no Período Regencial, o Decreto de 24 de Dezembro de 1831 determinou o seu desarmamento. Posteriormente, no contexto da Questão Christie (1862-1865), recebeu obras de reforço, estando artilhada à época (1885) com vinte e quatro peças de calibre 24.
BATERIAS EMGENHO NOVO
As Baterias do Engenho Novo localizavam-se a oeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Souza, a propósito das fortificações do sertão de Jacarepaguá, refere que existiram três baterias em posição dominante nos desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho da estrada da antiga Fazenda de Santa Cruz (Estrada Real de Santa Cruz), que dava acesso ao sul fluminense. A propósito do Forte do Campinho, refere ainda a existência de baterias auxiliares nas elevações fronteiras do contraforte da serra do Andaraí e da serra do Irajá, dominando a Estrada Real de Santa Cruz, próximo ao cruzamento da Estrada do Campo Grande e da Estrada de Jacarepaguá, e ainda a Estrada do Irajá, onde se localizava, à época (1885), o largo do Madureira. Algumas dessas estruturas possivelmente remontavam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e outras à época da Independência do Brasil (1822), ocasiões em que foram erguidas diversas pequenas obras defensivas em pontos estratégicos, cobrindo os acessos à Capital, pelo litoral e pelo interior. Todas teriam sido desarmadas e desguarnecidas à época do Período Regencial, pelo Decreto de 24 de Dezembro de 1831. A fortificação do Campinho, e mais as de Irajá, do Engenho Novo e do Andaraí, se encontram relacionadas entre as defesas do sector Norte ("Fortificações do Campinho") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Souza informa que nada mais restava das mesmas, à época (1885).
Souza, a propósito das fortificações do sertão de Jacarepaguá, refere que existiram três baterias em posição dominante nos desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho da estrada da antiga Fazenda de Santa Cruz (Estrada Real de Santa Cruz), que dava acesso ao sul fluminense. A propósito do Forte do Campinho, refere ainda a existência de baterias auxiliares nas elevações fronteiras do contraforte da serra do Andaraí e da serra do Irajá, dominando a Estrada Real de Santa Cruz, próximo ao cruzamento da Estrada do Campo Grande e da Estrada de Jacarepaguá, e ainda a Estrada do Irajá, onde se localizava, à época (1885), o largo do Madureira. Algumas dessas estruturas possivelmente remontavam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e outras à época da Independência do Brasil (1822), ocasiões em que foram erguidas diversas pequenas obras defensivas em pontos estratégicos, cobrindo os acessos à Capital, pelo litoral e pelo interior. Todas teriam sido desarmadas e desguarnecidas à época do Período Regencial, pelo Decreto de 24 de Dezembro de 1831. A fortificação do Campinho, e mais as de Irajá, do Engenho Novo e do Andaraí, se encontram relacionadas entre as defesas do sector Norte ("Fortificações do Campinho") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Souza informa que nada mais restava das mesmas, à época (1885).
BATERIA DO ARSENAL DE MARINHA
A Bateria do Arsenal de Marinha localizava-se no interior da baía de Guanabara, frente à ilha das Cobras, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Trata-se de uma bateria que figura em mapa da cidade do Rio de Janeiro, datado de 1791, defendendo, pelo lado de terra, o acesso à ilha das Cobras, onde se localiza actualmente o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
Trata-se de uma bateria que figura em mapa da cidade do Rio de Janeiro, datado de 1791, defendendo, pelo lado de terra, o acesso à ilha das Cobras, onde se localiza actualmente o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
BATERIA DO CAFOFO
A Bateria do Cafofo localizava-se na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Trata-se de estrutura apenas relacionada por Barretto, sem maiores detalhes, entre as diversas baterias outrora existentes para defesa da cidade do Rio de Janeiro. A palavra "cafofo" está dicionarizada no Brasil como terreno pantanoso, com exalações peculiares às águas apodrecidas, ou ainda como sentina, fossa, latrina.
Trata-se de estrutura apenas relacionada por Barretto, sem maiores detalhes, entre as diversas baterias outrora existentes para defesa da cidade do Rio de Janeiro. A palavra "cafofo" está dicionarizada no Brasil como terreno pantanoso, com exalações peculiares às águas apodrecidas, ou ainda como sentina, fossa, latrina.
BATERIAS DO ENGENHO NOVO
As Baterias do Engenho Novo localizavam-se a oeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Souza, a propósito das fortificações do sertão de Jacarepaguá, refere que existiram três baterias em posição dominante nos desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho da estrada da antiga Fazenda de Santa Cruz (Estrada Real de Santa Cruz), que dava acesso ao sul fluminense. A propósito do Forte do Campinho, refere ainda a existência de baterias auxiliares nas elevações fronteiras do contraforte da serra do Andaraí e da serra do Irajá, dominando a Estrada Real de Santa Cruz, próximo ao cruzamento da Estrada do Campo Grande e da Estrada de Jacarepaguá, e ainda a Estrada do Irajá, onde se localizava, à época (1885), o largo do Madureira. Algumas dessas estruturas possivelmente remontavam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e outras à época da Independência do Brasil (1822), ocasiões em que foram erguidas diversas pequenas obras defensivas em pontos estratégicos, cobrindo os acessos à Capital, pelo litoral e pelo interior.
Souza, a propósito das fortificações do sertão de Jacarepaguá, refere que existiram três baterias em posição dominante nos desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho da estrada da antiga Fazenda de Santa Cruz (Estrada Real de Santa Cruz), que dava acesso ao sul fluminense. A propósito do Forte do Campinho, refere ainda a existência de baterias auxiliares nas elevações fronteiras do contraforte da serra do Andaraí e da serra do Irajá, dominando a Estrada Real de Santa Cruz, próximo ao cruzamento da Estrada do Campo Grande e da Estrada de Jacarepaguá, e ainda a Estrada do Irajá, onde se localizava, à época (1885), o largo do Madureira. Algumas dessas estruturas possivelmente remontavam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e outras à época da Independência do Brasil (1822), ocasiões em que foram erguidas diversas pequenas obras defensivas em pontos estratégicos, cobrindo os acessos à Capital, pelo litoral e pelo interior.
BATERIA DO MORRO DA CONCEIÇÃO
A Bateria do Morro da Conceição localizava-se no alto do morro da Conceição, no atual bairro da Saúde, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
O alto do morro da Conceição foi originalmente ocupado e fortificado pelo corsário francês René Duguay-Trouin quando da sua invasão à cidade, em Setembro de 1711, juntamente com o alto do morro de São Diogo (próximo a onde está hoje situada a estação da Estrada de Ferro Leopoldina) e a ilha das Cobras. Esta bateria dominava a enseada da Prainha e a Saúde. Abandonada após a partida do corsário (14 de Novembro de 1711), foi sucedida, a partir de 1715, pela Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.
O alto do morro da Conceição foi originalmente ocupado e fortificado pelo corsário francês René Duguay-Trouin quando da sua invasão à cidade, em Setembro de 1711, juntamente com o alto do morro de São Diogo (próximo a onde está hoje situada a estação da Estrada de Ferro Leopoldina) e a ilha das Cobras. Esta bateria dominava a enseada da Prainha e a Saúde. Abandonada após a partida do corsário (14 de Novembro de 1711), foi sucedida, a partir de 1715, pela Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.
BATERIA DO MORRO DE SÃO BENTO
A Bateria do Morro de São Bento localizava-se no morro de São Bento, limite do centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Uma fortificação no alto do morro de São Bento encontra-se cartografada por João Teixeira Albernaz, o moço ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), com a legenda "Forte de São Bento". Na realidade uma simples bateria, Barretto relaciona esta estrutura como um forte, erguido em 1711 pelos monges beneditinos que ali mantêm um mosteiro e uma igreja desde os primeiros dias da fundação da cidade. O primeiro comandante desta fortificação teria sido Gaspar de Ataíde, e a posição foi bombardeada pela artilharia do corsário francês René Duguay-Trouin, baseada na ilha das Cobras que lhe era fronteira, quando da invasão do Rio de Janeiro em Setembro de 1711, conservando os monges ainda algumas das balas recebidas. Ainda sobre este episódio, uma fonte francesa coeva indica que este forte possuía quatro baterias, estando artilhado com 13 peças. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcelos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informava:
Uma fortificação no alto do morro de São Bento encontra-se cartografada por João Teixeira Albernaz, o moço ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), com a legenda "Forte de São Bento". Na realidade uma simples bateria, Barretto relaciona esta estrutura como um forte, erguido em 1711 pelos monges beneditinos que ali mantêm um mosteiro e uma igreja desde os primeiros dias da fundação da cidade. O primeiro comandante desta fortificação teria sido Gaspar de Ataíde, e a posição foi bombardeada pela artilharia do corsário francês René Duguay-Trouin, baseada na ilha das Cobras que lhe era fronteira, quando da invasão do Rio de Janeiro em Setembro de 1711, conservando os monges ainda algumas das balas recebidas. Ainda sobre este episódio, uma fonte francesa coeva indica que este forte possuía quatro baterias, estando artilhado com 13 peças. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcelos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informava:
"Deste mesmo modo [de campanha, com risco que mandou fazer] fortifiquei a altura de S. Bento (…).".
BATERIA DO MORRO DE S. JANUÁRIO
A Bateria do Morro de São Januário localizava-se no antigo morro do Descanso, também conhecido como morro de São Januário, alto da Sé, alto de São Sebastião, ou simplesmente morro do Castelo (hoje desaparecido), no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta bateria sucedeu o Reduto do Morro de São Januário, que remontava a 1572, artilhado com uma peça, como ilustrado no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris), que registra a cidade do Rio de Janeiro e suas defesas. Após a invasão do corsário francês Jean-François Duclerc (Agosto de 1710), por ordem do governador da capitania do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Morais, (1710-1711), a Fortaleza de São Sebastião do Castelo foi reconstruída e a sua artilharia reforçada. Procedeu-se do mesmo modo com o complemento da sua defesa sul, reconstruindo-se o Reduto ou Bateria de São Januário, que se encontrava artilhado com onze peças no ano seguinte, ao tempo da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin (Setembro de 1711). Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informou:
Esta bateria sucedeu o Reduto do Morro de São Januário, que remontava a 1572, artilhado com uma peça, como ilustrado no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris), que registra a cidade do Rio de Janeiro e suas defesas. Após a invasão do corsário francês Jean-François Duclerc (Agosto de 1710), por ordem do governador da capitania do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Morais, (1710-1711), a Fortaleza de São Sebastião do Castelo foi reconstruída e a sua artilharia reforçada. Procedeu-se do mesmo modo com o complemento da sua defesa sul, reconstruindo-se o Reduto ou Bateria de São Januário, que se encontrava artilhado com onze peças no ano seguinte, ao tempo da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin (Setembro de 1711). Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informou:
"Deste mesmo modo [fortificação de campanha, com planta que mandou fazer] (…) assim o pratiquei no sítio de S. Januário, que fica na altura onde era a Sé Velha; cujo sítio é sumamente vantajoso para defender toda a praia de N. Sra. da Ajuda, e as estradas que há para esta capital de todas as partes de que quiserem vir a ela, que desembarcam desde a praia do Bota-Fogo até às daquele sítio.".
Sob o governo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), foi novamente reparada e reforçada.
FORTE DE SÃO LUIS
O Forte de São Luís localiza-se no lado esquerdo da barra da baía de Guanabara, no alto do morro do Pico, no bairro de Jurujuba, município de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Trata-se de obra de fortificação proposta pelo brigadeiro engenheiro Jacques Funck ao vice-rei Dom Antônio Rolim de Moura Tavares (1767-1769), para a defesa daquele ponto, cerca de 180 metros acima do nível do mar, padrasto à Fortaleza de Santa Cruz da Barra. As suas obras só foram iniciadas, entretanto, em 1769-1770 por determinação do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), que relata:
"Voltando agora às defesas que fiz nesta capital, achará V. Exa. uma fortaleza no sítio chamado o Pico, para o qual tinha feito um plano o Marechal de Campo Diogo Funch: como este oficial tinha feito o dito sem ter descoberto primeiro todo aquele terreno, e examinados agora os obstáculos que nele haviam por ser o sítio sumamente escabroso, não só pela sua eminência, mas pela aspereza dos matos, o que fez o mesmo Marechal não poder chegar a reconhecer que uma parte do mesmo monte, onde foi ele o primeiro que chegou depois de muito trabalho, e de se cortarem muitos matos daquele lugar, formou seu plano, porém com a equivocação que costuma sempre haver em sítios semelhantes, quando eles não são de todo examinados; por entre aqueles matos e arvoredos mui densos havia grandíssimos penhascos, de que não podiam julgar senão quem os tivesse pisado, e por esta razão supôs aquele oficial que ali havia outra qualidade de terreno, e nesta conformidade formou o seu plano. Eu, vendo quanto era importante fortificar aquele lugar, sem embargo de todas as dificuldades que me propuseram, fiz a maior eficácia em ir reconhecer aquele ponto; custou bastante o poder descobrir todo, e podê-lo eu pisar; porém conseguiu-se o deitar o mato fora, e reconhecer-se todo aquele terreno; e sobre ele fiz emendar o que não era praticável do plano do Marechal Funch, aproveitando-me do mais que podia ser aproveitável. Dei princípio à construção daquela fortaleza, e sem embargo de ser já a tempo de eu esperar os inimigos, consegui pô-la em defesa, vencendo as dificuldades que todos julgavam impossíveis. V. Exa. não a acha inteiramente acabada; aí cuidei tão-somente em me cobrir, e fazer o que era mais essencial para pôr em defesa aquele ponto. Toda a obra que era mais dificultosa, e de maior trabalho e despesa, está feita; o que lhe falta, ainda que muito preciso para o serviço da mesma fortaleza, já V. Exa. não terá tantas dificuldades para poder conseguir ou concluí-las. Aquele ponto é um dos mais importantes, como V. Exa. verá. É o cavaleiro de Santa Cruz; com aquela fortaleza nenhum inimigo se poderá fazer senhor da sobredita fortaleza de Santa Cruz; podem sim arruinar-lhe as suas muralhas, porém nem um só homem poderá lá ficar o mais pequeno instante. Pode servir aquele ponto de uma segura retirada à guarnição da fortaleza, sem que o inimigo o possa seguir. Defende também para dentro do porto; e ainda que os tiros não podem ser tão mergulhantes, contudo não deixarão de fazer os estragos, e ao mesmo tempo defende as baterias baixas que se possam formar dentro do porto, por todo aquele vale ou saco que corre de Santa Cruz para dentro: do mesmo modo defende a praia de fora, aonde também mandei fazer uma defesa daquele porto que ali há, e sem embargo de não ser uma grande obra, está quase concluída."
("Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19/Jun/1779.)
A inscrição epigráfica comemorativa da inauguração, sobre o seu portão de armas, reza:
"Josepho I. Imperante, Fidel.mo Portugaliae Rege, Provident.mo Principe, Arx Haec, Divo Aloisio Sacrata. Fundata est 1775" (Reinando Dom José, Fidelíssimo Rei de Portugal, Providentíssimo Príncipe, este Forte, consagrado a São Luís, foi fundado em 1775). Uma segunda lápide complementa:"
No referido [reinado] para repelir a invasão de inimigos, foram começados estes muros e em menos de três anos concluídos sob o governo do Vice-Rei Dom Luiz de Almeida, 2º Marquês de Lavradio, que para construção desta obra, que até então ninguém ousara, moveu toda pedra, tão grande trabalho tendo sido confiado à sua firme energia, sob tumulto que debalde se opôs de iminente guerra com os espanhóis." Esta fortificação foi autónoma até 1811, quando o seu Comando foi extinto e a sua guarnição incorporada à da Fortaleza de Santa Cruz.
BATERIA DO MORRO DO VALONGO
A Bateria do Morro do Valongo localizava-se no alto do morro do Valongo (hoje morro da Conceição), no bairro portuário da Saúde, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta estrutura é relacionada por Souza, sem maiores detalhes, entre as baterias diversas outrora existentes para a defesa da cidade do Rio de Janeiro. O alto do morro do Valongo é ocupado, actualmente, pelo Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Esta estrutura é relacionada por Souza, sem maiores detalhes, entre as baterias diversas outrora existentes para a defesa da cidade do Rio de Janeiro. O alto do morro do Valongo é ocupado, actualmente, pelo Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
BATERIA DO PONTAL DE SERNAMBETIBA
A Bateria do Pontal de Sernambetiba localizava-se no pontal de Sernambetiba, atual bairro do Recreio dos Bandeirantes), no litoral sudoeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
É uma fortificação relacionada por Souza, em posição dominante no pontal de Sernambetiba, e que cooperava com a Bateria de Itapuã. Ambas faziam parte do conjunto de baterias que defendiam o acesso à antiga Capital, por forças que desembarcassem entre a ponta da Gávea e a barra de Guaratiba, já desaparecidas à época (1885). Garrido segue a mesma informação, acrescentando que essas duas Baterias, em 1838, se encontravam sob o comando do Capitão Antônio José Leal de Barros. Barretto computa um Fortim de Sernambetiba, e não uma, mas duas baterias do Pontal. Essas estruturas sobre a praia no pontal de Itapuã, a oeste do pontal de Sernambetiba, teriam sido erguidas, como as demais da região, em 1775, durante o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), para defesa daquele trecho do litoral. O mesmo autor refere ainda que duas das antigas peças que artilhavam estas posições se encontravam, à época (1958), no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Encontra-se relacionada como Fortim de Semambitiba, entre as defesas do sector Sul ("Fortificação de Semambitiba") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional.
É uma fortificação relacionada por Souza, em posição dominante no pontal de Sernambetiba, e que cooperava com a Bateria de Itapuã. Ambas faziam parte do conjunto de baterias que defendiam o acesso à antiga Capital, por forças que desembarcassem entre a ponta da Gávea e a barra de Guaratiba, já desaparecidas à época (1885). Garrido segue a mesma informação, acrescentando que essas duas Baterias, em 1838, se encontravam sob o comando do Capitão Antônio José Leal de Barros. Barretto computa um Fortim de Sernambetiba, e não uma, mas duas baterias do Pontal. Essas estruturas sobre a praia no pontal de Itapuã, a oeste do pontal de Sernambetiba, teriam sido erguidas, como as demais da região, em 1775, durante o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), para defesa daquele trecho do litoral. O mesmo autor refere ainda que duas das antigas peças que artilhavam estas posições se encontravam, à época (1958), no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Encontra-se relacionada como Fortim de Semambitiba, entre as defesas do sector Sul ("Fortificação de Semambitiba") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional.
FORTIFICAÇÕES DE PARATY
As Fortificações de Paraty localizavam-se na enseada da atual cidade de Paraty, no litoral sul do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Uma povoação junto à praia do Pontal em Paraty (Vila Velha, atual morro do Forte), remonta ao final do século XVI, estabelecida por paulistas oriundos da capitania de São Vicente. Ao longo do século seguinte, essa povoação transferiu-se para o seu actual (c. 1640 ou 1646). Graças ao seu excelente ancoradouro e à proximidade com o Caminho dos Guaianás (nativos da região), que, subindo a serra do Mar, dava acesso ao planalto paulista, a economia da região cresceu, concentrando grande número de engenhos de açúcar. Desse modo, a povoação logo se separou da de Angra dos Reis (1660), elevada a vila com o nome de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty (1667). Com o descobrimento de ouro nos sertões das Minas Gerais (1698), a partir de 1703 foram erguidas diversas fortificações para a protecção do porto e da Vila de Paraty, início do caminho antigo das Minas, contra os ataques de corsários e de piratas.
BATERIA DE N. S. DA GUIA
A Bateria de Nossa Senhora da Guia localizava-se no lado esquerdo da barra da baía de Guanabara, no atual bairro de Jurujuba, município de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Embora a primitiva ocupação do promontório rochoso à margem esquerda da barra seja tradicionalmente atribuída a uma bateria francesa que teria existido entre 1555-1560 para defesa da França Antártica, as fontes coevas apenas referem a tentativa de estabelecimento de uma bateria na ilha da Laje. Em 1573, os temiminós sob a liderança de Araribóia mudaram-se para a atual região de Niterói, fundando o aldeamento de São Lourenço dos Índios. Dois anos mais tarde (1575), a nau francesa "Salamandra" atacou a povoação, trazendo o temor de possíveis ataques vindos pelo mar. A posição na barra da baía só foi efectivamente ocupada pelos portugueses a partir de 1584, quando foi erguida uma bateria, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia, na segunda gestão de Salvador Correia de Sá, o velho, enquanto governador da Capitania do Rio de Janeiro (1577-1599). A informação é fornecida pelo padre José de Anchieta em sua carta ânua de 1585, onde reportou a seus superiores que a cidade do Rio de Janeiro se encontrava bem defendida, não só pela Fortaleza de São Sebastião do Castelo, mas por várias outras, entre as quais se destacava a Bateria de Nossa Senhora da Guia, mandada erguer, no ano anterior, por aquele governante. Embora Souza compreenda ter sido esta a estrutura que repeliu a tentativa de assalto do corsário neerlandês Olivier van Noort à baía da Guanabara, (1599), parece mais correto compreender que foi diante dela na barra, a 9 de Fevereiro, que as autoridades coloniais portuguesas negaram a licença requerida por aquele almirante para fazer aguada à sua esquadra de três navios, armada pela Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, com ordens para passar o estreito de Magalhães em busca de uma rota alternativa à do cabo da Boa Esperança. De acordo com os diários de bordo, a esquadra, vítima de escorbuto, buscava "refrescos" (suprimentos frescos e água potável), o que foi negado pelas autoridades portuguesas, à entrada na baía de Guanabara, receosas de um ataque, tendo se registrado uma escaramuça em terra. Esta estrutura foi sucedida pela Fortaleza de Santa Cruz da Barra.
Embora a primitiva ocupação do promontório rochoso à margem esquerda da barra seja tradicionalmente atribuída a uma bateria francesa que teria existido entre 1555-1560 para defesa da França Antártica, as fontes coevas apenas referem a tentativa de estabelecimento de uma bateria na ilha da Laje. Em 1573, os temiminós sob a liderança de Araribóia mudaram-se para a atual região de Niterói, fundando o aldeamento de São Lourenço dos Índios. Dois anos mais tarde (1575), a nau francesa "Salamandra" atacou a povoação, trazendo o temor de possíveis ataques vindos pelo mar. A posição na barra da baía só foi efectivamente ocupada pelos portugueses a partir de 1584, quando foi erguida uma bateria, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia, na segunda gestão de Salvador Correia de Sá, o velho, enquanto governador da Capitania do Rio de Janeiro (1577-1599). A informação é fornecida pelo padre José de Anchieta em sua carta ânua de 1585, onde reportou a seus superiores que a cidade do Rio de Janeiro se encontrava bem defendida, não só pela Fortaleza de São Sebastião do Castelo, mas por várias outras, entre as quais se destacava a Bateria de Nossa Senhora da Guia, mandada erguer, no ano anterior, por aquele governante. Embora Souza compreenda ter sido esta a estrutura que repeliu a tentativa de assalto do corsário neerlandês Olivier van Noort à baía da Guanabara, (1599), parece mais correto compreender que foi diante dela na barra, a 9 de Fevereiro, que as autoridades coloniais portuguesas negaram a licença requerida por aquele almirante para fazer aguada à sua esquadra de três navios, armada pela Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, com ordens para passar o estreito de Magalhães em busca de uma rota alternativa à do cabo da Boa Esperança. De acordo com os diários de bordo, a esquadra, vítima de escorbuto, buscava "refrescos" (suprimentos frescos e água potável), o que foi negado pelas autoridades portuguesas, à entrada na baía de Guanabara, receosas de um ataque, tendo se registrado uma escaramuça em terra. Esta estrutura foi sucedida pela Fortaleza de Santa Cruz da Barra.
BATERIA PADRASTO DA CANDELÁRIA
A Bateria Padrasto da Candelária localizava-se na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta estrutura encontra-se relacionada por Barretto, sem maiores detalhes, entre as diversas baterias outrora existentes para a defesa da cidade do Rio de Janeiro. O único ponto padrasto à atual Igreja da Candelária, no centro histórico da cidade, é o alto do morro de São Bento, onde existiu uma bateria (ver Bateria do Morro de São Bento).
BATERIAS DA BARRA DA TIJUCA
As Baterias da Barra da Tijuca localizavam-se em posição dominante na barra da Tijuca e no alto da Boa Vista, a sudoeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
De acordo com Souza, existiram duas baterias na barra da Tijuca e no alto da Boa Vista, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho. Nada mais restava das mesmas, à época. Essas estruturas certamente remontam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), quando foram fortificados os desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, da serra dos Três Rios (defesas do sertão de Jacarepaguá), e as praias do litoral oceânico: na barra da Tijuca e nos lugares de Itapuã e do Pontal. Teriam sido desarmadas e desguarnecidas durante o Período Regencial, em 1831. Pela barra da lagoa da Tijuca, esse espelho d'água se comunica com o Oceano Atlântico. Pelo alto da Boa Vista, no maciço da Tijuca, faz-se a comunicação entre os atuais bairros da Tijuca e da Barra da Tijuca, através da atual Estrada de Furnas
De acordo com Souza, existiram duas baterias na barra da Tijuca e no alto da Boa Vista, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho. Nada mais restava das mesmas, à época. Essas estruturas certamente remontam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), quando foram fortificados os desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, da serra dos Três Rios (defesas do sertão de Jacarepaguá), e as praias do litoral oceânico: na barra da Tijuca e nos lugares de Itapuã e do Pontal. Teriam sido desarmadas e desguarnecidas durante o Período Regencial, em 1831. Pela barra da lagoa da Tijuca, esse espelho d'água se comunica com o Oceano Atlântico. Pelo alto da Boa Vista, no maciço da Tijuca, faz-se a comunicação entre os atuais bairros da Tijuca e da Barra da Tijuca, através da atual Estrada de Furnas
BATERIAS DE JACAREPAGUÁ
A Baterias da Barra de Jacarepaguá localizava-se na barra da lagoa de Jacarepaguá, a sudoeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Essas estruturas certamente remontam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), quando foram fortificados os desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, da serra dos Três Rios (defesas do sertão de Jacarepaguá), e as praias do litoral oceânico: na barra da Tijuca e nos lugares de Itapuã e do Pontal. De acordo com Souza, existiram duas Baterias na barra da lagoa de Jacarepaguá, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho do litoral. À época do Brasil Império, devido às repetidas crises do Período Regencial, o Decreto de 24 de Dezembro de 1831 mandou desarmá-las e desguarnecê-las. Uma fortificação do Jacaré encontra-se relacionada entre as defesas do sector Sul ("Fortificação de Semambitiba") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Ainda de acordo com Souza, nada mais restava dessas estruturas, à época. Barretto, menciona o Fortim de Itapuã ou Fortim de Jacarepaguá, em conjunto com as Baterias de Itapoã, indicando que se localizavam na altura da Pedra de Itapoã junto à praia de Sernambetiba. Não foi possível localizar a barra da lagoa de Jacarepaguá, uma vez que esse espelho d'água se comunica hoje com a lagoa da Tijuca por um canal sob a atual avenida Alvorada, (que liga o bairro da Barra da Tijuca com o de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro). A lagoa da Tijuca, por sua vez, se comunica com o Oceano Atlântico pela barra da Tijuca, que dá nome ao bairro.
Essas estruturas certamente remontam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), quando foram fortificados os desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, da serra dos Três Rios (defesas do sertão de Jacarepaguá), e as praias do litoral oceânico: na barra da Tijuca e nos lugares de Itapuã e do Pontal. De acordo com Souza, existiram duas Baterias na barra da lagoa de Jacarepaguá, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho do litoral. À época do Brasil Império, devido às repetidas crises do Período Regencial, o Decreto de 24 de Dezembro de 1831 mandou desarmá-las e desguarnecê-las. Uma fortificação do Jacaré encontra-se relacionada entre as defesas do sector Sul ("Fortificação de Semambitiba") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Ainda de acordo com Souza, nada mais restava dessas estruturas, à época. Barretto, menciona o Fortim de Itapuã ou Fortim de Jacarepaguá, em conjunto com as Baterias de Itapoã, indicando que se localizavam na altura da Pedra de Itapoã junto à praia de Sernambetiba. Não foi possível localizar a barra da lagoa de Jacarepaguá, uma vez que esse espelho d'água se comunica hoje com a lagoa da Tijuca por um canal sob a atual avenida Alvorada, (que liga o bairro da Barra da Tijuca com o de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro). A lagoa da Tijuca, por sua vez, se comunica com o Oceano Atlântico pela barra da Tijuca, que dá nome ao bairro.
BATERIAS DO ENGENHO NOVO
As Baterias do Engenho Novo localizavam-se a oeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Souza, a propósito das fortificações do sertão de Jacarepaguá, refere que existiram três baterias em posição dominante nos desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho da estrada da antiga Fazenda de Santa Cruz (Estrada Real de Santa Cruz), que dava acesso ao sul fluminense. A propósito do Forte do Campinho, refere ainda a existência de baterias auxiliares nas elevações fronteiras do contraforte da serra do Andaraí e da serra do Irajá, dominando a Estrada Real de Santa Cruz, próximo ao cruzamento da Estrada do Campo Grande e da Estrada de Jacarepaguá, e ainda a Estrada do Irajá, onde se localizava, à época (1885), o largo do Madureira. Algumas dessas estruturas possivelmente remontavam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e outras à época da Independência do Brasil (1822), ocasiões em que foram erguidas diversas pequenas obras defensivas em pontos estratégicos, cobrindo os acessos à Capital, pelo litoral e pelo interior. Todas teriam sido desarmadas e desguarnecidas à época do Período Regencial, pelo Decreto de 24 de Dezembro de 1831. A fortificação do Campinho, e mais as de Irajá, do Engenho Novo e do Andaraí, se encontram relacionadas entre as defesas do sector Norte ("Fortificações do Campinho") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Souza, informa que nada mais restava das mesmas, à época.
Souza, a propósito das fortificações do sertão de Jacarepaguá, refere que existiram três baterias em posição dominante nos desfiladeiros do Engenho Novo e da serra do Mateus, para defesa do acesso à cidade do Rio de Janeiro por aquele trecho da estrada da antiga Fazenda de Santa Cruz (Estrada Real de Santa Cruz), que dava acesso ao sul fluminense. A propósito do Forte do Campinho, refere ainda a existência de baterias auxiliares nas elevações fronteiras do contraforte da serra do Andaraí e da serra do Irajá, dominando a Estrada Real de Santa Cruz, próximo ao cruzamento da Estrada do Campo Grande e da Estrada de Jacarepaguá, e ainda a Estrada do Irajá, onde se localizava, à época (1885), o largo do Madureira. Algumas dessas estruturas possivelmente remontavam ao governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e outras à época da Independência do Brasil (1822), ocasiões em que foram erguidas diversas pequenas obras defensivas em pontos estratégicos, cobrindo os acessos à Capital, pelo litoral e pelo interior. Todas teriam sido desarmadas e desguarnecidas à época do Período Regencial, pelo Decreto de 24 de Dezembro de 1831. A fortificação do Campinho, e mais as de Irajá, do Engenho Novo e do Andaraí, se encontram relacionadas entre as defesas do sector Norte ("Fortificações do Campinho") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Souza, informa que nada mais restava das mesmas, à época.
BATERIA RATIER
A Bateria da Ilha Ratier, ou simplesmente Bateria Ratier, localizou-se na ilha da Laje, na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Trata-se de uma bateria erguida no lado direito pelo interior da barra da baía de Guanabara, sobre "le Ratier rocher" (o "rochedo da ratoeira", atual ilha da Laje), uma pedra chata com as dimensões aproximadas de 100 metros de comprimento por 60 de largura, no contexto do estabelecimento da França Antártica (1555-1567), por Nicolas Durand de Villegagnon (1510-1571), e que teve efémera duração. Encontra-se descrita em uma das cartas do piloto Nicolas Barré:
"No meio da referida entrada (que deve ter meia légua de largo) existe uma rocha de 100 pés de comprimento por 60 de largura onde se levantou um forte de madeira. Ali assentou parte de sua artilharia para impedir que os inimigos viessem incomodá-lo."
O franciscano André Thevet, integrante da primeira expedição francesa, e que aqui permaneceu de Novembro de 1555 a janeiro de 1556, descreveu a tentativa de ocupação deste rochedo, e definiu o número de peças nele instalado na ocasião (Novembro de 1555), confundindo-a, entretanto, com a Ilha de Villegagnon:
"E como [o rochedo] se encontrava muito perto da entrada, aí instalamos duas peças de artilharia e alguns falconetes. Mas o mar transbordou um dia tão violentamente que jogou a artilharia e as balas para cima do alto do rochedo e Deus sabe o esforço que fizemos para tirá-las daí. Os brasileiros deram a esta ilha nome de Villegagnon."
O calvinista Jean de Léry, que integrou a segunda expedição com reforços para a França Antártica (1557), resumiu o mesmo evento:
" (...) Pouco adiante da subida do rio [de Janeiro, barra da baía da Guanabara], há um rochedo raso, de 100 a 120 passos de circunferência, ao qual denominamos Ratier. À sua chegada, Villegagnon, depois de desembarcar alfaias e artilharia, pensou nele fortificar-se, mas a maré o expulsou dali.".
O mesmo autor prossegue descrevendo como essa posição inicial foi abandonada em favor de outra, mais segura, onde foi iniciado o Forte Coligny:
"Aí aportando, [Villegagnon] desembarcou e tratou imediatamente de alojar-se em um rochedo na embocadura de um braço de mar ou rio de água salgada a que os indígenas chamavam Guanabara e que (como descreverei oportunamente) fica a 23° abaixo do Equador, quase à altura do Trópico de Capricórnio. Mas o mar daí o expulsou. Constrangido a retirar-se avançou quase uma légua em busca de terra e acabou por acomodar-se numa ilha antes deserta, onde, depois de desembarcar sua artilharia e demais bagagens, iniciou a construção de um forte, a fim de garantir-se tanto contra os selvagens como contra os portugueses que viajavam para o Brasil e aí já possuem inúmeras fortalezas."
Pelo lado português, dispomos do relato do padre José de Anchieta, integrante da frota de Mem de Sá:
"Há uma ilha pequena no meio da vasta baía / que o mar rodeia, de todas as partes, de ondas: / cercam-na rochas e as praias do continente vizinho / donde saem as naus que vão para o oceano / através de estreitas portas, as quais divide uma laje / pela metade. Aí outrora construíram um forte / os franceses: porém carregou-o a força das ondas." Posteriormente, Pero de Magalhães Gandavo referiu a excelência da posição da pedra da Laje para a defesa do Rio de Janeiro:
" (...) a entrada, que é a parte mais estreita [da baía da Guanabara], tem apenas uma milha. No centro ergue-se uma pequena ilha de 56 braças de comprimento por 26 de largura, na qual com facilidade se poderia construir um forte para a defesa do país."
Nova tentativa de fortificação do local somente se sucedeu em meados do século XVII, com o Forte da Laje.
A Casa-forte de Martim Afonso de Sousa localizava-se no interior da baía da Guanabara, na altura da atual praia do Flamengo, na atual cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Considerada por alguns autores como uma feitoria, essa designação não é apropriada uma vez que não se ligava à exploração de pau-brasil (Caesalpinia echinata) ou qualquer outro género da terra. Seria, sim, uma fortificação de campanha erguida no contexto da expedição de 1530-1532, pelo seu comandante, Martim Afonso de Sousa, quando a caminho do rio da Prata. É seu próprio irmão quem a descreve:
Considerada por alguns autores como uma feitoria, essa designação não é apropriada uma vez que não se ligava à exploração de pau-brasil (Caesalpinia echinata) ou qualquer outro género da terra. Seria, sim, uma fortificação de campanha erguida no contexto da expedição de 1530-1532, pelo seu comandante, Martim Afonso de Sousa, quando a caminho do rio da Prata. É seu próprio irmão quem a descreve:
"Sábado 30 dias de Abril [de 1531], no quarto d’Alva, éramos com a boca o Rio de Janeiro, e por nos acalmar o vento, surgimos a par de uma ilha, que está na entrada do dito rio, em fundo de 15 braças de areia limpa. Ao meio dia se fez o vento do mar, e entramos com as naus. Este rio é muito grande; tem dentro 8 ilhas, e assim muitos abrigos: faz a entrada norte-sul tomada da quarta do noroeste sueste (…). A boca não é mais que de um tiro de arcabuz; tem no meio uma ilha de pedra rasa com o mar; pegado com ela há fundo de 18 braças de areia limpa. Está em altura de 23 graus e 1 quarto. Como fomos dentro, mandou o Capitão I [irmão Martim Afonso de Sousa] fazer uma casa-forte, com cerca por derredor; e mandou sair a gente em terra, e pôr ordem a ferraria, para fazermos cousas, de que tínhamos necessidade. Daqui mandou o Capitão I 4 homens pela terra dentro: e foram e vieram em 2 meses; (…) e [o grande rei que encontraram] lhe trouxe muito cristal, e deu novas como no Rio Paraguai havia muito ouro e prata. (…) Aqui estivemos três meses tomando mantimentos, para 1 ano, para 400 homens que trazíamos; e fizemos dois bergantins de 15 bancos."
A expedição de Martim Afonso de Souza fez vela da baía da Guanabara para o Sul, em agosto desse ano, não havendo informações posteriores acerca deste estabelecimento. Nesta mesma região seria erguida a "Henriville" dos colonos de Nicolas Durand de Villegagnon.
ENTRINCHEIRAMENTO DE PARANAPUI
O Entrincheiramento de Paranapuai, também conhecido como Paliçada da ilha de Paranapuã, era uma paliçada tamoia localizada na ponta do Galeão, na ilha do Governador, na baía de Guanabara, no atual município do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi atacada pelos portugueses liderados por Mem de Sá em 21 de janeiro de 1567, resultando na escravização de quase mil tamoios e na consolidação do domínio português na região. Á época do descobrimento do Brasil, a "ilha dos Maracajás" era ocupada pelos Temiminó. Estes indígenas foram expulsos da ilha em 1555 pelos Tamoios, aliados dos franceses, que, em fins daquele ano, estabeleceram a França Antártica. Os novos ocupantes da ilha distribuíram-se em cinco grandes aldeias, defendidas ao modo indígena, ou seja, cercadas por fortes paliçadas. A colônia francesa estabelecida a partir de Novembro de 1555, era defendida pelo Forte Coligny. Com a queda deste em Março de 1560, ante as forças portuguesas e indígenas sob o comando do Governador-geral Mem de Sá (1558-1572), os sobreviventes franceses, cerca de vinte indivíduos, internaram-se nas matas em terra forma, procurando abrigo entre os aldeamentos indígenas aliados. Com os navios avariados e sem homens suficientes, Mem de Sá não dispunha de recursos para o início de um estabelecimento português na baía da Guanabara, retirando-se a 3 de Abril para Salvador, na capitania da Bahia. Por essa razão, a presença francesa sobreviveu informalmente na Guanabara, vindo a ser erradicada apenas com a expedição de Estácio de Sá (1565-1567), que fundou a cidade do Rio de Janeiro (1 de Março de 1565) e que culminou com a devastação dos aldeamentos paliçadas de Uruçumirim (no outeiro da Glória) e de Paranapuai (na ilha do Governador Martim de Sá, atual ilha do Governador), em fins de Janeiro de 1567. Coaracy (1955) relata:
"Dias depois do assalto a Uruçumirim, plausivelmente ainda em Janeiro, foram tomados os últimos redutos dos franceses na ilha de Paranapecu (hoje do Governador) e definitivamente dispersados. Tamoios e Franceses que escapara”
ENTRINCHEIRAMENTO DE URUÇUMIRIM
O Entrincheiramento de Uruçumirim foi uma paliçada franco-tamoia localizada no outeiro da Glória, no atual município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi atacada e invadida pelos tropas portuguesas e temiminós em 20 de janeiro de 1567, consolidando o domínio português na região.
No contexto da tentativa francesa de estabelecimento de uma colônia na baía da Guanabara, a França Antártica, em Novembro de 1555, os seus colonos abrigaram-se na ilha de Serigipe (atual ilha de Villegagnon), levantando uma fortificação que recebeu o nome de forte Coligny. Essa posição foi varrida em Março de1560 pela frota do governador-geral Mem de Sá (1558-1572), armada para esse fim. Os sobreviventes franceses, cerca de vinte indivíduos, internaram-se nas matas em terra firme, procurando abrigo entre os aldeamentos tamoios aliados. Com os navios avariados e sem homens suficientes, Mem de Sá não dispunha de recursos para o início de um estabelecimento português na baía da Guanabara, retirando-se a 3 de Abril para Salvador, na capitania da Bahia. Por essa razão, a presença francesa sobreviveu na baía de Guanabara, vindo a ser erradicada apenas com a expedição Temiminó-portuguesa de fins de Janeiro de1567 liderada por Mem de Sá, Estácio de Sá e Arariboia, que culminou com a devastação dos aldeamentos paliçadas de Uruçumirim (no outeiro da Glória) e de Paranapuai (na ilha do Governador). Dois anos antes, em 1º de Março de 1565, Estácio de Sá, comandando 220 homens, havia fundado a atual cidade do Rio de Janeiro, no sopé do morro do Pão de Açúcar, na entrada da baía de Guanabara, enquanto aguardava a chegada de reforços portugueses, que somente viria a ocorrer em 1567, com a chegada de mais de duzentos homens comandados por Mem de Sá. Uruçumirim, considerado como um entrincheiramento, tratava-se de importante aldeamento dos Tupinambás, defendido ao modo indígena, isto é, cercado por uma forte paliçada. Barretto dá-o como uma bateria, erguida no outeiro da Glória entre 1555-1567 e complementa com a data da sua conquista pelas forças portuguesas, 20 de janeiro de 1567, ocasião em que Estácio de Sá (1510-1567) foi ferido por uma flecha no olho, vindo a falecer um mês após, a 20 de Fevereiro. A decisiva batalha de Uruçumirim envolveu 12 000 combatentes (as forças Temiminó-portuguesas somavam mais de 420 combatentes), nela tendo perecido Aimberê, líder à época da confederação dos Tamoios (1555-1567), cuja cabeça (e as de outros líderes indígenas) foi cortada e exibida numa estaca. Seiscentos tamoios e cinco franceses morreram na batalha de Uruçumirim, e dez franceses foram enforcados no dia seguinte à batalha. O padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597), cronista da campanha, reportou o seu saldo à época: "160 aldeias incendiadas, passado tudo a fio de espada".
No contexto da tentativa francesa de estabelecimento de uma colônia na baía da Guanabara, a França Antártica, em Novembro de 1555, os seus colonos abrigaram-se na ilha de Serigipe (atual ilha de Villegagnon), levantando uma fortificação que recebeu o nome de forte Coligny. Essa posição foi varrida em Março de1560 pela frota do governador-geral Mem de Sá (1558-1572), armada para esse fim. Os sobreviventes franceses, cerca de vinte indivíduos, internaram-se nas matas em terra firme, procurando abrigo entre os aldeamentos tamoios aliados. Com os navios avariados e sem homens suficientes, Mem de Sá não dispunha de recursos para o início de um estabelecimento português na baía da Guanabara, retirando-se a 3 de Abril para Salvador, na capitania da Bahia. Por essa razão, a presença francesa sobreviveu na baía de Guanabara, vindo a ser erradicada apenas com a expedição Temiminó-portuguesa de fins de Janeiro de1567 liderada por Mem de Sá, Estácio de Sá e Arariboia, que culminou com a devastação dos aldeamentos paliçadas de Uruçumirim (no outeiro da Glória) e de Paranapuai (na ilha do Governador). Dois anos antes, em 1º de Março de 1565, Estácio de Sá, comandando 220 homens, havia fundado a atual cidade do Rio de Janeiro, no sopé do morro do Pão de Açúcar, na entrada da baía de Guanabara, enquanto aguardava a chegada de reforços portugueses, que somente viria a ocorrer em 1567, com a chegada de mais de duzentos homens comandados por Mem de Sá. Uruçumirim, considerado como um entrincheiramento, tratava-se de importante aldeamento dos Tupinambás, defendido ao modo indígena, isto é, cercado por uma forte paliçada. Barretto dá-o como uma bateria, erguida no outeiro da Glória entre 1555-1567 e complementa com a data da sua conquista pelas forças portuguesas, 20 de janeiro de 1567, ocasião em que Estácio de Sá (1510-1567) foi ferido por uma flecha no olho, vindo a falecer um mês após, a 20 de Fevereiro. A decisiva batalha de Uruçumirim envolveu 12 000 combatentes (as forças Temiminó-portuguesas somavam mais de 420 combatentes), nela tendo perecido Aimberê, líder à época da confederação dos Tamoios (1555-1567), cuja cabeça (e as de outros líderes indígenas) foi cortada e exibida numa estaca. Seiscentos tamoios e cinco franceses morreram na batalha de Uruçumirim, e dez franceses foram enforcados no dia seguinte à batalha. O padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597), cronista da campanha, reportou o seu saldo à época: "160 aldeias incendiadas, passado tudo a fio de espada".
FORTIFICAÇÕES DE ITAGUAÍ
As Fortificações de Itaguaí localizavam-se na antiga Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, atual município de Itaguaí, no litoral sul do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
A povoação de Itaguaí remonta a 1700, quando integrava as terras da Fazenda de Santa Cruz, antigo latifúndio da Companhia de Jesus que compreendeu parte expressiva do sul fluminense, e cuja sede recebeu periodicamente a Família Real após 1808.
A povoação de Itaguaí remonta a 1700, quando integrava as terras da Fazenda de Santa Cruz, antigo latifúndio da Companhia de Jesus que compreendeu parte expressiva do sul fluminense, e cuja sede recebeu periodicamente a Família Real após 1808.
FEITORIA DE CABO FRIO
A Feitoria de Cabo Frio localizava-se na região do Cabo Frio, segundo alguns autores na praia da Rama (atual praia dos Anjos, cidade e município de Arraial do Cabo, (segundo Alexander von Humboldt, apud Hassen, 1988:73), segundo outros na barra da Agoa de Araruama (atual cidade e município de Cabo Frio), e mesmo na ilha Comprida (Bueno, 1998:79), no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
É pacífico que o primeiro estabelecimento europeu na costa brasileira foi erguido entre Dezembro de 1503 e Janeiro de 1504, no litoral de Cabo Frio, pelo florentino Américo Vespúcio, que capitaneava um dos seis navios da segunda expedição à costa do Brasil, sob o comando de Gonçalo Coelho (1503-1504).
É pacífico que o primeiro estabelecimento europeu na costa brasileira foi erguido entre Dezembro de 1503 e Janeiro de 1504, no litoral de Cabo Frio, pelo florentino Américo Vespúcio, que capitaneava um dos seis navios da segunda expedição à costa do Brasil, sob o comando de Gonçalo Coelho (1503-1504).
É o próprio Vespúcio quem descreve o episódio:
"(...) Esperamos dois meses e quatro dias [na baía de Todos os Santos os demais navios da expedição], e vendo que nada resolvíamos, decidimos a minha conserva e eu correr a costa e navegamos mais para diante 260 léguas, até chegarmos a um porto onde consertamos [(acordamos)] construir uma fortaleza, o que fizemos. Nela deixamos 24 cristãos que vinham na minha conserva, que os recolhera da nau capitânia naufragada [a 10 de Agosto de 1503 na ilha de Fernando de Noronha]. Permanecemos nesse porto cinco meses construindo a fortaleza e carregando os nossos navios com pau-brasil. Feito tudo isso, convimos em voltar para Portugal, que nos ficava entre o Norte e o Nordeste e assim deixamos os 24 homens em terra, com mantimentos para seis meses, 12 bombardas e muitas outras armas (...). Feito tudo, despedimo-nos dos cristãos e da gente da terra, e começamos a nossa navegação (...) com tenção de ir em direitura à cidade de Lisboa. Ao fim de 77 dias, depois de tantos trabalhos e perigos, entramos nessa barra ao 18 de Junho de 1504."
"Lettera a Soderini", 4 de Setembro de 1504. Vespúcio partiu, portanto, de Cabo Frio, a 3 de Abril de 1504, tendo iniciado a "fortaleza" no início de Dezembro de 1503. Essa "fortaleza" na realidade não passaria de uma simples paliçada de madeira, defendendo alguns casebres de taipa cobertos com palha, e roçados de subsistência. O "Islario general de todas las islas del mundo" de Alonso de Santa Cruz, localizado por Varnhagen, em 1865, na Biblioteca de Innsbruck, menciona o provável fim desse estabelecimento inicial, transcrito do Diário de Bordo de um navio integrante de uma frota rumo ao rio da Prata em 1526:
"Antes do cabo que dizemos chamar-se Frio, sai um rio ao mar alto [o atual canal do Itajuru ] e antes de sua saída faz uma baía de mais de dez léguas de comprimento, e mais de quatro de largura, dentro da qual há muitas ilhotas, algumas desabitadas, outras em que os índios têm sementeiras [atual lagoa de Araruama ]. Junto a esta baía foi donde Américo Vespúcio piloto maior de Castella en el ultimo viage que hizo fundó una casa, donde dexó veinte y quatro cristianos con suas armas e tiros de artilleria, providos para 6 meses de todas las cosas necessárias, a los quais despues mataron los yndios por los muchos desdéns e parcialidades."
Uma feitoria portuguesa continuou existindo em Cabo Frio. A ela se refere o "Livro da Viagem e Regimento da Nau Bretoa" (22 de Fevereiro - 11 de Outubro de 1511), armada pelo consórcio de Fernando de Noronha, Bartolomeu Marchionni, Benedito Moreli e Francisco Martins, sob o comando do Capitão Cristóvão Pires (e como escrivão de bordo Duarte Fernandes), que determinava aos oficiais: "Vos lembrareis de terdes grande vigia na gente que vos acompanha, de maneira que não se possa na dita terra se lançar nem ficar nenhum deles, como algumas vezes já fizeram, o que é coisa muito odiosa ao comércio e ao serviço do dito Rei [de Portugal]." Tendo aportado a 26 de Maio, de 12 a 26 de Junho a Feitoria de Cabo Frio embarcou na Bretoa os seguintes itens:
Iº 5.008 toras (mais de cem toneladas) de pau-brasil ("Caesalpinia echinata").
IIº 36 escravos indígenas (26 mulheres e dez homens).
IIIº 22 tuins (espécie de papagaios).
IVº 16 saguis (macacos de pequeno porte).
Vº 16 "gatos" (onças).
VIº 15 papagaios.
VIIº 3 macacos.
Ao zarpar para o reino, foram deixados desterrados na feitoria o piloto João Lopes de Carvalho e o marinheiro Pedro Annes, acusados por Duarte Fernandes e João de Braga, como autores do furto dê machados e machadinhas na Feitoria da baía de Todos os Santos. Acerca desses personagens, Bueno informa:
"É provável que João de Braga também tenha ficado em Cabo Frio, em substituição ao feitor anterior, que retornou para a Bretoa para a Europa depois de uma estada de quatro ou cinco anos no Brasil."
Quanto a João Lopes de Carvalho e a Pedro Annes, ambos teriam se evadido, poucos meses mais tarde, para a Feitoria da Baía de Guanabara. Quando Cristóvão Jaques ali aportou em meados de 1516, encontrou o estabelecimento abandonado, tendo o feitor João de Braga também se passado para a baía de Guanabara. Com o abandono da região pelos portugueses, outras feitorias, estrangeiras, se sucederam naquele comércio, por mais um século.
FEITORIA MAISON DE PIERRE
A Feitoria Maison de Pierre, ou simplesmente Maison de Pierre ("casa de pedra") localizava-se numa pequena ilha rochosa (hoje aterrada) na barra do canal da lagoa de Araruama (hoje canal do Itajuru), na cidade de Cabo Frio, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro. Após o estabelecimento das primeiras feitorias portuguesas no litoral do Cabo Frio (ver Feitoria de Cabo Frio), durante um século se sucederam, na região, outras feitorias estrangeiras para a exploração do pau-brasil ("Caesalpinia echinata"). Ainda no século XVI algumas foram erguidas por franceses, e no início do século XVII, outras, por ingleses ou neerlandeses, até à colonização efectiva daquele litoral pelos portugueses durante a Dinastia Filipina (1580-1640), com o início da construção do Forte de Santo Inácio do Cabo Frio (1615), e a fundação da povoação de Santa Helena do Cabo Frio, a 13 de Novembro daquele ano. A presença francesa no litoral norte do Rio de Janeiro, em especial na chamada "baía Formosa" - interior da barra do canal da lagoa de Araruama -, intensificou-se a partir de 1540 pela facilidade de extracção daquela madeira, então abundante na Mata Atlântica, e pelas boas relações mantidas com os Tupinambás que ali habitavam. Em 1548 registavam-se oito viagens, por ano, de embarcações francesas, carregando naquele ancoradouro. No contexto do estabelecimento da colônia francesa na baía de Guanabara - a França Antártica, o padre capuchinho francês André Thévet descreveu a sua passagem pelo Cabo Frio, em 1555:
" (...) o morubixaba, que assim tratou a todos, conduziu os franceses até uma grande e comprida pedra, de cerca de cinco pés, na qual se viam sinais feitos por golpes de vergasta, ou bastonetes, ao lado da impressão de dois pés. Afirmam os silvícolas que esses sinais foram feitos pelo maior de seus caraíbas, tão reverenciado entre os índios quanto o é Maomé entre os turcos - o qual lhes ensinou o uso do fogo e o do plantio das raízes. Até então alimentavam-se os selvagens exclusivamente de ervas e caça. Guiados sempre pelo mesmo chefe, procederam os franceses a um cuidadoso reconhecimento da região de Cabo Frio, chegando à conclusão de que não havia nela água doce, senão bem distante. Pelo que ficou resolvido, com pesar geral, que, não obstante a amenidade do clima, era inconveniente o estabelecimento da expedição neste lugar, ou a permanência por mais tempo."
("Les singularitez de la France Antarctique", 1557.) Em 1556, um ano depois que os colonos de Nicolas Durand de Villegagnon se estabeleceram na baía de Guanabara, armadores do porto francês de Ruão fizeram erguer uma feitoria fortificada dominando o ancoradouro na baía Formosa, utilizada anteriormente pelos portugueses com o mesmo fim entre 1504 e 1516 (Feitoria de Cabo Frio). Este estabelecimento francês figura no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris.), sobre uma ilhota rochosa na barra do canal da lagoa de Araruama, cartografado como "Maison de Pierre" ("casa de pedra"), e funcionou durante quase duas décadas, tendo sido visitado pelo corsário inglês Anthony Knivet em 1595-1596. Barretto sustenta que, após a expulsão definitiva dos franceses da baía de Guanabara em 1567, estes ter-se-iam estabelecido na região do Cabo Frio, erguendo um pequeno forte ou reduto, em 1575. Esse estabelecimento foi combatido por forças oriundas de Santos e da baía de Guanabara sob o comando de Salvador Correia de Sá entre 1572 e 1573, e finalmente arrasado por forças da Guanabara, sob o comando do governador da Repartição Sul do Brasil, Dr. Antônio Salema (1575-1577), que na ocasião mataram ou escravizaram mais de quatro mil Tupinambás (27 de Agosto de 1575), exterminando-os na região, no episódio conhecido como Guerra de Cabo Frio. A sua alvenaria de pedra e os seus alicerces teriam sido aproveitados, mais tarde, para erguer o Forte de Santo Inácio do Cabo Frio (1615).
FORTALEZA DE N. S. DA CONCEIÇÃO
(Rio de Janeiro)
A Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida simplesmente como Fortaleza da Conceição, localiza-se no bairro da Saúde, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Sucedeu a Bateria do Morro da Conceição, erguida pelo corsário francês René Duguay-Trouin quando da invasão da cidade do Rio de Janeiro (Setembro de 1711), dominando a enseada da Prainha e a Saúde. Após essa invasão, foram aprimoradas algumas fortificações, construídas outras e iniciada uma muralha destinada à defesa da cidade pelo lado de terra. A Fortaleza da Conceição foi erguida nesse contexto, devido à necessidade de instalar canhões em um local alto o suficiente para varrer com a sua artilharia o trecho da orla marítima que se estende do Valongo à Praça Mauá (antigo cais do porto) e com alcance para a defesa da ilha das Enxadas.
As obras para a sua construção iniciaram-se no segundo governo da Capitania do Rio de Janeiro de Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho (1711-1713), estando identificada sob a legenda "Q. Fortaleza da Conceição com suas comunicações ao mar e ao muro da cidade" (Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), e no Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713 (Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), ambos de autoria do Capitão de Engenheiros francês Jean Massé, que, após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Também está representada nas Plantas dos fortes de N. Sra. da Conceição e São Sebastião do Rio de Janeiro, c. 1714. A nova fortaleza ficou pronta em 1718. Orgulho da cidade, detinha a terceira maior artilharia do Rio de Janeiro, com "36 bocas-de-fogo e 1.000 balas de diferentes calibres", inferior apenas às das fortalezas de Santa Cruz e de São João, à entrada da barra da baía de Guanabara. Essa artilharia seria, entretanto, a sua condenação (...). Erguida em terrenos da Mitra, vizinha ao Palácio do Bispo (atual Palácio Episcopal), à época da inauguração, afirmando que as obras haviam invadido uma parte dessas propriedades, explorando-se indevidamente uma pedreira ali existente para a sua construção, o bispo Dom Francisco de São Jerónimo protestou, alegando que as salvas da nova fortificação, sob qualquer pretexto, abalavam as paredes da casa episcopal, perturbando-lhe os exercícios espirituais. Reclamava, assim, a título de indemnização, uma lâmpada de prata para a Capela da Conceição no valor de cento e trinta mil-cruzados, importância considerável, à época. Tendo-lhe sido dada razão pela Coroa, a Provisão do Conselho Ultramarino de 23 de Dezembro de 1718, estipulava:
"... se mandasse fazer uma lâmpada para a Capela da mesma Senhora [da Conceição]; que na ocasião em que houvesse salvas, da Fortaleza vizinha se não dessem tiros, para evitar-se o prejuízo que podiam ter as casas de vivenda dos bispos."
As obras foram complementadas no governo de Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela (1733-1763). Data desse período a Planta da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição na cidade do Rio de Janeiro, 1730, figurando como "Fortaleza da Conceição" na carta de André Vaz Figueira (Carta Topografica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire para mostrar as obras de seu governo. No governo do Vice-rei Dom Antônio Álvares da Cunha (1763-1767), foram levantadas a Casa das Armas, o Depósito de Equipamentos e Oficinas. Figura nesse período em um projecto anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). No governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), e do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), essas obras de defesa sofrem novos acréscimos. No contexto da Devassa instaurada sobre a Inconfidência Mineira (1789-1792), à Fortaleza da Conceição foram recolhidos os seguintes conjurados:
Iº Tomás Antônio Gonzaga (de 31 de Agosto a 20 de Setembro de 1791).
IIº Domingos Vidal de Barbosa Laje (de 31 de Agosto a 20 de Outubro de 1791).
IIIº José Álvares Maciel (de 20 de Setembro a 20 de Outubro de 1791).
Posteriormente, aqui também estiveram detidos alguns integrantes da chamada Conjuração Baiana (1798). Foi ainda nas oficinas de material bélico do forte que se registrou a primeira greve no Rio de Janeiro, em 1791, provocada pela falta de pagamento aos artífices, conforme comunicou à Metrópole o Vice-rei Dom José Luís de Castro.
FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA BARRA
FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA BARRA
A Fortaleza de Santa Cruz da Barra localiza-se no lado oriental da barra da baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, município de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro. Cruzando fogos com a Fortaleza de São João e com o Forte Tamandaré da Laje, constituiu a principal estrutura defensiva da barra da baía de Guanabara e da cidade e porto do Rio de Janeiro durante o período da Colônia e do Império. Encontra-se guarnecida até aos dias de hoje, atraindo uma média de 3.500 visitantes por mês, em visitas guiadas, de hora em hora, com a duração de cerca de 45 minutos. Actualmente é a sede da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército.
Alguns autores repetem, incorrectamente, que a primitiva ocupação de seu sítio remonta a uma defesa improvisada por Nicolas Durand de Villegagnon à entrada da barra (1555), artilhada com duas peças e ocupada por forças portuguesas no contexto da campanha de 1565-1567, esquecidos de que as narrativas das fontes coevas se aplicam à tentativa de instalação de uma bateria na Ilha da Laje, fortificada pelos portugueses muito mais tarde.
A posição foi efectivamente ocupada pelos portugueses a partir de 1584, quando foi erguida uma bateria, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia, na segunda gestão de Salvador Correia de Sá, "o velho", enquanto governador da Capitania Real do Rio de Janeiro (1577-1599). Em 1599, essa bateria repeliu a esquadra sob o comando do almirante neerlandês Olivier van Noort, indevidamente reputado por alguns autores como corsário. De acordo com os diários de bordo, a esquadra, vítima de escorbuto, buscava "refrescos" (suprimentos frescos e água potável), o que foi negado pelas autoridades coloniais portuguesas, receosas de um ataque. A fortaleza de Santa Cruz da Barra.
Em 1612, sob o reinado de Filipe III de Espanha, contando com vinte peças de artilharia de diversos calibres, passou a ser denominada como Fortaleza de Santa Cruz da Barra, tendo o seu regimento sido aprovado em 24 de janeiro de 1613 pelo governador da Capitania, Afonso de Albuquerque (1608-1614) (em outras fontes, D. Álvaro Silveira e Albuquerque), que teria determinado a escavação de cinco celas na rocha viva, com as dimensões de dois metros de altura por sessenta centímetros de largura. As invasões holandesas do Brasil No início do século XVII, após a invasão holandesa de Salvador (1624-1625), a defesa da barra do Rio de Janeiro foi reforçada no segundo governo da Capitania do Rio de Janeiro por Martim Correia de Sá (1623-1632), conforme figurado por João Teixeira Albernaz, o velho ("Mapa da Capitania do Rio de Janeiro", 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), onde se detalha em perspectiva a "A Fortaleza [de] Santa Cruz que o governador Martim de Sá fez à custa de sua fazenda depois que os rebeldes [neerlandeses] entraram na cidade da Bahia (...)"
Relacionando-lhe as defesas, a artilharia ("dezassete peças em função":
Iº duas de bronze de nove libras de bala.
IIº duas de bronze de dez libras de bala.
IIIº uma de bronze de dezoito libras de bala.
IVº uma de bronze, francesa, de dezoito libras de bala.
Vº uma de bronze de trinta e oito libras de bala.
VIº dois pedreiros de bronze.
VIIº oito de ferro.
E a guarnição (um capitão e um alferes, vinte soldados e um bombardeiro). Encontra-se representada como Fortaleza de Santa Cruz por Manuel Vaz Pereira ("Demonstração da barra do Rio de Janeiro e Planta da Laje", 1645. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), por João Teixeira Albernaz, o moço ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), e assinalado por Andreas Antonius Horaty ("Rio di Gennaro", c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro).
Foi descrita, pelos engenheiros Quitam e Lescolles em 1649 como uma:
"construção de um só parapeito de pedra em o qual estão entalhando umas troneiras que vão reinando todo ao redor da praça".
Em 1657 estava guarnecida por 1 condestável, 1 artilheiro e 19 soldados. As invasões francesas do século XVIII; as suas defesas foram reforçadas no final do século XVII pelo governador da Capitania, Sebastião de Castro Caldas (1695-1697). Naquele momento, em 1696, foi construído um hornaveque e uma bateria baixa com planta no formato de um "V", ampliando o seu poder de fogo. À época estava artilhada com 38 peças. Assim reforçada, o fogo da sua artilharia, com o apoio do da fronteira Fortaleza de São João, repeliu a esquadra de cinco navios e mil homens do corsário francês Jean-François Duclerc (1671-1711), em 6 de agosto de 1710. Se não impediu a invasão de 18 navios, 740 peças de artilharia, dez morteiros e 5.764 homens do corsário francês René Duguay-Trouin, em Setembro de 1711, foi por se encontrar desguarnecida por ordem do então governador, Francisco de Castro Morais (1710-1711).
Contava então com 44 peças e foi ocupada pelos franceses até à sua retirada, em 13 de Novembro de 1711. Em 1738 encontrava-se artilhada com 64 peças, das quais 27 estavam obsoletas ou eram consideradas inúteis. Daquelas em condições de uso, apenas quatro eram inferiores a 12 libras. O ouro das Minas e a transferência da Capital: A fortaleza encontra-se descrita, em meados do século XVIII, por um viajante francês: "A Fortaleza de Santa Cruz, a mais importante do país, está situada sobre a ponta de um rochedo, num local onde todos os barcos que entram ou saem do porto são obrigados a passar a uma distância inferior ao alcance de um tiro de mosquete. A fortificação consiste numa compacta obra de alvenaria de 20 a 25 pés de altura, revestida por umas pedras brancas que parecem frágeis. Sua artilharia conta com 60 peças de canhão, de 18 e 24 polegadas de calibre, instaladas de modo a cobrir a parte externa da entrada do porto, a passagem e uma parte do interior da baía [de Guanabara].
Cada uma das peças referidas foi colocada no interior de uma canhoneira, o que gera um inconveniente: mesmo diante de um alvo móvel, como um barco à vela, elas só podem atirar numa única direcção." Com a transferência da Capital, do Salvador para o Rio de Janeiro (1763), uma de suas reformas mais importantes ocorreu no governo do vice-rei, D. António Álvares da Cunha, 1° conde da Cunha (1763-1767), que determinou a ampliação do seu poder de fogo, visando proteger o embarque do ouro e diamantes das Minas Gerais, então efectuado no porto do Rio de Janeiro para Lisboa. É desta fase o Plano da Fortaleza de Santa Cruz, novamente reedificada, pelo Conde da Cunha, em o ano de 1765. Segundo Laytano, ao tempo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), este fez instalar vinte e nove peças de artilharia em uma nova bateria baixa (à flor d'água), no mesmo nível de uma outra, que existira anteriormente. De acordo com planta no Arquivo Histórico do Exército (AHEx, Rio de Janeiro), esse e outros pequenos acréscimos foram introduzidos em 1793.
FORTELEZA DE RANCISCO XAVIER DA ILHA DE
VILLEGAGNON
A Fortaleza de São Francisco Xavier da ilha de Villegagnon, também denominada como Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Villegagnon, localizava-se no interior da baía de Guanabara, na antiga ilha de Serigipe, atual ilha de Villegagnon, cidade e estado brasileiro do Rio de Janeiro
Na mesma ilha em que os colonos franceses de Nicolas Durand de Villegagnon haviam erigido o Forte Coligny (1555), arrasado pelos portugueses na campanha de Fevereiro-Março de 1560, Luís Teixeira assinala o Forte de Vilagalhão ("Mapa da Baía do Rio de Janeiro e a cidade de São Sebastião", c. 1573. Biblioteca Nacional da Ajuda, Lisboa), que pode referir tanto a antiga posição francesa, arrasada em 1560, ou uma nova posição defensiva portuguesa erguida provavelmente sobre os alicerces da anterior. Essa estrutura foi reformada em 1695, por iniciativa do governador da capitania do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro Caldas (1695-1697). Encontra-se assinalado por Andreas Antonius Horaty ("Rio di Gennaro", c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro), como Forte de Villegagnon. Quando da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, em Setembro de 1711, sob o fogo da artilharia dos navios do corsário, o paiol da pólvora desta fortificação foi atingido, e a explosão resultante destruiu a estrutura, que à época encontrava-se artilhada com vinte peças de diferentes calibres. A estrutura deve ter sido recuperada ou mantida operacional, pois consta em planta de 1730 ("Planta do Forte do Villegagnon na enseada do Rio de Janeiro", 1730. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Uma nova fortificação, de maiores dimensões, foi iniciada em 1761 por determinação do governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763), sob a invocação de São Francisco Xavier. Para comportá-la, foi demolido o morro das Palmeiras, sendo empregue nos trabalhos da fortaleza a mão-de-obra de cinquenta quilombolas capturados no sertão de Goiás. Novas obras foram propostas pelo Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck ("Planta das obras novamente propostas ao Forte do Vilagalhão", c. 1767. AHU, Lisboa). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informa:
"Ao mesmo tempo passei a fortificar a ilha de Villegagnon, aonde não havia mais que um pequeno e mal construído reduto, dentro do qual não se tinha feito lugar para recolher quatro barris de pólvora: esta estava em um mau telheiro da ilha, fora dos muros do reduto; ali estavam também uma casas de pau-a-pique e telha vã, que servia de armazém para recolher as munições e de quartéis para a tropa, as quais ainda V. Exa. as verá, observando que os que estão melhor construídos são os que eu fiz de novo, para poderem servir enquanto não se acabaram os da fortaleza. Era aquela ilha cheia de serras com bastante altura, umas de pedra, outras de piçarro, e algumas de terra, as quais encobriam a maior parte das praias da ilha que ficavam da banda da terra, de sorte que o inimigo podia desembarcar, sem que do reduto se lhe pudesse fazer dano, e fazer-se senhor de todos os armazéns, quartéis e munições, sem ser praticável nenhuma resistência, o que bastaria para se entregar o reduto, sem custar aos inimigos o trabalho de um tiro de espingarda. Mandei arrasar todas aquelas serras, puxei a fortaleza aquela extensão e regularidade que devera ter, construí dentro dela os quartéis e armazéns, corpos de guarda, depósito de pólvora, e tudo o mais de que ela precisava; separei a fortaleza por um fosso, ou abertura que lhe fiz; este ainda não se acha de todo concluído, assim como a cisterna, em que actualmente se trabalha. Esta mesma fortaleza ainda precisa do benefício de V. Exa., porque os parapeitos não estão acabados, e falta-lhe algumas outras pequenas coisas, que dentro em muito breve se podem concluir."
A inscrição epigráfica sobre o portão indica que a nova estrutura foi colocada sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição:
A inscrição epigráfica sobre o portão indica que a nova estrutura foi colocada sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição:
"Fortaleza de N. SNRa da Conceição do Vilagalhão Principiada em 1775 no Reinado o S. M. Dom José sendo Vice Rey e Capitão General de Mar e Terra dos Estados do Brazil o Ilustríssimo e Excelentíssimo S. D. Luiz de Almeida Portugal 2° Marquês de Lavradio do Cons° de S. M. e Tenente General de seus Exercitos Concelheiro de Guerra"
FORTALEZA DE S. JOÃO
A fortaleza de São João da Barra do Rio de Janeiro, também referida como Fortaleza de São João ou Forte São João, localiza-se no lado ocidental da barra da baía da Guanabara, no atual bairro da Urca, na cidade e estado brasileiro do Rio de Janeiro.
A várzea entre o sopé do morro Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar foi ocupada pelas forças - cerca de trezentos homens desembarcados de cinco navios - do primeiro governador da capitania do Rio de Janeiro, Estácio de Sá (1565-1567), que aí fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1 de Março de1565), no contexto da luta para a expulsão dos franceses da baía da Guanabara. O padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597) assim descreveu as primeiras providências, em carta desse mesmo ano aos seus superiores no reino:
" (...) Logo ao seguinte dia, que foi o último de Fevereiro, ou primeiro de Março, começaram a roçar a terra com grande fervor e a cortar madeira para a cerca, sem querer saber dos Tamoios nem dos Franceses, mas como quem entrava em sua terra (...)."
E complementa, sobre o progresso dessa defesa:
"Já à minha partida tinham feito muitas roças em derredor de [sic] cerca, (...); tinham já feito um baluarte mui forte de taipa de pilão com muita artilharia dentro, com quatro ou cinco guaritas de madeira e de taipa de mão, todas cobertas de telha que trouxe de São Vicente e faziam-se outras e outros baluartes, e os Índios e Mamelucos faziam já as suas casas de madeira e barro, cobertas com umas palmas feitas e cavadas como calhas e telhas, que é grande defensão contra o fogo. Os Tamoios andavam se [sic] ajuntando para dar grande combate na cerca."
Acredita-se que este primitivo reduto, sob a invocação de São Martinho, defendia o lado de terra. Resistiu ao primeiro combate naval e terrestre, contra os indígenas, a 1 de Junho de 1565. Posteriormente, com a vitória portuguesa definitiva sobre os franceses, a cidade foi transferida para o morro do Castelo em 1567, sem que a defesa da barra tenha sido descuidada. Os redutos de São Teodósio, São José e São Diogo. O forte ou reduto de São Martinho foi reforçado no governo de Salvador Correia de Sá (1568-1572) com a adição da bateria ou reduto de São Teodósio (1572), sobre a ponta de mesmo nome. No segundo governo de Salvador Correia de Sá (1577-1599) foi levantado o reduto de São José (1578), batendo a barra da baía da Guanabara. Com a conclusão do reduto de São Diogo (24 de junho de 1618), o conjunto entrou em serviço oficialmente, com o nome de Fortaleza de São João da Barra do Rio de Janeiro, cruzando fogos com a Fortaleza de Santa Cruz da Barra e com o Forte da Laje. O conjunto contava com trinta peças de artilharia de diversos calibres, que conservava à época do governador Duarte Correia Vasqueanes (1645-1648).5 Foi cartografada por João Teixeira Albernaz, o velho (Capitania do Rio de Janeiro, 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), que registra apenas a fortificação de São Martinho defendendo o lado de terra e o "Forte de S. y.ª" [forte de São João], pelo lado do mar. Também está representada como forte de São João por Manuel Vaz Pereira (Demonstração da barra do Rio de Janeiro e planta da Lage, 1645. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), por João Teixeira Albernaz, o moço (Aparência do Rio de Janeiro, 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) e assinalada por Andreas Antonius Horaty (Rio di Gennaro, c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro). As suas defesas foram reforçadas pelo governador da capitania, Sebastião de Castro Caldas (1695-1697). Desse modo, repeliu, com o apoio da fortaleza de Santa Cruz, a esquadra do corsário francês Jean-François Duclerc, a 6 de agosto de 1710. Desguarnecida após o sucesso por ordem do governador Francisco de Castro Morais, (1710-1711), pouco pôde fazer ante a invasão de dezoito navios, 740 peças de artilharia, dez morteiros e 5 764 homens do corsário francês René Duguay-Trouin, em Setembro de 1711. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica para a bateria de São Teodósio (computada como um forte) vinte peças e, para o Forte de São João, quarenta e quatro. As defesas no morro de São João, à época, eram de terra (Planta das Fortalezas de terra no morro de S. João, barra do Rio de Janeiro, 1730. AHU, Lisboa), estando retratadas em mais duas plantas (Planta do Forte de São Diogo na barra do Rio de Janeiro, 1730; Planta do forte de São João na barra do Rio de Janeiro, 1730. AHU, Lisboa). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luís de Vasconcelos e Sousa, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de junho de 1779, informa:
"Reedifiquei as defesas da fortaleza de S. João: fiz-lhe algumas de novo, e pus-lhe mais francas as suas comunicações, e projectei uma obra semelhante à da Praia de Fora na praia que fica encostada ao Pão de Açúcar, e encostada à fortaleza. Esta é feita de terra e faxina, pelo tempo não dar lugar a ser construída de outra forma. Estava já com bastante adiantamento quando chegou o tratado da paz, parei com aquele trabalho, e se acha no estado em que V. Exa. verá."
Encontra-se relacionado como "São João, com dois fortes", no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luís de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro.
FORTALEZA DA S. JOSÉ DA ILHA DAS COBRAS
A Fortaleza de São José da Ilha das Cobras localiza-se na Ilha das Cobras, no interior da baía de Guanabara, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.
No contexto da Guerra Luso-Neerlandesa a Região Nordeste do Brasil foi eleita como objectivo estratégico para a recém-criada Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (WIC), atraída não apenas pela riqueza proporcionada pela agra indústria do açúcar, como também pelas madeiras nobres, o couro, o tabaco e o algodão. A partir de 1624, ano da conquista neerlandesa da capital do Brasil, Salvador na capitania da Bahia, os rumores de um possível ataque ao Rio de Janeiro provocaram pânico entre os seus moradores. As autoridades da capitania do Rio de Janeiro determinaram o reforço dos muros da cidade, no morro do Castelo (uma parte em taipa de pilão e a outra em pedra e cal), que foram cercados por trincheiras. Data desse contexto, quando da segunda gestão do governador Martim Correia de Sá, (1623-1632), a fortificação da ilha das Cobras, sob a invocação de São José (1624). Tratava-se de uma fortificação de pequenas dimensões, sem maiores recursos em termos de defesa, mas em posição privilegiada, entre o morro de São Bento e o Forte de São Tiago da Misericórdia, dominando o antigo ancoradouro da cidade. Posteriormente, no contexto da segunda das invasões holandesas do Brasil, após o assalto de Maurício de Nassau a Salvador (14 de Abril de 1638), os temores de um ataque neerlandês, bem como da acção de corsários ingleses e franceses conta o Rio de Janeiro, levaram o governador Salvador Correia de Sá e Benevides, filho de Martim Correia de Sá, a erguer uma nova fortaleza no que restou da primitiva Fortaleza de São José, utilizando-se da mão-de-obra dos indígenas sob a tutela do Mosteiro de São Bento. Esta nova fortificação estava concluída em 1639, sendo rebaptizada como Fortaleza de Santa Margarida da Ilha das Cobras, em homenagem à então Vice-Rainha de Portugal, Margarida de Saboia, Duquesa de Mântua (1634-1640), no contexto da Dinastia Filipina.
Em 1703, no governo de Dom Álvaro da Silveira e Albuquerque (1702-1704), iniciou-se uma terceira estrutura, de faxina, ao longo da praia, destinada à defesa da parte baixa da ilha, fechando-lhe a defesa. Voltado na direcção da barra da baía, o chamado Baluarte de Santo António estava concluído em 1709, cruzando fogos com o Forte de São Tiago da Misericórdia, na defesa do antigo porto do Rio de Janeiro. O conjunto defensivo encontra-se representado por Andreas Antonius Horaty (Rio di Gennaro, c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro) identificado apenas como Forte na ilha das Cobras. A fortaleza foi uma das posições ocupadas na cidade invadida pelo corsário francês René Duguay-Trouin (13 de Setembro de 1711). Este relata nas suas "Memoires" ter encontrado na ilha duas fortificações. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com sete peças, que em mãos dos franceses, viu-se aumentada para 12 canhões e cinco morteiros. Barretto registra que estava artilhada na ocasião com doze peças distribuídas em quatro baluartes, não concluídos, o que, à luz da fonte francesa citada, pode estar referido à artilharia francesa e às baterias de campanha por estes então estabelecidas. Datam, deste período as seguintes iconografias:
Em 1703, no governo de Dom Álvaro da Silveira e Albuquerque (1702-1704), iniciou-se uma terceira estrutura, de faxina, ao longo da praia, destinada à defesa da parte baixa da ilha, fechando-lhe a defesa. Voltado na direcção da barra da baía, o chamado Baluarte de Santo António estava concluído em 1709, cruzando fogos com o Forte de São Tiago da Misericórdia, na defesa do antigo porto do Rio de Janeiro. O conjunto defensivo encontra-se representado por Andreas Antonius Horaty (Rio di Gennaro, c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro) identificado apenas como Forte na ilha das Cobras. A fortaleza foi uma das posições ocupadas na cidade invadida pelo corsário francês René Duguay-Trouin (13 de Setembro de 1711). Este relata nas suas "Memoires" ter encontrado na ilha duas fortificações. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com sete peças, que em mãos dos franceses, viu-se aumentada para 12 canhões e cinco morteiros. Barretto registra que estava artilhada na ocasião com doze peças distribuídas em quatro baluartes, não concluídos, o que, à luz da fonte francesa citada, pode estar referido à artilharia francesa e às baterias de campanha por estes então estabelecidas. Datam, deste período as seguintes iconografias:
Iº de autoria do sargento-mor Pedro Gomes Chaves, a Planta do Forte de Santa Margarida (1710-1711) - onde se encontram identificadas, na parte alta da ilha, a Fortaleza de Santa Margarida e o Baluarte de Santo Antônio -, e a Planta da ilha das Cobras (c. 1712. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa):
IIº identificada sob a legenda "V. A ilha das Cobras com suas fortificações desenhadas e sua ponte de comunicação [com o continente] " na Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa.);
IIIº no Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713 (Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), de autoria do capitão de engenheiros francês Jean Massé, que após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado."
A "Conta sobre Fortificação, Castelaria e Fortalezas da praça do Rio de Janeiro", dada em 2 de Março de 1718 pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, Antônio de Brito Freire de Menezes, (1717-1719), informa que a fortificação na ilha contava com vinte e seis peças e 716 balas. O conjunto foi reformado sob o governo de Luís Vaia Monteiro, (1725-1732), o "Onça", diante da crescente necessidade de protecção dos carregamentos de ouro, (e, subsequentemente, de diamantes) para o reino, a partir do porto do Rio. Pela mesma razão, sob o governo de Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, (1733-1763), o engenheiro militar, brigadeiro José da Silva País, traçou novos planos para a modernização das defesas da ilha (1735), cujos trabalhos se desenvolveram a partir de 1738. Pelo seu projecto defensivo (Planta da Fortaleza do Patriarca São José da Ilha das Cobras, 1736), tornavam-se inacessíveis as escarpas da ilha, dando-lhe um aspecto de um castelo elevado. A defesa ficava integrada por três fortes: o de São José, em cujo terrapleno estavam compreendidas as edificações de serviço (Casa do Governador, capela, casa da pólvora e corpo da guarda); o do Pau da Bandeira, aproximadamente ao centro da ilha; e o de Santo Antônio, na ponta alongada e mais baixa, na direcção da Ilha dos Ratos (hoje Ilha Fiscal). O conjunto encontra-se figurado como "Fortaleza de S. José na Ilha das Cobras" na carta de André Vaz Figueira (Carta Topografica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire para mostrar as obras de seu governo, ao final do qual as obras desta fortaleza estavam concluídas (1763). Souza (1885) cita Monsenhor Pizarro a propósito do conflito suscitado entre Gomes Freire e Silva Pais: tendo o primeiro viajado a serviço à capitania de Minas Gerais, Silva País mandou colocar sobre o portão da fortaleza uma inscrição epigráfica referindo o seu próprio nome como fundador da mesma. Ao retornar, Gomes Freire, insatisfeito, mandou-a arrancar, fazendo substituí-la por uma segunda, referindo o seu nome. Tão logo Gomes Freire viajou novamente, essa inscrição foi por sua vez arrancada e substituída por uma terceira, que rezava:
"Reinando El-Rei D. João V Nosso Senhor e sendo Governador o Capitão General desta Capitania e Minas Gerais Gomes Freire de Andrade, governando em sua ausência o Brigadeiro José da Silva País, mandou fazer esta fortaleza de S. José no ano de 1736".
Em seu retorno, Gomes Freire teria, por esta razão, incumbido a Silva País de ir reforçar a Colônia do Sacramento e as praças do Continente do Rio Grande de São Pedro (1737-1738) e de fortificar a ilha de Santa Catarina (1739). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro a 19 de Junho de 1779, informa: "Na Ilha das Cobras fiz bastante obra; porém o que lhe é mais útil, como era de bastante custo, não tem podido ter todo aquele adiantamento que eu desejava, pois bem verá V. Exa. que tudo o que tive a honra de representar-lhe é feito ao mesmo tempo com muito pouco dinheiro e pouca gente, e desta sorte impossível adiantar-se quanto se deseja e necessita.". É desta época a terceira pedra armorial, em Lioz, sobre o portão da fortaleza, que reza:
"Reinando El-Rei Dom João V Nosso Senhor e sendo Governador o Capitão General desta Capitania e Minas Gerais Gomes Freire de Andrade, governando em sua ausência o Brigadeiro José da Silva País, mandou fazer esta fortaleza de S. José no ano de 1736. Foi aumentada e melhorada na administração do Vice-Rei D. Luiz d'Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio e 4º Conde de Avintes (1769-1779) ".
Durante o governo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), recebeu reparos. Encontra-se figurada no Plano de Marinha da frente da cidade do Rio de Janeiro com as suas fortificações e a fortaleza da Ilha das Cobras (1790).
No contexto da Guerra Peninsular e da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, com a subsequente conquista da Guiana Francesa pelas forças da Brigada Real da Marinha, origem do Corpo de Fuzileiros Navais, esta tropa foi aquartelada na Fortaleza da Ilha das Cobras em 21 de Março de 1809, onde se encontram até aos nossos dias. Nas suas instalações também esteve detido o ex-Governador e Capitão-general da Capitania de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, em virtude da Revolução Pernambucana de 1817.
No contexto da Guerra Peninsular e da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, com a subsequente conquista da Guiana Francesa pelas forças da Brigada Real da Marinha, origem do Corpo de Fuzileiros Navais, esta tropa foi aquartelada na Fortaleza da Ilha das Cobras em 21 de Março de 1809, onde se encontram até aos nossos dias. Nas suas instalações também esteve detido o ex-Governador e Capitão-general da Capitania de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, em virtude da Revolução Pernambucana de 1817.
FORTALEZA DE S. SEBASTIÃO DO CASTELO
A Fortaleza de São Sebastião do Castelo localizava-se em posição dominante no antigo morro do Descanso, também conhecido como morro de São Januário, alto da Sé, alto de São Sebastião, ou simplesmente morro do Castelo, hoje desaparecido, no centro histórico da cidade e estado brasileiro do Rio de Janeiro.
A sua primitiva estrutura remonta à transferência da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, do sopé do morro Cara de Cão para o alto do morro do Descanso (1567), quando o governador Mem de Sá, (1567-1668) iniciou a construção de uma muralha para a defesa do núcleo urbano, e de um Reduto sob a invocação de São Januário (Reduto de São Januário, 1572), dominando o ancoradouro dos Padres da Companhia [de Jesus], depois largo do Paço, atual praça XV de Novembro, no centro histórico do Rio de Janeiro. O seu respeito, Coaracy registrou:
"Derrubada a mata espessa que o vestia, aí construiu Mem de Sá os edifícios do Forte de São Sebastião, origem do nome que tomou o monte, (...). Cercou a cidade de muros e fosso, localizando-lhe as portas no local onde mais tarde foi o Beco da Música" Essas primitivas estruturas, trincheiras e muralhas em taipa de pilão, pedra e cal, estacada e entulho, foram reforçadas ao tempo do governador da capitania do Rio de Janeiro Cristóvão de Barros (1573-1575), dando ao morro do Descanso a denominação popular de morro do Castelo, só sendo concluídas, entretanto, ao tempo do primeiro governo de Martim Correia de Sá (1602-1608). Esse conjunto defensivo encontra-se identificado no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye",
Tendo como estruturas principais "le fort de hault" (o forte do alto), artilhado com duas peças, defendendo a enseada da Glória, uma bateria com uma peça, cobrindo o lado oposto (atual praça XV de Novembro), e "le fort de la [ilegível]", depois Forte de São Tiago da Misericórdia, artilhado com duas peças. Esta primitiva muralha da cidade, com um perímetro de 640 braças, (1.408 metros), e o Forte de São Tiago, encontram-se cartografados por João Teixeira Albernaz, o velho, ("Capitania do Rio de Janeiro", 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Durante o segundo governo de Duarte Correia Vasques, (1645-1648), foi levantada uma cortina, ligando a Fortaleza de São Sebastião ao Forte de Santiago, na ponta de São Tiago, depois Calabouço. Nessa cortina é que foram abertas as Portas da Cidade do Rio de Janeiro, na altura da rua da Misericórdia. Encontra-se representado, sem legenda, por João Teixeira Albernaz, o moço, ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Quando da invasão do corsário francês Jean-François Duclerc, (1671-1711), a Fortaleza de São Sebastião recebeu-o no antigo largo da Ajuda com uma carga de tiros de artilharia de pequeno calibre (Agosto de 1710). Reconstruída a partir de 1710 por determinação do governador da capitania, Francisco de Castro Morais, (1710-1711), a sua artilharia foi reforçada com peças oriundas da Fortaleza de São João. Desse modo, ao tempo da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, (Setembro de 1711), encontrava-se artilhada com apenas cinco peças de ferro e bronze de diferentes calibres, ao passo que o Reduto de São Januário contava com onze peças e o Forte de São Tiago com outras cinco. Desta vez, por ordens do mesmo governador, a fortaleza não ofereceu resistência ao invasor, sendo evacuada, juntamente com a cidade. Ainda sobre este episódio, uma fonte francesa coeva indica que esta fortificação se encontrava artilhada com dez peças. Está identificada sob a legenda "A. Fortaleza de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas obras feitas de novo", propondo um "B. Baluarte desenhado no sítio em que está a Sé", ("Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações", 1713. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa; "Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro", 1713. Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), de autoria do Capitão de Engenheiros francês Jean Massé, que após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei D. João V, (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado". Está representada nas "Plantas dos fortes de N. Sra. da Conceição e São Sebastião do Rio de Janeiro", c. 1714, e "Planta da Fortaleza de S. Sebastião na cidade do Rio de Janeiro", 1730. Figura como "Castelo de S. Sebastião" na carta de André Vaz Figueira ("Carta Topográfica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro", 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade para mostrar as obras de seu governo (1733-1763), e em projecto, anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria ("Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil", 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Sob os governos do Vice-rei D. Luís de Almeida Portugal, (1769-1779) e do Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801), a fortificação foi melhorada e ampliada.
Esta fortificação apresentava planta na forma de um polígono rectangular com dois baluartes nos vértices protegendo o portão de acesso, um pequeno revelim externo defronte desse portão e outro, de maiores proporções cobrindo a vertente da antiga praia do Cotovelo (ao final da rua da Misericórdia).
BATERIA DA PRAIA DOS ANJOS
Bateria da Praia dos Anjos localizava-se num promontório rochoso (o morro da Fortaleza) entre a praia do Forno e a praia dos Anjos, na atual cidade de Arraial do Cabo, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Souza, a propósito do Forte de São Mateus do Cabo Frio cuja defesa complementava, cita o Relatório do General Antônio Elisiário (Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, que relaciona esta bateria, artilhada com quatro peças. Também conhecida como Luneta do Sururu ou Fortaleza do Marisco, tratava-se de um pequeno posto de vigia em posição dominante da enseada dos Anjos e do ancoradouro na praia do Forno, constituído por parapeitos de alvenaria de pedra e cal em forma de "V", com uma pequena Casa da Pólvora protegida por uma parede dupla. A sua defesa era complementada por outro posto de vigia que lhe era oposto, no topo do morro da Atalaia, batendo o Oceano Atlântico. Em conjunto, essas estruturas tinham a função de observação dos navios em trânsito naquele litoral de, e para, o porto do Rio de Janeiro, dando aviso da passagem dos mesmos. Beranger localiza esta estrutura no morro da Fortaleza, informando que na década de 1960 encontrava-se nos alicerces, subsistindo três das suas peças de artilharia. A quarta peça ornamentava uma residência particular na praia do Anjo. Encontra-se relacionada como "Sururu" entre as defesas do sector Norte ("Fortificações de Cabo Frio") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Desaparecida em data ignorada (os seus vestígios não se encontram assinalados ou protegidos no morro da Fortaleza), em 2005 desenvolviam-se estudos para a sua prospecção arqueológica, visando o seu aproveitamento turístico por parte da Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo. Uma antiga peça de artilharia, proveniente de um navio afundado na região, pode ser observada à entrada do Centro Cultural Manoel Camargo, no centro de Arraial do Cabo.
Souza, a propósito do Forte de São Mateus do Cabo Frio cuja defesa complementava, cita o Relatório do General Antônio Elisiário (Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, que relaciona esta bateria, artilhada com quatro peças. Também conhecida como Luneta do Sururu ou Fortaleza do Marisco, tratava-se de um pequeno posto de vigia em posição dominante da enseada dos Anjos e do ancoradouro na praia do Forno, constituído por parapeitos de alvenaria de pedra e cal em forma de "V", com uma pequena Casa da Pólvora protegida por uma parede dupla. A sua defesa era complementada por outro posto de vigia que lhe era oposto, no topo do morro da Atalaia, batendo o Oceano Atlântico. Em conjunto, essas estruturas tinham a função de observação dos navios em trânsito naquele litoral de, e para, o porto do Rio de Janeiro, dando aviso da passagem dos mesmos. Beranger localiza esta estrutura no morro da Fortaleza, informando que na década de 1960 encontrava-se nos alicerces, subsistindo três das suas peças de artilharia. A quarta peça ornamentava uma residência particular na praia do Anjo. Encontra-se relacionada como "Sururu" entre as defesas do sector Norte ("Fortificações de Cabo Frio") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Desaparecida em data ignorada (os seus vestígios não se encontram assinalados ou protegidos no morro da Fortaleza), em 2005 desenvolviam-se estudos para a sua prospecção arqueológica, visando o seu aproveitamento turístico por parte da Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo. Uma antiga peça de artilharia, proveniente de um navio afundado na região, pode ser observada à entrada do Centro Cultural Manoel Camargo, no centro de Arraial do Cabo.
FORTE COLIGNY
O Forte Coligny (em francês Fort Coligny) localizava-se na ilha de Serijipe (atual ilha de Villegagnon), no interior da baía de Guanabara, na atual cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Esta fortificação foi o núcleo do estabelecimento colonial francês conhecido como França Antártica (1555-1560), sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon (1510-1571). Seu nome foi uma homenagem a Gaspar II de Coligny.
A construção. Principiado ainda em 1555, após uma frustrada tentativa de estabelecimento de uma bateria artilhada na Isle Rattier, em Março de 1557 e uma segunda expedição, sob o comando do Capitão Bois-le-Compte, sobrinho de Villegagnon, chegou à Guanabara com reforços: três navios novos e bem artilhados, transportando 290 colonos. O calvinista Jean de Léry, integrante desse reforço, resumiu a chegada dos primeiros franceses ("Histoire d'un voyage faict en la terre du Brésil, autrement dite Amérique". La Rochelle, 1578):
A construção. Principiado ainda em 1555, após uma frustrada tentativa de estabelecimento de uma bateria artilhada na Isle Rattier, em Março de 1557 e uma segunda expedição, sob o comando do Capitão Bois-le-Compte, sobrinho de Villegagnon, chegou à Guanabara com reforços: três navios novos e bem artilhados, transportando 290 colonos. O calvinista Jean de Léry, integrante desse reforço, resumiu a chegada dos primeiros franceses ("Histoire d'un voyage faict en la terre du Brésil, autrement dite Amérique". La Rochelle, 1578):
"(…) Assim, antes de partir de França, Villegagnon prometeu a alguns honrados personagens que o acompanharam, fundar um puro serviço de Deus no lugar em que se estabelecesse. E depois de aliciar os marinheiros e artesãos necessários, partiu em Maio de 1555, chegando ao Brasil em Novembro, após muitas tormentas e toda a espécie de dificuldades. Aí aportando, desembarcou e tratou imediatamente de alojar-se em um rochedo na embocadura de um braço de mar ou rio de água salgada a que os indígenas chamavam Guanabara e que (como descreverei oportunamente) fica a 23° abaixo do Equador, quase à altura do Trópico de Capricórnio. Mas o mar daí o expulsou. Constrangido a retirar-se avançou quase uma légua em busca de terra e acabou por acomodar-se numa ilha antes deserta, onde, depois de desembarcar sua artilharia e demais bagagens, iniciou a construção de um forte, a fim de garantir-se tanto contra os selvagens como contra os portugueses que viajavam para o Brasil e aí já possuem inúmeras fortalezas."
Especificamente sobre a ilha e a sua fortificação, prossegue:
"Uma légua mais adiante, encontra-se a ilha onde nos instalamos e que, como já observei, era desabitada antes de Villegagnon chegar ao país; com meia milha de circunferência e seis vezes mais comprida do que larga, e rodeada de pedras à flor-d’água, o que impede se aproximem os navios mais perto do que a distância de um tiro de canhão, e a torna naturalmente fortificada. Com efeito ninguém pode ali atracar, nem mesmo em pequenos barcos, a não ser pelo lado do porto, situado em posição contrária ao mar alto. Bem guarnecida, não fora possível forçá-la nem surpreendê-la, como depois de nosso regresso o fizeram os portugueses por culpa dos que lá ficaram. Ademais, nas extremidades dessa ilha existem dois morros nos quais Villegagnon mandou construir duas casinhas, edificando a sua, em que residiu, no centro da ilha em uma pedra de cinquenta a sessenta pés de altura. De ambos os lados desse rochedo, aplainamos e preparamos pequenos espaços onde se construíram não só a sala, onde nos reuníamos para a prédica e a refeição, mas ainda vários outros abrigos em que se acomodavam cerca de oitenta pessoas, inclusive a comitiva de Villegagnon. Entretanto, a não ser a casa situada no rochedo, construída com madeiramento, e alguns baluartes para artilharia, revestidos de alvenaria, o resto não passava de casebres de pau tosco e palha construídos à moda dos selvagens, que de fato os fizeram. Eis, em poucas palavras, em que consistia o forte que Villegagnon denominou Coligny, pensando ser agradável ao senhor Gaspar II de Coligny, almirante de França, sem o apoio do qual, como já disse no início, jamais tivera meios de fazer a viagem nem de construir nenhum forte no Brasil."
O forte foi penosamente erguido com a mão-de-obra indígena (cerca de quarenta escravos adquiridos aos Tupinambás) e dos colonos:
"(…) Como sobremesa [ao jantar da recepção] própria para refazer-nos dos trabalhos do mar mandaram-nos carregar pedras e terra para as obras do forte de Coligny, que se achava em construção. (…) Assim, já de chegada e nos dias seguintes, sem necessidade nenhuma e sem nenhuma atenção ao estado de debilidade em que nos encontrávamos por causa da viagem, (…) obrigou-nos Villegagnon a carregar terra e pedras para o seu fortim e isso desde a madrugada até à noite, apesar de nossa fraqueza, o que por certo constituía um tratamento mais rude que fora de esperar de um pai. Todavia (…) não houve entre nós quem não trabalhasse com alegria, acima de suas forças e por espaço de quase um mês naqueles serviços a que não estávamos acostumados.".
Entre as fontes portuguesas, o soldado Luís da Costa, integrante das forças de Mem de Sá, assim descreveu o conjunto: Sobre o penedo, após a chamada colina das Palmeiras:
"Tinham [os Franceses] no baixo um baluarte feito em um penedo ao picão, coisa muito forte e com muita artilharia e munições." E sobre a fortaleza do alto: "Tinha muita artilharia de fogo grossa e miúda, espingardas e lanças e corpos d'armas. (…) e não se podia entrar nela senão por um caminho em rochedo que seria de largura obra de três ou quatro palmos, e com guaritas e baluartes, tudo temeroso."
Embora a colônia tenha apresentado um bom desenvolvimento inicial, as rígidas normas disciplinares de Villegagnon acabaram por dividir os colonos. Desde Fevereiro de 1556 parte deles abandonou o abrigo da ilha para viver com os indígenas, parte retornou à França, onde as suas denúncias fazem abortar a organização de uma terceira expedição com reforços. Em Outubro de 1558, Villegagnon voltou à França, deixando Bois-le-Comte no governo da França Antártica. Nesse momento ocorreu a reacção dos portugueses, que armaram uma expedição para expulsar os invasores. Sob o comando do governador-geral Mem de Sá, (1558-1572), 120 portugueses apoiados por cerca de 140 índios flecheiros em canoas, tupinambás e temiminós, cercaram a ilha, defendida por 74 franceses com o apoio de cerca de mil índios Tamoios, intimando Bois-le-Comte à rendição. Ante a negativa, após vinte dias de cerco, atacaram o fortim na manhã de 15 de Março de 1560. Um marujo português, nadando até à ilha, fez saltar o paiol de pólvora, levando os franceses a desistirem da luta e fugir, a maioria para a França e cerca de 20 para o continente, onde se abrigaram junto aos aldeamentos indígenas aliados. A fortificação assim conquistada (16 de Março), foi arrasada, uma vez que Mem de Sá com os navios avariados e poucos homens, não dispunha de recursos para um estabelecimento definitivo na baía de Guanabara, regressando, a 3 de Abril, a Salvador. Um outro testemunho da aventura francesa na Guanabara é dado pelo frade franciscano André Thévet, que, integrando a primeira expedição, aqui permaneceu de Novembro de 1555 a Janeiro de 1556, publicando as suas observações na obra "Les singularités de la France antartique" (1557). O ataque português à chamada "Isle Henri" (1560) está relatado em carta do mesmo Thévet publicada na obra "La cosmographie universelle" (1571). Pelo lado português, dispomos do relato do padre José de Anchieta, integrante da frota de Mem de Sá:
"Agora esta outra ilha ergue suas torres ferozes, / forte por suas rochas inacessíveis, fervendo ao embate / do mar furioso e gemendo ao som de grutas soturnas. / Para o lado do ocaso onde se levanta pequena colina: / uma que outra palmeira ao longe a cobre de sombra / com seus verdejantes leques. Perto dessa colina / está um alto rochedo talhado todo ao redor / pelo picão tenaz. Em cima do esguio rochedo / se eleva o baluarte altivo, prenhe de artilharia. / Mais além há uma pequena altura e à sua direita / uma cisterna, com casas dum lado e doutro, repleta de água. / Bombardas numerosas defendem as estreitas veredas. / Entre estas e a cisterna há enorme abertura, / onde as ondas remugem espumando de raiva. / Ponte de um pau dá estreita passagem por cima do abismo. / Transposto este, do lado da aurora resplandente, / depara-se um monte que parece subir às estrelas, / com escarpas a subir a pique em redor. É impossível / subir por aí ao cume, ou descer de lá para o baixo. / Um só caminho escarpado e estreito conduzem à altura: talhou-o na pedra, à força de golpes teimosos / e muito suor, o duro picão dos Franceses. / E protegeu-o com baluartes de alvenaria. No cume / ergue-se a torre sob armação de grossos madeiros / defendida por bombardas e pela estratégia do posto: / O rochedo todo é inacessível e se lança às alturas / qual gigantesca montanha e inexpugnável penhasco. / (…)"
Ao final da campanha, Mem de Sá relatou à Regente:
"Suposto que vi muito e li menos, a mim me parece que se não viu outra fortaleza tão forte no mundo. Havia nela setenta e quatro franceses ao tempo que cheguei e alguns escravos; depois entraram mais de quarenta dos da nau [capturada] e outros que andavam em terra, e havia muito mais de mil homens dos que do gentio da terra, tudo gente escolhida e tão bons espingardeiros como os franceses."
A excelência estratégica do local determinou que, posteriormente, ali fosse erguida uma nova estrutura defensiva pelos portugueses, a Fortaleza de São Francisco Xavier da Ilha de Villegagnon.
"Agora esta outra ilha ergue suas torres ferozes, / forte por suas rochas inacessíveis, fervendo ao embate / do mar furioso e gemendo ao som de grutas soturnas. / Para o lado do ocaso onde se levanta pequena colina: / uma que outra palmeira ao longe a cobre de sombra / com seus verdejantes leques. Perto dessa colina / está um alto rochedo talhado todo ao redor / pelo picão tenaz. Em cima do esguio rochedo / se eleva o baluarte altivo, prenhe de artilharia. / Mais além há uma pequena altura e à sua direita / uma cisterna, com casas dum lado e doutro, repleta de água. / Bombardas numerosas defendem as estreitas veredas. / Entre estas e a cisterna há enorme abertura, / onde as ondas remugem espumando de raiva. / Ponte de um pau dá estreita passagem por cima do abismo. / Transposto este, do lado da aurora resplandente, / depara-se um monte que parece subir às estrelas, / com escarpas a subir a pique em redor. É impossível / subir por aí ao cume, ou descer de lá para o baixo. / Um só caminho escarpado e estreito conduzem à altura: talhou-o na pedra, à força de golpes teimosos / e muito suor, o duro picão dos Franceses. / E protegeu-o com baluartes de alvenaria. No cume / ergue-se a torre sob armação de grossos madeiros / defendida por bombardas e pela estratégia do posto: / O rochedo todo é inacessível e se lança às alturas / qual gigantesca montanha e inexpugnável penhasco. / (…)"
Ao final da campanha, Mem de Sá relatou à Regente:
"Suposto que vi muito e li menos, a mim me parece que se não viu outra fortaleza tão forte no mundo. Havia nela setenta e quatro franceses ao tempo que cheguei e alguns escravos; depois entraram mais de quarenta dos da nau [capturada] e outros que andavam em terra, e havia muito mais de mil homens dos que do gentio da terra, tudo gente escolhida e tão bons espingardeiros como os franceses."
A excelência estratégica do local determinou que, posteriormente, ali fosse erguida uma nova estrutura defensiva pelos portugueses, a Fortaleza de São Francisco Xavier da Ilha de Villegagnon.
FORTE DA PONTA DA VIGIA
O Forte da Ponta da Vigia localizava-se no alto da ponta da Vigia, atual morro do Leme, no bairro do Leme, Zona Sul da cidade e no litoral do estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
São consideradas várias origens para a primitiva fortificação da antiga Ponta da Vigia:
Iº a ocupação do alto do morro do Leme teria se registrado após a invasão francesa de 1711, quando ali foi instalado um posto de vigia, com uma pequena peça de artilharia, para avisar sobre a aproximação de navios. Essa posição era acessada a partir da garganta que permitia a passagem entre Copacabana e Botafogo.
IIº Souza refere que o Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), fez levantar várias fortificações para a defesa ao sul da barra da baía de Guanabara. Na praia de Copacabana relaciona os seguintes pontos: o desfiladeiro do Leme, o forte abaixo deste desfiladeiro, a ponta da Vigia, e a ponta do Anel.
IIIº constituiu-se, possivelmente, numa das obras propostas para a defesa do Rio de Janeiro pelo Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck entre 1767-1769. A primeira referência documental à sua existência é o "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, que informa: "Construí outros redutos no sítio de S. Clemente e Leme para defender os desembarques e passagens da Copa-Cabana, e da Lagoa de Rodrigo de Freitas.". Ainda nesse período encontra-se relacionada como uma "bateria de terra e faxina" no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro. Admite-se, deste modo, que aquele trecho do litoral sul da barra da Guanabara foi defendido, à época, por uma série de fortificações: a primeira em posição dominante no acesso, a segunda na baixada, provavelmente na altura da atual Rua República do Peru, a terceira em posição dominante na Ponta da Vigia e a quarta, na baixada, na ponta do Anel, cujo topo se encontra terraplanado, carecendo de pesquisa arqueológica. O acesso na crista da elevação era defendido por um troço de muralha no qual se rasgava um portão de pedra, onde hoje se observam os remanescentes de dois arcos, mais modernos, em avançado estado de degradação. A fortificação na ponta da Vigia, situada a aproximadamente cem metros acima do nível do mar, tinha a função de vigia (mirante), alertando as fortificações vizinhas da aproximação de embarcações pelo sul da barra da baía da Guanabara.
Com relação à passagem de "Tiradentes" por esta fortificação, os "Autos da Devassa" informam que Joaquim José da Silva Xavier, (1746-92) - o Tiradentes - "sentou praça em 1 de Dezembro de 1775" na 6ª Companhia do Regimento de Cavalaria Regular da Capitania de Minas Gerais, no posto de alferes, percebendo um soldo de 24$000 (vinte e quatro mil réis), do qual firmou recibo. Entre 1776 e 1779 a defesa do Rio de Janeiro foi reforçada com efectivos de outras regiões, ante a ameaça de um possível ataque de forças espanholas, em ofensiva no Sul da Colônia. Jardim informa que a amizade entre o Alferes Joaquim José e o então Major da Guarda dos Vice-Reis Francisco de Paula Freire de Andrade "nascera no Rio de Janeiro, quando em 1779 lá se encontraram, estando Tiradentes e Francisco de Paula designados para conduzir soldados ao Sul do país."
O mesmo autor complementa que Tiradentes:
"Entre 1778 e 1779 ainda continuava no Rio, servindo nas forças de defesa contra as ameaças externas. Em sua companhia estavam o Tenente Coronel Francisco de Paula Freire de Andrade e o Capitão Francisco Antônio de Oliveira Lopes; ficaram em Copacabana. (…)".
Confirma-se assim o episódio, uma vez que as quatro estruturas defensivas relacionadas por Souza se concentravam em torno e no morro do Leme. Data desse período uma planta que indica a artilharia do forte à época - duas peças de calibre 16, duas de 12, cinco de 9 e duas de 2 -, assim como o reforço de que necessitava: mais cinco dos calibres 16, 12 e 9. O Vice-Rei, Dom José Luís de Castro, (1790-1801), determinou retirar a sua guarnição, por razões de economia, em 1791.
Com relação à passagem de "Tiradentes" por esta fortificação, os "Autos da Devassa" informam que Joaquim José da Silva Xavier, (1746-92) - o Tiradentes - "sentou praça em 1 de Dezembro de 1775" na 6ª Companhia do Regimento de Cavalaria Regular da Capitania de Minas Gerais, no posto de alferes, percebendo um soldo de 24$000 (vinte e quatro mil réis), do qual firmou recibo. Entre 1776 e 1779 a defesa do Rio de Janeiro foi reforçada com efectivos de outras regiões, ante a ameaça de um possível ataque de forças espanholas, em ofensiva no Sul da Colônia. Jardim informa que a amizade entre o Alferes Joaquim José e o então Major da Guarda dos Vice-Reis Francisco de Paula Freire de Andrade "nascera no Rio de Janeiro, quando em 1779 lá se encontraram, estando Tiradentes e Francisco de Paula designados para conduzir soldados ao Sul do país."
O mesmo autor complementa que Tiradentes:
"Entre 1778 e 1779 ainda continuava no Rio, servindo nas forças de defesa contra as ameaças externas. Em sua companhia estavam o Tenente Coronel Francisco de Paula Freire de Andrade e o Capitão Francisco Antônio de Oliveira Lopes; ficaram em Copacabana. (…)".
Confirma-se assim o episódio, uma vez que as quatro estruturas defensivas relacionadas por Souza se concentravam em torno e no morro do Leme. Data desse período uma planta que indica a artilharia do forte à época - duas peças de calibre 16, duas de 12, cinco de 9 e duas de 2 -, assim como o reforço de que necessitava: mais cinco dos calibres 16, 12 e 9. O Vice-Rei, Dom José Luís de Castro, (1790-1801), determinou retirar a sua guarnição, por razões de economia, em 1791.
FORTE DA PONTA DO ANEL
O Forte da Ponta do Anel localizava-se na ponta do Anel, fronteiro à ilha de Cotunduba, no atual bairro do Leme, Zona Sul da cidade e no litoral do estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
De acordo com Souza, o Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), fez levantar várias fortificações para a defesa ao sul da barra da baía de Guanabara.
De acordo com Souza, o Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), fez levantar várias fortificações para a defesa ao sul da barra da baía de Guanabara.
FORTIFICAÇÕES DE ANGRA DOS REIS
As Fortificações de Angra dos Reis localizavam-se na cidade de Angra dos Reis, no litoral sul do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
A povoação de Angra dos Reis foi escala obrigatória das embarcações em trânsito de e para a capitania de São Vicente, nos séculos XVI e XVII. A partir do século XVIII esse movimento foi acrescido com o trânsito de e para Paraty, acesso à chamada Estrada Real. No século XIX transformou-se em porto exportador do café produzido do vale do rio Paraíba. Uma fortificação na Ilha Grande encontra-se relacionada no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas Vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789" refere diversas estruturas defensivas na região, com a função de defesa da costa, da povoação e seu ancoradouro, e do acesso terrestre ao interior da Província do Rio de Janeiro (pela Estrada de São João do Príncipe), e da Província de São Paulo (pela Estrada do Cunha):
A povoação de Angra dos Reis foi escala obrigatória das embarcações em trânsito de e para a capitania de São Vicente, nos séculos XVI e XVII. A partir do século XVIII esse movimento foi acrescido com o trânsito de e para Paraty, acesso à chamada Estrada Real. No século XIX transformou-se em porto exportador do café produzido do vale do rio Paraíba. Uma fortificação na Ilha Grande encontra-se relacionada no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas Vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789" refere diversas estruturas defensivas na região, com a função de defesa da costa, da povoação e seu ancoradouro, e do acesso terrestre ao interior da Província do Rio de Janeiro (pela Estrada de São João do Príncipe), e da Província de São Paulo (pela Estrada do Cunha):
Iº Forte do Carmo
IIº Forte de São Bento - na povoação (Vila Velha), no continente.
FORTE DE MANUEL VELHO
O Forte de Manuel Velho localizava-se no município e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Souza, entre os fortins outrora existentes no Rio de Janeiro, cita as "Memórias" de Duarte Nunes, onde se refere este forte, mas sem indicação da sua localização. Ele já estaria desaparecido à época (1885). Garrido acrescenta que pode tratar-se de uma entre uma série de estruturas de defesa anónimas, indicadas em uma Carta Topográfica datada de 1874 (na verdade 1794), no Arquivo Militar, levantada por ordem do Vice-rei Dom José Luís de Castro, 2º conde de Resende.
Souza, entre os fortins outrora existentes no Rio de Janeiro, cita as "Memórias" de Duarte Nunes, onde se refere este forte, mas sem indicação da sua localização. Ele já estaria desaparecido à época (1885). Garrido acrescenta que pode tratar-se de uma entre uma série de estruturas de defesa anónimas, indicadas em uma Carta Topográfica datada de 1874 (na verdade 1794), no Arquivo Militar, levantada por ordem do Vice-rei Dom José Luís de Castro, 2º conde de Resende.
FORTE DE S. ANTÓNIO DO MONTE FRIO
O 'Forte de Santo Antônio do Monte Frio' localizava-se ao sul da foz do rio Macaé, na ponta de terra entre a praia de Imbetiba e a praia das Conchas, fronteira ao Arquipélago de Sant'Anna, (ilhas de Santana, do Francês, do Papagaio e ilhote Sul), na cidade (e município) de Macaé, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Este forte foi erguido por determinação do governador e Capitão-mor da Capitania do Rio de Janeiro, Constantino de Menelau, (1615-1617) a partir de 1613, (1615?), e constituiu-se no núcleo da povoação de Macaé, cujo ancoradouro defendia. O governador Francisco de Castro Morais, (1699-1702) reforçou-lhe a artilharia com mais cinco peças de diferentes calibres, após procedidos reparos. Monsenhor Pizarro atribui a sua construção ao governo do Vice-rei Dom Antônio Álvares da Cunha, (1763-1767), que o artilhou com sete peças de calibre 16 libras. À época, o forte era guarnecido por milicianos da Comarca de Macaé, que se revezavam por milicianos de Campos dos Goitacazes. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". O Relatório do General António Elisiário (Tenente-general graduado António Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, dá esta fortificação como em ruínas, tendo participado como mera espectadora no incidente com o vapor inglês HMS Sharpshooter, a 23 de Junho de 1850, que aprisionou e incendiou um navio negreiro, naquele trecho do litoral fluminense. Desarmado pelo Aviso do Ministério da Guerra de 19 de Novembro de 1859, recolheu-se-lhe o material transportável (artilharia, munições e demais petrechos), sendo o imóvel confiado à guarda do Governo da Província do Rio de Janeiro. Foi sucedido, ao final do século XIX, pelo Forte Marechal Hermes.
Este forte foi erguido por determinação do governador e Capitão-mor da Capitania do Rio de Janeiro, Constantino de Menelau, (1615-1617) a partir de 1613, (1615?), e constituiu-se no núcleo da povoação de Macaé, cujo ancoradouro defendia. O governador Francisco de Castro Morais, (1699-1702) reforçou-lhe a artilharia com mais cinco peças de diferentes calibres, após procedidos reparos. Monsenhor Pizarro atribui a sua construção ao governo do Vice-rei Dom Antônio Álvares da Cunha, (1763-1767), que o artilhou com sete peças de calibre 16 libras. À época, o forte era guarnecido por milicianos da Comarca de Macaé, que se revezavam por milicianos de Campos dos Goitacazes. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". O Relatório do General António Elisiário (Tenente-general graduado António Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, dá esta fortificação como em ruínas, tendo participado como mera espectadora no incidente com o vapor inglês HMS Sharpshooter, a 23 de Junho de 1850, que aprisionou e incendiou um navio negreiro, naquele trecho do litoral fluminense. Desarmado pelo Aviso do Ministério da Guerra de 19 de Novembro de 1859, recolheu-se-lhe o material transportável (artilharia, munições e demais petrechos), sendo o imóvel confiado à guarda do Governo da Província do Rio de Janeiro. Foi sucedido, ao final do século XIX, pelo Forte Marechal Hermes.
FORTE DE S. CLEMENTE DA PIAÇAVA
Possivelmente uma das obras propostas para a defesa do Rio de Janeiro pelo Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck entre 1767-1769, o "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informa:
"Construí outros redutos no sítio de S. Clemente e Leme para defender os desembarques e passagens da Copacabana, e da Lagoa de Rodrigo de Freitas.".
Encontra-se relacionada como uma "bateria de terra e faxina" no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro. Destinava-se à defesa do acesso ao chamado "Caminho Velho", caminho colonial que unia as terras do antigo Engenho Real, na lagoa de Sacopenapã (hoje lagoa Rodrigo de Freitas), às terras da Fazenda de José Pereira Botafogo (hoje bairro de Botafogo), traçado da atual rua São Clemente.
FORTE DE S. DOMINGOS DE GRAGOATÁ
O Forte de São Domingos de Gragoatá, também referido apenas como Forte do Gragoatá, localiza-se num promontório rochoso na extremidade da antiga praia de São Domingos, atual bairro do Gragoatá, na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
O nome do bairro é uma referência a uma planta típica da região, o gragoatá ("Bromelia balansae"). A antiga praia de São Domingos, um extenso areal hoje cortado, ficou assim conhecida por uma primitiva capela ali erguida em 1652, sob a invocação de São Domingos, atual Igreja Matriz de São Domingos.
Existem divergências entre os estudiosos acerca da data de início da sua primitiva fortificação.
O nome do bairro é uma referência a uma planta típica da região, o gragoatá ("Bromelia balansae"). A antiga praia de São Domingos, um extenso areal hoje cortado, ficou assim conhecida por uma primitiva capela ali erguida em 1652, sob a invocação de São Domingos, atual Igreja Matriz de São Domingos.
Existem divergências entre os estudiosos acerca da data de início da sua primitiva fortificação.
Iº Salvador Mata e Silva fixa-a em 1610, afirmando ser este o segundo forte mais antigo de Niterói, após a Bateria de Nossa Senhora da Guia, que remonta ao final do século XVI.
IIº os arquivos relativos ao tombamento, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, registram que um forte já existia em 1660, quando vários oficiais se dirigiram à Coroa Portuguesa, solicitando a sua conservação e reparação; Pizarro considera-o anterior a 1698, à vista da Carta-régia de 17 de novembro desse ano ("Memórias Históricas do Rio de Janeiro").
IIIº Souza (1885) considera-o contemporâneo à Bateria de Nossa Senhora da Boa Viagem, anterior a 1710, no que é seguido por Barretto.
É correto supor que o atual forte remonte a uma bateria instalada a partir de 1696, pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697). Em posição dominante sobre um rochedo, cruzava fogos com a Bateria da Boa Viagem e com a Bateria da Ilha de Villegaignon. A Carta-régia de 17 de novembro de 1698 mandava pagar a Pedro Gomes e a Pedro de Barros as obras realizadas na Bateria de São Domingos, obras essas que apresentando problemas estruturais já em 1701, necessitavam reparos, tendo o governador Francisco de Castro Morais (1699-1702), responsabilizado esses dois empreiteiros por "falsificação das obras que haviam feito".
Não há informação se este forte secundou o fogo da Bateria da Boa Viagem ante a invasão do Rio de Janeiro pelo corsário francês René Duguay-Trouin em Setembro de 1711. Uma relação do governador Antônio de Brito Freire Meneses, (1717-1719) informou a Lisboa que na Bateria de São Domingos contavam-se dez peças de ferro e 426 balas de diferentes calibres. Em 1735 estava artilhada com 9 peças: 6 de 18 libras e 3 de 24 libras. A posição consta na "Relação geral de todas as praças fortificadas em torno do porto e cidade do Rio de Janeiro", de autoria do Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck, (7 de Outubro de 1768). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de junho de 1779, informa: "Os pequenos redutos do Gravatá e Boa Viagem foram reedificados, que estavam inteiramente fora de serviço.". Em 1781 o seu armamento encontrava-se reduzido a 8 peças. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao "Relatório" de 1779. Sob o governo do Vice-rei Dom José Luís de Castro, 2° conde de Resende, (1790-1801) tiveram lugar grandes transformações na estrutura do forte. À época o seu armamento ascendia a 9 peças: 5 de 25 libras, 3 de 18 e 1 de 3.
FORTALEZA DE S. JOÃO DA BARRA DO RIO DE JANEIRO
A fortaleza de São João da Barra do Rio de Janeiro, também referida como Fortaleza de São João ou Forte São João, localiza-se no lado ocidental da barra da baía da Guanabara, no atual bairro da Urca, na cidade e estado brasileiro do Rio de Janeiro.
A várzea entre o sopé do morro Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar foi ocupada pelas forças - cerca de trezentos homens desembarcados de cinco navios - do primeiro governador da capitania do Rio de Janeiro, Estácio de Sá (1565-1567), que aí fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1 de Março de 1565), no contexto da luta para a expulsão dos franceses da baía da Guanabara. O padre jesuíta José de Anchieta, (1534-1597) assim descreveu as primeiras providências, em carta desse mesmo ano aos seus superiores no reino:
A várzea entre o sopé do morro Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar foi ocupada pelas forças - cerca de trezentos homens desembarcados de cinco navios - do primeiro governador da capitania do Rio de Janeiro, Estácio de Sá (1565-1567), que aí fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1 de Março de 1565), no contexto da luta para a expulsão dos franceses da baía da Guanabara. O padre jesuíta José de Anchieta, (1534-1597) assim descreveu as primeiras providências, em carta desse mesmo ano aos seus superiores no reino:
" (...) Logo ao seguinte dia, que foi o último de Fevereiro, ou primeiro de Março, começaram a roçar a terra com grande fervor e a cortar madeira para a cerca, sem querer saber dos Tamoios nem dos Franceses, mas como quem entrava em sua terra (...)." E complementa, sobre o progresso dessa defesa: "Já à minha partida tinham feito muitas roças em derredor de [sic] cerca, (...); tinham já feito um baluarte mui forte de taipa de pilão com muita artilharia dentro, com quatro ou cinco guaritas de madeira e de taipa de mão, todas cobertas de telha que trouxe de São Vicente e faziam-se outras e outros baluartes, e os Índios e Mamelucos faziam já as suas casas de madeira e barro, cobertas com umas palmas feitas e cavadas como calhas e telhas, que é grande defensão contra o fogo. Os Tamoios andavam-se [sic] ajuntando para dar grande combate na cerca."
Acredita-se que este primitivo reduto, sob a invocação de São Martinho, defendia o lado de terra. Resistiu ao primeiro combate naval e terrestre, contra os indígenas, a 1 de junho de 1565. Posteriormente, com a vitória portuguesa definitiva sobre os franceses, a cidade foi transferida para o morro do Castelo em 1567, sem que a defesa da barra tenha sido descuidada. Os redutos de São Teodósio, São José e São Diogo: O forte ou reduto de São Martinho foi reforçado no governo de Salvador Correia de Sá, (1568-1572) com a adição da bateria ou reduto de São Teodósio, (1572), sobre a ponta de mesmo nome. No segundo governo de Salvador Correia de Sá (1577-1599) foi levantado o reduto de São José, (1578), batendo a barra da baía da Guanabara. Com a conclusão do reduto de São Diogo, (24 de junho de 1618), o conjunto entrou em serviço oficialmente, com o nome de Fortaleza de São João da Barra do Rio de Janeiro, cruzando fogos com a Fortaleza de Santa Cruz da Barra e com o Forte da Laje. O conjunto contava com trinta peças de artilharia de diversos calibres, que conservava à época do governador Duarte Correia Vasqueanes (1645-1648). Foi cartografada por João Teixeira Albernaz, o velho, (Capitania do Rio de Janeiro, 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), que registra apenas a fortificação de São Martinho defendendo o lado de terra e o "Forte de S. y.ª" [forte de São João], pelo lado do mar. Também está representada como forte de São João por Manuel Vaz Pereira, (Demonstração da barra do Rio de Janeiro e planta da Lage, 1645. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), por João Teixeira Albernaz, o moço, (Aparência do Rio de Janeiro, 1666.) e assinalada por Andreas Antonius Horaty, (Rio di Gennaro, c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro). As suas defesas foram reforçadas pelo governador da capitania, Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697). Desse modo, repeliu, com o apoio da fortaleza de Santa Cruz, a esquadra do corsário francês Jean-François Duclerc, a 6 de agosto de 1710. Desguarnecida após o sucesso por ordem do governador Francisco de Castro Morais, (1710-1711), pouco pôde fazer ante a invasão de dezoito navios, 740 peças de artilharia, dez morteiros e 5.764 homens do corsário francês René Duguay-Trouin, em setembro de 1711. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica para a bateria de São Teodósio (computada como um forte) vinte peças e, para o Forte de São João, quarenta e quatro. As defesas no morro de São João, à época, eram de terra, estando retratadas em mais duas plantas. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luís de Vasconcelos e Sousa, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de junho de 1779, informa: "Reedifiquei as defesas da fortaleza de S. João: fiz-lhe algumas de novo, e pôs-lhe mais francas as suas comunicações, e projectei uma obra semelhante à da Praia de Fora na praia que fica encostada ao Pão de Açúcar, e encostada à fortaleza. Esta é feita de terra e faxina, pelo tempo não dar lugar a ser construída de outra forma. Estava já com bastante adiantamento quando chegou o tratado da paz, parei com aquele trabalho, e se acha no estado em que V. Exa. verá." Encontra-se relacionado como "São João, com dois fortes", no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luís de Vasconcelos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro.
FORTE DE S. MATEUS DO CABO FRIO
O Forte de São Mateus do Cabo Frio localiza-se numa ilhota rochosa na extremidade nordeste da atual praia do Forte, na cidade de Cabo Frio, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
O século XVII: Em 1617, o governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, (1615-1617), que considerava o Forte de Santo Inácio do Cabo Frio excessivamente vulnerável, solicitou o seu desmantelamento e a construção de um novo forte para protecção da povoação de Santa Helena do Cabo Frio e da barra do canal da lagoa de Araruama, (hoje canal do Itajuru). O Governador-geral do Brasil, Dom Luís de Sousa, (1617-1621), após consultar Lisboa, aprovou o projecto do Engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita, (1603-1634), cuja traça definitiva data de 1617, e transferiu a responsabilidade das obras para o Capitão-mor de Cabo Frio, Estevão Gomes, (1616-?), em 1618. Foi nessa conjuntura que ocorreu a transferência da primitiva povoação para o local do atual bairro da Passagem, rebaptizada com o nome de Nossa Senhora da Assunção do Cabo Frio. Uma carta do superior jesuíta do aldeamento indígena de São Pedro, enviada àquele governador do Brasil em 1620, revela que a nova fortificação do Cabo Frio já estava em funcionamento nesse ano. Nela, Estevão Gomes abrigava provisoriamente algumas dezenas de famílias de Tupiniquins que logo seriam transferidas para o aldeamento jesuíta de São Pedro do Cabo Frio, núcleo da atual cidade de São Pedro d'Aldeia. Em um mapa anônimo de cerca de 1625 da "Terra de Cabo Frio", observa-se o forte velho (Forte de Santo Inácio) localizado junto ao porto da barra do canal da lagoa de Araruama, e o novo, próximo à praia, numa ilhota mais elevada a cavaleiro da barra. Acredita-se que o material de construção, o armamento e a guarnição tenham sido remanejados para o novo Forte de São Mateus. A nova estrutura, em alvenaria de pedra e cal, apresenta planta no formato de um polígono quadrangular irregular, com duas baterias à barbeta, uma guarita no vértice pelo lado do mar, e edificação para Quartel e Depósito no terrapleno pelo lado de terra. Esta edificação apresenta atualmente cinco compartimentos:
O século XVII: Em 1617, o governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, (1615-1617), que considerava o Forte de Santo Inácio do Cabo Frio excessivamente vulnerável, solicitou o seu desmantelamento e a construção de um novo forte para protecção da povoação de Santa Helena do Cabo Frio e da barra do canal da lagoa de Araruama, (hoje canal do Itajuru). O Governador-geral do Brasil, Dom Luís de Sousa, (1617-1621), após consultar Lisboa, aprovou o projecto do Engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita, (1603-1634), cuja traça definitiva data de 1617, e transferiu a responsabilidade das obras para o Capitão-mor de Cabo Frio, Estevão Gomes, (1616-?), em 1618. Foi nessa conjuntura que ocorreu a transferência da primitiva povoação para o local do atual bairro da Passagem, rebaptizada com o nome de Nossa Senhora da Assunção do Cabo Frio. Uma carta do superior jesuíta do aldeamento indígena de São Pedro, enviada àquele governador do Brasil em 1620, revela que a nova fortificação do Cabo Frio já estava em funcionamento nesse ano. Nela, Estevão Gomes abrigava provisoriamente algumas dezenas de famílias de Tupiniquins que logo seriam transferidas para o aldeamento jesuíta de São Pedro do Cabo Frio, núcleo da atual cidade de São Pedro d'Aldeia. Em um mapa anônimo de cerca de 1625 da "Terra de Cabo Frio", observa-se o forte velho (Forte de Santo Inácio) localizado junto ao porto da barra do canal da lagoa de Araruama, e o novo, próximo à praia, numa ilhota mais elevada a cavaleiro da barra. Acredita-se que o material de construção, o armamento e a guarnição tenham sido remanejados para o novo Forte de São Mateus. A nova estrutura, em alvenaria de pedra e cal, apresenta planta no formato de um polígono quadrangular irregular, com duas baterias à barbeta, uma guarita no vértice pelo lado do mar, e edificação para Quartel e Depósito no terrapleno pelo lado de terra. Esta edificação apresenta atualmente cinco compartimentos:
Iº Casa do Comando.
IIº Quartel da Tropa.
IIIº Cozinha.
IVº Casa da Pólvora.
Vº Cisterna (ou cela), em nível inferior.
No contexto da reconquista de Angola (e seu mercado de escravos) aos neerlandeses, Salvador Correia de Sá e Benevides retirou a artilharia e a guarnição do forte, deixando sem defesa os vinte e quatro moradores que permaneceram no Cabo Frio (1648). Em 1650, Estêvão Gomes reaparelhou-o para defesa da povoação, com os seus canhões servindo para sinalizar a passagem dos navios que iam para o Rio de Janeiro.
Durante o século XVIII, o Forte de São Mateus estava artilhado com sete peças ante carga, de alma lisa: uma de calibre 12 libras, dois de 8 e quatro de 6, sendo que a maior parte achava-se arruinada ao final desse período. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Segundo o autor anónimo da "Memória Histórica (...) de 1797" a guarnição do forte compunha-se de "um oficial e sete soldados, destes um era de cavalaria e todos eram sujeitos às ordens de um Oficial do Terço, ou Regimento de Milícia de Cabo Frio".
Durante o século XVIII, o Forte de São Mateus estava artilhado com sete peças ante carga, de alma lisa: uma de calibre 12 libras, dois de 8 e quatro de 6, sendo que a maior parte achava-se arruinada ao final desse período. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Económicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Segundo o autor anónimo da "Memória Histórica (...) de 1797" a guarnição do forte compunha-se de "um oficial e sete soldados, destes um era de cavalaria e todos eram sujeitos às ordens de um Oficial do Terço, ou Regimento de Milícia de Cabo Frio".
FORTE DE S. TIAGO DA MISERICÓRDIA
O Forte de São Tiago da Misericórdia localizava-se no pontal de São Tiago (depois Calabouço) aos pés do morro do Descanso (depois morro do Castelo), entre as praias da Piaçaba e de Santa Luzia (hoje desaparecidas), no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
As fortificações no século XVII: De acordo com a pesquisa do Museu Histórico Nacional, a primeira estrutura no local remonta a uma bateria, erguida por forças portuguesas em 1567. Nesse sentido, tratava-se de uma defesa do primitivo ancoradouro da cidade, transferida naquele ano para o alto do morro do Descanso, e que se inseria no conjunto de obras defensivas iniciadas pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Mem de Sá, (1567-68). Encontra-se identificada no mapa de Jacques de Vau de Claye, ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris), como "le fort de la [ilegível] ", artilhado com duas peças. Souza refere esta estrutura como Arsenal de Guerra, atribuindo-a ao governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá, (1602-1608), que fez levantar uma Bateria na base do morro do Castelo para a defesa da praia de Santa Luzia (1603), sob a invocação de São Tiago (Bateria de Santiago, Bateria da praia de Santa Luzia), cruzando fogos com o Forte de Villegagnon. Encontra-se cartografado como Forte de São Tiago por João Teixeira Albernaz, o velho, ("Capitania do Rio de Janeiro", 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), e por João Teixeira Albernaz, o moço, ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Durante o governo de Duarte Correia Vasqueanes, (1645-1648), foi construída uma cortina ligando-o à Fortaleza de São Sebastião do Castelo, no alto do morro do Castelo. A partir de 1696 foi reconstruído pelo governador Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697).
Quando da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, (Setembro de 1711), estava artilhado com uma peça. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. Encontra-se identificado pelo Brigadeiro Engenheiro Jean Massé sob a legenda "E. Fortaleza antiga de São Thiago" (Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) (Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713. Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro). Este Capitão de Engenheiros francês, após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V, (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Figura como "Forte de S. Thiago", distinto da Bateria na praia de Santa Luzia, na carta de André Vaz Figueira, (Carta Topografica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, (1733-1763) para mostrar as obras de seu governo. Ao final do século XVIII, (c. 1768-1769), foi ligado por uma cortina ao Arsenal do Trem, segundo risco do Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck. Na mesma época, encontra-se representado em projecto anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria, (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) como Forte do Calabouço, com planta no formato de duas meias luas, ligadas por cortinas. Desse modo, não procede a informação, comumente aceite, de que essa denominação data do governo do Vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Souza, (1779-1790), que ali teria instituído uma prisão onde eram recolhidos os escravos que oficialmente sofriam castigos corporais, evitando essa exposição em locais públicos. O Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801), procedeu-lhe reparos e reforço na estrutura.
As fortificações no século XVII: De acordo com a pesquisa do Museu Histórico Nacional, a primeira estrutura no local remonta a uma bateria, erguida por forças portuguesas em 1567. Nesse sentido, tratava-se de uma defesa do primitivo ancoradouro da cidade, transferida naquele ano para o alto do morro do Descanso, e que se inseria no conjunto de obras defensivas iniciadas pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Mem de Sá, (1567-68). Encontra-se identificada no mapa de Jacques de Vau de Claye, ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris), como "le fort de la [ilegível] ", artilhado com duas peças. Souza refere esta estrutura como Arsenal de Guerra, atribuindo-a ao governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá, (1602-1608), que fez levantar uma Bateria na base do morro do Castelo para a defesa da praia de Santa Luzia (1603), sob a invocação de São Tiago (Bateria de Santiago, Bateria da praia de Santa Luzia), cruzando fogos com o Forte de Villegagnon. Encontra-se cartografado como Forte de São Tiago por João Teixeira Albernaz, o velho, ("Capitania do Rio de Janeiro", 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), e por João Teixeira Albernaz, o moço, ("Aparência do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro). Durante o governo de Duarte Correia Vasqueanes, (1645-1648), foi construída uma cortina ligando-o à Fortaleza de São Sebastião do Castelo, no alto do morro do Castelo. A partir de 1696 foi reconstruído pelo governador Sebastião de Castro Caldas, (1695-1697).
Quando da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, (Setembro de 1711), estava artilhado com uma peça. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. Encontra-se identificado pelo Brigadeiro Engenheiro Jean Massé sob a legenda "E. Fortaleza antiga de São Thiago" (Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) (Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713. Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro). Este Capitão de Engenheiros francês, após as invasões de corsários franceses em 1710 e em 1711, por determinação do rei Dom João V, (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Figura como "Forte de S. Thiago", distinto da Bateria na praia de Santa Luzia, na carta de André Vaz Figueira, (Carta Topografica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, (1733-1763) para mostrar as obras de seu governo. Ao final do século XVIII, (c. 1768-1769), foi ligado por uma cortina ao Arsenal do Trem, segundo risco do Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck. Na mesma época, encontra-se representado em projecto anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria, (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) como Forte do Calabouço, com planta no formato de duas meias luas, ligadas por cortinas. Desse modo, não procede a informação, comumente aceite, de que essa denominação data do governo do Vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Souza, (1779-1790), que ali teria instituído uma prisão onde eram recolhidos os escravos que oficialmente sofriam castigos corporais, evitando essa exposição em locais públicos. O Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801), procedeu-lhe reparos e reforço na estrutura.
FORTE DUQUE DE CAXIAS
O Forte Duque de Caxias, anteriormente denominado como Forte da Vigia, Forte da Espia e Forte do Leme, localiza-se no bairro do Leme, na cidade do Rio de Janeiro, no estado homónimo, no Brasil.
Sob o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), na iminência de uma invasão espanhola que se materializou em 1777 contra a Colônia do Sacramento e a ilha de Santa Catarina, no sul da Colônia, foi ordenada a construção de um pequeno forte para defesa de qualquer desembarque naquele trecho ao Sul da cidade, o que teve lugar entre 1776 e 1779. A fortificação ficou conhecida como Forte da Vigia. O Vice-Rei, Dom José Luís de Castro, (1790-1801), determinou retirar a sua guarnição, por razões de economia, em 1791.
Está implantado no topo de um cotão rochoso, na cota de 124 metros acima do nível do mar. Preserva vegetação remanescente de Mata Atlântica, numa área de 28 hectares. Nele destacam-se o antigo portão de armas em cantaria, no Mirante da Bandeira, e os dois obuseiros Krupp de 280mm, em dois poços escavados na rocha, protegidos por casamatas de concreto.
FORTE GUANABARA
O Forte Guanabara localizava-se ao lado da ponta do Anel, fronteiro à ilha de Cotunduba, no atual bairro do Leme, Zona Sul da cidade e no litoral do estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
De acordo com Souza (1885), o Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), fez levantar várias fortificações para a defesa ao sul da barra da baía de Guanabara, reforçadas à época da Independência do Brasil (1822). Na praia de Copacabana relaciona os seguintes pontos: o desfiladeiro do Leme, o forte abaixo deste desfiladeiro, a ponta da Vigia, e a ponta do Anel. Todos estes pontos teriam sido desarmados e desguarnecidos durante o Período Regencial, através do Decreto de 24 de Dezembro de 1831.
De acordo com Souza (1885), o Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), fez levantar várias fortificações para a defesa ao sul da barra da baía de Guanabara, reforçadas à época da Independência do Brasil (1822). Na praia de Copacabana relaciona os seguintes pontos: o desfiladeiro do Leme, o forte abaixo deste desfiladeiro, a ponta da Vigia, e a ponta do Anel. Todos estes pontos teriam sido desarmados e desguarnecidos durante o Período Regencial, através do Decreto de 24 de Dezembro de 1831.
FORTIFICAÇÕES DE GUARATIBA
As Fortificações de Guaratiba localizavam-se em posição dominante na barra de Guaratiba, a sudoeste da cidade do Rio de Janeiro, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Foi este o trecho do litoral escolhido para o desembarque dos corsários franceses de Jean-François Duclerc (1671-1711), que, marchando pela antiga estrada que dava acesso à Fazenda de Santa Cruz, invadiram a cidade do Rio de Janeiro em Agosto de 1710. Souza (1885), refere que, à época da Independência do Brasil (1822), foram erguidas várias estruturas defensivas entre o [morro do] pontal de Sernambetiba e a barra de Guaratiba, para defesa dessa região:
Foi este o trecho do litoral escolhido para o desembarque dos corsários franceses de Jean-François Duclerc (1671-1711), que, marchando pela antiga estrada que dava acesso à Fazenda de Santa Cruz, invadiram a cidade do Rio de Janeiro em Agosto de 1710. Souza (1885), refere que, à época da Independência do Brasil (1822), foram erguidas várias estruturas defensivas entre o [morro do] pontal de Sernambetiba e a barra de Guaratiba, para defesa dessa região:
Iº Bateria da barra de Guaratiba - constituía-se em uma bateria artilhada com quatro peças;
IIº Forte Independência - erguido no local conhecido como Lameirão. Constituía-se por duas baterias, uma a cavaleiro da outra, comunicando-se entre si por duas baterias armadas com 10 caronadas (peças curtas e de grosso calibre, utilizadas em artilharia naval).
IIIº Três baterias - estruturas iniciadas para cobrir a costa desde a Sernambetiba até à barra da Guaratiba. Acreditamos sejam as mesmas três baterias identificadas pelo autor para o lado da Sernambetiba.
Todas essas obras foram suspensas em 1828. Garrido (1940) refere que todas as fortificações, de Sepetiba à barra de Guaratiba, em 1838, estavam sob o comando único do Capitão Inácio Luiz Sodré. Por outro lado, o Forte Independência, em conjunto com o Forte do Campinho e as Baterias do Irajá, do Andaraí e de Jacarepaguá, encontravam-se, naquele mesmo ano, sob o comando único do 2º Tenente Florêncio Luiz Ferreira de Menezes. As fortificações na Guaratiba e no “Lameiro” encontram-se relacionadas entre as defesas do sector Sul ("Fortificações de Sepetiba") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Em 1885, todas as fortificações na Guaratiba encontravam-se em ruínas.
FORTIFICAÇÕES DE ITAGUAÍ
A povoação de Itaguaí remonta a 1700, quando integrava as terras da Fazenda de Santa Cruz, antigo latifúndio da Companhia de Jesus que compreendeu parte expressiva do sul fluminense, e cuja sede recebeu periódicamente a Família Real após 1808. Transformou-se em um dos pousos no chamado "Caminho das Calçadas", via de comunicação obrigatória para quem transitava, por terra, do Rio de Janeiro para São Paulo ou Minas Gerais. Foi no retorno por esse caminho, acompanhado por uma tropa de Dragões, que o Príncipe-regente D. Pedro proclamou a independência do Brasil (7 de Setembro de1822), motivo pelo qual essa via passou a denominar-se "Estrada da Independência". Com uma economia baseada na lavoura de mandioca e de cana-de-açúcar (para a produção de farinhas e aguardentes respectivamente), e, a partir do século XIX, na de café, a povoação de Itaguaí foi elevada a Vila a partir de 1818, com o nome de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, e posteriormente, em 1833, a cidade. Souza refere quatro estruturas defensivas na região:
Iº Forte de Coroa Grande - Localizado no caminho por terra que ia da povoação de Mangaratiba para a de Itaguaí, no lugar de Coroa Grande (atual bairro de Coroa Grande). Compunha-se de uma tenalha com duas baterias a cavaleiro, artilhada com seis peças, batendo aquele trecho do caminho pela costa, a praia e o seu ancoradouro. Barreto apresenta 1822 como data de início de construção deste forte. Outros autores referem esta estrutura como Fortaleza do Raio, apontando-lhe a data de construção como 1818, com base em uma planta de autoria desconhecida, e ainda como Forte de Itaguaí.
IIº Entrincheiramento da foz do rio Itaguaí - Localizado à margem da foz do rio Itaguaí, foi erguido em 1818, tendo sido artilhado com quatro peças.
IIIº Entrincheiramentos da vila de Itaguaí - Constituídos por dois entrincheiramentos, erguidos em 1818 no interior da vila para a sua defesa, também artilhados com quatro peças cada.
BATERIA DO PONTAL DE SERNAMBETIBA
A Bateria do Pontal de Sernambetiba localizava-se no pontal de Sernambetiba, atual bairro do Recreio dos Bandeirantes), no litoral sudoeste da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Barretto computa um Fortim de Sernambetiba, e não uma, mas duas baterias do Pontal. Essas estruturas sobre a praia no pontal de Itapuã, a oeste do pontal de Sernambetiba, teriam sido erguidas, como as demais da região, em 1775, durante o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), para defesa daquele trecho do litoral.
Barretto computa um Fortim de Sernambetiba, e não uma, mas duas baterias do Pontal. Essas estruturas sobre a praia no pontal de Itapuã, a oeste do pontal de Sernambetiba, teriam sido erguidas, como as demais da região, em 1775, durante o governo do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal (1769-1779), para defesa daquele trecho do litoral.
GUARDA VELHA
A Guarda Velha localizava-se no antigo Campo de Santo Antônio (atual largo da Carioca), onde hoje se ergue o edifício Avenida Central, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Constituiu-se numa simples Guarda, posto policial militar, erguido no Campo de Santo Antônio pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela (1733-1763), e destinava-se a conter os frequentes conflitos e desordens entre os escravos carregadores de água no Chafariz ali existente à época (Chafariz da Carioca), tendo ficado conhecido pela população como Guarda Velha.
Constituiu-se numa simples Guarda, posto policial militar, erguido no Campo de Santo Antônio pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela (1733-1763), e destinava-se a conter os frequentes conflitos e desordens entre os escravos carregadores de água no Chafariz ali existente à época (Chafariz da Carioca), tendo ficado conhecido pela população como Guarda Velha.
MURALHA DA RUA DA VALA
A Muralha da Rua Vala localizava-se na antiga Rua da Vala (atual Rua Uruguaiana), no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Após a invasão da cidade pelos corsários franceses Jean-François Duclerc (1710) e René Duguay-Trouin (1711) houve, por parte das autoridades metropolitanas (o rei e o Conselho Ultramarino), a preocupação de melhor aparelhá-la para a defesa, uma vez que era imperativo proteger o ouro que, oriundo da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, era pelo seu porto remetido para o reino. Cogitou-se, assim, fechá-la pelo lado de terra por uma muralha, conforme projecto do Brigadeiro Engenheiro Jean Massé. Este Capitão de Engenheiros francês, após as citadas invasões ao Rio de Janeiro, por determinação do rei Dom João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado." A estrutura encontra-se figurada sob a legenda "SSS. Muro da cidade" (Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713. 'Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) (Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713. Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro). O projecto foi considerado incompleto pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro Luís Vaia Monteiro (1725-1732) que, em 1726, solicitou à Coroa a construção não apenas da muralha, mas de um largo fosso inundado, estendendo-se dos atuais canal do Mangue até ao Passeio Público. Essa proposta não foi aceita. O Diário de Bordo da nau francesa "L'Arc-en-Ciel", que visitou o porto do Rio de Janeiro em 1748, registrou que "a muralha era construída de pedra e liga de massa forte e preta, de aparência pouco sólida". A estrutura figura como "Muro da Cidade" na carta de André Vaz Figueira (Carta Topografica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela (1733-1763), para mostrar as obras de seu governo. Uma planta do Rio de Janeiro, datada de 1767, de autoria do sargento-mor Manuel Vieira Leão, não indica a muralha, levando a crer que nessa época ela já estivesse descaracterizada, absorvida pela expansão urbana ou mesmo demolida. Em 1769, o Vice-rei Marquês do Lavradio solicitou novos estudos a três engenheiros militares – Jacques Funck, Francisco João Rocio e José Custódio de Sá e Faria - para reestruturar a muralha do Rio de Janeiro e projectar um canal defensivo, se fosse o caso. Como resultado, o projecto anónimo, atribuído a Sá e Faria (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também previu uma muralha para a defesa dos limites da cidade, mas agora na altura do Campo de Santana. Essa estrutura encontra-se ilustrada como "A. Projecto para Fortificar esta Cidade pela parte de terra, desde Val Longuinho, the a Praya de Santa Luzia", e está complementada por um fosso inundado ilustrado em "Dom Projecto p.ª introduzir a angoa do Mar nos Foços e lhe dar saída". Embora tecnicamente adequado, este plano defensivo também não chegou a se materializar inteiramente uma vez que, à época, as preocupações e recursos da Coroa Portuguesa estavam centradas nas fronteiras do extremo sul do Brasil e na Colônia do Sacramento. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informa:
Após a invasão da cidade pelos corsários franceses Jean-François Duclerc (1710) e René Duguay-Trouin (1711) houve, por parte das autoridades metropolitanas (o rei e o Conselho Ultramarino), a preocupação de melhor aparelhá-la para a defesa, uma vez que era imperativo proteger o ouro que, oriundo da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, era pelo seu porto remetido para o reino. Cogitou-se, assim, fechá-la pelo lado de terra por uma muralha, conforme projecto do Brigadeiro Engenheiro Jean Massé. Este Capitão de Engenheiros francês, após as citadas invasões ao Rio de Janeiro, por determinação do rei Dom João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado." A estrutura encontra-se figurada sob a legenda "SSS. Muro da cidade" (Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713. 'Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) (Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713. Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro). O projecto foi considerado incompleto pelo governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro Luís Vaia Monteiro (1725-1732) que, em 1726, solicitou à Coroa a construção não apenas da muralha, mas de um largo fosso inundado, estendendo-se dos atuais canal do Mangue até ao Passeio Público. Essa proposta não foi aceita. O Diário de Bordo da nau francesa "L'Arc-en-Ciel", que visitou o porto do Rio de Janeiro em 1748, registrou que "a muralha era construída de pedra e liga de massa forte e preta, de aparência pouco sólida". A estrutura figura como "Muro da Cidade" na carta de André Vaz Figueira (Carta Topografica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), encomendada por Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela (1733-1763), para mostrar as obras de seu governo. Uma planta do Rio de Janeiro, datada de 1767, de autoria do sargento-mor Manuel Vieira Leão, não indica a muralha, levando a crer que nessa época ela já estivesse descaracterizada, absorvida pela expansão urbana ou mesmo demolida. Em 1769, o Vice-rei Marquês do Lavradio solicitou novos estudos a três engenheiros militares – Jacques Funck, Francisco João Rocio e José Custódio de Sá e Faria - para reestruturar a muralha do Rio de Janeiro e projectar um canal defensivo, se fosse o caso. Como resultado, o projecto anónimo, atribuído a Sá e Faria (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também previu uma muralha para a defesa dos limites da cidade, mas agora na altura do Campo de Santana. Essa estrutura encontra-se ilustrada como "A. Projecto para Fortificar esta Cidade pela parte de terra, desde Val Longuinho, the a Praya de Santa Luzia", e está complementada por um fosso inundado ilustrado em "Dom Projecto p.ª introduzir a angoa do Mar nos Foços e lhe dar saída". Embora tecnicamente adequado, este plano defensivo também não chegou a se materializar inteiramente uma vez que, à época, as preocupações e recursos da Coroa Portuguesa estavam centradas nas fronteiras do extremo sul do Brasil e na Colônia do Sacramento. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informa:
"Sendo esta capital aberta, mandei cobrir toda de uma fortificação de campanha, segundo o plano e o risco que eu tinha mandado fazer para a fortificar, e que já ia posto em prática até à frente do Quartel [do Regimento] de Moura.".
De acordo com Alex Nicolaeff, então director do Departamento de Património Cultural (DPC) da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, na antiga rua da Vala, atual Uruguaiana, existem vestígios arqueológicos de uma muralha, erguida para a defesa da cidade no século XVIII. Críticas ao projecto de Massé: A principal crítica ao projecto de Massé era a de que a muralha não era suficiente para defender a cidade, devido à sua pouca altura e ao seu traçado. O morro de Santo Antônio ficava fora da área defendida e, caso fosse conquistado por um invasor, do seu alto se poderia vigiar e bombardear a cidade, além de que se teria também o controle do Aqueduto e do Chafariz da Carioca, principais equipamentos urbanos da cidade, à época. A esses argumentos acrescentavam-se ainda:
Iº o de que o projecto também não previa espaços para roçados e criações de animais em caso de um cerco por terra prolongado.
IIº ao redefinir os espaços da cidade, áreas outrora valorizadas desvalorizavam-se e vice-versa.
IIIº o projecto previa uma ampla faixa de terra livre externa à muralha, onde ficavam vedadas as construções. A Câmara de Vereadores, viu baixar a arrecadação de foros sobre os seus terrenos, e sentiu-se prejudicada, embora não pudesse opor-se abertamente à obra - que fora determinada pelo rei -, passou a permitir que a população construísse nas áreas proibidas, vindo a derrubar porções da muralha. Assim, em pouco tempo, tornou-se prática comum a retirada das suas pedras para edificação de casas particulares. Como exemplo, o padre jesuíta Gabriel de Malagrida, enviou em 1756 uma carta ao governador, solicitando autorização para retirar 400 braças de pedras a título de doação para erguer um novo seminário na cidade, pedido que lhe foi negado.
O projecto original previa um muro defensivo fechando os limites setecentistas da cidade pelo lado de terra, entre o morro do Castelo e o morro da Conceição, na extensão aproximada de 300 braças, ao longo da antiga rua da Vala, aberta desde 1641 para a drenagem das águas, e que então marcava o limite do perímetro urbano. As suas dimensões variavam de 1,76 a 2,20 metros de altura, com largura de 5,50 metros na base e de 3,08 metros no topo. Em alvenaria de pedra argamassada, o seu traçado passava pelo Largo de Santo Antônio e seguia paralelamente à Rua da Vala, passando por detrás da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, sendo rasgada por um portão na altura da Rua da Quitanda do Marisco (atual Rua da Alfândega).
PORTAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
As Portas da Cidade do Rio de Janeiro localizavam-se próximo à antiga Rua da Misericórdia, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Durante o segundo governo de Duarte Correia Vasqueanes (1645-1648) à frente da capitania do Rio de Janeiro, foi levantada uma cortina ligando a Fortaleza de São Sebastião do Castelo ao Forte de São Tiago da Misericórdia, na ponta de São Tiago, depois Calabouço. Nessa cortina foram abertas as Portas da Cidade, na altura da rua da Misericórdia. Uma fonte francesa coeva da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin (Setembro de 1711) pode indicar que aqui existia uma bateria, artilhada com 10 peças. Segundo Laytano, ao tempo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), foram procedidas melhorias nessa defesa, à altura do beco da Música. Barreto (1958) informa que, na primeira metade do século XX, ainda existiam, como vestígios dessas antigas portas, um arco de pedra no chamado beco da Música.
Durante o segundo governo de Duarte Correia Vasqueanes (1645-1648) à frente da capitania do Rio de Janeiro, foi levantada uma cortina ligando a Fortaleza de São Sebastião do Castelo ao Forte de São Tiago da Misericórdia, na ponta de São Tiago, depois Calabouço. Nessa cortina foram abertas as Portas da Cidade, na altura da rua da Misericórdia. Uma fonte francesa coeva da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin (Setembro de 1711) pode indicar que aqui existia uma bateria, artilhada com 10 peças. Segundo Laytano, ao tempo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), foram procedidas melhorias nessa defesa, à altura do beco da Música. Barreto (1958) informa que, na primeira metade do século XX, ainda existiam, como vestígios dessas antigas portas, um arco de pedra no chamado beco da Música.
REDUTO DO MORRO DE S. TERESA
O Reduto do Morro de Santa Teresa foi uma fortificação projectada para o alto do morro de Santa Teresa, na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta estrutura encontra-se ilustrada em uma planta para as fortificações propostas sobre o morro de Santa Teresa para complemento da defesa do acesso por terra à cidade do Rio de Janeiro, projecto de autoria do Engenheiro Brigadeiro Jacques Funck ("Plan des Fortifications proposées sur la hauteur de S. Tereza (Rio de Janeiro) ", 1768-1769. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Um outro projecto, anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria ("Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil", 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também prevê um Reduto para o morro de Santa Teresa, em "B. Redutos destacados para ocupar os Padrastos mais próximos da cidade (…)". Estes projectos não chegaram a ser executados.
Esta estrutura encontra-se ilustrada em uma planta para as fortificações propostas sobre o morro de Santa Teresa para complemento da defesa do acesso por terra à cidade do Rio de Janeiro, projecto de autoria do Engenheiro Brigadeiro Jacques Funck ("Plan des Fortifications proposées sur la hauteur de S. Tereza (Rio de Janeiro) ", 1768-1769. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Um outro projecto, anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria ("Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil", 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também prevê um Reduto para o morro de Santa Teresa, em "B. Redutos destacados para ocupar os Padrastos mais próximos da cidade (…)". Estes projectos não chegaram a ser executados.
REDUTO DO MORRO DE S. ANTÓNIO
O Reduto do Morro de Santo Antônio localizava-se no alto do morro de Santo Antônio, na altura do largo da Carioca, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta estrutura, sem maiores detalhes, entre as obras de fortificação de menor importância outrora existentes na cidade do Rio de Janeiro. Uma estrutura defensiva, com planta no formato de um polígono octogonal regular, encontra-se prevista sob a legenda "T. Convento de Sto. Antº. com sua cerca e ladeiras e huma obra dessinada, na coroa de seu monte" na Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), e no Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713 (Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), de autoria do Capitão de Engenheiros francês Jean Massé, que após as invasões de corsários franceses à cidade do Rio, em 1710 e em 1711, por determinação do rei D. João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Um outro projecto, anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também prevê um Reduto para o morro de Santo Antônio, em "B. Redutos destacados para ocupar os Padrastos mais próximos da cidade (...)", de figura quadrangular com baluartes pentagonais nos vértices, Em estilo Vauban.
Esta estrutura, sem maiores detalhes, entre as obras de fortificação de menor importância outrora existentes na cidade do Rio de Janeiro. Uma estrutura defensiva, com planta no formato de um polígono octogonal regular, encontra-se prevista sob a legenda "T. Convento de Sto. Antº. com sua cerca e ladeiras e huma obra dessinada, na coroa de seu monte" na Planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas fortificações, 1713 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), e no Plano de Defesa do porto e cidade do Rio de Janeiro, 1713 (Serviço Geográfico do Exército, Rio de Janeiro), de autoria do Capitão de Engenheiros francês Jean Massé, que após as invasões de corsários franceses à cidade do Rio, em 1710 e em 1711, por determinação do rei D. João V (1705-1750), "em 1712 passou com o posto de brigadeiro ao Brasil para examinar e reparar as fortificações daquele Estado.". Um outro projecto, anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria (Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil, 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também prevê um Reduto para o morro de Santo Antônio, em "B. Redutos destacados para ocupar os Padrastos mais próximos da cidade (...)", de figura quadrangular com baluartes pentagonais nos vértices, Em estilo Vauban.
REDUTO DO MORRO DE SÃO DIOGO
O Reduto do Morro de São Diogo foi uma fortificação projectada para o alto do morro de São Diogo, na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Tinha como função cobrir o então chamado Saco de São Diogo, uma extensa área de manguezal que até meados do século XIX se estendia da foz do rio Comprido (na baía de Guanabara) até à atual praça Onze, cuja rectificação está na origem do atual canal do Mangue (avenidas Presidente Vargas e Francisco Biscalho).
O alto do morro de São Diogo foi ocupado e fortificado pelo corsário francês René Duguay-Trouin quando da invasão de Setembro de 1711, juntamente com o alto do morro da Conceição e a ilha das Cobras. Uma fonte francesa coeva ratifica que o alto do morro de São Diogo recebeu fortificação de campanha, tendo sido artilhado com dez peças. Para guarnecer essa posição existe um projecto de autoria do Engenheiro Brigadeiro Jacques Funck ("Plan des Fortifications proposées sur la hauteur de S. Diogo (Rio de Janeiro) ", 1768-1769. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Um outro projecto, anónimo, atribuído a José Custódio de Sá e Faria ("Plano da Cidade do Rio de Janeiro Capital do Estado do Brazil", 1769. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro) também prevê um Reduto para o morro de São Diogo, em "B. Redutos destacados para ocupar os Padrastos mais próximos da cidade (…)". Estes projetos não chegaram a ser executados.
BATERIA DO MORRO DE S. JANUÁRIO
A Bateria do Morro de São Januário localizava-se no antigo morro do Descanso, também conhecido como morro de São Januário, alto da Sé, alto de São Sebastião, ou simplesmente morro do Castelo (hoje desaparecido), no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta bateria sucedeu o Reduto do Morro de São Januário, que remontava a 1572, artilhado com uma peça, como ilustrado no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris), que registra a cidade do Rio de Janeiro e suas defesas. Após a invasão do corsário francês Jean-François Duclerc (Agosto de 1710), por ordem do governador da capitania do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Morais (1710-1711), a Fortaleza de São Sebastião do Castelo foi reconstruída e a sua artilharia reforçada. Procedeu-se do mesmo modo com o complemento da sua defesa sul, reconstruindo-se o Reduto ou Bateria de São Januário, que se encontrava artilhado com onze peças no ano seguinte, ao tempo da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin (Setembro de 1711). Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informou: "Deste mesmo modo [fortificação de campanha, com planta que mandou fazer] (…) assim o pratiquei no sítio de S. Januário, que fica na altura onde era a Sé Velha; cujo sítio é sumamente vantajoso para defender toda a praia de N. Sra. da Ajuda, e as estradas que há para esta capital de todas as partes de que quiserem vir a ela, que desembarcam desde a praia do Bota-Fogo até às daquele sítio." Sob o governo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), foi novamente reparada e reforçada.
Esta bateria sucedeu o Reduto do Morro de São Januário, que remontava a 1572, artilhado com uma peça, como ilustrado no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le vrai pourtrait de Geneure et der cap de Frie par Jqz de vau de Claye", 1579. Bibliothèque Nationale de France, Paris), que registra a cidade do Rio de Janeiro e suas defesas. Após a invasão do corsário francês Jean-François Duclerc (Agosto de 1710), por ordem do governador da capitania do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Morais (1710-1711), a Fortaleza de São Sebastião do Castelo foi reconstruída e a sua artilharia reforçada. Procedeu-se do mesmo modo com o complemento da sua defesa sul, reconstruindo-se o Reduto ou Bateria de São Januário, que se encontrava artilhado com onze peças no ano seguinte, ao tempo da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin (Setembro de 1711). Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica que se encontrava artilhado com dez peças. O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, informou: "Deste mesmo modo [fortificação de campanha, com planta que mandou fazer] (…) assim o pratiquei no sítio de S. Januário, que fica na altura onde era a Sé Velha; cujo sítio é sumamente vantajoso para defender toda a praia de N. Sra. da Ajuda, e as estradas que há para esta capital de todas as partes de que quiserem vir a ela, que desembarcam desde a praia do Bota-Fogo até às daquele sítio." Sob o governo do Vice-rei Dom José Luís de Castro (1790-1801), foi novamente reparada e reforçada.
FORTE DA PRAIA VERMELHA
O Forte da praia Vermelha localizava-se na praia Vermelha, onde hoje se situa a Praça General Tibúrcio, no bairro da Urca, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil
Foi erguido para a defesa da praia Vermelha anteriormente a 1701, e dele existe risco de autoria do Engenheiro Gregório Gomes. A sua posição era estratégica, uma vez que por esse trecho se podia acessar a cidade, contornando as defesas da barra. Em agosto de 1710 repeliu uma coluna de assalto do corsário francês Jean-François Duclerc, (1671-1711) provinda da antiga Estrada do Desterro, (atual bairro de Santa Teresa). Estava artilhado, à época da invasão de René Duguay-Trouin em 1711, com doze peças. Uma fonte francesa coeva, entretanto, indica quinze peças. Está representado em planta de 1730. Foi reconstruído no governo do Vice-rei Dom Antônio Álvares da Cunha, (1763-1767), constituindo-se num baluarte em alvenaria de pedra e cal, voltado para o mar, com dois meio bastiões levantado entre o morro do Urubu/Babilônia e o morro do Telégrafo (atual morro da Urca).
Foi ampliado no do Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), recebendo um muro simples com uma falsa braga no portão de entrada, que fechava o seu contorno pelo interior, onde foi também erguido edifício para Quartel da Tropa Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". À época do Período Regencial, o Decreto de 24 de Dezembro de 1831 determinou a redução do seu armamento.
FORTE DE COPACABANA
O Forte de Copacabana localiza-se na ponta de Copacabana, ao final da praia e bairro de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Oficialmente denominado como Museu Histórico do Exército Brasileiro.
O projeto para construção de uma fortificação na ponta da Igrejinha (Igreja de Nossa Senhora de Copacabana), ao final da então praia de Sacopenapã, remonta à época da transferência da capital do Brasil, do Salvador para o Rio de Janeiro (1763). Sob o governo do Vice-rei D. Luís de Almeida Portugal (1769-1779), foram iniciadas obras para esse fim, em 1776, na iminência de uma invasão espanhola que se materializou no ano seguinte (1777) contra a Colônia do Sacramento e ailha de Santa Catarina, no sul do Brasil. Talvez por essa razão, as obras desse pequeno forte jamais foram concluídas. À época da transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), D. João VI determinou para o local o projeto de um novo forte, que principiado em data ignorada, somente foi artilhado em 1823, na conjuntura da Guerra da Independência do Brasil, quando se receava um ataque da Armada Portuguesa à capital da nação recém-emancipada.
O Forte da Ponta da Vigia localizava-se no alto da ponta da Vigia, atual morro do Leme, no bairro do Leme, Zona Sul da ocupação do alto do morro do Leme teria se registrado após a invasão francesa de 1711, quando ali foi instalado um posto de vigia, com uma pequena peça de artilharia, para avisar sobre a aproximação de navios. Essa posição era acessada a partir da garganta que permitia a passagem entre Copacabana e Botafogo. Souza (1885) refere que o Vice-rei Dom Luís de Almeida Portugal, (1769-1779), fez levantar várias fortificações para a defesa ao sul da barra da baía de Guanabara, reforçadas à época da Independência do Brasil, (1822). Na praia de Copacabana relaciona os seguintes pontos: o desfiladeiro do Leme, o forte abaixo deste desfiladeiro, a ponta da Vigia, e a ponta do Anel. Todos estes pontos teriam sido desarmados e desguarnecidos durante o Período Regencial, através do Decreto de 24 de Dezembro de 1831. Constituiu-se, possivelmente, numa das obras propostas para a defesa do Rio de Janeiro pelo Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck entre 1767-1769. A primeira referência documental à sua existência é o "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1779, que informa: "Construí outros redutos no sítio de S. Clemente e Leme para defender os desembarques e passagens da Copa-Cabana, e da Lagoa de Rodrigo de Freitas.". Ainda nesse período encontra-se relacionada como uma "bateria de terra e faxina" no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao primeiro. Admite-se, deste modo, que aquele trecho do litoral sul da barra da Guanabara foi defendido, à época, por uma série de fortificações: a primeira em posição dominante no acesso, a segunda na baixada, provavelmente na altura da atual Rua República do Peru, a terceira em posição dominante na Ponta da Vigia e a quarta, na baixada, na ponta do Anel, cujo topo se encontra terraplanado, carecendo de pesquisa arqueológica. Observe-se que o acesso à região de Copacabana era feito, até à abertura do Túnel de Real Grandeza (6 de Julho de 1892, atual Túnel Alaor Prata, mais conhecido como "Túnel Velho"), a partir de Botafogo, pela Ladeira do Leme, que atualmente se inicia na Av. Carlos Peixoto e termina na Praça Cardeal Arcoverde. O acesso na crista da elevação era defendido por um troço de muralha no qual se rasgava um portão de pedra, onde hoje se observam os remanescentes de dois arcos, mais modernos, em avançado estado de degradação. A fortificação na ponta da Vigia, situada a aproximadamente cem metros acima do nível do mar, tinha a função de vigia (mirante), alertando as fortificações vizinhas da aproximação de embarcações pelo sul da barra da baía da Guanabara. Com relação à passagem de "Tiradentes" por esta fortificação, os "Autos da Devassa" informam que Joaquim José da Silva Xavier (1746-92) - o Tiradentes - "sentou praça em 1 de dezembro de 1775" na 6ª Companhia do Regimento de Cavalaria Regular da Capitania de Minas Gerais, no posto de alferes, percebendo um soldo de 24$000 (vinte e quatro mil réis), do qual firmou recibo. O Alferes ‘Tiradentes’. Entre 1776 e 1779 a defesa do Rio de Janeiro foi reforçada com efetivos de outras regiões, ante a ameaça de um possível ataque de forças espanholas, em ofensiva no Sul da Colônia. Jardim, informa que a amizade entre o Alferes Joaquim José e o então Major da Guarda dos Vice-Reis Francisco de Paula Freire de Andrade "nascera no Rio de Janeiro, quando em 1779 lá se encontraram, estando Tiradentes e Francisco de Paula designados para conduzir soldados ao Sul do país.". O mesmo autor complementa que Tiradentes: "Entre 1778 e 1779 ainda continuava no Rio, servindo nas forças de defesa contra as ameaças externas. Em sua companhia estavam o Ten Cel Francisco de Paula Freire de Andrade e o Capitão Francisco Antônio de Oliveira Lopes; ficaram em Copacabana. (…)". Confirma-se assim o episódio, uma vez que as quatro estruturas defensivas relacionadas por Souza se concentravam em torno e no morro do Leme. Data desse período uma planta que indica a artilharia do forte à época - duas peças de calibre 16, duas de 12, cinco de 9 e duas de 2 -, assim como o reforço de que necessitava: mais cinco dos calibres 16, 12 e 9 (In: "Plano do Forte do Leme, destinado a defender os dezembarques, que se fizerem nas praias da Copa Cabana: em que se se mostrão os Calibres dos differentes canhoens, que o guarnessem; como também dos que lhe faltão proporcionados a os fins para que devem laborar; nos lados em que vão determinados. Hua linha de pontinhos tirada do centro das Canhoeiras com o numero arithmetico no extremo significa o Calibre da Peça que ali deve haver.", 1789). O Vice-Rei, Dom José Luís de Castro, (1790-1801), determinou retirar a sua guarnição, por razões de economia, em 1791. A viajante inglesa Maria Graham, assim descreveu a fortificação:
"Depois que voltei, juntei-me a um alegre grupo num passeio a cavalo a Copacabana, pequena fortaleza que defende uma das baías atrás da Praia Vermelha e de onde se pode ver algumas das mais belas vistas daqui. As matas das vizinhanças são belíssimas e produzem grande quantidade de excelente fruta chamada cambucá, e nos morros o gambá e o tatu encontram-se frequentemente."
FORTE DA SANTA CRUZ
O Forte da Santa Cruz localizava-se à atual Rua 1º de Março nº 36, no centro histórico da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Esta fortificação existiu entre 1605 e 1632, com a função de defesa do porto do Rio de Janeiro setecentista. Ante a ruína do forte, a sua guarnição solicitou ao governador da Capitania do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá, (1623-1632), a construção de uma ermida que servisse de cemitério aosmilitares. Ergueu-se, desse modo, a Capela da Vera Cruz, a cargo da Irmandade da Santa Cruz, criada em 1623. Ampliada com o risco do Engenheiro Militar, Brigadeiro José Custódio de Sá e Faria, do Real Corpo de Engenheiros, foi sede do Bispado do Rio de Janeiro de 1734 a 1737. Reformada em 1811.
FORTE DE S. DOMINGOS DE GRAGOATÁ
O Forte de São Domingos de Gragoatá, também referido apenas como Forte do Gragoatá, localiza-se num promontório rochoso na extremidade da antiga praia de São Domingos, atual bairro do Gragoatá, na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Existem divergências entre os estudiosos acerca da data de início da sua primitiva fortificação; Salvador Mata e Silva fixa-a em 1610, afirmando ser este o segundo forte mais antigo de Niterói, após a Bateria de Nossa Senhora da Guia, que remonta ao final do século XVI; os arquivos relativos ao tombamento, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, registram que um forte já existia em 1660, quando vários oficiais se dirigiram à Coroa Portuguesa, solicitando a sua conservação e reparação; Pizarro considera-o anterior a 1698, à vista da Carta-régia de 17 de novembro desse ano ("Memórias Históricas do Rio de Janeiro"); Souza (1885) considera-o contemporâneo à Bateria de Nossa Senhora da Boa Viagem, anterior a 1710, no que é seguido por Barretto. É correto supor que o atual forte remonte a uma bateria instalada a partir de 1696, pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro Caldas (1695-1697).
Em posição dominante sobre um rochedo, cruzava fogos com a Bateria da Boa Viagem e com a Bateria da Ilha de Villegaignon. A Carta-régia de 17 de novembro de 1698 mandava pagar a Pedro Gomes e a Pedro de Barros as obras realizadas na Bateria de São Domingos, obras essas que apresentando problemas estruturais já em 1701, necessitavam reparos, tendo o governador Francisco de Castro Morais, (1699-1702), responsabilizado esses dois empreiteiros por "falsificação das obras que haviam feito".
Não há informação se este forte secundou o fogo da Bateria da Boa Viagem ante a invasão do Rio de Janeiro pelo corsário francês René Duguay-Trouin em setembro de 1711. Uma relação do governador Antônio de Brito Freire Meneses, (1717-1719) informou a Lisboa que na Bateria de São Domingos contavam-se dez peças de ferro e 426 balas de diferentes calibres. Em 1735 estava artilhada com 9 peças: 6 de 18 libras e 3 de 24 libras. A posição consta na "Relação geral de todas as praças fortificadas em torno do porto e cidade do Rio de Janeiro", de autoria do Brigadeiro Engenheiro Jacques Funck (7 de outubro de 1768). O "Relatório do Marquês de Lavradio, Vice-rei do Rio de Janeiro, entregando o Governo a Luiz de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no vice-reinado", datado do Rio de Janeiro em 19 de junho de 1779, informa: "Os pequenos redutos do Gravatá e Boa Viagem foram reedificados, que estavam inteiramente fora de serviço."
Em 1781 o seu armamento encontrava-se reduzido a 8 peças. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Este segundo documento (mapas e tabelas) originalmente devia se encontrar em apenso ao "Relatório" de 1779. Sob o governo do Vice-rei Dom José Luís de Castro, 2° conde de Resende, (1790-1801) tiveram lugar grandes transformações na estrutura do forte. À época o seu armamento ascendia a 9 peças: 5 de 25 libras, 3 de 18 e 1 de 3.
FORTE DE S. MATEUS DO CABO FRIO
O Forte de São Mateus do Cabo Frio localiza-se numa ilhota rochosa na extremidade nordeste da atual praia do Forte, na cidade de Cabo Frio, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Em um mapa anônimo de cerca de 1625 da "Terra de Cabo Frio", observa-se o forte velho (Forte de Santo Inácio) localizado junto ao porto da barra do canal da lagoa de Araruama, e o novo, próximo à praia, numa ilhota mais elevada a cavaleiro da barra. Acredita-se que o material de construção, o armamento e a guarnição tenham sido remanejados para o novo Forte de São Mateus. A nova estrutura, em alvenaria de pedra e cal, apresenta planta no formato de um polígono quadrangular irregular, com duas baterias à barbeta, uma guarita no vértice pelo lado do mar, e edificação para Quartel e Depósito no terrapleno pelo lado de terra.
Esta edificação apresenta atualmente cinco compartimentos:
Casa do Comando
Quartel da Tropa
Cozinha
Casa da Pólvora
Cisterna (ou cela), em nível inferior
No contexto da reconquista de Angola (e seu mercado de escravos) aos neerlandeses, Salvador Correia de Sá e Benevides retirou a artilharia e a guarnição do forte, deixando sem defesa os vinte e quatro moradores que permaneceram no Cabo Frio (1648). Em 1650, Estêvão Gomes reaparelhou-o para defesa da povoação, com os seus canhões servindo para sinalizar a passagem dos navios que iam para o Rio de Janeiro.
Durante o século XVIII, o Forte de São Mateus estava artilhado com sete peças antecarga, de alma lisa: uma de calibre 12 libras, dois de 8 e quatro de 6, sendo que a maior parte achava-se arruinada ao final desse período. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Segundo o autor anônimo da "Memória Histórica (...) de 1797" a guarnição do forte compunha-se de "um oficial e sete soldados, destes um era de cavalaria e todos eram sujeitos às ordens de um Oficial do Terço, ou Regimento de Milícia de Cabo Frio".
FORTE TAMANDARÉ DA LAJE
O Forte Tamandaré da Laje localiza-se na ilha da Laje, cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Em posição estratégica no lado direito do interior da barra, a cerca de três quilômetros da praia da Urca, ergue-se sobre um afloramento rochoso com as dimensões aproximadas de 100 metros de comprimento por 60 de largura, defendendo a barra da baía de Guanabara entre o meado do século XVII e o final doséculo XX..
A atual fortificação sucedeu a Bateria Ratier, tentada sem sucesso, em 1555, pela expedição de Nicolas Durand de Villegagnon, (1510-1571), que fundou a França Antártica.
Á época da Dinastia Filipina em Portugal, o Governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, em seu segundo governo (1577-1599), pretendeu erigir um fortim na ilha da Lage em 1584. Tendo sido dissuadido pelo engenheiro espanhol no Brasil, acabou por reforçar as defesas da Bateria de Nossa Senhora da Guia, (atual Fortaleza de Santa Cruz da Barra) e da Fortaleza de São João. Com a Restauração da Independência, (1640), a Carta-Régia de 2 de agosto de 1644, determinou erguer uma fortificação na Laje, aplicando-se para as despesas de sua obra a metade do dinheiro do cunho das patacas. Data desse período uma representação por Manoel Vaz Pereira, que detalha a Laje que está no meio da barra, ainda sem fortificação. As obras terão sido iniciadas no governo de Francisco de Souto Maior, (1644-1645) e o seu sucessor, Duarte Correia Vasques, (1645-1648), destinou as rendas da venda dos terrenos da rua Direita (atual rua 1° de Março, no centro histórico do Rio de Janeiro), para o mesmo fim. Em 1690, eram expedidas ordens para a conclusão do forte.
As obras devem ter registrado progressos lentos, a julgar ainda por duas plantas assinadas por Diogo da Silveira Veloso, (Plantas de uma fortaleza a construir na Laje, para a defesa da barra do Rio de Janeiro, c. 1704. AHU, Lisboa). Sem artilharia, não ofereceu combate quando da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, em setembro de 1711. As obras prosseguiam ainda no governo de Francisco Xavier de Távora, (1713-1716), autorizado a aplicar nelas 40 mil cruzados oriundos dos direitos de Alfândega, pelas Cartas-Régias de 26 de janeiro de 1715 e de 24 de dezembro de 1716.5 São deste período a Elevação da Fortaleza da Laje, cortada pelo meio da sua altura, c. 1714 (AHU, Lisboa), e a Planta da Laje e Fortaleza que se há-de fazer, c. 1714 (AHU, Lisboa). Em 1730 já se podia observar a estrutura (Planta da Fortaleza da Laje na barra do Rio de Janeiro, 1730. AHU, Lisboa). Estas obras, entretanto, só foram concluídas em1770, no governo do Vice-rei D. Luís de Almeida Portugal, (1769-1779).
FORTIM DE CAETANO MADEIRA
O Fortim de Caetano Madeira localizava-se na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Encontrava-se em posição dominante no alto do morro das Palmeiras, freguesia de Inhaúma, a meio quilômetro do caminho ou estrada do Engenho Novo por um lado, e por outro, da colina do Jacaré e da Estrada Real de Santa Cruz (atual avenida Dom Hélder Câmara), uma das principais vias de comunicação do Rio de Janeiro colonial.
Este fortim foi mandado erguer pelo Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801) entre 1793 e 1795, em terras que haviam pertencido à Companhia de Jesus, a antiga fazenda das Palmeiras, mais tarde Colégio dos Padres. Trata-se de um dos últimos pequenos fortes que foram erguidos no final do século XVIII no seu governo, para completar a defesa da cidade do Rio de Janeiro por terra. Voltado para o atual bairro do Riachuelo, acredita-se que serviu de posto de vigilância militar, dominando o caminho colonial que ia do Engenho Novo até à Venda Grande (atual largo do Engenho Novo), e as cercanias, compreendendo a Estrada Real de Santa Cruz, a Praia Pequena e o Arraial de Benfica.
O forte ou Fortim de Caetano Madeira, assim chamado provavelmente devido ao nome do seu comandante, juntamente com outros postos de vigilância militar, foi desguarnecido ao final do seu governo, a partir de 1801.
O Forte Tamandaré da Laje localiza-se na ilha da Laje, cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
A atual fortificação sucedeu a Bateria Ratier, tentada sem sucesso, em 1555, pela expedição de Nicolas Durand de Villegagnon, (1510-1571), que fundou a França Antártica.
Á época da Dinastia Filipina em Portugal, o Governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, em seu segundo governo (1577-1599), pretendeu erigir um fortim na ilha da Lage em 1584. Tendo sido dissuadido pelo engenheiro espanhol no Brasil, acabou por reforçar as defesas da Bateria de Nossa Senhora da Guia, (atual Fortaleza de Santa Cruz da Barra) e da Fortaleza de São João. Com a Restauração da Independência, (1640), a Carta-Régia de 2 de agosto de 1644, determinou erguer uma fortificação na Laje, aplicando-se para as despesas de sua obra a metade do dinheiro do cunho das patacas. Data desse período uma representação por Manoel Vaz Pereira, que detalha a Laje que está no meio da barra, ainda sem fortificação. As obras terão sido iniciadas no governo de Francisco de Souto Maior, (1644-1645) e o seu sucessor, Duarte Correia Vasques, (1645-1648), destinou as rendas da venda dos terrenos da rua Direita (atual rua 1° de Março, no centro histórico do Rio de Janeiro), para o mesmo fim. Em 1690, eram expedidas ordens para a conclusão do forte.
As obras devem ter registrado progressos lentos, a julgar ainda por duas plantas assinadas por Diogo da Silveira Veloso, (Plantas de uma fortaleza a construir na Laje, para a defesa da barra do Rio de Janeiro, c. 1704. AHU, Lisboa). Sem artilharia, não ofereceu combate quando da invasão do corsário francês René Duguay-Trouin, em setembro de 1711. As obras prosseguiam ainda no governo de Francisco Xavier de Távora, (1713-1716), autorizado a aplicar nelas 40 mil cruzados oriundos dos direitos de Alfândega, pelas Cartas-Régias de 26 de janeiro de 1715 e de 24 de dezembro de 1716.5 São deste período a Elevação da Fortaleza da Laje, cortada pelo meio da sua altura, c. 1714 (AHU, Lisboa), e a Planta da Laje e Fortaleza que se há-de fazer, c. 1714 (AHU, Lisboa). Em 1730 já se podia observar a estrutura (Planta da Fortaleza da Laje na barra do Rio de Janeiro, 1730. AHU, Lisboa). Estas obras, entretanto, só foram concluídas em1770, no governo do Vice-rei D. Luís de Almeida Portugal, (1769-1779).
O Fortim de Caetano Madeira localizava-se na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Este fortim foi mandado erguer pelo Vice-rei Dom José Luís de Castro, (1790-1801) entre 1793 e 1795, em terras que haviam pertencido à Companhia de Jesus, a antiga fazenda das Palmeiras, mais tarde Colégio dos Padres. Trata-se de um dos últimos pequenos fortes que foram erguidos no final do século XVIII no seu governo, para completar a defesa da cidade do Rio de Janeiro por terra. Voltado para o atual bairro do Riachuelo, acredita-se que serviu de posto de vigilância militar, dominando o caminho colonial que ia do Engenho Novo até à Venda Grande (atual largo do Engenho Novo), e as cercanias, compreendendo a Estrada Real de Santa Cruz, a Praia Pequena e o Arraial de Benfica.
O forte ou Fortim de Caetano Madeira, assim chamado provavelmente devido ao nome do seu comandante, juntamente com outros postos de vigilância militar, foi desguarnecido ao final do seu governo, a partir de 1801.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.