FORTES E FORTALEZAS DE COSTA NO BRASIL - RIO GRANDE DO SUL
O Entrincheiramento de São Martinho, também conhecido como Entrincheiramento de Santa Maria ou Forte Espanhol, localizava-se em Santa Maria da Boca do Monte, atual município de São Martinho da Serra, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Constituiu-se numa fortificação de campanha erguida por tropas espanholas em 1774, para proteção da povoação de Santa Maria da Boca do Monte, quando da invasão espanhola de 1763-1776, por determinação do governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo. Atacada e conquistada por forças portuguesas sob o comando do sargento-mor Rafael Pinto Bandeira (filho de Francisco Pinto Bandeira) em 31 de Outubro de 1775, foi arrasada em seguida.
Constituiu-se numa fortificação de campanha erguida por tropas espanholas em 1774, para proteção da povoação de Santa Maria da Boca do Monte, quando da invasão espanhola de 1763-1776, por determinação do governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo. Atacada e conquistada por forças portuguesas sob o comando do sargento-mor Rafael Pinto Bandeira (filho de Francisco Pinto Bandeira) em 31 de Outubro de 1775, foi arrasada em seguida.
FORTE CONDE D'EU
O Forte Conde D'Eu localizava-se ao sul do Arroio Chuí, em Chuy, território do atual Uruguai.
Em meados do século XIX, no contexto da defesa das fronteiras da Província do Rio Grande contra as provocações argentinas de invasão feitas pelo General Juan Manuel de Rosas (1793-1877), o Marechal Francisco José de Sousa Soares de Andréa (1781-1858), Chefe da "Comissão de Limites entre o Brasil e o Uruguai", projetou três fortificações, uma em Caçapava do Sul (Forte de Dom Pedro II), outra em Jaguarão (Forte Duque de Saxe), e a terceira no Chuí, em território do atual Uruguai. Esta última, com o nome de Forte Conde D'Eu, jamais foi concluída.
Em meados do século XIX, no contexto da defesa das fronteiras da Província do Rio Grande contra as provocações argentinas de invasão feitas pelo General Juan Manuel de Rosas (1793-1877), o Marechal Francisco José de Sousa Soares de Andréa (1781-1858), Chefe da "Comissão de Limites entre o Brasil e o Uruguai", projetou três fortificações, uma em Caçapava do Sul (Forte de Dom Pedro II), outra em Jaguarão (Forte Duque de Saxe), e a terceira no Chuí, em território do atual Uruguai. Esta última, com o nome de Forte Conde D'Eu, jamais foi concluída.
FORTE DE ITAPOÃ
O Forte de Itapoã localizava-se na região de Porto Alegre, na margem esquerda da foz do rio Guaíba, sobre a ponta de Itapoã, ao norte da lagoa dos Patos, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
A estrutura remonta a uma fortaleza projetada e principiada pelos jesuítas.
A estrutura remonta a uma fortaleza projetada e principiada pelos jesuítas.
FORTE DE SANTA BÁRBARA
O Forte de Santa Bárbara localizava-se em frente à cachoeira no arroio Santa Bárbara, afluente da margem direita do rio Vacacaí, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Constituiu-se numa fortificação erguida na segunda metade do século XVIII por tropas espanholas, artilhada com cinco peças e guarnecida por um efetivo de quinhentos homens e muitos indígenas, sob o comando do coronel D. António Catani. Foi assaltado e conquistado por forças portuguesas baseadas do Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo, para onde removeram a artilharia apresada.
Constituiu-se numa fortificação erguida na segunda metade do século XVIII por tropas espanholas, artilhada com cinco peças e guarnecida por um efetivo de quinhentos homens e muitos indígenas, sob o comando do coronel D. António Catani. Foi assaltado e conquistado por forças portuguesas baseadas do Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo, para onde removeram a artilharia apresada.
FORTE DE SANTA TECLA
O Forte de Santa Tecla localizava-se às margens do rio Negro, próximo à foz do rio Piraízinho, atual município de Bagé, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
No contexto da invasão espanhola de 1763-1776, o governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo, liderou, em 1773, uma coluna espanhola com destino à Coxilha Grande. No início de 1774, atingiram Santa Tecla, posto avançado da estância de São Miguel das Missões. Nesse local, estratégico para o controle do trânsito das tropas que cruzavam a região, foi ordenado ao engenheiro Bernardo Lecocq a construção de uma fortificação. As muralhas de treze palmos de altura e fosso profundo, nomeando quatro baluartes: Santo Agostinho e São Miguel, a Leste, sete palmos a cavaleiro das cortinas que os ligavam aos de São João Batista e São Jorge, e ao meio-baluarte de São Francisco. As muralhas foram levantadas com leivas de barro socado (taipa) e as construções, de pau-a-pique, distribuídas em torno da praça de armas no terrapleno. O barranco do rio Negro servia-lhe de proteção natural pelo lado norte. Após vinte e seis dias de cerco por forças portuguesas sob o comando do sargento-mor Rafael Pinto Bandeira (filho de Francisco Pinto Bandeira), rendeu-se a 23 de Março de 1776, sendo incendiado e arrasado no dia seguinte. Uma planta posterior a essa época, resume:
No contexto da invasão espanhola de 1763-1776, o governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo, liderou, em 1773, uma coluna espanhola com destino à Coxilha Grande. No início de 1774, atingiram Santa Tecla, posto avançado da estância de São Miguel das Missões. Nesse local, estratégico para o controle do trânsito das tropas que cruzavam a região, foi ordenado ao engenheiro Bernardo Lecocq a construção de uma fortificação. As muralhas de treze palmos de altura e fosso profundo, nomeando quatro baluartes: Santo Agostinho e São Miguel, a Leste, sete palmos a cavaleiro das cortinas que os ligavam aos de São João Batista e São Jorge, e ao meio-baluarte de São Francisco. As muralhas foram levantadas com leivas de barro socado (taipa) e as construções, de pau-a-pique, distribuídas em torno da praça de armas no terrapleno. O barranco do rio Negro servia-lhe de proteção natural pelo lado norte. Após vinte e seis dias de cerco por forças portuguesas sob o comando do sargento-mor Rafael Pinto Bandeira (filho de Francisco Pinto Bandeira), rendeu-se a 23 de Março de 1776, sendo incendiado e arrasado no dia seguinte. Uma planta posterior a essa época, resume:
"Plano da Fortaleza de Santa Tecla, feita de taipa pelos castelhanos em um sítio eminente, e descoberto nos anos de 1774 e 1775, e rendida, arrasada e queimada pelos portugueses em o mês de março de 1776 (...)".
O vice-rei do Brasil D. Luiz de Vasconcellos e Souza, acerca do progresso das demarcações devidas pelo Tratato de Santo Ildefonso (1777, informa:
"Com a contradição manifesta aos sobreditos artigos [4, 5 e 6º do Tratado de Santo Ildefonso, 1777] pretendeu o comissário espanhol no progresso das demarcações das principais vertentes do rio Negro e Piraí, que o Forte de S. Tecla, situado dentro do espaço intermédio, ficasse pertencendo à Espanha, torcendo-se e estreitando-se a linha divisória para a parte de Portugal, a fim de ficar salva a pequena distância de três quartos de légua, em que se acha o dito forte, depois de assinalados os limites de ambas as nações. Conserva-se presentemente este forte em tão mau estado, que nada perde [a] Espanha em se arrasar e demolir: os seus parapeitos estão por terra em quase todo o recinto, o seu fosso no nível da campanha, e os seus quartéis mal servem de abrigo a uma guarnição de quarenta homens. A sua construção sempre foi [a] de um forte de campanha ou de registro, com figura irregular pentagônica, composto de três baluartes e de dois meio baluartes construidos de torrão, sem maior resguardo. A única utilidade que alucina aos espanhóis para se conservar o dito forte, se reduz a impedir os contrabandos das inumeráveis cabeças de gado vacum de que abundam aquelas grandes campanhas: mas é certo que existindo semelhante fortificação no meio de uma região deserta, e cruzada além disso de tantas estradas e veredas, paraMaldonado, Montevidéu, Missões, Rio Grande e Rio Pardo, nem se podem conseguir aquelas aparentes vantagens, nem também deixarão de ocorrer motivos de discórdia entre os vassalos dos dois domínios, por ficar aquela vigia tão próxima da linha divisória por parte de Portugal, e tão remota e separada das outras povoações pertencentes à Espanha, infringindo-se conseqüentemente as regras mais certas da recíproca segurança, que o mesmo Tratado prescreve. (...) de comum acordo se entrou a demarcar o terreno compreendido entre as vertentes do Ibucuí-guassu até às imediações da falda meridional do Monte-Grande. Então é que conheceu o nosso comissário que, aceitando a nova proposição que lhe fez o seu concorrente, de admitir o curto espaço de légua e meia entre os limites do terreno neutral, se podiam melhor adiantar e estender os domínios de S. M., sem se embaraçar entretanto, com a única objeção de ficar inteiramente salvo e fora dos limites daquelas reservas o sobredito insignificante Forte de S. Tecla, que em qualquer caso de dever ou não existir, não embaraçava o recurso do expediente proposto, e só podia servir de obstáculo para não se verificarem as conhecidas utilidades, que se representavam para Portugal naquela demarcação."
E, sobre o assunto, conclui:
"Não deixa contudo de fazer algum obstáculo [à demarcação] o dito Forte de S. Tecla, por não exceder ali o terreno neutral a curta distância de légua e meia, ficando posto e aquela vigia em um lugar tão arriscado, e tão próximo à linha divisória, contra a forma estipulada no art. 6º. Mas nem por isso deixou o primeiro marco do lado da Espanha de ficar muito contíguo ao dito forte, que não deixara por esse motivo de vir a ser demolido, como se deve esperar da prevenção com que D. José Varella tem premeditado mudá-lo para um dos três cerros de Bahé, que existem pouco mais de três léguas ao sudeste da linha divisória.".
Devido ao seu valor estratégico, o forte foi reconstruído pelos espanhóis em 1778, e novamente tomado e destruído pelo Regimento de Cavalaria de Dragões do Rio Grande do Sul, sob o comando de Patrício Corrêa da Câmara, em 1801. Atualmente restam vestígios das antigas fundações em pedra, tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1970, em terreno pertencente à Prefeitura do Município de Bagé.
FORTALEZA DE SANTA TERESA
A Fortaleza de Santa Teresa localiza-se na atual cidade de Castillos, Departamento de Rocha, no Uruguai. Considerada a mais expressiva do país, esta fortaleza inscreve-se no Parque Nacional de Santa Teresa, criado para protegê-la. Integrava a antiga linha raiana denominada como Linha de Castillos Grande (Tratado de Madrid, 1750) e tinha a função de guarnecer o desfiladeiro de Angostura, vizinho ao monte de Castillos Grande, cerca de vinte quilômetros ao sul da Lagoa Mirim.
Diante celebração do Tratado de El Pardo (1761), que, na prática, anulava o de Madrid (1750), o governador e capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763), antecipou as conseqüências do mesmo para a região Sul, que conhecia bem. Ordenou assim ao governador da Colônia do Rio Grande de São Pedro, Coronel Elói Madureira, o envio imediato de tropas de Laguna para a Linha de Castillos Grande, determinando o mesmo ao Tenente-coronel Tomás Luís Osório, comandante das tropas de Cavalaria do Regimento dos Dragões, e do Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo.
Diante celebração do Tratado de El Pardo (1761), que, na prática, anulava o de Madrid (1750), o governador e capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763), antecipou as conseqüências do mesmo para a região Sul, que conhecia bem. Ordenou assim ao governador da Colônia do Rio Grande de São Pedro, Coronel Elói Madureira, o envio imediato de tropas de Laguna para a Linha de Castillos Grande, determinando o mesmo ao Tenente-coronel Tomás Luís Osório, comandante das tropas de Cavalaria do Regimento dos Dragões, e do Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo.
Reunindo pouco mais de mil homens, a estratégia portuguesa era a de construir rapidamente uma linha defensiva fortificada, ao Sul do Forte de São Miguel no arroio Chuí, para deter a invasão espanhola em progresso, após a conquista da Colônia do Sacramento (Outubro de 1762) pelo governador da Província de Buenos Aires, D. Pedro de Cevallos, à frente de cerca de três mil homens reunidos em Maldonado. Osório fez iniciar às pressas uma fortificação de campanha (Dezembro de 1762), guarnecendo-a com cerca de quatrocentos homens e artilhando-a com algumas peças de pequeno calibre. O lugar escolhido foi o desfiladeiro de Angostura perto do monte de Castillos Grande, fechando o caminho terrestre junto ao litoral, de quem vinha da Colônia do Sacramento para a vila do Rio Grande.
Após a conquista, os espanhóis reedificaram o Fuerte de Santa Teresa, dando-lhe maiores proporções uma vez que, devido às suas dimensões, características construtivas e localização, foi considerado mais importante do que o de Fuerte de San Miguel. À semelhança deste, ante a iminência de uma invasão britânica em 1775, o Engenheiro extraordinário D. Bernardo Lecocq, a serviço do Vice-reino do Rio da Prata, deve ter efetuado obras de reforço na estrutura do forte. Com o Tratado de Santo Ildefonso (1777), ficou ratificada a posse de ambos os fortes para a Espanha. Também à semelhança do de San Miguel, novos reparos devem ter sido efetuados pelas mesmas razões de 1775, em 1797.
Em 1808, o lado oriental do rio da Prata foi anexada pelo príncipe-regente de Portugal, D. João (1808-1816). Ante a proclamação de independência das Províncias Unidas do Rio da Prata (7 de Julho de 1816), e as agitações dela decorrentes, a banda oriental foi ocupada militarmente por uma força portuguesa de seis mil homens sob o comando do General Carlos Frederico Lecor, que entrou vitorioso em Montevidéu (1817). O forte foi atacado pelas forças de Manuel Marques de Sousa. A guerra prosseguiu até à derrota definitiva dos partidários da independência na batalha de Tacuarembó, e a Banda Oriental foi anexada ao Brasil em 1821, com o nome de Província Cisplatina.
O forte apresenta planta poligonal orgânica no formato de um pentágono irregular, com bastiões lanceolados nos vértices, no estilo Vauban. Suas muralhas duplas em silharia de pedra envolvem um perímetro de 642 metros, e receberam um acabamento mais acurado devido à existência, na região, de granito1 . Sólidas plataformas internamente ao longo dasmuralhas, serviam tanto para plano de manobras dos canhões quanto para proteção a um amplo pátio interno. Para o deslocamento das peças de artilharia, os diversos planos eram ligados por rampas. Ao redor do terrapleno, ao abrigo das muralhas, estavam distribuídas as edificações: Casa do Comandante, Capela e Quartel dos Oficiais, Casa da Pólvora, Quartel da Tropa, Cozinha e Depósitos de mantimentos e as diversas oficinas. Entre os prédios e a muralha havia espaços reservados à guarda dos cavalos.
FORTE DE SANTANA
O Forte de Santana localizava-se no estreito do rio Grande (atual Lagoa dos Patos), no litoral do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Souza localiza este forte meia légua para o interior do continente. Trata-se de fortificação de campanha erguida pelo Brigadeiro José da Silva Paes em Fevereiro de 1737, destinada ao complemento da defesa da povoação projetada de Rio Grande, constituída por uma linha abaluartada em faxina e terra. A madeira de sua estacada foi extraída da vizinha ilha dos Marinheiros. Esta estrutura já não consta da relação de fortificações que defendia a vila de Rio Grande em 1777, de autoria do Coronel Rêgo Monteiro.
Souza localiza este forte meia légua para o interior do continente. Trata-se de fortificação de campanha erguida pelo Brigadeiro José da Silva Paes em Fevereiro de 1737, destinada ao complemento da defesa da povoação projetada de Rio Grande, constituída por uma linha abaluartada em faxina e terra. A madeira de sua estacada foi extraída da vizinha ilha dos Marinheiros. Esta estrutura já não consta da relação de fortificações que defendia a vila de Rio Grande em 1777, de autoria do Coronel Rêgo Monteiro.
FORTE DE SANTO AMARO
O Forte de Santo Amaro localizava-se à margem esquerda do rio Jacuí, na altura da atual cidade de Santo Amaro, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Este forte constitui-se numa pequena fortificação de campanha, erguida em 1737 pelo brigadeiro José da Silva Paes, com a função de defesa da então linha de limites Taquari -Rio Pardo.
Este forte constitui-se numa pequena fortificação de campanha, erguida em 1737 pelo brigadeiro José da Silva Paes, com a função de defesa da então linha de limites Taquari -Rio Pardo.
FORTE DE SÃO GONÇALO
O Forte de São Gonçalo localizava-se na margem direita do rio Piratini, próximo à foz deste no sangradouro da Lagoa Mirim, hoje canal São Gonçalo, na região sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Fortificação de campanha erguida em 1755, com a função de depósito dos víveres da comissão demarcadora da Coroa portuguesa, cujos trabalhos foram ameaçados pelas hostilidades dos Guaranis-missioneiros no contexto da Guerra Guaranítica (1754-1756). Este primeiro forte foi abandonado em 1762.
Fortificação de campanha erguida em 1755, com a função de depósito dos víveres da comissão demarcadora da Coroa portuguesa, cujos trabalhos foram ameaçados pelas hostilidades dos Guaranis-missioneiros no contexto da Guerra Guaranítica (1754-1756). Este primeiro forte foi abandonado em 1762.
FORTIFICAÇÕES DE RIO GRANDE
As Fortificações de Rio Grande localizavam-se às margens do canal da barra do Rio Grande (hoje Lagoa dos Patos), no litoral do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
O estabelecimento da Colônia do Rio Grande de São Pedro (hoje cidade de Rio Grande), no rio Grande (hoje Lagoa dos Patos), iniciou-se em paralelo à construção de fortificações como o Forte Jesus, Maria, José de Rio Grande, desde 1737. Os diversos conflitos que se sucederão por mais de um século na região, e, posteriormente, durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845), manterão essa região quase que em permanente estado de guerra. No contexto da Guerra do Sul (1763-1776), a vila de Rio Grande, na margem direita do canal, caiu ante as forças espanholas sob o comando do governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo (1776). As tropas portuguesas, sob o comando de João Henrique Böhm (por terra) e Mac Dowall (por mar), concentraram-se na margem esquerda do canal, em São José da Guarda do Norte (atual São José do Norte).A descrição e planta em Francisco Adolfo de Varnhagen, onde se referem as posições de cada força em combate, até à evacuação de Rio Grande após o assalto de surpresa de 1 de Abril de 1776. Entre as dezenas de estruturas de campanha erguidas na região, destacam-se:
O estabelecimento da Colônia do Rio Grande de São Pedro (hoje cidade de Rio Grande), no rio Grande (hoje Lagoa dos Patos), iniciou-se em paralelo à construção de fortificações como o Forte Jesus, Maria, José de Rio Grande, desde 1737. Os diversos conflitos que se sucederão por mais de um século na região, e, posteriormente, durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845), manterão essa região quase que em permanente estado de guerra. No contexto da Guerra do Sul (1763-1776), a vila de Rio Grande, na margem direita do canal, caiu ante as forças espanholas sob o comando do governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo (1776). As tropas portuguesas, sob o comando de João Henrique Böhm (por terra) e Mac Dowall (por mar), concentraram-se na margem esquerda do canal, em São José da Guarda do Norte (atual São José do Norte).A descrição e planta em Francisco Adolfo de Varnhagen, onde se referem as posições de cada força em combate, até à evacuação de Rio Grande após o assalto de surpresa de 1 de Abril de 1776. Entre as dezenas de estruturas de campanha erguidas na região, destacam-se:
Fortim de São Pedro da Barra (Fortim do Lagamar) - localizado na margem esquerda do canal da barra, a quinze braças sobre a praia do Lagamar. A anotação em planta no Arquivo Histórico do Exército, no Rio de Janeiro refere que foi erguida por determinação de João Henrique Böhm, artilhada com peças de 24 libras de bala. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim de São Jorge (Fortim dos Dragões) - localizado na margem esquerda do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim de Nossa Senhora da Conceição (Fortim do Pontal) - localizado na margem esquerda do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777. tambem conhecido como Reduto no Pontal da Barra (de São José do Norte).
Fortim de São Francisco (Fortim do Patrão-mor) - localizado na margem esquerda do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim de São José do Norte (Fortim do Norte) - localizado na margem esquerda do canal da barra, foi erguido por forças portuguesas, possivelmente anteriormente a 1767 ("Planta do Forte de São José da Guarda do Norte, na boca do Rio Grande do Sul". c. 1767. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Foi erguido a partir de 1773, por iniciativa do governador da Colônia do Rio Grande de São Pedro, José Marcelino de Figueiredo, constituindo-se de um baluartea cavaleiro que cooperava com o Reduto do Pontal, com o qual somava nove peças de artilharia. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim de São José da barra (Fortim da Barra) - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim de Santa Bárbara (Fortim do Mosquito) - localizado na margem direita do canal da barra. Foi conquistado por forças portuguesas em Março de 1776, conforme correspondência do Vice-rei Marquês do Lavradio (1769-1779) ao Governador da Capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Saldanha:
"A esta hora, terá V. Exa. já chegada a notícia das nossas ações do continente do Rio Grande (...). Na noite do dia 31 do mês passado, [o Tenente-General] fez embarcar quatro companhias de granadeiros, duas comandadas pelo Sargento-mor Manuel Soares Coimbra, e outras duas pelo Sargento-mor Manuel José Carneiro, auxiliados casa um destes corpos, pelos seus lados, por quatro companhias de infantaria, umas comandadas pelo Brigadeiro José Raimundo Chichorro, e outras quatro pelo Coronel Sebastião Xavier da Veiga, e nessa forma passaram a outra parte do rio, destinando-se cada duas companhias de granadeiros com o seu corpo de reserva, ao assalto dos dois fortes, da Trindade e o do Mosquito, que são os que protegiam no rio as embarcações castelhanas que aí se achavam. Ganharam os dois fortes com muita facilidade: os castelhanos vendo-se surpreendidos, cuidaram mais em fugir vergonhosamente, que a defender-se com a honra que deviam.
As embarcações castelhanas vendo tomados os fortes, procuraram sair, mas como era ainda de noite, e não tinham vento, e os nossos fortes [em São José do Norte] à mais principal lhe tinha quebrado o mastro grande, vieram encalhar no banco, e, por consequência, nos pudemos fazer senhores delas; às duas outras que ficaram no rio, por não poderem sair, puseram os castelhanos fogo, e salvaram a gente.
Os armazéns do forte da barra [Forte da barra do Mosquito], que foi dos castelhanos, e alguns outros, que os castelhanos tinham pela mesma marinha, a todos puseram eles o fogo, o que ainda em algumas partes se pode atalhar; finalmente nos fizemos senhores de toda aquela marinha, do Forte da Mangueira, e da vila de São Pedro, sem haver mais perda de nossa parte que as de 3 soldados e 1 marinheiro. Ficou-nos bastante artilharia e munições, e também fizemos alguns prisioneiros, entre oficiais e soldados."
Esta ação foi muito feliz. Deus permita abençoá-lo, e que ela se conclua na forma que tenho ordenado." (Carta 556, 26/abr/1776. Cartas do Rio de Janeiro - 1769-1776).
Está relacionado pelo coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim do Triunfo - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo coronel Rêgo Monteiro em 1777. Foi conquistado por forças portuguesas ao final do século XVIII. O feito encontra-se mencionado em ofício do vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza (1779-1790) ao seu sucessor, datado de 20 de Agosto de 1789, a propósito do tenente-coronel Manoel Soares Coimbra que o teria tomado à frente da tropa de Granadeiros do Regimento de Bragança e do Primeiro Regimento do Rio de Janeiro.
Fortim da Trindade - localizado na margem direita do canal da barra. Foi conquistada por forças portuguesas em Março de 1776, conforme correspondência do Vice-rei Marquês do Lavradio (1769-1779) ao Governador da Capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Saldanha (Carta 556, 26/abr/1776. Cartas do Rio de Janeiro - 1769-1776).
Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim da Mangueira - localizado na altura do saco da Mangueira, na margem direita do canal da barra. Foi conquistada por forças portuguesas em Março de 1776, conforme correspondência do Vice-rei Marquês do Lavradio (1769-1779) ao Governador da Capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Saldanha (Carta 556, 26/abr/1776. Cartas do Rio de Janeiro - 1769-1776). Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim do Ladino - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Forte Jesus, Maria, José de Rio Grande - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortificações do estreito - localizadas na margem direita do canal da barra. Estão relacionadas pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Fortim do Arroio - localizado na altura da barra do Arroio Chuí. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777. Pode encontrar-se do lado uruguaio da fronteira, onde hoje se ergue o Farol do Chuy.
Forte de São Miguel - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Forte de Santa Teresa - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Reduto Tairú - localizado entre o Forte de São Miguel e o Fortim do Arroio. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Reduto Albordão - localizado no istmo arenoso que fecha a lagoa Magueira pelo oceano. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777. Atualmente, no local, ergue-se o Farol do Albardão.
Reduto do Passo da Mangueira - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Baterias da entrada do porto de Mangueira - localizado na margem direita do canal da barra. Está relacionado pelo Coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Reduto de São Caetano
(também denominado de Forte de Taquari, Forte de São José do Tebiquari e de Forte do Passo do Rio Tebiquary)
Localizava-se em posição dominante às margens do rio Tebiquari (hoje chamado de Taquari), na altura da atual cidade de Taquari, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
A sua edificação remonta a 1763 quando, após a tomada da povoação de Rio Grande pelos espanhóis, foi projetada pelo governador Brigadeiro José Custódio de Sá e Fariapara defesa da povoação de Taquari e daquele ponto de travessia ("passo") do rio Tebiquari. Fortificação de campanha, apresenta planta no formato de um polígono retangular, edificada em taipa e madeira. Apesar de alguns autores questionarem a sua existência, a sua edificação é creditada ao Sargento-mor Manuel Vieira Leão. A sua construção é atribui-da ao Coronel Marcelino de Figueiredo, em 1764.
A sua edificação remonta a 1763 quando, após a tomada da povoação de Rio Grande pelos espanhóis, foi projetada pelo governador Brigadeiro José Custódio de Sá e Fariapara defesa da povoação de Taquari e daquele ponto de travessia ("passo") do rio Tebiquari. Fortificação de campanha, apresenta planta no formato de um polígono retangular, edificada em taipa e madeira. Apesar de alguns autores questionarem a sua existência, a sua edificação é creditada ao Sargento-mor Manuel Vieira Leão. A sua construção é atribui-da ao Coronel Marcelino de Figueiredo, em 1764.
FORTE DO JUNCO
Estrutura apenas citada, sem comentários, por Garrido, que a denomina como Fortim do Junco.
FORTE DE ITAPOÃ
Estrutura apenas citada, sem comentários, por Garrido, que a denomina como Fortim do Junco.
FORTE JESUS, MARIA, JOSÉ DE RIO GRANDE
O Forte Jesus, Maria, José de Rio Grande localizava-se na margem direita da barra do rio Grande (atual Lagoa dos Patos), núcleo da povoação (atual cidade) de Rio Grande, no litoral do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Remonta a uma fortificação iniciada pelo engenheiro militar, brigadeiro José da Silva Paes, em 19 de Fevereiro de 1737, em área fortificada provisóriamente pelo lado da campanha pelo coronel de ordenanças Cristóvão Pereira de Abreu (importante criador português de gado), que o aguardava em terra, e destinava-se a servir de alojamento à tropa de 1ª Linha da expedição. Este presídio (colônia militar), sob a invocação de Jesus, Maria, José (Presídio de Jesus, Maria, José), constituiu o núcleo da Colônia do Rio Grande de São Pedro (Colônia de São Pedro), fundada oficialmente em Maio de 1737, consoante as ordens recebidas do governador da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763). A escolha de seu local, bem como sua colonização com o estabelecimento de estâncias de gado, permitia apoiar as comunicações por terra entre Laguna e a Colônia do Sacramento, bem como oferecia ancoradouro seguro às comunicações marítimas naquele trecho da costa, particularmente hostil à navegação. Com o formato de um polígono irregular foi erguido como uma paliçada de madeira retirada da vizinha ilha dos Marinheiros, com os muros calçados por plataformas de terra apiloada. Possuía fosso seco e revelins externos em complemento à sua defesa. Foi conquistado por tropas espanholas sob o comando do governador da Província de Buenos Aires, D. Pedro de Ceballos em Abril de 1763, que ocupou ainda a margem esquerda daquele sangradouro, esta última retomada por ordem do governador da Capitania do Rio Grande do Sul, coronel José Custódio de Sá e Faria em 1767. Está relacionado pelo coronel Rêgo Monteiro em 1777.
Remonta a uma fortificação iniciada pelo engenheiro militar, brigadeiro José da Silva Paes, em 19 de Fevereiro de 1737, em área fortificada provisóriamente pelo lado da campanha pelo coronel de ordenanças Cristóvão Pereira de Abreu (importante criador português de gado), que o aguardava em terra, e destinava-se a servir de alojamento à tropa de 1ª Linha da expedição. Este presídio (colônia militar), sob a invocação de Jesus, Maria, José (Presídio de Jesus, Maria, José), constituiu o núcleo da Colônia do Rio Grande de São Pedro (Colônia de São Pedro), fundada oficialmente em Maio de 1737, consoante as ordens recebidas do governador da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763). A escolha de seu local, bem como sua colonização com o estabelecimento de estâncias de gado, permitia apoiar as comunicações por terra entre Laguna e a Colônia do Sacramento, bem como oferecia ancoradouro seguro às comunicações marítimas naquele trecho da costa, particularmente hostil à navegação. Com o formato de um polígono irregular foi erguido como uma paliçada de madeira retirada da vizinha ilha dos Marinheiros, com os muros calçados por plataformas de terra apiloada. Possuía fosso seco e revelins externos em complemento à sua defesa. Foi conquistado por tropas espanholas sob o comando do governador da Província de Buenos Aires, D. Pedro de Ceballos em Abril de 1763, que ocupou ainda a margem esquerda daquele sangradouro, esta última retomada por ordem do governador da Capitania do Rio Grande do Sul, coronel José Custódio de Sá e Faria em 1767. Está relacionado pelo coronel Rêgo Monteiro em 1777.
FORTE JESUS, MARIA, JOSÉ DE RIO PARDO
O Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo localizava-se à margem esquerda do rio Jacuí, na altura da foz do rio Pardo, então limite da região das Missões jesuíticas, no local hoje conhecido como Alto da Fortaleza, na cidade de Rio Pardo, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Quando os missionários da Companhia de Jesus chegaram à região do rio da Prata (1626), fundaram a redução de São Nicolau visando "conquistar terras e almas para Deus e para a Coroa da Espanha". Posteriormente, na margem direita do rio Pardo outras dezoito foram criadas, das quais as principais foram: Jesus, Maria, José (1632), São Joaquim(1633) e São Cristóvão (1634). Desse modo, em pouco tempo os guaranis, reduzidos, já estavam "batizados e praticando com fervor a religião, com uma vida de costumes muito puros". Os espanhóis, apesar de titulares dessas terras pelo Tratado de Tordesilhas (1494), não se preocuparam com a sua efetiva ocupação. Limitaram-se a autorizar a ação dos jesuítas que, em 1682, iniciaram a fundação dos chamados Sete Povos das Missões, na porção oeste do atual território do Rio Grande do Sul. Por outro lado, à mesma época, para garantir o seu expansionismo no rio da Prata, os portugueses fundaram, na margem esquerda da sua foz, a Colônia do Sacramento(1680), em território do atual Uruguai, passando a explorar o interior do atual Rio Grande do Sul para apoiá-la. Um dos pioneiros foi o capitão-mor de Laguna, Francisco de Brito Peixoto, que atingiu as margens do rio Pardo e identificou o ponto em que ele deságua no rio Jacuí, em 1715.
Quando os missionários da Companhia de Jesus chegaram à região do rio da Prata (1626), fundaram a redução de São Nicolau visando "conquistar terras e almas para Deus e para a Coroa da Espanha". Posteriormente, na margem direita do rio Pardo outras dezoito foram criadas, das quais as principais foram: Jesus, Maria, José (1632), São Joaquim(1633) e São Cristóvão (1634). Desse modo, em pouco tempo os guaranis, reduzidos, já estavam "batizados e praticando com fervor a religião, com uma vida de costumes muito puros". Os espanhóis, apesar de titulares dessas terras pelo Tratado de Tordesilhas (1494), não se preocuparam com a sua efetiva ocupação. Limitaram-se a autorizar a ação dos jesuítas que, em 1682, iniciaram a fundação dos chamados Sete Povos das Missões, na porção oeste do atual território do Rio Grande do Sul. Por outro lado, à mesma época, para garantir o seu expansionismo no rio da Prata, os portugueses fundaram, na margem esquerda da sua foz, a Colônia do Sacramento(1680), em território do atual Uruguai, passando a explorar o interior do atual Rio Grande do Sul para apoiá-la. Um dos pioneiros foi o capitão-mor de Laguna, Francisco de Brito Peixoto, que atingiu as margens do rio Pardo e identificou o ponto em que ele deságua no rio Jacuí, em 1715.
Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadela.
No contexto da disputa por esses territórios pelas Coroas Ibéricas, o Tratado de Madrid (1750), entre outros pontos, determinou a troca da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões. O governador e capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763), foi indicado pela Coroa portuguesa para chefiar os trabalhos de demarcação exigidos pelo tratado, na região sul. Desse modo, no lugar descrito por Francisco de Brito Peixoto, à margem esquerda do rio Jacuí, próximo à foz do rio Pardo, aquele governador determinou que se levantasse um depósito de provisões e víveres, aí estabelecendo o seu quartel-general (1751). Este foi o embrião do Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo, núcleo da atual cidade de Rio Pardo. Em posição dominante na confluência dos rios, o acampamento evoluiu para um forte de campanha de modestas proporções, constituído por paliçadas de madeira calçadas por plataformas de terra apiloada e cercadas por um fosso com água (1752), com risco atribuído ao engenheiro militar Gomes de Melo. No contexto da Guerra Guaranítica (1753-1756) este forte foi atacado pelos Tapes, sob o comando de Sepé Tiaraju, vencido e aprisionado (Março-Abril de 1754). Desse mesmo ano existe uma planta de autoria do sargento-mor engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim, e outra, assinada por Manoel Vieira Leão, díscípulo de Alpoim ("Planta da Fortaleza de Jesus, Maria, José", c. 1755. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Depois da Campanha de Missões, de 1756 a 1759 (submissão do padre Lourenço Balda) o forte foi reedificado em terra e pedra. Gomes Freire de Andrada, de volta a esse forte, encontrou a mercê de Conde de Bobadela, retornando ao Rio de Janeiro. Concluída a sua construção, permaneceu guarnecido pelo Regimento de Dragões do Rio Pardo, sob o comando do coronel Tomás Luís Osório. Quando da invasão espanhola de 1763-1776, o sargento-mor Francisco Pinto Bandeira bateu a vanguarda do exército invasor sob o comando de D. Bruno Zabala, que ia reunir-se às forças do governador da Província de Buenos Aires, D. Juan José de Vértiz y Salcedo, apresando grande parte das armas e provisões inimigas (1773). A Fortaleza do Rio Pardo, ganhou, a partir daí, o epíteto de "Tranqueira Invicta".
FORTE DE SÃO MIGUEL
O Fuerte de San Miguel localiza-se a cerca de 6 quilômetros a sul da Lagoa Mirim, próxima a Chuy, no Departamento de Rocha, no Uruguai. Este forte foi erguido com a função de vigiar a antiga linha raiana denominada como Linha de Castillos Grande (Tratado de Madrid, 1750).
A estrutura remonta a uma simples fortificação de campanha, erguida em 1734 por forças espanholas sob o comando do Alferes Esteban del Castillo, com a função de dissuadir a presença portuguesa na região. Esta primitiva estrutura empregava tepes - pedaços de terra cobertos de grama ou ervas, endurecidos pela grande quantidade deenraizamentos. Com o estabelecimento do cerco espanhol à Colônia do Sacramento (1737), esta fortificação de campanha foi abandonada.
A estrutura remonta a uma simples fortificação de campanha, erguida em 1734 por forças espanholas sob o comando do Alferes Esteban del Castillo, com a função de dissuadir a presença portuguesa na região. Esta primitiva estrutura empregava tepes - pedaços de terra cobertos de grama ou ervas, endurecidos pela grande quantidade deenraizamentos. Com o estabelecimento do cerco espanhol à Colônia do Sacramento (1737), esta fortificação de campanha foi abandonada.
Fuerte San Miguel, Uruguai.
A atual estrutura remonta a um segundo estabelecimento no local, por forças portuguesas, atribuindo-se a sua reconstrução ao Engenheiro Militar, Brigadeiro José da Silva Paes, com a função de posto avançado para monitorar as atividades espanholas na região da serra de São Miguel (17 de Outubro de 1737). A sua planta apresentava o formato de um polígono retangular em alvenaria de pedra, com dois baluartes nos lados menores, separados por cortinas. Outros autores atribuem a autoria da planta ao arquiteto militar português Manuel Gomes Pereira, substituído mais tarde pelo Capitão Antônio Teixeira Carvalho. Por volta de 1740, a sua planta já evoluíra, apresentando o formato estrelado, com quatro baluartes pentagonais nos vértices em estilo Vauban, com as muralhas e as edificações internas de serviço erguidas em aparelho irregular de alvenariade pedra. O Artigo XVIII do Tratado de Madrid (1750), dispunha que Portugal conservava a linha do monte de Castillos Grande, com a sua falda meridional [Sul], e o poderá fortificar mantendo ali uma guarda. Ante assinatura do Tratado de El Pardo (1761), que, na prática, anulava o de Madrid, o governador e Capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763), antecipou as conseqüências do mesmo para a região Sul, que conhecia bem. Ordenou assim ao governador da Colônia do Rio Grande de São Pedro, Coronel Elói Madureira, o envio imediato de tropas deLaguna para a região, determinando o mesmo ao Tenente-coronel Tomás Luís Osório, comandante das tropas de Cavalaria do Regimento dos Dragões, e do Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo.
Reunindo pouco mais de mil homens, a estratégia portuguesa era a de construir rapidamente uma linha defensiva fortificada, ao Sul do Forte de São Miguel no arroio Chuí, para deter a invasão espanhola em progresso, após a conquista da Colônia do Sacramento (Outubro de 1762) pelo governador de Buenos Aires, D. Pedro de Ceballos, à frente de cerca de três mil homens reunidos em Maldonado. Dada a premência de tempo, apenas foi iniciado o Forte de Santa Teresa (Dezembro de 1762), uma fortificação de campanha guarnecida por cerca de quatrocentos homens e artilhada com algumas peças de pequeno calibre, fechando o caminho terrestre na altura do monte de Castillos Grande, conquistado por Zeballos em Abril de 1763. Prosseguindo a marcha sobre o Rio Grande de São Pedro, Zeballos conquistou em seguida este Forte de São Miguel (Abril de 1763). Na ocasião, os espanhóis procederam-lhe reparos e melhorias. Mais tarde, ante a iminência de uma invasão britânica em 1775, o Engenheiro extraordinário D. Bernardo Lecocq, a serviço do Vice-reino do Prata, efetuou obras de reforço na estrutura do forte. Com o Tratado de Santo Ildefonso (1777), a posse deste forte ficou ratificada para a Espanha. Novos reparos foram efetuados pelas mesmas razões de 1775, em 1797. Em1808, a banda oriental do rio da Prata foi anexada pelo príncipe-regente de Portugal, D. João (1808-1816). Ante a proclamação de independência das Províncias Unidas do Rio da Prata (7 de Julho de 1816), e as agitações dela decorrentes, a banda oriental foi ocupada militarmente por uma força portuguesa de seis mil homens sob o comando do General Carlos Frederico Lecor, que entrou vitorioso em Montevidéu (1817). A luta prosseguiu até à derrota definitiva dos partidários da independência na batalha de Tacuarembó, e a Banda Oriental foi anexada ao Brasil em 1821, com o nome de Província Cisplatina.
FORTE DE SÃO MIGUEL
O forte localiza-se no sopé da serra de San Miguel, a trinta e cinco metros acima do nível do mar. Apresenta planta no formato retangular, com baluartes pentagonais nos vértices, arrematados por guaritas. O perímetro de suas muralhas totaliza trezentos metros. De menores proporções que a vizinha Fortaleza de Santa Teresa na região, recebeu um acabamento menos acurado devido à inexistência de pedras de granito no local, sendo empregada uma pedra granítica rosada que o caracteriza, em aparelho irregular. Dadas as suas reduzidas dimensões, não foi possível construir rampas que unissem os planos superiores dos baluartes, onde se abrem dezoito canhoneiras no total, e o do terrapleno. Em conseqüência, acredita-se que a artilharia tenha sido transportada por força humana pelas escadarias, para as respectivas posições de tiro. O acesso ao forte era feito por uma ponte levadiça sobre um fosso inundado. No terrapleno, no lado fronteiro à entrada, ergue-se o edifício da Capela. À direita, distribuem-se os edifícios da Cozinha e o Quartel da Tropa. No lado oposto, ficavam o poço, e os edifícios da Casa da Pólvora (Paiol), do Quartel do Comando e do Quartel dos Oficiais, protegidos pelas muralhas, cobertos por telhas em meia água.
REDUTO DE SÃO CAETANO
O Reduto de São Caetano localizava-se na margem esquerda da barra do rio Grande (atual Lagoa dos Patos) no litoral do estadobrasileiro do Rio Grande do Sul.
Erguido ao norte de Rio Grande, em frente às guardas castelhanas, por determinação do governador da Capitania do Rio Grande, brigadeiro José Custódio de Sá e Faria, em 1764, em torrão (tepes) e faxina. Estava artilhado com peças de ferro de quatro libras de bala, podendo ostentar até dezesseis delas. No contexto da Guerra do Sul (1763-1776), foi escolhido pelo coronel José Custódio de Sá e Faria como quartel-general para a campanha de retomada da então vila de Rio Grande, à época em mãos dos espanhóis. Com a reconquista do Fortim da Guarda do Norte (a partir de então São José da Guarda do Norte) em 1767, passou a dividir com esta a importância estratégica, cessada com a reconquista de Rio Grande (2 de abril de 1776). Não está relacionada por este nome pelo coronel Rêgo Monteiro em 1777. Barreto acreditou poder tratar-se do Fortim dos Dragões (Fortim de São Jorge), uma vez que foi comandado pelo sargento-mor Francisco Pinto Bandeira, dessa arma.
Erguido ao norte de Rio Grande, em frente às guardas castelhanas, por determinação do governador da Capitania do Rio Grande, brigadeiro José Custódio de Sá e Faria, em 1764, em torrão (tepes) e faxina. Estava artilhado com peças de ferro de quatro libras de bala, podendo ostentar até dezesseis delas. No contexto da Guerra do Sul (1763-1776), foi escolhido pelo coronel José Custódio de Sá e Faria como quartel-general para a campanha de retomada da então vila de Rio Grande, à época em mãos dos espanhóis. Com a reconquista do Fortim da Guarda do Norte (a partir de então São José da Guarda do Norte) em 1767, passou a dividir com esta a importância estratégica, cessada com a reconquista de Rio Grande (2 de abril de 1776). Não está relacionada por este nome pelo coronel Rêgo Monteiro em 1777. Barreto acreditou poder tratar-se do Fortim dos Dragões (Fortim de São Jorge), uma vez que foi comandado pelo sargento-mor Francisco Pinto Bandeira, dessa arma.
REGISTRO DE VIAMÃO
O Registro de Viamão localizava-se na margem esquerda do rio dos Sinos, na altura da sua confluência com a margem direita doarroio da Guarda, na localidade de Guarda Velha, atual município de Santo Antônio da Patrulha, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Esta estrutura iniciou-se como uma simples "guarda", entre outras dispostas ao longo da Estrada de Tropas, antigo caminho que ligava a localidade de Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul, a Sorocaba, no interior de São Paulo. Essa Guarda foi instalada entre o segundo semestre de 1737 e o primeiro de 1738, tendo sido guarnecida, na ocasião, por um tenente, um sargento, vinte soldados de dragões e oitenta cavalos. Suas funções iniciais eram as de simples registro de pessoas e de animais que por aquele caminho transitavam, bem como a prisão de desertores. A partir de fins de 1739, iniciou-se a cobrança de uma taxa de 1$000 réis por animal - principalmente cavalar e muar -, em trânsito com direção a São Paulo. A pesquisa aponta que, mais tarde (6 de Novembro de 1751), os direitos de cobrança de taxas aos tropeiros no Registro de Viamão, são arrematados em Lisboa, pelo prazo de três anos, por 3:630$000 réis anuais. A cobrança se iniciou a partir de 1 de Outubro de 1752, momento que a antiga guarda se teria transformado em Registro. As instalações do Registro compreendiam uma cerca atravessando a estrada, tendo em seu centro uma porteira fechada com chave, três ranchos - o do Registro, o do Corpo da Guarda e um para depósito de couros -, e três currais - um para os cavalos da guarda, um para descanso dos animais em trânsito, e um para apreensão dos animais conduzidos indevidamente. Entre as funções do provedor do Registro (seu administrador), encontravam-se as de:
Esta estrutura iniciou-se como uma simples "guarda", entre outras dispostas ao longo da Estrada de Tropas, antigo caminho que ligava a localidade de Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul, a Sorocaba, no interior de São Paulo. Essa Guarda foi instalada entre o segundo semestre de 1737 e o primeiro de 1738, tendo sido guarnecida, na ocasião, por um tenente, um sargento, vinte soldados de dragões e oitenta cavalos. Suas funções iniciais eram as de simples registro de pessoas e de animais que por aquele caminho transitavam, bem como a prisão de desertores. A partir de fins de 1739, iniciou-se a cobrança de uma taxa de 1$000 réis por animal - principalmente cavalar e muar -, em trânsito com direção a São Paulo. A pesquisa aponta que, mais tarde (6 de Novembro de 1751), os direitos de cobrança de taxas aos tropeiros no Registro de Viamão, são arrematados em Lisboa, pelo prazo de três anos, por 3:630$000 réis anuais. A cobrança se iniciou a partir de 1 de Outubro de 1752, momento que a antiga guarda se teria transformado em Registro. As instalações do Registro compreendiam uma cerca atravessando a estrada, tendo em seu centro uma porteira fechada com chave, três ranchos - o do Registro, o do Corpo da Guarda e um para depósito de couros -, e três currais - um para os cavalos da guarda, um para descanso dos animais em trânsito, e um para apreensão dos animais conduzidos indevidamente. Entre as funções do provedor do Registro (seu administrador), encontravam-se as de:
Mandar prender tropeiros e animais que fossem encontrados em picadas fora da estrada do Registro.
Impedir a entrada, no território do Rio Grande, de desertores, de devedores da Fazenda Real, e de casais, mandando-os presos para Viamão.
Impedir que burros, burras e éguas, subissem a serra, para evitar a diminuição das crias da província do Rio Grande.
Impedir a ida de mulas oriundas da região platina, o que caracterizava o seu contrabando.
Encarregar-se da manutenção dos cavalos dos soldados da guarda do Registro.
Solicitar ao almoxarifado da Aldeia dos Anjos tudo o que fosse necessário para municiar os soldados da guarda.
Examinar o que passasse pela porteira do Registro, que ele deveria abrir com chave, e cobrar as taxas devidas aos tropeiros. As funções dos soldados da guarda eram as de patrulhar toda a região a cavalo em suporte às funções do Provedor, bem como acompanhá-lo enquanto procedia à cobrança das taxas.
Entre Junho de 1738 e Agosto de 1753 foram identificados dois tenentes no comando da guarda do Registro: Francisco Barreto Pereira Pinto e Francisco Pinto Bandeira. A importância do Registro cresceu ao longo da segunda metade do século XVIII até ser desativado no início do século XIX, o que é comprovado pelo aumento dos valores da arrematação dos contratos, iniciados no período de 1752-1754 com 3:630$000 réis anuais, como acima, até atingirem 31:100$000 réis por ano para o período de 1806-1808, arrematado em 19 de Dezembro de 1805 na Junta de Fazenda Real em Porto Alegre. A importância do comércio de gado cavalar e muar na região, bem como o volume de movimento no Registro de Viamão, contribuíram para a fixação de população, principalmente estancieiros, na região que compreendia o nordeste do atual estado e a atual região metropolitana de Porto Alegre. Tudo leva a crer que o Registro tenha sido desativado no segundo semestre de 1808. Uma ordem régia de 23 de Junho de 1808 instruiu o governador do Rio Grande, Paulo José da Silva Gama, a que, com o auxílio de um engenheiro e de tropeiros conhecedores da região, transferissem o Registro de Santa Vitória e indicassem qual a melhor estrada para enviar tropas da região de Rio Pardo para a de São Paulo. Em 14 de Dezembro de 1808 foi arrematado pela primeira vez o "(...) passo de Santo Antônio da Patrulha (...)", para o triênio 1809-1811, pelo valor de 60$ [60:000$000?] réis/ano, cessando as informações sobre o Registro de Viamão. Para a extinção do Registro contribuiu o progressivo abandono da Estrada pelos tropeiros, de vez que os estancieiros do litoral e dos Campos de Viamão passaram a se interessar pela criação de gado bovino, para alimentar a indústria de charque, em expansão. Com isso, o gado cavalar e muar passou a ser obtido pelos tropeiros mais a oeste, onde se abriu o Caminho Novo da Vacaria, atingindo a região das Missões.
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