(20
de Dezembro de 1796)
A 17 de Dezembro de 1796 largou de
Aracati com destino ao Recife a sumaca mercante Batalha com carga e alguns
passageiros. A 19 surgiu uma fragata francesa que a apresou. Todos os
passageiros e tripulantes brancos da sumaca portuguesa foram enviados para
terra na respectiva lancha, à excepção do mestre Sebastião Simões Branquinho,
e de quatro escravos negros que os franceses conservaram a bordo para,
juntamente com uma tripulação de presa, constituída por um piloto e nove
marinheiros seus, levarem o navio para Caiena. Feito isto, foi-se embora a
fragata em busca de novas presas e a Batalha, qual prisioneiro acorrentado,
tomou tristemente o rumo da capital da Guiana Francesa. Mas nem todos estavam
conformados com o que acontecera.
Vinda a noite, um dos escravos negros, que devia ser homem valente e de muita força, foi ter com o mestre Branquinho e disse-lhe:«- Se vossemecê e cada um dos meus três companheiros forem capazes de matar um francês, eu encarrego-me dos outros seis! Tomamos conta do navio e vamo-nos embora!». Concordou o mestre com o plano, mas entendeu que seria melhor que o ataque tivesse lugar na manhã seguinte. Ás oito horas do dia 20, a um sinal seu, os cinco portugueses, armados com machados e barras de ferro, arremeteram subitamente contra os franceses, matando logo quatro e ferido gravemente outros dois, o que levou os restantes quatro a pedirem misericórdia. Consumado o golpe de mão, dirigiu-se a sumaca para o porto mais próximo, onde deixou os prisioneiros. Seguidamente, é de presumir que tenha regressado a Aracati a fim de completar a tripulação. De notar que a acção praticada pelo mestre Branquinho e pelos seus corajosos companheiros constituía à luz do Direito Marítimo Internacional um acto de pirataria, punível com enforcamento, pelo que, embora sendo de admirar, não será de louvar.
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