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domingo, fevereiro 15, 2015

Portugueses na África Séculos XV-XIX




África Portuguesa

A colonização portuguesa de África foi o resultado dos descobrimentos e começou com a ocupação das Ilhas Canárias ainda no princípio do século XIV. A primeira ocupação violenta dos portugueses na África foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira "descoberta" de África iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no século XV. Em 1460, Diogo Gomes descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX, mas isso foi em 1458. Durante a segunda metade do século XV os portugueses foram estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano.



No virar do século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as portas para a colonização da costa oriental da África pelos europeus. A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos. Portugal e Espanha conservam antigas colónias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

África Ocidental Portuguesa


Angola (também conhecida como África Ocidental Portuguesa, Angola Portuguesa) é o nome comum pelo qual a colónia portuguesa, no sudoeste da África era conhecida em diferentes épocas. Nas suas fronteiras actuais, a colónia de Angola só existiu meio século, a partir de meados dos anos 1920. É certo que os portugueses estiveram presentes no litoral deste território a partir do fim do século XV, estabelecendo sucessivamente (essencialmente para fins de tráfego de escravos e outro tipo de comércio) postos comerciais e, sobre tudo, as praças-fortes de Luanda e de Benguela cujas áreas circundantes foram ocupados. Uma penetração e conquista do interior começou apenas no século XIX. No fim deste século a "colónia de Angola" estava constituída, mas uma delimitação definitiva e "ocupação efectiva" do território não foi alcançada antes de 1926.


África Oriental Portuguesa


Moçambique ou África Oriental Portuguesa (oficialmente Estado da África Oriental, Província de Moçambique). A África Oriental Portuguesa foi uma colónia e, posteriormente, uma província ultramarina de Portugal no exterior, ao longo da costa do Sudeste Africano, território que agora forma a República de Moçambique. Postos de comércio e, mais tarde, colónias portuguesas foram formadas ao longo do litoral em 1498, quando Vasco da Gama atingiu a costa moçambicana. Lourenço Marques explorou a área que hoje é a Baía de Maputo em 1544. Ele se estabeleceu definitivamente no atual Moçambique, onde passou a maior parte de sua vida e seu trabalho foi seguido por outros exploradores, marinheiros e comerciantes portugueses. Moçambique, de acordo com a política oficial, não era uma colónia, mas antes uma parte da "nação pluricontinental e multirracial" portuguesa. Em Moçambique, assim como fez em todas as suas colónias, Portugal tentou europeizar a população local e assimilá-la à cultura portuguesa.


Ilha de Moçambique


A Ilha de Moçambique é uma cidade insular situada na província de Nampula, na região norte de Moçambique, que deu o nome ao país do qual foi a primeira capital. O seu nome, que muitos nativos dizem ser Muipiti, parece ser derivado de Mussa Ben-Bique, ou Mussa Bin-Bique, ou ainda Mussa Al-Mbique (Moisés filho de Mbique), personagem sobre quem se sabe muito pouco. A Ilha tem cerca de 3 km de comprimento e 300-400 m de largura e está orientada no sentido nordeste-sudoeste à entrada da Baía de Mossuril, a uma latitude aproximada de 15º02’ S e longitude de 40º44’ E. A costa oriental da Ilha estabelece com as ilhas irmãs de Goa e de Sena (também conhecida por Ilha das Cobras) a Baía de Moçambique. Estas ilhas, assim como a costa próxima, são de origem coralina. Quando Vasco da Gama chegou, em 1498, a Ilha de Moçambique tornara-se uma povoação suaíli de árabes e negros com seu xeque, subordinado ao sultão de Zanzibar e continuava a ser frequentada por árabes que prosseguiam o seu comércio de séculos com o Mar Vermelho, a Pérsia, a Índia e as ilhas do Índico. A ilha de Moçambique ganhou uma importância estratégica como escala de navegação da carreira da Índia que ligava Lisboa a Goa, tornando-se um dos pontos de encontro das embarcações eventualmente desgarradas na viagem de ida, assim como porto de ancoragem das que eventualmente se atrasassem e perdessem a monção. Onde na Ilha é hoje o Palácio dos Capitães-Generais, fizeram os portugueses a Torre de São Gabriel no ano de 1507, data em que ocuparam a Ilha, construindo a pequena fortificação que tinha 15 homens a proteger a feitoria nela instalada. A Capela de Nossa Senhora do Baluarte, construída em 1522 na extremidade norte da ilha, a mais próxima da Ilha de Goa, é o único exemplar de arquitectura manuelina em Moçambique. Em 1558 principiou a construção da Fortaleza de S. Sebastião, totalmente com pedras que constituíam o balastro dos navios (algumas das quais ainda se vêem na praia próxima), que só terminou em 1620 e é a maior da África Austral.



Esta fortaleza era muito importante, porque a Ilha tinha-se tornado o entre posto da permuta de panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim e pau-preto de África, e era da Ilha que partiam todas as viagens comerciais para Quelimane, Sofala, Inhambane e Lourenço Marques e os árabes não queriam perder os privilégios comerciais que tinham adquirido ao longo dos séculos. Para além dos portugueses outros concorrentes europeus apareceram na corrida pelo controlo das rotas comerciais. Os franceses conseguiram assumir o papel de intermediários do negócio da escravatura para as ilhas do Índico, os ingleses começavam a controlar as rotas de navegação nesta região e os holandeses tentaram a ocupação da Ilha em 1607-1608 e, não o conseguindo, devastaram-na pelo fogo. A reconstrução da vila foi difícil, uma vez que o governo colonial não existia senão para cobrar impostos e estava muito mais interessado nas terras de Sofala (na Zambézia tinham-se institucionalizado os Prazos da Coroa, e o desenvolvimento do comércio do ouro naquela região leva a que a Ilha perca a sua primazia). Então, os cristãos decidiram fundar na Ilha uma Santa Casa da Misericórdia que funcionaria como Câmara Municipal, para a defesa dos cidadãos e da terra, até 19 de Janeiro de 1763, ano em que a povoação passou a Vila. Esta viragem resultou da decisão do governo colonial em separar a colónia africana do Estado da Índia e criar uma Capitania Geral do Estado de Moçambique baseada na Ilha, a 19 de Abril de 1752. A vila voltou a prosperar e a 17 de Novembro de 1818 é elevada a cidade. A exportação de escravos era o principal comércio da ilha, tal como a do Ibo mas a Independência do Brasil em 1822, que era o principal destino deste comércio, voltou a deixar a ilha no marasmo.



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