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terça-feira, dezembro 31, 2013

Quadros da Armada Real Portuguesa - XVIII-XIX

Armada Real de Portugal

Quadros da Marinha


(Oficiais da Marinha Real Portuguesa)

Os navios não podiam mais no fim do século XVIII, continuar a ser guarnecidos por voluntários sem preparação de combate, nem por oficiais de nomeação régia escolhidos entre civis, militares e homens do mar. Houve que criar escolas de preparação de oficiais, regularizar os postos da Armada e organizar os quadros. A designação de Capitão-de-mar e guerra já existia desde os meados do século XVII, como sinónimo de comandante de navio. O Ministro Don Martinho de Melo, depois de dotar a Marinha com navios indispensáveis, à política marítima da nação, criou o corpo de oficiais exclusivamente para o serviço naval pelo decreto de 16 de Dezembro de 1789. Com este documento foram criados os postos da marinha com a designação e a sua correspondência com os do Exército. Por decreto foram substituídas as designações de marechal de campo com exercício na Marinha, de coronel do mar e de tenente do mar, respectivamente por chefe de esquadra, chefe de divisão e a ultima pelas duas, primeiro e segundo-tenente. Criaram-se os postos de Vice- Almirante e Capitão-de-fragata.

Decreto de 16 de Dezembro de 1789

Capitão-General da Armada
Almirante
Vice-Almirante - Marechal-General do Exército
Tenente-General - Tenente-General do Exército
Chefe de Esquadra - Marechal de Campo
Chefe de Divisão - Brigadeiro
Capitão-de-mar-e-guerra - Coronel de Infantaria
Capitão-de-Fragata - Tenente-Coronel
Capitão-tenente - Major
Primeiro-tenente - Capitão de Infantaria
Segundo-tenente - Tenente de Infantaria

As Reformas Navais de Melo e Castro de 1795

Conselho do Almirantado
Criado por decreto de 25 de Abril de 1795

Tinha como funções «reger para o futuro tudo quanto possa dizer respeito à boa administração da Marinha em todos os ramos da sua dependência… que será composto de um presidente e de quatro conselheiros, além das mais pessoas que irão discriminadas no Regimento da sua Instituição». Os conselheiros foram nomeados em 31 de Maio de 1795. A primeira sessão do Conselho realizou-se em 22 de Junho de 1795. O diploma separava nitidamente as funções militares das administrativas.

1ª Sessão do Almirantado
22 de Junho de 1795

Presidente do Conselho do Almirantado
Capitão General da Armada Conde de São Vicente

1º Conselheiro do Almirantado
Tenente-General Bernardo Ramires Esquivel

2º Conselheiro do Almirantado
Tenente-General José Sanches de Brito

3º Conselheiro do Almirantado
Chefe de Esquadra António Januário do Vale

4º Conselheiro do Almirantado
Chefe de Esquadra Pedro de Mendonça e Moura

Oficiais para o Real Corpo da Marinha


(Almirante Marquês de Niza)

Outra forma de aproximação com a Inglaterra, foi a contratação de oficiais britânicos para os quadros da oficialidade naval. Em 18 de Março de 1793, dizia Martinho de Melo e Castro a Luís Pinto de Sousa...que ainda que os comandantes e oficiais da esquadra maior, que Sua Alteza destina para se unir a uma das Grã-Bretanha, tenham todo o conhecimento do governo, manobras e direcção dos seus respectivos navios, falta-lhes o uso e a prática das manobras e disciplina da guerra do mar, principalmente dos movimentos da artilharia a bordo.” Foram contratados oficiais, com vantagens de acesso e melhores salários que os próprios portugueses, sendo licenciados do serviço naval inglês enquanto servissem a Portugal, conservando-lhes S. M. Britânica “...a metade dos soldos que percebiam na Inglaterra.”

Oficiais Ingleses ao serviço da Marinha Real a partir de 1793

Oficial General
Chefe-de-Divisão Warren - como Major-General, ou Chefe do Estado-Maior

Oficiais Superiores
Capitão-de-Mar-e-Guerra John Dilkes
Capitão-de-Mar-e-Guerra Donald Campbell
Capitão-de-Mar-e-Guerra Edward Roe
Capitão-de-Fragata John Douglas
Capitão-de-Fragata Simpson Mitchell
Capitão-de-Fragata Collis Horsford
Capitão-de-Fragata Thomas Stone
Capitão-de-Fragata Phillip Hancorn
Capitão-Tenente James Bunce
Capitão-Tenente Samuel Wyckam

Oficiais Subalternos
Primeiro-Tenente Matthem Welsh
Primeiro-Tenente John Guyon
Primeiro-Tenente Joseph Martins
Primeiro-Tenente Thomas Parry
Primeiro-Tenente John Macklin
Primeiro-Tenente Crawford Duncan
Primeiro-Tenente Isaac Smith
Primeiro-Tenente James Allen e Palmer

Oficiais Portugueses da Marinha Real em 1795


      


Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 11 de Maio de 1795

Oficial Superior
Capitão-de-mar-e-guerra Antonio Jacinto de Chastenet, conde de Puysegur

Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 20 de Junho de 1795

Oficial Superior
Capitão-tenente Paulo Luiz de Seguin Deshons

Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 12 de Julho de 1795

Oficial Subalterno
Primeiro-tenente do mar Balthazar de Chermont

Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 12 de Agosto de 1795

Oficiais Subalternos
Primeiro-tenente do mar José Candido de Castro
Segundo-tenente do mar Candido Francisco de Brito Vitória

Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 01 de Setembro de 1795

Oficial Subalterno
Segundo-tenente do mar Nicolau Woolfe

Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 07 de Setembro de 1795

Oficiais Subalternos
Segundo-tenente do mar Manoel Custodio de Albuquerque
Segundo-tenente do mar José Joaquim de Abreu
Segundo-tenente do mar Antonio Ferreira
Segundo-tenente do mar Ignacio Ferreira Nobre
Segundo-tenente do mar Antonio José de Carvalho
Segundo-tenente do mar Rodrigo Antonio da Cunha
Segundo-tenente do mar Henrique José Dionisio
Segundo-tenente do mar José Maria de Moura e Mendonça
Segundo-tenente do mar Basilio Ferreira de Carvalho
Segundo-tenente do mar José Carvalho
Segundo-tenente do mar Antonio Damaso Mendes
Segundo-tenente do mar Rufino Peres Baptista
Segundo-tenente do mar Carlos Felis Giraldo May
Segundo-tenente do mar José Joaquim do Patrocino
Segundo-tenente do mar Joaquim Antonio Rodrigues Galhardo
Segundo-tenente do mar José Sanches de Brito
Segundo-tenente do mar Luiz da França Machado

Promoções de Oficiais Portugueses
Decreto de 10 de Setembro de 1795

Oficiais Generais
Chefe de Divisão José Caetano de Lima
Chefe de Divisão Manoel Ferreira Nobre
Chefe de Divisão Manuel da Cunha Sottomayor
Chefe de Divisão Francisco da Paula Leite
Chefe de Divisão Paulo José da silva Gama
Chefe de Divisão Marquez de Niza
Chefe de Divisão D. Francisco Maurício de Sousa Coutinho

Oficiais Subalternos
Primeiro-tenente do mar Theodoro José Laurentino
Primeiro-tenente do mar Manoel da Silva Thomaz
Primeiro-tenente do mar Manoel Pinto Franco
Primeiro-tenente do mar Carlos José de Araujo
Primeiro-tenente do mar Francisco Ignacio de Miranda Everard
Primeiro-tenente do mar Roberto Jacob
Primeiro-tenente do mar Manoel de Canto e Castro
Primeiro-tenente do mar Bernardino de Sena Freire
Primeiro-tenente do mar Marçal Pedro da Cunha
Primeiro-tenente do mar Francisco Maximiliano de Sousa
Primeiro-tenente do mar Joaquim Manoel da Costa Quintela
Primeiro-tenente do mar João Antonio Everard
Primeiro-tenente do mar José Miguel Antonio de Matos
Primeiro-tenente do mar Antonio Ramires Esquivel
Primeiro-tenente do mar Antonio Pedro de Castro
Primeiro-tenente do mar Paulo Freire de Andrade
Primeiro-tenente do mar Francisco Agostinho de Mello
Primeiro-tenente do mar D. Manuel de Menezes
Primeiro-tenente do mar D. Pedro Manoel
Primeiro-tenente do mar Pascoal Antonio Scarnichia
Primeiro-tenente do mar Francisco Maria Telles
Primeiro-tenente do mar Felisberto Caldeira
Primeiro-tenente do mar Antonio Joaquim de Oliveira
Primeiro-tenente do mar Alexandre José Monteiro
Primeiro-tenente do mar Bartolomeu José Soares
Primeiro-tenente do mar Antonio José dos Reis
Primeiro-tenente do mar Francisco Manoel Bernardo de Mello e Castro
Primeiro-tenente do mar D. Joaquim Bernardo da Silva
Primeiro-tenente do mar Pedro Borges Corrêa de Sá
Primeiro-tenente do mar Jerónimo de Andrade
Primeiro-tenente do mar Ernesto Elias Jaques Godfroi
Primeiro-tenente do mar Manoel Antonio Farinha
Primeiro-tenente do mar Francisco Antonio da Silva
Primeiro-tenente do mar Antonio Manoel Pires
Primeiro-tenente do mar Thomaz Franco
Primeiro-tenente do mar Bartholomeu Genard
Primeiro-tenente do mar Pedro Severim
Primeiro-tenente do mar João Baptista Roffe
Primeiro-tenente do mar Thomaz Alexandre de Azambuja
Primeiro-tenente do mar Francisco Alberto Rubim
Primeiro-tenente do mar Miguel José de Oliveira

As Reformas Navais de Rodrigo de Sousa Coutinho 1796-1797

Corpo de oficiais

O efectivo do corpo de oficiais foi regulado por aviso do ministro, em resolução do conselho de 9 de Outubro de 1796.

Chefe de Esquadra - 4 homens
Chefe de Divisão - 8 homens
Capitão-de-mar-e-guerra - 30 homens
Capitão-de-Fragata - 30 homens
Capitão-tenente - 70 homens
Primeiro-tenente - 140 homens
Segundo-tenente - 140 homens

Os postos de Vice-almirante e de Tenente-General não eram limitados, mas antes concedidos como promoção por deliberação régia. O decreto de 22 de Fevereiro de 1797 suprimiu o posto de Tenente-General no Real Corpo da Marinha e determinou que os Vice-almirantes passassem a ter as honras de Tenente-General e os almirantes as dos antigos Vice-almirantes.

A correspondência entre os antigos postos de Oficiais-Generais e dos novos Oficiais-Generais da Marinha.

Vice-Almirante - Almirante
Tenente-General - Vice-almirante
Chefe de esquadra - Contra-almirante
Chefe de Divisão - Comodoro

      

       
   
Organização dos Quadros da Marinha Portuguesa
Decreto de 22 de Fevereiro de 1797

Oficiais Generais
Almirante da Armada
(Dignidade Honorífica)
Almirante
Vice-Almirante
Contra-Almirante
Comodoro

Oficiais Superiores
Capitão-de-Mar-e-Guerra
Capitão-de-Fragata
Capitão-Tenente

Oficiais Subalternos
Primeiro-Tenente
Segundo-Tenente
Guarda-Marinha ou Subtenente
Aspirante
Cadete - Escola Naval

Sargentos
Sargento-Mor
Sargento-Chefe
Sargento-Ajudante
Primeiro-Sargento
Segundo-Sargento
Subsargento
Segundo-Subsargento

Praças
Cabo
Primeiro-Marinheiro
Segundo-Marinheiro
Primeiro-Grumete
Segundo-Grumete
Segundo-Grumete (com especialidade concluída)
Recruta

Estado-maior de Esquadra

Oficial General
Almirante

Oficiais Superiores
Capitão-de-Mar-e-Guerra
Capitão-de-Fragata

Oficiais Subalternos
Primeiro-Tenente
Segundo-Tenente

Sargentos
Primeiro-Sargento
Segundo-Sargento
Segundo-
Sub sargento

Praças
Primeiro-Grumete
Segundo-Grumete


(Principe Regente D. João)


ALMIRANTE DE PORTUGAL ou ALMIRANTE DO REINO – Cargo de comandante da Marinha Real, criado pelo rei Don Dinis, em 1280. Com a criação do cargo de capitão-mor do Mar, em 1373, pelo rei Don Fernando, o comando do Almirante de Portugal passou, aparentemente, a limitar-se às naus e as galés. O cargo tornou-se, mais tarde, meramente honorífico.

CAPITÃO-MOR DO MAR – cargo, criado em 1373, por Don Fernando, para exercer o comando da frota. Foram-lhe atribuídas funções semelhantes às do Almirante de Portugal. Aparentemente a diferença estaria no tipo de navios que cada um comandava. O Almirante manteve o comando das naus e galés. O capitão-mor do Mar assumiu o comando das caravelas, barcas e batéis. Posteriormente, o capitão-mor do Mar tornou-se o comandante-chefe da Armada, ficando o Almirante de Portugal a ele subordinado. No século XVII, o cargo passou a denominar-se Capitão-General da Armada Real dos Galeões de Alto Bordo do Mar Oceano.

CAPITÃO-GENERAL DA ARMADA REAL DOS GALEÕES DE ALTO BORDO DO MAR OCEANO ou, simplesmente, CAPITÃO-GENERAL DA ARMADA REAL – Designação do comandante-chefe da Armada Real, que, no século XVII, substituiu o capitão-mor do Mar. Segundo o decreto de 27 de Abril de 1761 o Capitão-General da Armada Real usava, no seu uniforme, os mesmos distintivos dos Governadores das Armas, ou seja alamares nas casacas e um galão de três dedos à borda das casacas e das véstias. A função foi extinta em 1796, passando, as suas atribuições para o Conselho do Almirantado.

ALMIRANTE-GENERAL – Posto criado por decreto de 13 de Maio de 1808, para ser apenas atribuído ao Infante Don Pedro Carlos Infante da Espanha. Era equivalente ao posto de Marechal-General do Exército, estando directamente dependente do Rei e reunindo a autoridade, até aí, dividida pelo Capitão-General da Armada Real dos Galeões de Alto Bordo do Mar Oceano e pelos Inspectores de Marinha. Competia-lhe, portanto, exercer o comando-chefe da Marinha. O posto foi extinto, com a morte de Don Pedro Carlos, em 1812.

ALMIRANTE – A designação Almirante foi utilizado como título de função do comandante das galés Reais (Almirante de Portugal) e do comandante naval no Índico (Almirante das Índias). Como posto militar, a patente de Almirante foi introduzida, em 22 de Fevereiro de 1797, como nova denominação do, até aí, designado posto de Vice-Almirante. Por sua vez, a designação Vice-Almirante substituiu a de Tenente-General da Marinha. Em termos de equiparação com os postos do Exército, segundo o que havia sido definido em 1796, para os, então, Vice-Almirantes, os Almirantes teriam uma graduação imediatamente inferior à de Marechal-General e superior à de Tenente-General. Seriam, portanto, aproximadamente, equivalentes a Marechal e a General. A partir de 1892, o posto de Almirante, passou a constituir uma dignidade honorífica, equivalente a Marechal do Exército. Por decreto de 7 de Janeiro de 1797 o posto de Vice-Almirante passou a designar-se Almirante.

      

VICE-ALMIRANTE – Posto de oficial general da Marinha, introduzido pelo decreto de 16 de Dezembro de 1789. O posto de Vice-Almirante era imediatamente superior ao de Tenente-General da Marinha, senda mais elevada patente efectiva da Armada, já que Almirante e Capitão-General eram, apenas, títulos de funções. Em termos de equivalência de patentes com o Exército, ao Vice-Almirante era atribuída uma precedência imediatamente inferior à do Marechal-General e superior à do Tenente-General. Seria, portanto, aproximadamente equivalente a Marechal e General. Por decreto de 7 de Janeiro de 1797 o posto de Vice-Almirante passou a designar-se Almirante, por sua vez a designação Vice-Almirante substituiu a de Tenente-General da Marinha. O posto de Vice-Almirante passou, assim, a ser intermediário entre o de Almirante e o de Chefe de Esquadra e equivalente ao de Tenente-General do Exército.

TENENTE-GENERAL – Em 1797, existiu o posto de Tenente-General na Marinha, tendo passado, nesse ano, a designar-se Vice-Almirante. Até 1806 os Tenentes-Generais usavam, como distintivo de patente o que havia sido definido para os Mestres de Campo Generais pelo decreto de 27 de Abril de 1761. Pelo plano de uniformes definido pelo alvará de 19 de Maio de 1806, o principal distintivo passou a consistir em três estrelas do modelo de oficial general.

CHEFE DE ESQUADRA – Posto da Marinha, introduzido em 1789. foi substituído, em 1798, pelo posto de Contra-Almirante.

CONTRA-ALMIRANTE – Posto da Marinha, que substituiu, em 1798, o de Chefe de Esquadra.

CORONEL DO MAR – Posto da Marinha, existente, pelo menos, desde 1761, imediatamente superior ao de Capitão-de-mar-e-guerra e que correspondia a Brigadeiro das tropas de Terra. Correspondia, portanto ao uma patente superior à de Coronel das tropas de Terra. De acordo com o decreto de 27 de Abril de 1761 o distintivo dos Coronéis do Mar era igual ao dos Brigadeiros e consistia num galão liso, de ouro ou de prata, de dois dedos e meio de largura, usado nas casacas e nas vestias. Em 1789, o posto foi substituído pelo de Chefe de Divisão.

CHEFE DE DIVISÃO – Posto da Marinha, introduzido em 1789, substituindo o de Coronel do Mar. Foi extinto em 1892. Corresponde, aproximadamente, ao, actual, posto de Comodoro.

COMODORO – Designação dos Capitães-de-mar-e-guerra que exerciam o comando de uma força naval independente. Por Decreto de 1798 substituiu a patente de Chefe de Divisão.

COMANDANTE-CHEFE ou COMANDANTE-EM-CHEFE - Título atribuído ao comandante do Exército e da Marinha, no final do século XVIII e no século XIX. Mais tarde passou a ser o título de alguns comandantes de forças independentes. Até meados do século XX, utilizou-se o termo "Comandante-em-Chefe" que foi, depois, abreviado para "Comandante-Chefe".

MAJOR-GENERAL DA ARMADA – Função, introduzida em 1807, correspondendo a uma espécie de Chefe do Estado Maior Naval e que deveria ser desempenhada por um oficial de patente superior a Capitão-de-mar-e-guerra.

MAJOR-GENERAL DA ESQUADRA – Função de chefe do estado maior de uma esquadra em operações, introduzida em 1796 e que devia ser desempenhada por um Capitão de Mar e Guerra ou por um Chefe de Divisão.

AJUDANTE-GENERAL – Título do oficial responsável pela administração dos recursos humanos de uma Esquadra.

      

CAPITÃO-DE-MAR-E-GUERRA – Designação do posto mais elevado de oficial superior da Marinha, desde o início do século XVII. O Capitão-de-Mar-e-Guerra substituiu o que, até aí, era chamado, simplesmente Capitão, no comando de um navio de guerra. A sua designação implicava que o mesmo tinha funções tanto navais como militares. Segundo o Regimento do Capitão de Mar e Guerra de 24 de Março de 1722 existiriam dois Capitães de Mar e Guerra em cada navio, um dos quais o comandante e, ou, outro com as funções de imediato. O imediato, passaria, mais tarde, a designar-se Capitão-Tenente. De acordo com o decreto de 27 de Abril de 1761 o distintivo dos uniformes dos Capitães-de-mar-e-guerra, igual ao dos Coronéis, passou a ser um galão liso, de ouro ou prata, de dedo e meio de largura.

CAPITÃO DE FRAGATA – Posto da Marinha, introduzido em 1782, intermédio entre o de Capitão de Mar de Guerra e o de Capitão-Tenente.

CAPITÃO-TENENTE – Posto da Marinha, existente, pelo menos desde 1761, imediatamente inferior ao de Capitão-de-mar-e-guerra. Era correspondente ao posto de Tenente-Coronel do Exército. Com a introdução do posto de Capitão-de-fragata, passou a ser imediatamente inferior a este e a equivaler ao posto de Major do Exército. De acordo com os decretos de 27 de Abril de 1761 e de 30 de Maio de 1761 o distintivo dos uniformes dos Capitães-Tenentes – igual ao dos Tenentes-Coronéis – era um galão estreito, lavrado e aberto, usado na borda dos canhões das casacas e nas véstias.

      

TENENTE-COMANDANTE – Posto da Marinha, existente entre 1782 e 1796, intermediário entre o Capitão-Tenente e o Primeiro-Tenente.

TENENTE DO MAR – Antigo, posto da Marinha, intermédio entre o de Capitão-Tenente e o de Guarda-Marinha. Era equivalente ao de Capitão do Exército. Em 1782 foi dividido em dois postos, o de Primeiro-Tenente e o de Segundo-Tenente. O termo “Tenente do Mar” continuou, no entanto, a ser utilizado para designar o posto de Primeiro-Tenente.

PRIMEIRO-TENENTE – Na Marinha, o posto de Primeiro-Tenente foi introduzido em 1782, equivalendo ao antigo posto de Tenente do Mar e equivalente a Capitão do Exército.

SUBTENENTE – Posto da Marinha, imediatamente inferior ao de Segundo-Tenente, atribuído apenas aos oficiais que não receberam a sua formação na Escola Naval. Os Subtenentes têm a mesma graduação dos Guardas-Marinhas.

CIRURGIÃO-MOR – Designação dos cirurgiões chefes das unidades e das esquadras. Cada esquadra tinha um Cirurgião-Mor equiparado a Alferes.

MESTRE DA ARMADA – Posto de oficial inferior da Marinha, durante o século XIX, equivalente ao Sargento-Ajudante do Exército. Nos principais navios da Marinha, o Mestre da Armada era o mais graduado dos Sargentos.


      

MESTRE – Posto de oficial inferior da Marinha, durante o século XVIII, imediatamente superior ao Contramestre

CONTRA-MESTRE – Designação dos oficiais inferiores da classe de Manobra da Marinha, durante os séculos XVIII e XIX. No século XVIII os Contra-Mestres tinham uma graduação imediatamente inferior à dos Mestres e superior à dos Guardiões.

      

PRIMEIRO-SARGENTO – Designação do Sargento mais graduado de uma companhia, responsável pelo secretariado da mesma. Até final do século XVIII o posto era conhecido por Sargento do Número. Pelo plano de uniformes definido pelo alvará de 19 de Maio de 1806, o distintivo de Primeiro-Sargento consistia em duas dragonas nos ombros, ambas com franjas.

SARGENTO – No século XVIII, os Sargentos passam a ser considerados oficiais inferiores. Em cada companhia de Infantaria, passa a existir dois Sargentos, o do Número e o Supra (mais tarde, respectivamente, Primeiro-Sargento e Segundo-Sargento). Mais tarde, passa a haver mais um Segundo-Sargento, além de um Furriel, que também era oficial inferior. No início do século XIX, além de serem criados os postos de Sargento, na Cavalaria, são introduzidos os postos de Sargento Quartel-mestre e de Sargento-ajudante, que pertenciam ao estado-maior dos regimentos. Os Sargentos usam como arma e insígnia, uma alabarda, mantendo o seu uso até meados do século XIX. Além disso, também usavam uma cana, que servia para castigar os soldados e marinheiros.

SARGENTO DE MAR E GUERRA – Posto de oficial inferior da Marinha, criado por decreto de 10 de Junho de 1763, responsáveis pelos artilheiros a bordo dos navios de guerra.O posto foi extinto por decreto de 2 de Maio de 1808 passando as suas funções a ser desempenhadas pelos Sargentos da Brigada Real da Marinha e pelos Guardiões e Cabos de Marinheiros da Armada.

PRIMEIRO-CABO – Posto que, no século XIX, substituiu o de Cabo de Esquadra, altura em que o anspeçadas se passou a chamar Segundo-Cabo

CABO DE ESQUADRA – Antiga designação dos oficiais inferiores que comandavam uma esquadra. No Regimento dos Capitães-Mores de Don Sebastião, cada companhia tinha 10 Cabos, qual comandando uma esquadra de 25 homens. No final do século XIX o posto passou a designar-se Primeiro-Cabo.

CABO – Termo que, significando “chefe”, foi aplicado a várias funções militares. Normalmente refere-se ao oficial inferior ou praça graduada, responsável pela chefia de uma esquadra ou outro grupo de soldados ou marinheiros.

      

MARINHEIRO – Designação da primeira graduação de praça da Marinha, intermediária entre Cabo e Grumete. Até meados do século XX, a designação aplicava-se, sobretudo, ao pessoal da classe de manobra. Os Marinheiros das outras classes eram designados Artilheiros, Fogueiros, Torpedeiros, etc. Actualmente, existem os postos de Primeiro-Marinheiro e Segundo-Marinheiro, equivalente, respectivamente a Primeiro-Cabo e Segundo-Cabo, no Exército.


      

ASPIRANTE A OFICIAL – Designação do militar em tirocínio para entrar na carreira de oficial. O seu distintivo consiste num galão diagonal na manga esquerda.

      

GUARDA-MARINHA – Posto criado, inicialmente, por decreto de 2 de Julho de 1761, para ser atribuído aos jovens que assentavam praça a bordo de uma embarcação de guerra para receberam formação com o objectivo de se tornarem oficiais da Marinha. O posto de Guarda-Marinha tinha características semelhantes às do de Cadete das tropas de terra, mas era equiparado, em termos de soldo e de insígnias, ao de Alferes de Infantaria. Em virtude de se ter verificado que a sua formação não estava a ser muito eficaz, o posto foi extinto por decreto de 9 de Julho de 1774. No entanto, foi novamente recriado por decreto de 14 de Dezembro de 1782, criando-se, também a Companhia dos Guarda-Marinhas para os enquadrar. A 14 de Julho de 1788 criou-se também o posto de Aspirante Guarda-Marinha, também integrado na Companhia dos Guarda-Marinhas. O posto passou ser atribuído aos alunos da Academia Real dos Guarda-Marinhas, em 1796. Actualmente, o posto de Guarda-Marinha, ainda é reservado aos oficiais saídos da Escola Naval. Os restantes oficiais, com graduação equivalente, são designados Sub tenentes.

GRUMETE – Designação das Praças, sem graduação, da Marinha.

      

      

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