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domingo, dezembro 27, 2015

Borgonha


Mapa do Reino Burgúndio, o primeiro Reino da Borgonha, entre 443 e 476.


A Burgúndia como parte do Império Franco entre 534 a 843.

Os Reinos da Alta Borgonha (ou Borgonha Transjurana) e Baixa Borgonha (inicialmente Reino da Provença e Borgonha) nos séculos IX e X.

Alta Borgonha, em 888
(Transjurana mais Condado da Borgonha)

Baixa Borgonha, em 879

Ducado da Borgonha de Ricardo, o Justiceiro

Reino da Borgonha

(em latim: regnum Burgundiae, em francês: royaume de Bourgogne) ou Burgúndia (em francês: Burgondie) é uma designação aplicada a sucessivas entidades de caráter nacional centradas no território histórico da Borgonha, que atualmente se encontra no sul-sudeste de França. O nome da região e do Reino deve-se aos Burgúndios, um povo de origem escandinavo.

Ao longo da história a Borgonha existiu como entidade política sob várias formas e diferentes fronteiras. Duas destas entidades foram conhecidas como Reino de Borgonha (a primeira cerca do século VI e a segunda por volta do século X-XI). Há ainda autores que consideram um Reino mais antigo, no século V, e no século XV esteve eminente a criação de um Terceiro Reino Borgonhês. Quase todas estas entidades, não só Reinos como Condados e Ducados, destacaram-se pela sua influência e riqueza.

Um primeiro Reino da Borgonha foi criado no século V pelos Burgúndios depois de se instalarem nas margens do lago Léman, na Sapaudia (ou Sabáudia, atual Saboia). O seu soberano mais glorioso, Gondebaldo, governou um território que se estendia de Langres a Marselha e do Reno ao Loire. Durante os seis séculos que se seguiram à instalação deste povo, os turbilhões da história originaram o aparecimento de diversas entidades geopolíticas de fronteiras em constante mudança que tomaram o nome de Borgonha. O Tratado de Verdun de 843 divide a região em duas grandes entidades territoriais, uma Borgonha franca a ocidente (que constituiria depois o ducado) e uma Borgonha Imperial a Oriente, da qual fazia parte, nomeadamente, o futuro Franche Comté (Franco-Condado) da Borgonha ou simplesmente Franco-Condado.

No século IX, a Borgonha Imperial assiste ao nascimento no seu seio de dois Reinos. O primeiro, a sul, estendia-se até às costas do mar Mediterrâneo e chamou-se "Borgonha-Provença" (Bourgogne-Provence) ou Reino de Arles. O segundo, chamado "Reino de Borgonha", situava-se originalmente na Helvécia (em Transjurânia, ou seja, para lá dos montes do Jura), mas integrou rapidamente outros domínios, como as terras da Diocese de Besançon.
Em 933, durante o Reinado de Rodolfo II, Rei da Borgonha Transjurana, o Reino da Borgonha e o Reino de Arles são unidos, tomando essa união o nome de Reino da Borgonha e de- Arles, que se submete à Suserania de Soberanos Germânicos.

O Reino dos Burgúndios

O Reino dos Burgúndios (Regnum Burgondionum), que se pode considerar o primeiro Reino da Borgonha, deve o seu nome ao povo burgúndio, que se instalou em 443 nas margens do lago Léman. Gondebaldo (r. ca. 542-516) e o seu filho Sigismundo (r. 516-524) foram os soberanos mais marcantes deste Reino. No seu apogeu, o Reino ocupou uma área considerável, que tinha os seus limites a Norte de Langres, e a Sul se estendia até Marselha. A ocidente estendia-se até Nevers e a nordeste até às margens do lago de Constança.

A sua existência foi efémera, de 444 até 534. As pretensões dos Francos durante o Reinado de Clóvis I, em 500 ou 501, foram continuadas pelos seus filhos Clodomiro, Rei de Orleães, Childeberto, Rei de Paris e Clotário, Rei de Soissons. Durante as campanhas militares levadas a cabo entre 532 e 534, os dois últimos acabaram por conseguir pôr termo ao Reino Burgúndio.
Reino da Borgonha Merovíngio

Os Merovíngios integraram o Reino Burgúndio nos diferentes Reinos Merovíngios, mas conservaram a sua individualidade. A Burgúndia apresentava-se sempre como uma entidade geopolítica, da mesma forma que a Nêustria ou a Austrásia. Os monarcas merovíngios instalaram Rei na Burgúndia. Os Reis Burgúndios mais conhecidos desse período foram Gontrão (r. 561-592) e Dagoberto (r. 629-639). Gontrano residiu principalmente em Chalon-sur-Saône, onde reuniu concílios, e em Saint-Marcel (Saône-et-Loire) mandou erigir uma Basílica e um Mosteiro.

Em 613, depois da captura e condenação a morte da Rainha Brunilda em Renève, deixou de haver Rei Residente na Borgonha. O Rei da Nêustria Clotário II (r. 584-629) juntou a Borgonha aos seus estados. Em 687, na sequência da «Batalha de Tertry», é a vez do Reino da Nêustria-Borgonha desaparecer. O vencedor, o Austrasiano Pepino de Herstal, leva a cabo a união dos Reinos Francos. Em 751, o Reino dos Merovíngios chega ao fim, com a Coroação de Pepino, o Breve, que inaugura a era dos Soberanos Carolíngios.

As personalidades Borgonhesas mais marcantes deste período foram a Rainha Brunilda e o Bispo Leodegário (m. 677 ou 678)

Os Condados Borguinhões sob os Carolíngios

O Reino da Borgonha desaparece como entidade geopolítica com os Carolíngios. O vasto território do antigo Regnum Francorum que perde o seu Rei é dividido por Carlos Martel (m. 741) em diversas partes, cada qual com o seu Governador. A Borgonha Transjurana, a Borgonha Cisjurana (que incluía a Provença), o futuro, Ducado e Condado da Borgonha. Alguns textos dessa época ainda mencionam a Burgúndia ou Regnum Burgundiae, mas estas denominações só têm expressão geográfica. A obra dos Carolíngios, marcada por uma forte centralização, consistiu em criar os Condados Borguinhões, os quais constituem as novas circunscrições administrativas, também chamadas pagi, decalcadas do modelo das antigas Civitates Galo-Romanas. À frente desses Condados estava um Conde, que dependia diretamente do Palácio, tal como os seus vizinhos congéneres. Os grandes da Borgonha, refratários a todo o tipo de autoridade centralizada, foram "postos na ordem" e forçados a obedecer.

Mas a Dinastia Carolíngia carregava nela própria os germes da sua destruição. As partilhas sucessivas do Reino entre os herdeiros destruíram a unidade da Monarquia que Carlos Magno e os seus antepassados tinham construído. As competições e as rivalidades, que abriram caminho ao feudalismo, irão permitir a emergência de dinastias condais ávidas de protagonismo.

O Reino da Borgonha e de Arles

O Tratado de Verdun de 843 rasga definitivamente a unidade do velho Império de Carlos Magno. A sua obra política desmorona-se. A mutilação a que tratado sujeita a Borgonha faz nascer, a Oeste do Rio Saône, uma Borgonha Francesa (ou Borgonha Franca) e a Leste do mesmo Rio uma Borgonha Imperial, quinhão do Imperador Lotário. Os herdeiros deste desaparecem um após outro sem descendentes, e cada um dos tios e irmãos tentam desapossar os seus parentes. Os Normandos assolam o norte, os Sarracenos ameaçam o sul, a Anarquia Reina por todo o lado e o Trono dos Francos subsiste com grandes dificuldades. A morte de Luís II, o Gago em 879 só agrava a situação.

O Reino da Provença dos Bivinidas (879-928)

Reino da Alta Borgonha (888-1032)

Ducado da Suábia (fundado em 917)

A 15 de outubro de 879, uma assembleia de notáveis e prelados reunida em Mantaille elege como Rei o cunhado de Carlos, o Calvo, Bosão, Conde de Autun que exercendo funções de Duque no Lyonnais, Viennois e na Provença. Apesar de receber o título Real, Bosão não assume a qualidade de Rei da Borgonha Cisjurana. O seu "Reino da Provença", também chamado "Reino de Arles", estendia-se desde as margens do Rio Doubs a norte até ao Mediterrâneo a sul, fazendo fronteira com a Helvécia e a Itália a leste e sudeste. Sob a sua coroa estavam reunidas uma parte da Borgonha, o Bugey, a Bresse, o Delfinado, a Tarentaise, a Provença e uma parte do Languedoc. Bosão instala a capital em Vienne e cria uma chancelaria dirigida por Adalgaire, o Abade de Flavigny.

A atribuição do Título Real a Bosão provoca a união contra ele dos Carolíngios, cuja reação não tarda. Os Príncipes Carolíngios, entre eles, o Rei Carlomano, noivo da sua filha de Bosão, e Ricardo, o Justiceiro, irmão de Bosão, marcham sobre ele. No entanto, Bosão consegue manter a sua autoridade sobre uma parte dos seus domínios e conserva o seu título, bem como os territórios na Provença. O Norte da Borgonha, tendo escapado à sua autoridade, nunca faz parte deste Reino.

Quando Bosão morre em 887, é sucedido por Luís III, que é reconhecido como "Rei da Provença" em Valença em 890, sob a tutela da sua mãe Hermengarda e reúne durante algum tempo os títulos de Imperador e de Rei de Itália. Mas o seu rival Berengário, Duque de Friul manda rebentar-lhe os olhos em Verona em 905. Luís III, doente, delega a sua autoridade a Hugo de Arles, Conde da Provença, até ao ano de 926, quando Hugo ocupa o trono de Itália.

Em 928, quando morre Luís, o Cego, Hugo afasta Carlos Constantino, herdeiro legítimo, filho de Luís, e apodera-se do Reino da Provença. Carlos Constantino consegue manter o Governo de Vienne e do Viennois.

O Reino da Borgonha Transjurana dos Guelfos (888-933)

As quatro Borgonhas nos séculos XI e XII. De Norte para Sul. Ducado da Borgonha, Condado da Borgonha, Borgonha Transjurana e Borgonha Cisjurana mais Provença. As últimas três são territórios do Sacro-Império a partir de 1032

Em 888, a morte do último sucessor de Carlos Magno, Carlos III, o Gordo, desprezado por causa da sua fraqueza face aos Normandos, incapaz de reprimir a audácia dos grandes vassalos, abandonado por todos, dá o sinal para a separação geral de diversos Reinos que tinham estado sob o seu Governo. Na Germânia, Arnulfo é proclamado rei, enquanto os nobres franceses elegem Odo.

A Helvécia é o berço de uma nova monarquia, que forma um novo Reino Borgonhês. Os Borgonheses da Transjurana, a região situada entre o monte Jura e os Alpes Peninos, são liderados pelo duque Rodolfo. Este não é borgonhês; é membro à Casa de Guelfo. As peripécias da política permitiram ao seu pai Conrado II da Borgonha, conde de Auxerre, apoderar-se do governo do ducado da Transjurana.

Quando foi conhecida a morte de Carlos, o Gordo, os nobres laicos e eclesiásticos do antigo Ducado da Transjurana reuniram-se na Basílica de São Maurício e em Janeiro de 888 proclamaram Rei Rodolfo I. O novo Reino da Borgonha sobrevive apesar da fidelidade dos nobres ser vacilante e de enfrentar a hostilidade de Arnulfo. O Reino, formado originalmente por Condados sobre os quais Rodolfo exerce a sua autoridade, expande-se rapidamente integrando os Condados da Arquidiocese de Besançon (o futuro Condado da Borgonha), após um acordo concluído em Ratisbona entre Rodolfo e Arnulfo, embora a soberania de Escuens tenha sofrido oscilações. A morte de Arnulfo em 899, e depois do seu filho Zuentiboldo em 900 permite a Rodolfo desembaraçar-se da pressão exercida pelo Rei da Germânia sobre ele. Rodolfo morre a 25 de outubro de 912 e é sucedido pelo filho Rodolfo II.

Anexação do Reino da Provença ao Reino da Borgonha Transjurana (933-1032)

Os Reinos Francos e da Borgonha durante o Reinado de Hugo Capeto (r. 987-996)

Rodolfo II cai progressivamente na dependência Feudal do Rei da Germânia e alarga as suas possessões. O Reino da Borgonha compreende então a Suábia, Brisgóvia, Alsácia e Helvécia. Em 933, Rodolfo II, então em disputa com Hugo de Arles pela coroa de Itália, obtém deste a cessão do antigo Reino da Provença em troca do abandono das pretensões ao Trono Italiano.

Segundo o historiador medievalista René Poupardin, citando Liutprando de Cremona (século X), Rodolfo tinha sido contactado pelos Italianos que lhe ofereceram a coroa de Itália: «Quando o Rei Hugo soube disso, enviou-lhe emissários e deu a Rodolfo toda a terra que ele tinha tido na Gália antes de subir ao trono, ao mesmo tempo que recebia dele o juramento que jamais entraria de novo em Itália.» A partir daí, os dois reinos da Borgonha com as possessões dependentes da Provença são reunidos com o nome de "Reino da Borgonha e de Arles" sob a coroa de Rodolfo. O Reino é herdado pelo filho de Rodolfo II, Conrado III (925-993) e depois pelo filho deste, Rodolfo III (970-1032).

Em 1032 Rodolfo III morre sem deixar descendência e é Conrado II, o Sálico, Duque da Francónia e Imperador Romano-Germânico que herda o Reino da Borgonha, que na prática é anexado ao Sacro Império.

O Reino de Arles no seio do Sacro Império

A Realeza de Arles assegurada efetivamente pelos imperadores (1032-1250)

O Imperador toma posse do Reino da Borgonha e de Arles e o Reino passa a fazer parte do Sacro Império Romano-Germânico. Desde então os Imperadores da Alemanha vêm-se constantemente como Reis de Arles, em virtude da doação de Rodolfo. Contudo, o domínio Imperial é mais nominal do que Real, só sendo exercidos atos de soberania pontualmente.

O Castelo do Empéri, em Salon-de-Provence, residência oficial dos Arcebispos de Arles e dos Imperadores Germânicos

Os imperadores Conrado II, o Sálico e Henrique III, seu filho, são coroados sucessivamente em 1033 e 1038 Reis da Borgonha e de Arles. No século XII Lotário de Süpplingerburg (1075-1137), sucessor da Casa da Francónia, toma o título de Rei de Arles e nomeia como governador Conrado, Duque de Zähringen. Nesse século, os Condes da Provença e de Toulouse, apesar de supostamente os seus condados serem do Império, mostram grande relutância em render homenagem ao Imperador. Através de sucessivas usurpações, o Reino é reduzido à sua expressão mais simples, alguns Castelos na Provença e no Contat (Condado Venaissino).

Os imperadores Conrado III (1093-1152) e Frederico Barba-Ruiva (1122-1190) tentam restaurar uma suserania que é enfraquecida pela distância. Conrado III constitui em Feudos os Castelos que lhe restam na Arquidiocese de Arles em 1144, os Arcebispos de Arles tornam-se os representantes dos Imperadores na Provença. Conrado III e Frederico Barba-Ruiva aproveitam as dissensões entre as famílias dos Baux e dos Berengário para efetivarem a suserania sobre a Provença e aí serem homenageados. Em 1162 Frederico Barba-Ruiva, por uma carta assinada em Turim confirma a Hugo II de Baux a investidura que Conrado III tinha acordado com Raimundo I de Baux, dando-lhe o Condado da Provença e de Arles a título de feudo e reservando os direitos do Império. Em 1178 Barba-Ruiva faz-se Coroar Rei da Borgonha na Catedral de São Trofimo de Arles pelo Arcebispo Raimundo de Bollène.

Henrique VI (1165-1197), Otão IV (1177-1212) e Frederico II (1194-1250) sucedem a Frederico Barba-Ruiva. Logo que assume o trono, Frederico II declara-se Rei de Arles em Basileia, onde tem a sua corte, e tenta erguer o reino. Demasiado ocupados em guerras longínquas, os sucessores de Barba-Ruiva mostram-se incapazes de manter a soberania na Borgonha. Frederico II é o último Imperador a imiscuir-se com algum êxito nos assuntos da Provença.

Enfraquecimento da autoridade Imperial

Fachada da antiga Catedral de São Trofimo

A autoridade do Sacro Império sobre o "Reino da Borgonha e Arles" era mais honorífica do que direta e real. A suserania só era eficaz nas mãos dos Imperadores poderosos e capazes de intervir no leste e sul de França, mas eclipsava-se facilmente com os Príncipes fracos nos territórios mais distantes das Fronteiras Imperiais.

Depois de Frederico II, a autoridade Imperial não era mais do que uma sombra. O poder dos Arcebispos de Arles, privados de qualquer apoio material, declina com a queda da autoridade Imperial na Provença ao mesmo tempo que o poder dos Condes se reforça. Carlos I (1226-1285), da Casa de Anjou, sucede à de Barcelona. Carlos de Anjou é mais poderoso que qualquer dos seus predecessores e durante meio século a realeza arlesiana permanece adormecida.

Os sobressaltos do Reino de Arles

As pretensões da viúva de São Luís, a Rainha Margarida (1221-1295), uma das filhas de Raimundo Berengário IV da Provença trazem de volta as lembranças do estado arlesiano. Após a morte da sua irmã Beatriz, esposa de Carlos de Anjou, Margarida tenta recuperar o Condado da Provença, fazendo com que o seu cunhado Carlos seja convocado à presença do Papa e do Imperador, Rodolfo de Habsburgo, a quem ela reconhece formalmente a suserania sobre a Provença. O Imperador não se imiscui na querela mas devido ao facto de Carlos de Anjou ignorar o seu apelo, aproveita a ocasião para afirmar os seus direitos em enfeuda a Provença a Margarida até que Carlos se entendeu com ele. Em 1280 Rodolfo acorda então com Carlos atribuir-lhe os Condados da Provença e de Forcalquier e confirma-lhe todos os privilégios acordados pelos seus antecessores aos Berengários.

Borgonha Transjurana

Alta Borgonha, em 888 (Transjurana + Condado da Borgonha)

Baixa Borgonha, em 879

West Frankish Ducado da Borgonha de Ricardo da Borgonha "o Justiceiro"

A Borgonha Transjurana é um espaço territorial localizado na actual França e que foi instituído como reino sob a denominação de Reino da Borgonha Transjurana também denominado Reino da Alta Borgonha ou Reino da Borgonha Transjurana, tendo existido entre 888 e 933.

Este reino medieval numa posição mais ou menos central no território da actual França, foi criado a partir dos antigos reinos dos burgúndios, em ambos os lados das montanhas do Jura, entre a Suíça ocidental de língua francesa, o Vale de Aosta, de língua italiana e do vale do rio Saône, tendo isto acontecido como resultado da decomposição da França política medieval resultante dos conflitos ocorridos após a morte do Imperador do Império Romano-Germânico, Lotário I (795-855).

Este reino foi o núcleo do Reino de Arles, também denominado como Reino de Borgonha, onde se integrou desaparecendo como assim como uma unidade política.

O território deste reino estendia-se por uma área corresponde a grande parte da Suíça (as partes a oeste da linha Brünig-Napf-Reuss, incluindo a Suíça romanda, os cantões de Berna e de Argau e Valais) e França as região de Franche-Comté, bem como partes adjacentes dos departamentos franceses de Alta Saboia e Ain, e o Vale de Aosta, que atualmente faz parte da Itália.

Origens do Reino

No Império Carolíngio após o Tratado de Verdun

O Tratado de Verdun assinado em 843 foi um acordo entre os filhos de Luís, o Piedoso, que dividiu o grande Império Carolíngio em três, duas entidades políticas bastante homogéneas e um conglomerado de territórios entre os dois primeiros.

França Occidentalis ficou para o filho mais novo, Carlos II de França, "o Calvo", no que será o precursor da atual França.

Frância oriental ficou para Luís, "o Germânico", e o germe da atual Suíça, Alemanha e Áustria.
França Média ficou para o filho mais velho e herdeiro do título imperial, Lotário I, o território que, em teoria, contendo a capital original do Império Carolíngio (Aachen), o cemitério imperial (Metz acolheu os restos mortais de Luís, "o Piedoso"), no norte da Itália e o protetorado do papa de Roma. Este território parecia destinado à supremacia imperial sobre os outros, no entanto tal não aconteceu e acabou dividido entre Carlos II de França e Luís, "o Germânico".

Conrado II da Borgonha

Conrado II da Borgonha, Duque de Borgonha Transjurana, de Conde de Auxerre

Nome completo-Conrado II da Borgonha

Pai-Conrado I de Auxerre Mãe-Adelaide de Tours

Nascimento    c. 835 Morte  876

Conrado II da Borgonha "o Jovem" (c. 835 - 876) duque de Borgonha Transjurana, de Conde de Auxerre.

Biografia

Foi o filho mais velho de Conrado I de Auxerre, Conde de Auxerre, que durante anos foi o conselheiro de seu sogro, o imperador Luís I, "o Piedoso" († 840) como o rei Luís, o Germânico, antes dele, juntamente com seus filhos e Hugo Abbas também conhecido por o abade Hugo, francês "Hugues l'Abbé" (? - 12 de maio de 886) e que foi um dos líderes do Reino Franco Ocidental, bem como o seu sobrinho Carlos II de França, "o Calvo".

Em 858, na persuasão de Carlos II de França, "o Calvo", seu primo, ele e o irmão traíram Louis o alemão quando este os enviou em missão de espionagem e passou para a corte de Charles, que os recompensou generosamente dado eles terem perdido as honras bávaras. Após este acontecimento passou a denominar-se como duque da Borgonha Transjurana e Auxerre até cerca de 864.

Relações familiares

Foi filho de Conrado I de Auxerre (nascido cerca de 800 - 22 de março entre 862 e 866) e de Adelaide de Tours (c. 805 - 866), filha de Hugo III de Tours (765 - 20 de outubro de 837) e de Eva de Auxerre (775 -?). Casou-se por duas vezes, a 1.ª com Judith de Friuli, filha de Eberhard de Friuli e a 2.º com Waldrada de Worms (801 - 20 de março de 851), também denominada como Ermentrude da Alsácia e de Orleans e Tours, então já falecida do seu 1º marido Roberto III de Worms (c. 800 - 834). Do 1.º casamento não terá tido filhos, no entanto do 2.º teve filhos.

Rodolfo I da Borgonha Transjurana (ca. Burgundia, França 859 - Juran, Burgundia, França 25 de outubro de 912) foi o 1º rei da Borgonha Transjurana de 888 até sua morte. Casou com Guila de Borgonha (dezembro de 873 -?), filha de Bosão da Provença (844 - 11 de janeiro de 887) e de Hermengarda de Itália (852 - 22 de junho de 896).

Adelaide da Borgonha Transjurana foi umas das 3 esposas de Ricardo II da Normandia (23 de agosto de 970, na Normandia, França – 28 de agosto de 1026, na Normandia), chamado de "O Bom" (Francês: Le Bon), foi o filho mais velho e herdeiro de Ricardo I o Destemido e Gunnora.




Rodolfo I da Borgonha

Foi o 1º rei da Borgonha Transjurana

Governo-Reinado

Dinastia  Foi o 1º rei da Borgonha Transjurana

Vida-Nome, completo. Rodolfo I da Borgonha. Nascimento-859. Morte-25 de outubro de 912 (53 anos) Território de Rodolfo I em 888.

Rodolfo I da Borgonha (em latim: Rudolphus I; ca. Borgonha, Frância 859 - Juran, Borgonha, 

Frância 25 de outubro de 912) foi o 1º rei da Borgonha Transjurana de 888 até sua morte.

Foi filho de Conrado II da Borgonha, conde de Auxerre e marquês da Borgonha Transjurana, e de sua esposa Valderada de Worms também denominada como Ermentrude da Alsácia e de Orleans e Tours (801 - 20 de março de 851). De seu pai, Rodolfo herdou a abadia leiga de Saint-Maurice-en-Valais, fazendo-o o magnata mais poderoso da Alta Borgonha, território da atual oeste da Suíça e o Franco Condado.

Após a deposição e morte do Imperador Carlos III, os nobres e o principal clero da Alta Borgonha reuniram-se em St. Maurice e elegeram Rodolfo como rei em janeiro de 888. Aparentemente na base de sua eleição, Rodolfo reivindicava a Lotaríngia inteira, mas sua reivindicação foi contestada por Arnolfo da Caríntia, o novo rei da Frância Oriental ou Germânia, que rapidamente forçou Rodolfo a abandonar a Lotaríngia prometendo reconhecê-lo como rei da Borgonha. As hostilidades entre ambos, porém, parecem ter continuado.

O relacionamento de Rodolfo com seus demais vizinhos era mais amistoso. Sua irmã Adelaide casou-se com Ricardo, conde de Autun, duque da Borgonha (a Borgonha atual, parte da Frância Ocidental), e suas filhas, Adelaide e Guilherma, casaram-se, respectivamente, Luís da Provença e Bosão de Arles e Avinhão, marquês da Toscana.

Rodolfo foi sucedido por seu filho Rodolfo II. Logo depois de sua morte, sua viúva, a rainha Guilherma, casou-se com Hugo de Arles, futuro rei da Itália.

Relações familiares

Foi filho de Conrado II da Borgonha, "o Jovem", (c. 835 - 876) conde da Borgonha e conde de Auxerre e de Waldrada de Worms (801 - 20 de março de 851), também denominada como Ermentrude da Alsácia e de Orleans e Tours, então já falecida do seu 1º marido Roberto III de Worms (c. 800 - 834). Casou com Guila de Borgonha (dezembro de 873 -?), filha de Bosão da Provença (844 - 11 de janeiro de 887) e de Irmengarda de Itália (852 - 22 de junho de 896), de quem teve:

Rodolfo II da Borgonha (? - 937), Rei da Borgonha Transjurana e casado com Berta da Suábia, filha de Buchard II da Suábia (883 - 926) e de Reginlinda (890 - 958)

Waldrada da Borgonha casada com Bonifácio de Spoleto, Conde de Bolonha.

Guilda da Borgonha casada com Bosão de Arles e Avinhão (855 - 936), filho de Teobaldo de Arles (860 - 895) e de Berta de França (863 - 8 de março de 925), filha ilegítima do rei Lotário II da Lotaríngia e de Teutberga de Valois (? - 875), filha de Boso de Valois "O Velho" conde de Valois (800 - 855)

Luís da Borgonha (? - Depois de 937), Conde de Thurgau

Adalberto da Itália

Conde de Saboia

Governo-Reinado-Marquês de Ivrea e rei da Itália. Consorte-Gerberga de Chalon

Vida. Nome, completo. Adalberto da Itália

Nascimento-931. Morte-975 (44 anos)

Pai-Berengário II de Itália. Mãe-Vila III de Arles

Adalberto da Itália ou Adalberto II de Ivrea (931 – Autun, 975) foi o sexto marquês de Ivrea e rei da Itália, de 950 a 962 (a partir de 951, em disputa com imperador Romano-Germânico, Oto I da Germânia).

Adalberto foi levado ao trono da Itália por seu pai, em 950. Vencido seu pai, em 963, por Oto I, Adalberto continuou a luta contra o imperador, mas acabou por ter de se refugiar em Constantinopla ao saber que perdera a contenda.

Relações familiares

Filho Berengário II de Itália também denominado Berengário de Ivrea (ca. 900 - Bamberg, 6 de julho de 966) que foi marquês de Ivrea, entre 928 e 950 e rei da Itália, de 950 a 961, e de Vila III de Arles (912-970), filha do conde da Provença e marquês de Toscana, Bosão de Arles e Avinhão (885-936), e de Vila II de Borgonha, filha do rei de Borgonha Rodolfo I da Germânia (1 de maio de 1218 - 15 de julho de 1291) e de Vila de Provença.

Por volta de 960, Adalberto casou-se com Gerberga de Chalon (947 - 980), filha de Lamberto de Chalon (930- 22 de fevereiro de 979), e de Adelaide de Vermandois (925 - 980), filha de Roberto I de Vermandois (c. 910 - 966) e de Adelaide Verra da Borgonha (930 - 987), de quem teve:

Otão Guilherme de Borgonha (c.960-1026), que, ainda criança quando o pai morreu, foi adotado pelo segundo esposo de sua mãe, de quem herdou o Condado da Borgonha.

Gisele de Borgonha (983-1020) casada com o marquês Anselmo I de Montferrat, senhor de Montferrat

Harduíno de Borgonha (? - 1015) marquês de Ivrea,

Gilberto de Borgonha (? - 1030) marquês de Ivrea,

Amadeu de Borgonha


Em 972, após a morte do marido Gerberga voltou a casar, desta feita Odo-Henrique, Duque da Borgonha (946 - 15 de outubro de 1002), conde de Nevers, duque de Borgonha.


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