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quarta-feira, junho 26, 2013

Editais e Noticias 1806 - III


Editais e Noticias – Março de 1806


Lisboa - Noticia divulgada na Gazeta de Lisboa na edição de Sábado de 1 de Março de 1806

   
    


Itália-Milão 18 de Janeiro de 1806


        Pelas ultimas notícias do Adriático consta que de Dezembro para cá tem perecido naquele mar ao menos 70 embarcações, cujo maior número pertencia á Rússia, e fazia parte de vários comboios destinados para os portos de Nápoles: as demais eram Austríacas, Napolitanas, e Ragusanas. Todas ou quase todas se submergiam com quanto tinham a bordo, á vista das costas da Dalmácia, sem que fosse possível dar-lhes socorro algum. Só um pequeno número destas embarcações entrou em Ragusa levado do temporal; mas os cascos se achavam em um estado lastimoso, e meio mortas todas as pessoas que traziam a bordo. A gente de mar mais idosa não se lembra de ter mais visto no Adriático tempestades tão contínuas e violentas.

Lisboa - Noticia divulgada na Gazeta de Lisboa na edição de Terça-feira de 4 de Março de 1806

Alemanha–Hamburgo 20 de Janeiro de 1806

        À boca do Elba acabam de chegar 9 navios de guerra Ingleses, a Cuxhaven 20 embarcações de transporte, da mesma nação: nelas se devem embarcar de novo as tropas comandadas pelo Lord Cathcart.- O Lord Harrowby e Mr. Hammond passarão por aqui ao voltar de Berlim, e vão para Gluckstadt, em cujo porto os espera a fragata ‘Hore’ para conduzi-los a Inglaterra.

Lisboa - Noticia divulgada na Gazeta de Lisboa na edição de Sexta-feira de 7 de Março de 1806.

Grã-Bretanha–Londres 13 de Fevereiro de 1806

        Anunciam os nossos Papeis Públicos que o Governo, ao que parece, deve ter grande fundamento para pensar que a expedição comandada pelo Cavaleiro Baird se apoderou do Cabo da Boa Esperança. Sabe-se que 3 navios de transporte carregados de mantimentos partirão de Portsmouth para aquela colónia. As citadas folhas anunciarão à algum tempo que a dita expedição havia de atacar primeiro alguma parte da América Espanhola; parece porém que esta notícia é destituída de qualquer fundamento. Segundo os últimos despachos do Lord Collingwood, a sua esquadra, dividida em dois destacamentos, cruzava na altura de Cádis e Cartagena. As quatro presas Espanholas se ião reparando a toda a pressa para serem enviadas a Inglaterra. Por carta datada na altura de Cádis a bordo da nau de linha ‘Rainha’ a 8 do mês passado, participou o sobredito Lord ao Almirantado haverem as embarcações do seu comando desde 17 de Novembro até 31 de Dezembro tomado 15 navios mercantes Espanhóis e Franceses.- O Almirantado fez público que a lancha artilheira ‘Bruizer’, comandada pelo Tenente Smithies, a 29 do mês passado, depois de uma caça de 7 horas, tomou o corsário Francês ‘l’Impromptu’, de 15 peças de artilharia, mas só com 2 montadas, e 50 homens, comandado por Jacques Sauvage, pertencente ao porto de Bolonha: e havido pelo mais veleiro que dali tem saído.- O bergantim artilheiro ‘Growler’, comandado pelo Tenente Nesbitt, tomou a 28 de Janeiro o corsário de S. Malo, ‘Voltigeur’, lugre de 14 peças, mas só tinha a bordo 6 peças do calibre 9, e 66 homens a bordo.- O bergantim artilheiro ‘Attack’, comandado pelo Tenente Swain, tomou no mesmo dia 28 outro corsário de S. Malo, denominado ‘le Sorcier’, de 14 peças de artilharia, 10 das quais tinha lançado ao mar durante a caça que se lhe deu.- O Capitão Broke, do navio de 'S.M. Druid’, tomou a 6 do corrente, depois de uma caça de 90 milhas, o corsário Francês o ‘Príncipe Murat’, de 18 peças de artilharia do calibre 6, e 127 homens a bordo, comandado por Mr. Rine Murin, o qual tinha saído do porto d’Oriente havia 5 dias. O Almirante conde de São Vicente deve alçar a sua bandeira para a semana que vem, e sair ao mar, a fim de tomar o comando da esquadra do Canal, em lugar do Almirante Cornwallis, que é aqui chamado. O Almirante Duckworth está nomeado por segundo Comandante da mesma esquadra.- O Almirante Douglas está para sair de Portsmouth a uma empresa particular com uma esquadra composta de 5 naus de linha e várias fragatas.

Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Terça-feira de 11 de Março de 1806.

Itália–Génova 5 de Fevereiro de 1806

        Aqui corre voz de que a esquadra de Brest possa ter entrado no porto de Cartagena. Sabe-se que S. M. Católica manda aprontar com a maior celeridade 40 naus de linha, e que neste grande armamento se acham empregados todos os obreiros necessários para o dito fim.

Grã-Bretanha–Londres 13 de Fevereiro de 1806

        Aqui consta que em Bolonha se vão renovando com vigor os preparativos para a invasão deste país, pois tanto ali, como no porto de Brest tornam a reunir-se as tropas. Dizem que o governo Francês passou ordens para que os navais, e a construção de naus de linha prossigam agora com reduplicado vigor. De Rotterdam escrevem que os preparos para tornar a empreender a expedição contra a Inglaterra se vão executando com actividade; e que também se deu ordem para que se não hajam de fretar mais navios para os portos Britânicos.

Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Terça-feira de 11 de Março de 1806.


      
      
      
Estados Unidos da América–Washington 5 de Dezembro de 1805

        Este ano se tem visto as nossas costas infestadas por navios que cruzam estes mares sem patente de corso, e por outros que as traziam legais na aparência, e têm cometido as piratarias mais violentas; pois roubam as embarcações, e, por temerem o exame dos Tribunais, as têm metido a pique depois de lhes tomarem as carregações; e até têm roubado a nossa gente marítima, deixando-a nua e abandonada em meio dos mares em uns barquinhos indefesos. Tenho julgado ser da minha obrigação o mandar construir navios de guerra para livrar o nosso comércio de tais insultos e violências.- O sistema seguido por uma das potências beligerantes de bloquear os nossos portos, e observar a nossas costas, sob pretexto de andar em busca de inimigos seus, tem sido muito opressivo e tirânico, visto haver entorpecido o nosso comércio, e ter causado prejuízos gravíssimos. Estas vexações insuportáveis procedem de um sistema novo, que não devemos consentir que subsista.- Em virtude de diferentes resoluções anteriores do Congresso havemos feito provisão dos materiais necessários para construir navios de guerra de 74 peças de artilharia. Tudo está pronto, e só falta para este efeito a decisão do Poder Legislativo.- Também faremos presente ao Congresso a questão se deverá proibir imediatamente a exportação de provisões e munições de guerra. Por todos os navios que chegam aos nossos portos se recebem notícias positivas do mau tratamento que encontram nos Ingleses a nossa gente de mar e os nossos comerciantes.

Grã-Bretanha–Londres 27 de Fevereiro de 1806

        Aqui corre voz de que a expedição comandada pelos Cavaleiros Baird e Popham Chegou ao Rio da Prata, e se fez senhora de Buenos Aires. Esta voz tem só por fundamento uma carta de Liverpool de 15 do corrente, em que se refere ter ali chegado da Barbada o Capitão Lewros, do navio ‘Venerável’, o qual conta que no dia da sua partida foi a bordo do seu navio o Tenente da nau de linha ‘Northumberland’, e lhe participou que o Almirante Cochrane tinha recebido notícia de haver o Cavaleiro Popham tomado posse do Rio da Prata.

Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Sábado de 15 de Março de 1806.

Grã-Bretanha–Londres 27 de Fevereiro de 1806

        Já voltaram a este país todas as tropas Britânicas que estiveram ultimamente no Norte da Alemanha.- Assenta-se geralmente que uma das medidas determinadas pela nova Junta do Almirantado é o bloquear estreitamente todos os portos do inimigo.

Espanha–Madrid 4 de Março de 1806

        Por Oficio de 8 de Novembro próximo passado participou o Marquês de Sobremonte, Vice-Rei das províncias do Rio da Prata, ao Generalíssimo Príncipe da Paz, que a fragata Espanhola o ‘Dromedário’, armada em corso, apresou a 20 de Setembro precedente na baía de Luango, na costa da Guiné, três fragatas inglesas armadas em corso, uma das quais, denominada ‘Zara’, de 20 peças, chegou a Montevideu na tarde de 6 de Novembro; e que com estas três embarcações eram já 8 fragatas Inglesas apresadas com um bergantim pelos nossos navios ‘Dromedário’ e ‘Dores’ num espaço de um mês, chegando o número de negros que continham a mil, além de alguns outros efeitos.

Lisboa–15 de Março de 1806

        Por Decreto de 4 de Fevereiro de 1806, foi nomeado Governador da Capitania de Rio Negro, o Capitão-de-fragata José Joaquim Vitório da Costa, actual Intendente da Marinha do Pará: e pelo mesmo Decreto foi provido no dito emprego de Intendente, o Primeiro-tenente da armada Real Alexandre de Sousa Malheiro de Menezes, sendo confirmado igualmente no posto de Capitão Tenente, que lhe tinha sido conferido a 9 de Março de 1801 por Donald Campbell, quando comandava a Esquadra da América.        


      


    


      



Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Terça-feira de 18 de Março de 1806.

Alemanha–Hamburgo 8 de Fevereiro de 1806

        Em data de 22 do mês passado escrevem de Petersburgo que o Imperador da Rússia concedeu licença a um negociante de Arcangel para fretar duas embarcações, e envia-las com produções Russianas á América Setentrional, livres de direitos de exportação, com tanto á sua volta hajam de fazer quarentena em Christiansand, onde poderão igualmente entrar livres de direitos de importação. As mesmas cartas dizem que S. M. Imperador intenta fazer uma viagem a Moscovo.- As cartas de Filadélfia do I.º de Dezembro próximo passado referem que no dia precedente (30 de Novembro de 1805), entrou naquele porto um navio Russiano, I.º desta nação que aparece na Republica Americana.

Grã-Bretanha–Londres 27 de Fevereiro de 1806

        O Almirantado publicou a 18 do corrente mês que o Capitão Macdonnell, do navio de ‘S.M. Baccante’´ tomou nos mares da Jamaica a 18 de Novembro próximo passado o corsário Espanhol, ‘Dous Azares’, de 36 homens, armado com 2 peças de calibre de 3, e bem preparada para a abordagem: tinha saído de Cuba havia 4 dias. Três homens da sua equipagem ficaram gravemente feridos na caça que lhe deu.- O Capitão Coghtan, da chalupa de ‘S.M. Renard’, tomou a 11 do mesmo mês ao Norte de São Domingos, o corsário Francês ‘Bellona’, de 4 peças e 50 homens, que tinha saído de Barracona havia 7 dias, e tomado um bergantim Americano. O dito corsário, que fora fabricado não havia mais que 4 meses, e havido pelo mais veleiro que tem saído de Cuba. Anunciam os nossos Diários que o Governo Francês não tem abandonado o seu desígnio de fazer com que se fechem aos Ingleses todos os portos desde a extremidade da Itália até o Báltico. Dizem que algumas representações se têm feito sobre este ponto à Corte de Berlim, mas de balde; e que igualmente se tem feito as maiores diligências por induzir a Dinamarca a que feche o Sund ao navios mercantes Britânicos; mas que á grande fundamento para crer que serão infrutuosas as tentativas da França a este respeito.

Lisboa - Noticia divulgada na Gazeta de Lisboa na edição de Sexta-feira de 18 de Março de 1806.





Estados Unidos da América–Washington 6 de Janeiro de 1806

        A 3 e 4 deste mês correu voz que o Congresso deliberava secretamente sobre alguma importante noticia que tinha recebido de Espanha, que alguns qualificavam de ajuste de todas as diferenças entre a Corte de Madrid e o Governo da Republica Americana. Também se disse que a sessão do Congresso às portas fechadas era relativa às infracções dos seus direitos cometidos pelos Ingleses, tomando-lhes a sua gente de mar para servir na Marinha Britânica.- Consecutivamente deu parte á Câmara o seu Orador, que ele tinha recebido de New York, uma carta de David Ramsey, em que este se queixava de ter sido preso ao pé da Barbada, e o seu passaporte rasgado por uma embarcação Inglesa denominada a ‘Amelia’; e requeria que o Congresso houvesse de dar remédio a um tal procedimento. Esta queixa foi remetida ao Secretário de Estado.- Mr. Clinton apresentou então á Câmara um Memorial dos Negociantes da cidade de New York em que se queixavam do sentido em que as Potências Beligerantes tomavam os direitos dos povos neutrais, do dano e interrupção que sofria o comércio, das pilhagens e insultos feitos à nossa bandeira sobre as nossas costas, e das piratearias cometidas contra os nossos navios nas Índias Ocidentais; e pedia que se concedesse protecção ao comércio, fazendo sair ao mar embarcações armadas, e que os nossos portos se pusessem em estado de defesa. Este Memorial ficou submetido ao exame de uma Deputação composta de toda a Câmara.- Logo depois falou Mr. Crowninshield, notando que por uma resolução da Câmara tomada durante a última sessão do Congresso, se mandou formar uma lista de marinheiros Americanos presos para o serviço Britânico: que desde então o mal tinha ido em grande aumento, de sorte que agora era de crer que 2500 a 3000 Americanos se viam obrigados a servir na marinha Britânica, sendo que se faziam precisos ao seu próprio país: que se acabava de ler uma carta em que um dos nossos cidadãos se queixava de ter sido preso para aquele serviço um filho seu: que a Grã-Bretanha não tinha direito algum para assim proceder; e que era tempo de por termo a tais insultos. Portanto propôs o citado Vogal:

        “que se houvesse de ordenar ao Secretário de Estado que apresentasse á Câmara um mapa dos marinheiros Americanos presos pelos navios de guerra ou corsários da Grã-Bretanha, com os nomes das embarcações de que foram tirados; como também uma lista de todos os passageiros tirados das mesmas embarcações, ao vir para os Estados Unidos, com uma exposição de quaisquer factos a isso relativos”.

        Esta proposta foi unanimemente adoptada.

Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Sábado de 22 de Março de 1806.

Itália–Génova 23 de Fevereiro de 1806

        O Comissario das relações comerciais do Império Francês em Tunes, Mr. Devoize, por carta dali escrita na data de 4 do mês passado, e comunicada á Câmara do Comercio pelo Chefe da Administração Marítima, participou que o Bei daquela Regência reconheceu finalmente a reunião da Republica de Génova aos Estados da França. Diferiu ele, o resolver-se a isso sob pretexto de se lhe não haver noticiado a dita reunião com a mesma somnidade com que o fora em Argel, onde se dera liberdade a todos cativos Genoveses, sendo que em Tunes ficavam em cativeiro 50 pessoas da mesma nação. O Chefe Tunesino deu pois as ordens mais terminantes aos Capitães dos seus corsários para se absterem de toda hostilidade com qualquer embarcação debaixo da bandeira Francesa, ainda quando toda a sua equipagem se componha de Genoveses; e ao mesmo tempo pôs em liberdade um marinheiro, que ficara só a bordo de uma tartana, que o resto da equipagem tinha abandonado para salvar-se na lancha, e mais 4 Genoveses que foram cativados havia pouco tempo, mandando-lhes igualmente restituir tudo o que lhes pertencia. Mr. Devoize, lhe assegurou que todo o armamento ou embarcação mercante com bandeira Tunisina seria admitida nos portos de Génova, e os súbditos daquela Regência poderiam assim nos ditos portos como os demais da França fazer o seu comércio com toda a seguridade.

França–Paris 22 de Fevereiro de 1806

        Aqui consta por Gazetas Americanas de 8 do mês passado que os Holandeses se apoderarão da pequena Ilha de Orúa, que fica 42 milhas ao Oeste de Couraçáo.

Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Terça-feira de 25 de Março de 1806.


      

Estados Unidos da América–Washington 17 de Janeiro de 1806

        O Presidente dos Estados Unidos dirigiu hoje ao Congresso, a respeito da violação dos direitos das Potências neutras, pilhagem do comércio colonial e prisão dos marinheiros Americanos, o recado seguinte:

        “No recado que dirigi a ambas as Câmaras do Congresso na abertura da presente sessão, submeti à sua consideração, entre outros objectos, a opressão do nosso comércio e navegação por efeito do irregular procedimento de embarcações armadas, assim públicas e particulares, e da introdução de novos princípios, que derrogam os direitos das potências neutrais, e que não estão reconhecidos pelo uso das Nações.- Já se acham presentes nos Memoriais de vários Corpos de Negociantes dos Estados Unidos, os quais manifestaram os ditos princípios e procedimentos, que vão produzindo os mais ruinosos efeitos contra o nosso legítimo comércio e navegação.- O direito que tem uma Potência neutral de manter com todas as partes dos domínios de uma Potência beligerante uma comunicação, permitida pelas leis do país (à excepção dos portos bloqueados, e do contrabando de guerra) se julgava estar decidido, entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, pela sentença dos seus comissários reciprocamente nomeados para decidir essa e outras questões de diferença entre as duas Nações, e pelo efectivo pagamento dos danos provados pelos ditos Estados contra a Grã-Bretanha pelas infracções daquele direito. Quando pois se advertiu que os mesmos princípios se reedificavam, com outros mais novos, por onde se aumentava o mal, deram-se instruções ao Ministro Plenipotenciário dos Estados Unidos na Corte de Londres, e fez ele em termos devidos suas representações a este respeito, como consta pelos documentos com este transmitido. Às ditas representações se seguiu tão-somente uma suspensão parcial e interina do sobredito princípio, mas sem desaprova-lo de modo algum. Por tanto teve o referido Ministro ordem de instar de novo neste objecto, para reduzi-lo mais plenamente á lei da razão, e de insistir em pontos de direito sobejamente evidentes e importantes para deles ceder. Entretanto vai o mal prosseguindo por adjudicações fundadas no princípio que se nega. Nestas circunstâncias apresenta-se um objecto que pede a consideração do Congresso.- Jamais tem havido intermissão nas representações feitas por nossa parte a respeito da prisão dos nossos marinheiros. Houve por um instante esperança de um ajuste, por que se poderia ter estado; mas em breve ficou desvanecida, e o procedimento de que se trata, ainda que praticado algumas vezes com menos vigor, em mares remotos, tem prosseguido constantemente nos de nossas vizinhanças. Os fundamentos com que se tem instado nas reclamações a este respeito constarão por um extracto das instruções dadas ao nosso Ministro em Londres, que agora se comunica. = T. Jefferson = A 17 de Janeiro de 1806.

        A parte deste recado concernente à prisão de marinheiros ficou cometida ao, exame de uma Deputação de 7 Membros da Câmara dos Representantes.





Alemanha–Amesterdão 11 de Fevereiro de 1806

        Sabe-se que o Congresso dos Estados Unidos aboliu o comércio da escravatura em toda a extensão da República Americana: esta lei começará a ter vigor no I.º de Janeiro de 1808.

França–Paris 25 de Fevereiro de 1806

        Do porto de Oriente escrevem que a 3 deste mês se lançou de aquele estaleiro ao mar, um navio de guerra de 74 peças de artilharia denominado o ‘Corajoso’.


        


Lisboa - Noticias divulgadas na Gazeta de Lisboa na edição de Sexta-feira de 28 de Março de 1806.

Estados Unidos da América–New York 25 de Janeiro de 1806

        O Bil para a protecção e indemnização dos marinheiros Americanos contem o seguinte:

        “ Por quanto, pelo Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, feito entre S. M. Britânica e os Estados Unidos em Londres a 19 de Novembro de 1794, fica ajustado no seu primeiro artigo: que haverá uma paz firme, inviolável e universal, e uma amizade sincera entre S. M. Britânica, seus herdeiros e sucessores, e os Estados Unidos da América; e entre os seus respectivos países, territórios, cidades, vilas e povo de todas as classes, sem excepção de pessoas e lugares. E por quanto em directa violação do dito tratado, S. M. Britânica tem ordenado que dos navios dos Estados Unidos, que navegam em alto mar, sejam tirados e presos diversos cidadãos dos ditos Estados Unidos, compelidos a que sirvam a bordo dos navios de guerra da Marinha Britânica, em violação da sua liberdade, e em risco de perderem a sua vida; e como, apesar das representações do Governo dos Estados Unidos, continua o injusto procedimento referido, e os marinheiros dos Estados Unidos, assim presos á força, ficam no serviço de Sua dita Majestade; sendo que os Estados Unidos estão somente obrigados a proteger todos aqueles que se acham ligados por juramento aos ditos Estados Unidos; portanto, fique estabelecido, pelo Senado e Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América juntos em Congresso, que a contar do dia … toda a pessoa ou pessoas, que prenderem algum marinheiro a bordo da embarcação com bandeira dos Estados Unidos, em alto mar, ou em qualquer rio, enseada ou baía, sob pretexto de ter para isso, comissão de qualquer Potência estrangeira, serão havidos por piratas e culpados de crime capital, e, provado o caso, punidos á morte.- Outrossim fique estabelecido que será licito a qualquer marinheiro Americano, que navegar debaixo da bandeira dos Estados Unidos, ou a qualquer pessoa ou pessoas que virem que se tenta prendê-lo e leva-lo á força de bordo de qualquer embarcação dos Estados Unidos, em alto mar, ou em qualquer rio, enseada ou baía, o repelir uma tal força, atirando com arma de fogo, ou de outro modo matando e destruindo a pessoa ou pessoas que assim tentarem prende-lo; e como instigação a fazer resistência, terá direito a receber um prémio de 200 patacas, que lhe será pago ou a quem o representar legalmente, pelo tesouro com dinheiro que não tenha outro destino.- Igualmente fique estabelecido, que, informado que seja o Presidente dos Estados Unidos de modo que e aprove à sua satisfação que qualquer cidadão dos ditos Estados, que tiver preso, ou constrangido por violência ou ameaças a passar para bordo de alguma embarcação estrangeira, sofreu pena de morte ou qualquer outra punição corporal, por autoridade de tal Potência estrangeira, será licito ao dito Presidente fazer com que da maneira mais rigorosa e exacta seja da mesma sorte punido qualquer vassalo desse Governo, e pelo presente fica autorizado para prende-lo para esse fim.- E fique demais disso estabelecido que todo o marinheiro Americano que tenha sido preso e compelido a servir a bordo de qualquer embarcação estrangeira, terá direito a receber pela injusta detenção e contratempos que sofrer a bordo do navio em que foi ou for compelido a servir, desde o dia da sua prisão, uma indemnização de 60 patacas por mês, em quanto serviu ou servir a bordo de tal navio: e que o dito marinheiro, ou seus herdeiros, testamenteiros, administradores ou procuradores terão direito a receber a mesma indemnização no tribunal do distrito do Estado em que fique o porte donde saiu ao mar a embarcação em que ele for tomado, e isso por embargo de qualquer soma que dever algum cidadão dos Estados Unidos a qualquer vassalo desse Governo, por cuja ordem foi preso; e que toda a soma de dinheiro, assim embargada em mão de qualquer devedor, servirá para pagar tanto da dita divida, quanto se requerer em pagamento ou desconto na soma assim embargada, deduzidas todas as custas do dito embargo. E que aquela parte do Tratado de Londres de 19 de Novembro de 1794, que assegura a inviolabilidade das dividas mencionadas, e que terá de ser infringida pelos embargos por este autorizados, não será havida por legalmente obrigatória (em quanto é necessário para a execução deste acto somente) da parte do Governo ou Cidadãos dos Estados Unidos”.

Grã-Bretanha–Londres 27 de Fevereiro de 1806

        Anunciam os nossos diários que o Almirante Jervis, Lord de São Vicente, vai exercer um comando que se estenderá a todos os mares da Europa.


        




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