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quinta-feira, novembro 26, 2015

Condes de Portugal-Henrique e Teresa.

Don Henrique de Borgonha, Conde de Portucale.


D. Henrique de Borgonha conhecido em Portugal por Conde D. Henrique (1066 - Astorga, 12 de maio de 1112) foi Conde de Portucale desde 1093 até à sua morte. Pertencia à família Ducal da Borgonha, sendo filho de D. Henrique, herdeiro do Duque Roberto I com a Duquesa Sibila da Borgonha, e irmão dos também Duques D. Odo I e D. Hugo I. Sendo um filho mais novo, D. Henrique tinha poucas possibilidades de alcançar fortuna e títulos por herança, tendo por isso aderido à Reconquista da Península Ibérica. Ajudou o Rei Afonso VI de Leão a conquistar o Reino da Galiza, recebendo como recompensa pelos seus serviços casamento com a filha ilegítima do monarca, Infanta D. Teresa de Leão. Alguns anos mais tarde, em 1096, D. Henrique recebeu do Rei Afonso VI o Condado Portucalense, que passava prestar-lhe vassalagem directa.


O Rei de Leão pretenderia assim limitar o poder do Conde Raimundo de Borgonha, casado com a Infanta D. Urraca de Leão. O Conde D. Henrique morreu a 24 de Abril de 1112, tendo sido sepultado na Sé de Braga. Seu filho D. Afonso Henriques com 3 anos, sucedeu ao pai e tornou-se o Segundo Conde de Portucale em 1112. No entanto, o jovem Conde D. Afonso Henriques rebelou-se contra a sua mãe em 1128, que pretendia manter-se no Governo do Condado. Por isso, em 1139 D. Afonso reafirmou-se independente de Leão e proclamou-se Rei de Portugal, recebendo o reconhecimento oficial do Rei de Leão em 1143 e do Papado em 1179. Nascido no ano de 1066, na Cidade Fortificada de Dijon, o D. Henrique de Borgonha era o filho mais novo do Duque D. Henrique de Borgonha, filho do Duque Roberto I por sua vez filho do Rei Roberto II de França. Dois dos seus irmãos mais velhos, o Duque Hugo I e o Duque Odo I, Herdaram o Ducado. Apesar de sua mãe, chamada, Duquesa Sibila, aparecer em genealogias tradicionais como filha dos Condes de Barcelona, Berengário Raimundo I e sua esposa a Condessa Gisela de Lluçà, esta filiação não aparece em Documentos Medievais e a Duquesa Sibila provavelmente foi a filha de D. Reinaldo I e, portanto, irmã do pai do Conde D. Raimundo de Borgonha, que de acordo com essas filiações, seria um primo em primeiro grau de D. Henrique de Borgonha. Uma das tias do lado paterno era a Rainha Constança, esposa do Rei Afonso VI de Leão, e um tio-avô era Hugo, Abade de Cluny, irmão de sua avó D. Hélia de Semur, e uma das personalidades mais poderosas e reverenciados do seu tempo. Sua família ostentava um grande poder e dominava várias Cidades no Reino da França, como as Cidades de Chalon, Auxerre, Autun, Nevers, Dijon, Mâcon e Semur. Ele era também um primo distante do Papa Calisto II.


Após a derrota das Tropas Cristãs na «Batalha de Zalaca», travada a 23 de outubro de 1086, o Rei Afonso VI pediu auxílio aos Cristãos do outro lado dos Pirenéus nos primeiros meses do ano seguinte, chamada a que responderam muitos Nobres e Cavaleiros franceses, entre eles, o Conde Raimundo de Borgonha, os seus primos-irmãos, o Duque Odo e o Duque Henrique de Borgonha, assim como D. Raimundo de Saint-Gilles. Apesar das alegações de que D. Henrique chegara na primeira expedição em 1087, a sua presença na península só é atestada a partir de 1096, quando aparece confirmando os Forais de Guimarães e de Constantim de Panóias. Em 1 de outubro de 1096 e em 19 janeiro de 1097, o Conde D. Henrique é mencionado em documentos como Conde de Tordesilhas. Três destes Nobres Franceses contraíram matrimónio com filhas do Rei Afonso VI. O D. Raimundo de Borgonha com a Infanta D. Urraca Afonso, que sucedeu a seu pai no Trono Leonês. D. Raimundo de Saint-Gilles com Infanta Elvira Afonso. E o D. Henrique de Borgonha com Teresa Afonso de Leão, filha nascida da relação extraconjugal de D. Afonso VI com a Donna Ximena Moniz. Entre o primeiro trimestre de 1096 e o final de 1097, o Conde D. Raimundo, ao ver a sua influência reduzida na Corte, acordou com o seu primo D. Henrique de Borgonha, que ainda não tinha sido nomeado Governador de Portugal, a partilha do poder, o Tesouro Real e o apoio mútuo. Através desta aliança, que teve a aprovação do Abade Hugo de Cluny, parente de ambos, D. Raimundo "prometia sob juramento a seu primo Henrique entregar o Reino de Toledo e um terço do Tesouro Real quando Afonso VI morresse". Se ele não pudesse entregar o Reino de Toledo, ele daria a Galiza. Don Henrique, por sua vez, comprometeu-se a ajudar Don Raimundo a obter "todos os domínios do Rei Afonso e dois terços do Tesouro". O Rei Afonso VI parece ter tido conhecimento do acordo e para contrariar a iniciativa dos seus dois genros, nomeou Don Henrique Governador da região que se estende desde o Rio Minho até ao Rio Tejo, que até então era Governada pelo Conde Raimundo. Este viu o seu poder reduzido apenas ao Governo da Galiza. Por questões políticas e estratégicas, após enviuvar a Rainha Urraca de Leão, meia-irmã de Donna Teresa de Leão, casou-se com o Rei Afonso I de Aragão. D. Henrique de Borgonha, tirando partido dos conflitos familiares e políticos surgidos em torno da sua cunhada D. Urraca, declarou a Independência do Condado Portucalense. Morreu em Astorga a 22 de maio de 1112. O seu corpo foi transferido, como havia ordenado, para a Cidade de Braga, onde foi sepultado na Capela-Mor da Catedral que tinha fundado.


Após a sua morte, Donna Teresa Governou o Condado durante a menoridade do futuro Afonso I de Portugal, que tinha apenas três anos de idade à data da morte do pai. O Conde Don Henrique foi o líder de um grupo de Cavaleiros, Monges e Clérigos de Origem Francesa que exerceram uma grande Influência na Península Ibérica e impulsionaram muitas reformas e a implementação de Instituições Transpirenaicas, como o costumes Cluniacenses e o Rito Romano. Essas pessoas ocuparam postos eclesiásticos e políticos relevantes, o que provocou uma forte oposição durante os últimos anos do Reinado do Imperador da Hispânia Don Afonso VI. Descendência de Don Henrique de Borgonha, Conde de Portucale. Casou-se com a Infanta Teresa de Leão antes de 18 de dezembro de 1095. Deste matrimónio nasceram.

Donna Urraca Henriques (nasceu ca. 1095-depois de 1169). Casou-se com o Conde Galego Bermudo Peres de Trava, filho do Conde Pedro Froilaz, com descendência.

Donna Sancha Henriques (c. 1097-1163). Casou-se com Don Sancho Nunes de Celanova, de quem teve sucessão, e depois de enviuvar, Casou com Don Fernão Mendes de Bragança II 
Senhor de Bragança, sem descendentes deste casamento.

Donna Teresa Henriques (nasceu ca. 1098).

Don Henrique (ca.1106-1110).

Don Afonso Henriques (1109-1185). Primeiro Rei de Portugal, casado com Donna Mafalda de Saboia.

Don Pedro Henriques (m. 1165). Monge no Mosteiro de Alcobaça onde foi sepultado.

Infanta D. Teresa de Leão


Teresa de Leão, Condessa de Portugal, em galaico-português, Tarásia ou Tareja de Portugal, mais conhecida em Portugal apenas por Donna Teresa, ca. 1080. Póvoa de Lanhoso ou Mosteiro de Monte Derramo, 11 de novembro de 1130, foi Condessa de Portugal de 1112 a 1128. Era Infanta do Reino de Leão e Condessa do Condado Portucalense, Governando como Rainha. Esposa de Don Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e mãe de Don Afonso Henriques, fundador do Reino de Portugal e primeiro Rei de Portugal. A Infanta Donna Teresa era filha ilegítima do Rei Afonso VI de Leão e Castela e de Donna Ximena Moniz, uma Nobre Castelhana filha da Condessa Velasquita Moniz e de Munio Moniz de Bierzo, Conde de Bierzo. Viveu toda a infância na companhia da sua mãe e do seu avô materno, que a educaram, e da sua irmã Donna Elvira. Em 1093 a Infanta D. Teresa foi dada pelo seu pai em casamento a Don Henrique de Borgonha, um nobre francês que o tinha ajudado em muitas conquistas aos mouros. D. Teresa tinha à data treze anos e Henrique 24 anos. O Rei Afonso VI doou-lhes então o Condado de Portugal, território entre o Minho e o Vouga que, a partir de 1096, se estenderia entre o Minho e o Tejo. D. Henrique teve vários filhos, mas poucos sobreviveram. O único varão que chegou a adulto foi D. Afonso Henriques, além das suas filhas Urraca, Sancha e Teresa Henriques. Depois da morte de Don Henrique em 1112, Donna Teresa Governou o Condado como Rainha, por direito próprio, sendo reconhecida como tal pelo Papa, pela sua irmã, a Rainha D. Urraca de Leão e, posteriormente, por seu sobrinho o Rei D. Afonso VII de Leão. A partir de 1117 assina como "Ego regina Taresia de Portugal regis Ildefonssis filia". Atacadas pelas forças de sua meia-irmã, a Rainha D. Urraca, as forças de D. Teresa recuaram desde a margem esquerda do Rio Minho, derrotadas e dispersas, até que D. Teresa se encerrou no Castelo de Lanhoso. Aí sofreu o cerco imposto por D. Urraca em 1121. Em posição de inferioridade, D. Teresa conseguiu ainda negociar o «Tratado de Lanhoso», pelo qual salvou o seu Governo do Condado Portucalense.


Em aliança com D. Teresa na revolta galaico-portuguesa contra a Rainha D. Urraca esteve o Conde Fernão Peres de Trava, da mais poderosa Casa do Reino da Galiza. Os triunfos nas «Batalhas de Vilasobroso e Lanhoso» selaram a aliança entre os Condes de Trava e a Rainha Teresa de Portugal. O Conde Fernão Peres de Trava passou assim a Governar o Porto e Coimbra e a firmar com Teresa importantes disposições e documentos no Condado de Portugal. Com a morte da Rainha D. Urraca, o Conde Fernão Peres de Trava tornou-se um grande aliado do Rei Afonso VII de Leão e Castela no Reino da Galiza. A aliança e ligação de D. Teresa com o Conde Galego Fernão Peres de Trava, de quem teve duas filhas, indispuseram contra ela os Nobres Portucalenses e o seu próprio filho D. Afonso Henriques. A Rainha D. Teresa exercera a regência do Condado Portucalense durante a menoridade de D. Afonso Henriques. Mas em 1122, sob a orientação de D. Paio Mendes Arcebispo de Braga, Don Afonso pretendeu assegurar o seu domínio no Condado e Armou-se Cavaleiro em Zamora. Em breve os interesses estratégicos de mãe e filho entraram em conflito. Em 1128, juntando os Cavaleiros Portugueses à sua causa contra o Conde Fernão Peres de Trava e a Rainha Teresa de Leão, Don Afonso Henriques derrotou ambos na «Batalha de São Mamede», quando pretendiam tomar a soberania do espaço galaico-português, e assumiu o Governo do Condado. Obrigada desse modo a deixar a Governação, alguns autores defendem que foi detida pelo próprio filho no Castelo de Lanhoso ou se exilou num Convento na Póvoa de Lanhoso, onde veio a falecer em 1130. Modernamente, depreende-se que após a Batalha e já em fuga, ela e o Conde Fernão Peres foram aprisionados e expulsos de Portugal. A Rainha D. Teresa teria falecido na Galiza, possivelmente no Mosteiro de Monte Derramo que refundara em 1124, de acordo com um Documento assinado em Alhariz. Os seus restos mortais foram trazidos mais tarde, por ordem expressa do seu filho já Rei Afonso I de Portugal, para a Sé de Braga, onde ainda hoje repousam junto ao túmulo de seu marido, o Conde D. Henrique. Do seu casamento com D. Henrique de Borgonha, Conde de Portugal, nasceram seis filhos. De sua relação com Fernão Peres de Trava nasceram duas filhas.

D. Sancha Fernandes de Trava, que casou três vezes, tendo filhos apenas de seu primeiro marido, o Conde Alvaro Rodrigues de Sarria.


D. Teresa Fernandes de Trava (morta em 1180 e sepultada no Mosteiro de San Isidoro de Leão) casou-se em primeiras núpcias com o Conde Nuno Peres de Lara, com quem teve descendência, e em segundas núpcias, em Setembro de 1178, com o Rei Fernando II de Leão.


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