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sexta-feira, maio 23, 2014

Fortes e Fortalezas de Costa - Atlântico - Açores IX



FORTES E FORTALEZAS DE COSTA DO REINO DE PORTUGAL E ALGARVE


FORTES E FORTALEZAS DE COSTA-AÇORES
(GRUPO CENTRAL)



FORTES E FORTALEZAS DE COSTA
Grupo Central-Ilha do Faial

1º FORTE DA FETEIRA

        O '1º Forte da Feteira' localizava-se na freguesia da Feteira, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. A estrutura não chegou até aos nossos dias. Poderá ter sido sucedida pelo 'Reduto da Feteira'.

1º FORTE DE CASTELO BRANCO


        O '1º Forte de Castelo Branco' localizava-se na freguesia de Castelo Branco, no concelho da Horta, na costa sul da ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Encontra-se referido como 'Reduto de Castelo Branco' no "Dicionário Corográfico dos Açores": "Um grande morro assente sobre uma pequena península, ligada a terra por um istmo muito estreito. Sobre este morro se construiu um reduto e por ser de pedra branca, deu o nome à povoação." Esta elevação ergue-se a 148 metros acima do nível do mar. A estrutura não chegou até aos nossos dias. Terá sido sucedida pelo 'Reduto de Castelo Branco'.

2º FORTE DA FETEIRA

        O '2º Forte da Feteira' localizava-se na freguesia da Feteira, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. A estrutura não chegou até aos nossos dias. Poderá ter sido sucedida pelo 'Reduto da Feteira'.

2º FORTE DE CASTELO BRANCO



        O '2º Forte de Castelo Branco' localizava-se na freguesia de Castelo Branco, no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. A estrutura não chegou até aos nossos dias. Terá sido sucedida pelo 'Reduto de Castelo Branco'.

BATERIA DO CAPELO

        A 'Bateria do Capelo' localizava-se na freguesia do Capelo, no concelho da Horta, na costa oeste da ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

FORTE DA BOA VIAGEM
(Horta)

        O 'Forte da Boa Viagem' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte da Boa Viagem.". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA CARRASCA

        O 'Forte de Santa Bárbara', também referido como 'Forte da Carrasca', localizava-se no lugar da Carrasca, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. 

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santa Barbara na Carrasca.". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA PONTA FURADA

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte novo na ponta furada." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Dele existe alçado e planta identificada como "Forte da Ponta da Furada" de autoria do sargento-mor engenheiro José Rodrigo de Almeida em 1805. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA VERA CRUZ DO CORPO DA GUARDA

        O 'Forte da Vera Cruz do Corpo da Guarda' localizava-se na freguesia das Angústias, cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte da Vera Cruz do Corpo da Guarda.". Dele existe planta identificada como "Forte do Corpo da Guarda de Porto Pim" de autoria do sargento-mor engenheiro José Rodrigo de Almeida em 1805. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE JEJUS MARIA NO FORNO DA CAL

        O 'Forte de Jesus Maria' localizava-se no lugar do Forno da Cal, no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Jesus Maria no Forno da Cal.". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA AJUDA

        O 'Forte de Nossa Senhora da Ajuda' localizava-se no lugar do Baixo, no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora da Ajuda no baixo.". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA CONÇEIÇÃO
(Horta)

        O 'Forte de Nossa Senhora da Conceição', também referido como 'Forte da Conceição' e 'Forte da Lagoa', localizava-se na freguesia da Conceição, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Dinastia Filipina, o desembargador Manuel Correia Borba, quando esteve em correição na Horta em Julho de 1621, considerou que esta baía estava muito aberta e sem nenhuma defesa fixa, pelo que, com o parecer dos oficiais da Câmara Municipal, "mandou se fizesse um baluarte de terra e canas" (faxina) no montículo de João Silveira, assim para daí se defender com algumas peças de artilharia. Esse foi o embrião do chamado forte da Alagoa. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora da Conceição da Alagoa." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Sousa, em 1822, ao descrever o porto da Horta refere: "(...) entre as pontas da Espalmada a nordeste, onde há um pequeno forte (...).". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA ESPERANÇA

        O 'Forte de Nossa Senhora da Esperança' localizava-se no lugar do Comprido, no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora da Esperança no Comprido." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA GUIA
(Horta)


        O 'Forte de Nossa Senhora da Guia', oficialmente denominado como 'Prédio Militar nº 004/Horta', também referido como 'Forte da Guia', 'Forte da Greta' ou 'Castelo da Greta', localiza-se na ponta da Greta, freguesia das Angústias, na cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Erguido na escarpa do Monte da Guia, em posição dominante sobre a baía da Horta, integrava o sistema defensivo da ilha contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.



      Ainda não consta do "Projecto da fortificação da Horta" enviado pelo capitão espanhol Francisco de La Rua ao conde de Portalegre, por pedido de Alonso de Ávila em 1597, actualmente no Arquivo Geral de Simancas. No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa (1640-1668), a sua construção foi iniciada em 1666. Era complementada com muralhas no Monte da Guia, cujos remanescentes ainda podem ser vistos em nossos dias. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de N. Senhora da Guia na ponta da Greta." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Dele existe alçado e planta de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida, com data de 1804. 


      Apresenta planta no formato de um polígono rectangular irregular, em alvenaria de pedra, onde se abrem doze canhoneiras em linha, voltadas para o mar. Na extremidade leste erguia-se uma edificação com dois compartimentos.

FORTE DE N. S. DA NAZARÉ
(Horta)

        O 'Forte de Nossa Senhora da Nazaré' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Dele existe alçado e planta identificada como "Forte de N.ª Snr.ª da Nazaré" de autoria do sargento-mor engenheiro José Rodrigo de Almeida em 1805. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DO ROSÁRIO
(Horta)

        O 'Forte de Nossa Senhora do Rosário' localizava-se no lugar da Ribeira, na freguesia da Praia do Almoxarife, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora do Rosário da Ribeira." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DOS REMÉDIOS
(Horta)


        O 'Forte de Nossa Senhora dos Remédios', também referido como '2º Forte de Nossa Senhora dos Remédios da Praia do Almoxarife', localizava-se na freguesia da Praia do Almoxarife, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora dos Remédios, do pé da Rocha." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE PORTO PIM


        O chamado 'Forte do Porto Pim', também conhecido como 'Bombardeira do Porto Pim', localiza-se ao longo da travessa de Porto Pim e da rua da Areinha Velha, na freguesia das Angústias, na cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Integra o complexo de fortificações da Baía de Porto Pim.

      Acredita-se tratar-se de uma construção relativamente recente, erguida sobre uma estrutura defensiva mais antiga, como por exemplo o chamado 'Reduto da Patrulha' ou o 'Reduto da Eira', na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714). [carece de fontes]. A sua mais antiga função conhecida, ao final do século XIX, foi a depósito de carvão de pedra, madeiras e de aprestes de navios.


      Constitui-se em uma bateria elevada sobre o extradorso de uma abóbada de dois compartimentos. É acedida por uma escada de três lanços. Em seu terrapleno abrem-se três canhoneiras onde a artilharia não tem condições de trabalhar, de vez que estão posicionadas sobre o último lance e o patim superior da escada. De mesmo modo, questiona-se a sua funcionalidade, de vez que, para a artilharia chegar à plataforma, seria necessário erguê-la à cabrilha, dada a exiguidade da escada, que não permite o seu trânsito.

FORTE DE SANTA CATARINA
(Horta)

        O 'Forte de Santa Catarina' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santa Catarina." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE SANTA CRUZ DA HORTA


         O 'Forte de Santa Cruz da Horta', também referido como 'Castelo de Santa Cruz' e 'Castelo de Santo António', localiza-se na freguesia da Matriz, cidade e concelho de Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Erguido junto ao antigo cais de desembarque, no actual centro histórico da cidade, constituía-se na principal fortificação da ilha, cruzando fogos com o 'Forte do Bom Jesus' - à sua esquerda, sobre a praia, próximo à ribeira da Conceição -, e com o 'Forte de Nossa Senhora da Guia' (Forte da Greta), na encosta do monte de Nossa Senhora da Guia, actualmente em ruínas, que defendia o acesso à baía pelo lado sul.



      O estudo para a defesa das ilhas do arquipélago dos Açores, contra os assaltos de piratas e corsários, atraídos pelas riquezas das embarcações que aí aportavam, oriundas da África, da Índia e do Brasil, iniciou-se em meados do século XVI. Bartolomeu Ferraz, em uma recomendação para a fortificação dos Açores apresentada a João III de Portugal em 1543, chama a atenção para a importância estratégica do arquipélago: "E porque as ilhas Terceiras importam muito assi polo que per se valem, como por serem o valhacouto e socorro mui principal das naus da India e os franceses serem tão desarrazoados que justo rei injusto tomam tudo o que podem, principalmente aquilo com que lhes parece que enfraquecem seus imigos, (...)." Ainda sob o reinado de Dom João III (1521-1557) e, posteriormente, sob o de Dom Sebastião  de Portugal (1568-1578), foram expedidos novos Regimentos, reformulando o sistema defensivo da região, tendo se destacado a visita do arquitecto militar italiano Tommaso Benedetto ao arquipélago, em 1567, para orientar a sua fortificação. Como Ferraz anteriormente, este profissional compreendeu que, vindo o inimigo forçosamente pelo mar, a defesa deveria concentrar-se nos portos e ancoradouros, guarnecidos pelas populações locais sob a responsabilidade dos respectivos concelhos.



      Denominado primitivamente como 'Forte de Santo António', remonta às providências tomadas durante a regência do Cardeal Dom Henrique para a defesa do arquipélago. Tendo Benedetto visitado a ilha em 1567, esboçou o projecto de construção deste forte, assim como o da criação de uma 'Companhia de Artilheiros' para o guarnecer. Acredita-se que os trabalhos tenham sido iniciados, mas com alguma dificuldade, uma vez que Dom Sebastião de Portugal, por Provisão Régia datada de 4 de Junho de 1572, determinou fazer as obras de fortificação das ilhas do Faial e de São Jorge, estabelecendo as imposições para elas. No mesmo ano, determinou ao então director das Obras Públicas, Luís Gonçalves, que visitasse essas ilhas para tomar as diligências necessárias à continuação das obras de fortificação nas mesmas, que se encontravam interrompidas. Do mesmo modo, foi organizado o Corpo de Ordenanças.



      Assim como se registou na Terceira, de acordo com informação do historiador António Macedo, a previsão de um ataque espanhol à Terceira e ilhas a ela subordinadas após a 'batalha da Salga' (1581), conduziu ao reforço do efectivo militar e da fortificação da costa do Faial, reparando-se as defesas existentes e erguendo-se novas fortificações. Com a sujeição da Terceira em 1583, o 'Forte de Santa Cruz' obstou o desembarque na Horta da armada espanhola sob o comando de Dom Pedro de Toledo, levando-o a desembarcar no sítio do Pasteleiro. Após escaramuças, o Capitão-mor do Faial, António Guedes de Sousa, foi executado às portas do forte. Em 1587 o fogo das suas baterias impediu corsários ingleses de apresar um navio vindo de Cabo Verde fundeado sob a sua protecção. Tendo a guarnição espanhola aí deixada após a conquista sido recolhida à Terceira, a pedido dos habitantes da Horta que se queixavam de que a não podiam sustentar nem alojar, que haviam-se oferecido para a defesa da ilha, em 6 de Setembro de 1589 uma armada inglesa, sob o comando de George Clifford de Cumberland, chegou à ilha, onde apresou uma nau da Índia e outras sete embarcações no porto e atacou a vila, que foi saqueada após a fuga da população para o interior da ilha. Quando conquistaram o forte este era defendido por apenas sete soldados, o vigário e os capitães Gaspar Dutra, Tomás Porrás, Domingos Fernandes e João Francisco. Os corsários levaram todas as peças de artilharia que encontram na ilha - excepto duas que não viram em Porto Pim, e incendiaram as edificações de serviço no 'Forte de Santa Cruz'. Reparado, mas insuficientemente artilhado, pouco pode fazer além de afastar o desembarque para longe do seu fogo quando anos mais tarde, em Agosto de 1597, Sir Walter Raleigh, da armada sob o comando de Robert Devereux, 2º conde de Essex, saqueou e incendiou a Horta. Nesse período encontra-se figurado no "Projecto da fortificação da Horta" enviado pelo capitão espanhol Francisco de La Rua ao conde de Portalegre, por pedido de Alonso de Ávila em 1597, actualmente no 'Arquivo Geral de Simancas'.

      A partir de 1650 e até finais da segunda década do século XX, o forte serviu como quartel da tropa de linha da guarnição da Horta. Em 1675 o capitão-mor da Horta e governador na ilha do Pico, Jorge Goulart Pimentel, fizeram prolongar a muralha da cidade, ligando-a ao Castelo de Santa Cruz. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Castelo de Santo António no lugar da Cruz, sobre o porto." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Uma inscrição epigráfica no seu Portão de Armas informa: "Este corpo de guarda e mais obra se fês em 9bro de 1709 - á ordem de Ant.o do Couto Castel-B.co - Cavall.o prof.o na ordem de XP.to - e Com.dor do Secho amarélo - Na ordem de S. Bento de Avis - Alcade mór de S. Tiago de Casem. - Na ordem de S. Iago da Espada. - S.or de 4 morgados, sendo um o de seu apelido de que é Xéfe - M.tre de campo que foi d'infant.ia - e Gov.or das cidades de Placencia & Salamanca em Castella a velha - & Campilho d’Altigoi da Mancha em Castella a nova. - A Praça de Bocayrente em o Reyno de Valença, - Brigadier nos exercitos de Portugal, a cujo cargo esta a inspectaçam d'estas ilhas dos Assores por Sua Magestade que Ds. G.de." Encontra-se identificada na "Planta das fortificações e baías na ilha do Faial", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida, e detalhada na "Planta e alçados do 'Castelo de Santa Cruz' sobre o porto na Ilha do Faial" (1805).



      Trata-se de uma fortificação abaluartada, de planta pentagonal, com uma área de 36,5 decâmetros quadrados. Tem baluartes nos extremos da face virada para terra, guaritas nos ângulos das faces laterais com as duas faces voltadas para o mar e um redente flanqueado, que acentua o ligeiro ângulo que fazem estas últimas, erguido em alvenaria grossa semi-facetada, aproveitando uma restinga que lhe serviu como alicerce. Na sua construção foram empregues cantarias de basalto na parte inferior das muralhas e o tufo vulcânico na parte superior, abrangendo ameias e guaritas. O 'Portão de Armas', rasgado ao centro do lado voltado para terra, é marcado por um portal brasonado em arco de volta perfeita. Existe uma poterna, de construção mais recente, na parte voltada para a baía: uma porta estreita abre para um corredor com abóbada de canhão que atravessa a muralha e, por meio de uma escada de caracol, desemboca na esplanada do forte. Contava com vinte e uma peças de artilharia na bateria baixa ou rasante. As muralhas eram providas de banquetas para a fuzilaria. Possuía, no plano inferior e no corpo abaluartado voltado para terra, as dependências de serviço: 'Casa do Comando', 'Quartel da Tropa', 'Paiol', 'Armazéns', 'Calabouço', 'Cozinha' e 'Capela'. Ver artigo principal: 'Ermida de Santo António (Horta)

      No contexto da Guerra anglo-americana de 1812, em que Portugal manteve neutralidade, nas águas do porto da Horta, diante da forte, desenrolou-se uma batalha naval: a 'batalha do porto da Horta'. Em Setembro de 1814 o brigue corsário estadunidense "General Armstrong" fundeou na Horta para reabastecimento de água e víveres o que, de acordo com o Direito internacional, lhe asseguraria imunidade enquanto estivesse em porto neutro. Entretanto, uma esquadra britânica aproximou-se, e em desrespeito às convenções internacionais, abriu fogo sobre o corsário. A batalha estendeu-se por um dia e uma noite, causando dezenas de mortos aos britânicos e culminando com o afundamento do brigue estadunidense. No combate destacou-se, pelo lado estadunidense, uma peça de artilharia francesa, apresada pelos ingleses durante as Guerras Napoleónicas, vendida aos Estados Unidos. Posteriormente resgatada pelas autoridades portuguesas à embarcação naufragada, o “Long Tom” esteve instalada no forte de 'Santa Cruz' por várias décadas, vindo a ser oferecido aos Estados Unidos no final do século XIX.

FORTE DE SANTA LUZIA
(Horta)

         O 'Forte de Santa Luzia' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santa Luzia no pé da Rocha." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE SÃO PEDRO
(Horta)

        O 'Forte de São Pedro' localizava-se no lugar da Ribeira, na freguesia da Praia do Almoxarife, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de S. Pedro na boca da Ribeira." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE S. SEBASTIÃO DA HORTA


       O 'Forte de São Sebastião', referido até ao século XIX como 'Forte da Cruz dos Mortos', localiza-se na freguesia das Angústias, cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Integrante do complexo de 'fortificações da Baía de Porto Pim', ergue-se em posição dominante sobre um esporão rochoso, banhado em três faces pelas águas da baía de Porto Pim, cujo ancoradouro defendia com fogos de oeste e sudoeste; a face voltada a leste cruzava fogos com o 'Forte de Porto Pim'. 

      A sua construção deverá remontar ao início do século XVII, no contexto da Dinastia Filipina. Acredita-se que seja a estrutura referida como "O Forte de Nossa Senhora das Angustias." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714). Encontra-se identificada na "Planta das fortificações e baías na ilha do Faial", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1804). A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que "Está algum tanto arruinado; já se procede-o ao orçamento respectivo para a sua reparação" e observa, com relação às estruturas da ilha: "Devem ser conservados, por que defendem o porto da cidade da Horta, dando-lhe a conveniente importância, mas seria útil fazer-lhes as reparações de que carecem, e artilha-los convenientemente; pois quase toda a artilharia e reparos se acham incapazes de serviço." As suas dependências abrigaram o destacamento de militares reformados da ilha, removido na segunda metade do século XIX das dependências do 'Forte do Bom Jesus' (sobre o areal próximo à foz da ribeira da Conceição, de que já não restam vestígios), as quais foram cedidas para prisão da cidade da Horta, função esta também desempenhada pelo 'Forte de São Sebastião'.


      O forte apresenta planta com o formato de uma luneta irregular, ocupando uma área de treze ares. Possuía função defensiva unicamente marítima, uma vez que podia ser facilmente batido de terra a partir do 'Monte da Guia', do outro lado da baía, e pelas elevações vizinhas, que lhe eram padrastos. Em seus muros abrem-se onze canhoneiras. A muralha da face voltada a norte ergue-se a cinco metros de altura; a muralha a leste a 4,2 metros na preamar, mesma altura das duas canhoneiras contíguas voltadas a sudoeste, apropriada ao tiro rasante. As demais canhoneiras, voltadas a sudoeste e a oeste, erguem-se a 5,6 metros, acedidas por rampas. Em seu terrapleno ergue-se uma edificação de planta rectangular, de um pavimento, com cobertura de três águas em telha de meia-cana, onde se primitivamente existiam as dependências de serviço: 'Casa de Comando' e 'Quartel de Tropa', 'Paiol de Pólvora', 'Casa da Palamenta', 'cozinha' e 'latrinas'. No lado voltado para a rua do Pasteleiro abre-se o 'Portão de Armas', rematado em arco abatido. O seu sistema defensivo era complementado por uma linha contínua de trincheiras sobre a rocha, que se estendiam para leste e oeste, esta terminando numa bateria ou vigia há muito desaparecida.

FORTE DO BOM JESUS
(Horta)


        O 'Forte do Bom Jesus', também referido como 'Castelo do Bom Jesus', 'Castelo Novo' e 'Forte Novo', localizava-se na freguesia da Matriz, cidade e concelho de Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Dinastia Filipina, o desembargador Manuel Correia Borba, quando esteve em correição na Horta em Julho de 1621, considerou que esta baía estava muito aberta e sem nenhuma defesa fixa, pelo que, com o parecer dos oficiais da Câmara Municipal, "mandou se fizesse um baluarte de terra e canas" (faxina) no montículo de João Silveira, assim para daí se defender com algumas peças de artilharia. Esse foi o embrião do chamado 'Forte da Alagoa'. Acredita-se que o 'Forte do Bom Jesus' tenha sido principiado na mesma época. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim do Bom Jesus." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO ESPIRITO SANTO
(Horta)

        O 'Forte do Espírito Santo' localizava-se no lugar da Laginha, na freguesia da Feteira, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Espirito Santo da Laginha." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO SENHOR SANTO CRISTO
(Horta)

        O 'Forte do Senhor Santo Cristo da Praia do Almoxarife', também referido como '1º Forte do Senhor Santo Cristo da Praia do Almoxarife', localizava-se na freguesia da Praia do Almoxarife, concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO PÉ DA CRUZ

        O 'Forte do Pé da Cruz' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do pé da Cruz entre os montes." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTIFICAÇÕES DA BAIA DO PORTO PIM



        As 'Fortificações da Baía de Porto Pim' localizam-se na freguesia das Angústias, cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se num complexo de fortificações destinado à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Até à construção do porto comercial, em fins do século XIX, este foi o principal porto da Horta.

      Constam do "Projecto da fortificação da Horta" enviado pelo capitão espanhol Francisco de La Rua ao conde de Portalegre, por pedido de Alonso de Ávila em 1597, actualmente no 'Arquivo Geral de Simancas'. Erguido a partir do século XVII, deste conjunto defensivo, ligado por um muro de suporte ao longo da baía de Porto Pim, conservam-se:

Guarita (no extremo oeste)
Forte ou Castelo de São Sebastião
Portão do Mar ou Reduto da Patrulha
Bombardeira



        No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontram-se referidas na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Encontram-se identificadas na "Planta das fortificações e baías na ilha do Faial", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1804). Todo o percurso entre a 'Guarita' e o 'Reduto da Patrulha' encontra-se ligado por um muro que acompanha a estrada, com guarda em alvenaria de pedra e bancos embutidos. 

PORTÃO DO MAR DE PORTO-PIM


        O 'Portão do Mar de Porto-Pim', também referido como 'Reduto da Patrulha', localiza-se na confluência da rua do Pasteleiro com a travessa do Porto Pim, na freguesia das Angústias, cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Integra o complexo das fortificações da Baía de Porto Pim.

      Erguido no século XVII, tinha como função proteger o acesso ao Porto Pim, primitivo porto da Horta. Integrava o conjunto de fortificações que fechavam aquele ancoradouro, coordenadas pelo 'Forte de São Sebastião'. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto da Patrulha." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".


      Apresenta planta em "L", em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco nas fachadas voltadas para terra, e de pedra aparelhada à vista nas fachadas viradas para o mar, nos cunhais e nas molduras dos vãos de uma fachada virada para terra. Nas fachadas voltadas para o mar as juntas são pintadas de branco. Possui um só piso e cobertura em terraço, onde se abrem dez (sete?) canhoneiras. Dá acesso a uma rampa de varagem de embarcações, através de uma passagem que atravessa o imóvel. No ângulo das duas fachadas voltadas para o mar implanta-se uma guarita de planta hexagonal.

REDUTO DA EIRA

        O 'Reduto da Eira' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto da Eyra." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DA FETEIRA

        O 'Reduto da Feteira' localizava-se na freguesia da Feteira, no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Poderá ter sucedido o '1º Forte da Feteira' e o '2º Forte da Feteira'. A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 refere-o e informa que "Tem uma pequena casa arruinada" e que se encontra arruinado. A este respeito observa ainda: "Pode desde já desprezar-se, porque além de não ser eficaz para a defesa da ilha, por isso é que esta é acessível por todos os lados, e as fortificações se acham tão arruinadas que teria de se fazer avultadas despesas para a sua reedificação." A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DE CASTELO BRANCO

        O 'Reduto de Castelo Branco' localizava-se na freguesia de Castelo Branco, no concelho da Horta, na costa sul da ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Poderá ter sucedido o '1º Forte de Castelo Branco' e o '2º Forte de Castelo Branco'. Encontra-se referido como "Reduto de Castelo Branco" no "Dicionário Corográfico dos Açores": "Um grande morro assente sobre uma pequena península, ligada a terra por um muito, estreito istmo. Sobre este morro se construiu um reduto e por ser de pedra branca, deu o nome à povoação." Esta elevação ergue-se a 148 metros acima do nível do mar. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DE SANTO ANTÓNIO

        O 'Reduto de Santo António' localizava-se no concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto de Santo António." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

TORRE DE VIGIA DO PORTO PIM


       A 'Torre de Vigia do Porto Pim' localiza-se na freguesia das Angústias, cidade e concelho da Horta, na ilha do Faial, nos Açores.

      Trata-se de uma antiga guarita que integra o complexo das 'Fortificações da Baía de Porto Pim', sob a coordenação do 'Forte de São Sebastião' e tinha, primitivamente, a função de simples vigia.



      Erguida no extremo oeste do complexo apresenta planta hexagonal, em alvenaria de pedra rebocada, com cobertura em forma de pirâmide também hexagonal. Está implantada num rochedo onde se inicia o muro de suporte que se desenvolve em direcção à baía.

FORTES E FORTALEZAS DE COSTA
Grupo Central-Ilha do Pico

1º REDUTO DA MADALENA

        O '1º Reduto da Madalena' localizava-se na freguesia da Madalena, no concelho de mesmo nome, na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do ancoradouro da Areia Funda contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Ao longo dos séculos, devido à sua posição privilegiada sobre o canal do Faial, fronteira à cidade da Horta na ilha do Faial, por onde era escoada a produção vinícola do verdelho, constituiu-se no principal porto da ilha.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido, juntamente com o '2º Reduto da Madalena', como "Dous Redutos da Madalena, e a área larga, e S. Roque." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Um destes dois redutos na Madalena pode ter dado origem ao chamado 'Forte da Madalena'. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

2º REDUTO DA MADALENA

        O '2º Reduto da Madalena' localizava-se na freguesia da Madalena, no concelho de mesmo nome, na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do ancoradouro da Areia Funda contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Ao longo dos séculos, devido à sua posição privilegiada sobre o canal do Faial, fronteira à cidade da Horta na ilha do Faial, por onde era escoada a produção vinícola do verdelho, constituiu-se no principal porto da ilha.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido, juntamente com o '1º Reduto da Madalena', como "Dous Redutos da Madalena, e a área larga, e S. Roque." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Um destes dois redutos na Madalena pode ter dado origem ao chamado 'Forte da Madalena'. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA MADALENA


        O 'Forte da Madalena' localizava-se na freguesia da Madalena, no concelho de mesmo nome, na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do ancoradouro da Areia Funda contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Ao longo dos séculos, devido à sua posição privilegiada sobre o canal do Faial, fronteira à cidade da Horta na ilha do Faial, por onde era escoada a produção vinícola do verdelho, constituiu-se no principal porto da ilha.

      Sucedeu o '1º Reduto da Madalena' e o '2º Reduto da Madalena', relacionados na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714). Em meados do século XVIII, o capitão-mor da Madalena, Francisco Pereira Cardoso, relatava à 'Câmara Municipal da Madalena' que: " (...) esta ilha se acha aberta de todo nos postos do mar sem reparo algum de muralhas nem fortificações (...)" Este oficial propusera, em Outubro de 1740 a construção de uma muralha de protecção para a vila, e de uma fortificação para a defesa da embocadura do porto. Entretanto, apenas em 1744, após nova insistência foram arrematados por um conto trinta e cinco mil réis os muros de defesa da vila, e, em 1746 há notícias dos trabalhos de construção da fortaleza do porto, que são paralisadas dois anos mais tarde uma vez que o arrematador dos muros, António Silveira, emigrou para o Brasil. Desse modo, o novo capitão-mor da Madalena, João Pereira Cardoso, volta a representar à 'Câmara' a necessidade de se repetir a arrematação das fortificações, o que tem lugar em Junho de 1748, comprometendo-se Manuel Pereira Godinho, pela quantia de 6$980 reis cada braça, a construir " (...) sem braças de muro de seis palmos de Alto e quatro de largo caiado por uma e outra parte com hum portam de doze palmos de largo e Altura correspondente com suas banquetas por uma e outra parte (...) ". Na mesma altura, o capitão-mor pedia ainda que de novo se apregoasse a arrematação da obra da fortaleza do porto, que já se iniciara. As obras processaram-se com dificuldades, uma vez que, em 1756 e em 1759, o capitão mandante António Silveira Peixoto e o capitão-mor João Pereira Cardoso, rogam novamente à 'Câmara' que se concluam os trabalhos de fortificação da vila. Desse modo, a Julho de 1759 a Câmara determina nova arrematação e nomeia o ajudante Jerónimo Correia de Vasconcelos como intendente das obras defensivas, com o encargo de zelar pelo bom andamento das obras de fortificação. Por fim, em 1763, os oficiais do pelouro, a pedido do capitão-mor, noticiam outra arrematação da muralha de defesa da vila, a cinco tostões cada pedra lavrada e a 15$000 por braça de pedra e cal. A par dos projectos de construção de uma muralha e fortaleza que acautelassem a defesa da Madalena, em 1749 aventou-se ainda a necessidade de se edificar uma casa para vigias e armazenamento de pólvora, que se acredita não ter sido construída. As dificuldades de recursos não entravavam apenas as obras de fortificação. Desde 1741 as catorze peças de artilharia da vila exigiam reparações, designadamente a construção de carretas, sobre as quais trabalhassem. Estas, entretanto, apenas se concretizariam em 1744. Contudo, em 1761, o capitão-mor, João Pereira Cardoso, cogitava a necessidade de se fabricarem novas carretas, que garantissem a operacionalidade da artilharia costeira. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA PRAINHA
(São Roque do Pico)


        O 'Forte da Prainha' localizava-se na localidade e freguesia da Prainha, concelho de São Roque do Pico, na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre a baía das Canas, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Em 1713 a vereação do concelho da Madalena, cujo capitão-mor possuía jurisdição sobre todas as Companhias de Ordenanças da ilha do Pico, impediu o capitão José Pereira, das Lajes, de tapar um baldio pertencente ao concelho e contíguo ao 'Forte da Prainha', que as Ordenanças utilizavam para exercício militar. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE SANTA CATARINA
(Lajes do Pico)


        O 'Forte de Santa Catarina', também referido como 'Castelo de Santa Catarina' e 'Castelo de Santo António', localiza-se na freguesia de Lajes do Pico, concelho de mesmo nome, na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Constitui-se no único exemplar de arquitectura militar na ilha que subsistiu até aos nossos dias .



      Uma lei portuguesa, datada de 15 de Maio de 1574, determinou que, em todas as cidades, vilas e outros portos do mar do reino, houvesse à venda pólvora, chumbo e outras munições, e nelas se construíssem postos de vigia. Estes postos tinham como função dar aviso às populações da aproximação de corsários e piratas, então em grande número nas águas portuguesas, em busca do apresamento e saque das naus das Índias e do Brasil. Eram ainda frequentes os ataques às povoações litorâneas, em busca de víveres, riquezas e de escravos.



        Na ilha do Pico, para guarnição desses postos de vigia, o Concelho das Lajes foi dividido em Companhias, como o atestam, por exemplo, na Freguesia de São João, a divisão em Companhia de Baixo e Companhia de Cima. Nas Lajes do Pico existiram os postos de vigia da Lagoa, da Barra, do Calhau do Soldão e de Santa Catarina. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santa Catarina sobre a Bahia." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". No contexto da Revolução Francesa (1789), com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder (1799), e pouco mais tarde, a eclosão da 'Guerra Peninsular (1807-1814)', temendo uma possível invasão do reino e seus domínios, cuidou-se do reforço da defesa.



        Nesse contexto, o primitivo 'Forte de Santa Catarina', à entrada do porto das 'Lajes do Pico', foi ampliado ou reconstruído, dando lugar a um forte de modestas dimensões, com cerca de 22 por 34 metros. Em seus muros rasgavam-se sete canhoneiras: uma na muralha virada a Sul, outra na virada a Norte e cinco voltadas a Oeste, sobre o mar. Nos vértices voltados ao mar, erguiam-se duas guaritas. No lado Sul, adossado à muralha, erguia-se uma edificação com a função de 'Casa do Comando/Quartel de Tropa' e 'Casa da Palamenta/Armazém de pólvora'.



        Para as suas obras, foi lançado um imposto de 3% sobre os géneros importados. 



FORTE DO CAIS


        O 'Forte do Cais' localizava-se no Cais do Pico, na vila e freguesia de São Roque do Pico, no concelho de São Roque do Pico na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Pode ser a estrutura que se encontra referida como "Dous Redutos da Madalena, e a área larga, e S. Roque." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714). A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DA AREIA LARGA


      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "Dous Redutos da Madalena, e a área larga, e S. Roque." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DA SANTISSIMA TRINDADE DA BARRA



        O 'Reduto da Santíssima Trindade da Barra' localizava-se na freguesia de Lajes do Pico, concelho de mesmo nome, na ilha do Pico, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa da barra deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto da Santíssima Trindade da Barra." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTES E FORTALEZAS DE COSTA
Grupo Central-Ilha de São Jorge

FORTE DA FAJÃ DOS VIMES



        O 'Forte de São Sebastião', também referido como 'Forte da Ribeira dos Vimes' e 'Forte da Fajã dos Vimes', localizava-se na ponta dos Vimes, na Fajã dos Vimes, na freguesia da Ribeira Seca, concelho da Calheta, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Foi erguido possivelmente após 1710 (contexto da Guerra de Sucessão Espanhola) e antes de 1757, uma vez que há registo, em 1801, de que foi arruinado pelo grande terramoto de 9 de Julho de 1757, o chamado "Mandado de Deus", que na ocasião devastou a ilha. A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que se encontrava em grande ruína e abandonado desde longos anos.

      Do tipo abaluartado, apresentava planta quadrangular, possivelmente com uma ou duas canhoneiras pelo lado do mar.

FORTE DA PREGUIÇA


        O 'Forte da Preguiça' localiza-se na Preguiça, na freguesia da Calheta, no concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.



      Pode ser uma das estruturas que, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), encontram-se referidas genericamente como "Os quatro Redutos do Porto da Calheta." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". As demais estruturas que existiram na Calheta foram o 'Forte de Santo António', o 'Forte de São João Baptista', e o 'Forte do Espírito Santo'. Estrutura de pequenas dimensões, em nossos dias os seus muros foram recuperados, tendo-se procurado preservar a sua primitiva traça, encontrando-se requalificado como um miradouro.

FORTE DA RIBEIRA DO NABO

        O 'Forte da Ribeira do Nabo', também referido como 'Forte do Desterro', localizava-se no lugar da Ribeira do Nabo, na freguesia da Urzelina, concelho de Velas, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do porto da Fajam da Ribeira do Nabo." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". É novamente referido em 1720. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA URZELINA



        O 'Forte da Urzelina', também referido como 'Forte do Castelinho' e 'Forte dos Castelitos', localiza-se no porto da Urzelina, freguesia de mesmo nome, concelho das Velas, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.


      Remonta possivelmente à primeira metade do século XVI. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Porto da Urzelina." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Desde 1808 é o único baluarte sobre o porto, após o outro ter sido destruído pela erupção vulcânica desse ano. 



      Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresenta planta no formato de um hexágono irregular. Em seus muros rasgam-se quatro canhoneiras.

FORTE DAS BICAS

        O 'Forte das Bicas' localizava-se no lugar das Bicas, na vila e freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      A estrutura não chegou até aos nossos dias. Pode estar confundido com o 'Forte de Entre Morros'.

FORTE DAS CARAVELAS


        O 'Forte das Caravelas', também referido como 'Reduto de São José' sobre o Porto, localiza-se na freguesia das Velas, concelho do mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte de Santa Cruz e com o Forte da Queimada.

      Foi erguido no contexto da Dinastia Filipina, como reduto integrante da fortificação do cais principal das Velas. A sua traça dever-se-á ao capitão Marcos Fernandes de Teive oficial que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago na Primavera e Verão de 1618 para projectar e activar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) terá sido insuficiente defesa quando do assalto do corsário francês René Duguay-Trouin em 20 de Setembro de 1708. Na ocasião, uma força de 200 homens desembarcou e invadiu a vila das Velas onde, diante da deserção dos moradores, reabasteceu-se dos víveres de que necessitava. Encontra-se referido como "O Reduto de Sam Joseph sobre o Porto." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Encontra-se inventariado nas Relações Militares. Actualmente subsistem apenas restos das muralhas da primitiva estrutura.

FORTE DAS MANADAS


        O 'Forte das Manadas' localiza-se ao Caminho de Baixo, no lugar e freguesia das Manadas, concelho de Velas, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do porto das Manadas contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Acredita-se que tenha sido construído ainda no contexto da Dinastia Filipina. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto das Manadas." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Actualmente os seus muros encontram-se em bom estado, e o seu espaço requalificado como miradouro.

      Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava quatro faces onde se rasgavam três canhoneiras nos lados voltados para o mar.

FORTE DE ENTRE MORROS


        O 'Forte de Entre Morros' localizava-se na baía de Entre Morros, na freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Constituía-se numa simples casa de vigia, erguida no contexto da Dinastia Filipina, com traça do capitão Marcos Fernandes de Teive oficial que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago em 1618 para projectar e activar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias. Não se encontra referida por António do Couto de Castelo Branco na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714). Acerca dela, Avelar referiu: "Entre morros, a Oeste das Terras do Correa, no reinado dos Filipes, construiu-se uma casa para vigia. (...) Guardava uma peça [de artilharia] que se montava na bombardeira do forte sobre a costa em frente à dita casa. Já muito arruinada, abandonada a um lavrador que nela recolhia pasto de gado, na noite de 28 de Dezembro de 1876 foi de todo derrubada por um furacão, aproveitando a Câmara os materiais para as ruas da vila." Pode estar confundido com o 'Forte das Bicas'.

FORTE DE N. S. DA CONCEIÇÃO
(Velas)


        O 'Forte de Nossa Senhora da Conceição' localiza-se na freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante a oeste sobre a baía das Velas, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos, a leste, com o 'Forte de Santa Cruz'.



      Por Provisão Régia datada de 4 de Junho de 1572, Dom Sebastião I de Portugal determinou fossem executadas obras de fortificação nas ilhas do Faial e de São Jorge. Desse modo, e em resultado de uma inspecção às ilhas efectuada pelo Desembargador Fernão de Pina Marecos foi enviado a São Jorge o encarregado das fortificações do Reino, Álvaro Fernandes, com a missão elaborar projectos e executá-los. Para garantir os recursos necessários, aplicou-se um imposto de 2% para a construção das fortificações e muralhas ao longo da orla das vilas. Em 16 de Março de 1576, Luís Gonçalves Cota, fidalgo cavaleiro e mestre das obras das fortificações, dirigiu-se às Velas como empreiteiro para "feitorar o forte que estava abalizado". Entretanto, como era muito dispendiosa a balizagem do forte do modo que o dito mestre ordenava, a Câmara Municipal e os Vereadores, tendo em atenção a muita pobreza da terra, e não quererem os concelhos da Calheta e Topo contribuir para essas obras, deliberaram em sessão de 11 de agosto de 1576 não fazer a obra e que se mandasse um homem ao reino a pedir a sua Alteza para deixar os dízimos da ilha, tendo em vista a muita carestia que então havia na terra. Mais tarde, havendo notícia de inimigos, a Câmara com o povo acordaram, em 15 de Março de 1578, que no porto principal da vila se devia colocar artilharia, que se fizesse uma trincheira com dois traveses e a cortina pela banda de terra, uma vez que, pela banda do mar havia altura de sobra para, atrás desta cortina se recolher toda a arcabuzeira e bombardeiros. E que no porto do mar de Bairros, hoje do Pocinho, se fizesse uma estância para nela jogarem duas peças de artilheria, e na ponta da Senhora da Conceição, outra estância onde jogassem algumas peças de artilharia, sendo isto o que havia necessidade de se fortificar na vila e porto para que os inimigos não desembarcassem. No contexto da Dinastia Filipina, em 1617 havendo o soberano notícia de que em Argel se havia juntado uma quantidade de velas, no ano seguinte (1618) remeteu, para fortificação das ilhas dos Açores, o capitão Marcos Fernandes de Teive. Este, achando-se nas Velas a 14 de maio do mesmo ano, mandou sustar a construção de uma cortina atrás do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, por ser costa brava e não poder ali o inimigo entrar. Traçou então a cortina de muralhas do porto do mar de Bairros, que se estendiam do castelo de Santa Cruz, até à Senhora da Conceição, cobrindo o porto das Caravelas. Estas obras estavam concluídas em 1621, encontrando-se em progresso a fortificação junto ao poço de beber. Nestas duas obras, despenderam-se 541$105 réis. No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, o forte foi reedificado em 1644/45 sobre o lugar onde anteriormente se erguiam a primitiva Igreja de Nossa da Conceição das Velas e outro antigo forte, esse remontando a 1641. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) terá sido insuficiente defesa quando do assalto do corsário francês René Duguay-Trouin em 20 de Setembro de 1708. Na ocasião, uma força de 200 homens desembarcou e invadiu a vila das Velas onde, diante da deserção dos moradores, reabasteceu-se dos víveres de que necessitava. Encontra-se referido como "A Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".



      Fortificação do tipo abaluartado, apresentava planta no formato de um polígono irregular com oito lados. Naqueles voltados ao mar rasgavam-se sete canhoneiras. Em seu terrapleno erguiam-se as edificações de serviço: 'Casa da Guarda', 'paiol de pólvora' e 'cisterna'. No ângulo voltado a oeste existia uma guarita. 


FORTE DE N. S. DO PILAR



        O 'Forte de Nossa Senhora do Pilar e São José', também referido como 'Forte da Eira', 'Castelinho das Eiras' e 'Forte do Arco', localiza-se no sítio de Nossa Senhora do Pilar, na freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre a baía das Velas, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com a bateria oeste do Forte de Nossa Senhora da Conceição.

      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) após o saque das Velas pela esquadra do corsário francês René Duguay-Trouin (20 a 25 de Setembro de 1708), este forte foi erguido em 1709 pelo Sargento-mor Amaro Soares de Sousa,2 e encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora da Pilar e Sam Joseph." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Actualmente encontra-se em ruínas, descaracterizado.

      Fortificação do tipo abaluartado, de acordo com o tombo de 1883 apresenta planta poligonal irregular com oito lados. Nos dois lados voltados ao mar rasgavam-se oito canhoneiras. Não possuía edificações de serviço.

FORTE DE SANTA CRUZ
(Velas)



        O 'Forte de Santa Cruz', também referido como 'Castelo de Santa Cruz,' 'Reduto de Santa Cruz' e 'Forte das Velas', localiza-se na freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre a baía das Velas, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos, a oeste, com o 'Forte de Nossa Senhora da Conceição'.

      Por Provisão Régia datada de 4 de Junho de 1572, Dom Sebastião de Portugal determinou fossem executadas obras de fortificação nas ilhas do Faial e de São Jorge. Desse modo, e em resultado de uma inspecção às ilhas efectuada pelo Desembargador Fernão de Pina Marecos foi enviado a São Jorge o encarregado das fortificações do Reino, Álvaro Fernandes, com a missão elaborar projectos e executá-los. Para garantir os recursos necessários, aplicou-se um imposto de 2% para a construção das fortificações e muralhas ao longo da orla das vilas. Consigo, trazia já alguns estudos de Fernão de Pina Marecos e Tommaso Benedetto, pelo que este último poderá ter tido alguma influência na traça do principal forte da ilha, este 'Forte de Santa Cruz'. As obras terão arrancado efectivamente no contexto da Dinastia Filipina, como reduto integrante da fortificação do cais principal das Velas. A sua traça dever-se-á ao capitão Marcos Fernandes de Teive oficial que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago na Primavera e Verão de 1618 para projectar e activar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) terá sido insuficiente defesa quando do assalto do corsário francês René Duguay-Trouin em 20 de Setembro de 1708. Na ocasião, uma força de 200 homens desembarcou e invadiu a vila das Velas onde, diante da deserção dos moradores, reabasteceu-se dos víveres de que necessitava. Encontra-se referido como "O Reduto de Santa Cruz sobre o Porto." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Devido ao abandono caiu em ruínas, vindo a ser reconstruído no século XIX. Sousa, em 1822, ao descrever o porto de Velas refere: " (...) o castelo de Santa Cruz de 26 peças, (...).". 

      Fortificação do tipo abaluartado, apresentava planta no formato de um rectângulo irregular, em alvenaria de pedra de basalto e tufo vulcânico. Dispunha de duas guaritas, das quais apenas uma subsiste. Em seus muros rasgavam-se nove canhoneiras ou, eventualmente, doze.

FORTE DE SANTO ANTÓNIO
(Calheta)


        O 'Forte de Santo António' localizava-se na Fajã Grande, no lugar de Santo António, na freguesia da Calheta, no concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com os 'Fortes do Santo Espírito e o de ´São João Baptista'.

      Foi erguido no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), entre 1708 e 1710.1 Pode ser uma das estruturas que encontram-se referidas genericamente como "Os quatro Redutos do Porto da Calheta." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

      Constituía-se num reduto de pequenas dimensões, de forma irregular e adaptado à morfologia do terreno, supostamente com quatro canhoneiras.

FORTE DE SANTO ANTÓNIO
(Velas)

       O 'Forte de Santo António' localizava-se na freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre a baía das Velas, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Foi erguido no contexto da Dinastia Filipina, como reduto integrante da fortificação do cais principal das Velas. A sua traça dever-se-á ao capitão Marcos Fernandes de Teive oficial que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago na Primavera e Verão de 1618 para projectar e activar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) terá sido insuficiente defesa quando do assalto do corsário francês René Duguay-Trouin em 20 de Setembro de 1708. Na ocasião, uma força de 200 homens desembarcou e invadiu a vila das Velas onde, diante da deserção dos moradores, reabasteceu-se dos víveres de que necessitava. Encontra-se referido como "O Reduto de Santo António sobre o Porto." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE SÃO JOÃO BAPTISTA
(Calheta)


        O 'Forte de São João Baptista', também referido como 'Forte de São João' e 'Forte da Ponta do Açougue, localizava-se na freguesia da Calheta, no concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com os ´Fortes de Santo António e do Espírito Santo'. 

      Foi erguido em 1652, no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa (1640-1668). Pode ser uma das estruturas que, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), encontram-se referidas genericamente como "Os quatro Redutos do Porto da Calheta." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Dele existe projecto de melhoramento, datado de 1725, embora se desconheça se o mesmo chegou a ser executado. A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que se encontrava em grande ruína e abandonado desde longos anos.

      Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta semicircular. Montava uma a duas bocas-de-fogo que jogavam à barbeta.

FORTE DE SÃO MIGUEL O ANJO
(Velas)



        O 'Forte de São Miguel o Anjo', também referido como 'Forte da ponta da Queimada', localizava-se na ponta da Queimada, no lugar de 'Nossa Senhora do Pilar', na Queimada, freguesia de Santo Amaro, concelho de Velas, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Acredita-se que tenha sido erguido em 1699 ou posteriormente, em 1708,1 já no contexto da Guerra de Sucessão Espanhola (1702-1714). Encontra-se referido como "O Forte de S. Miguel o Anjo da ponta da queimada." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

      Fortificação do tipo abaluartado, apresentava planta no formato de um polígono irregular com seis lados, em alvenaria de pedra de basalto e tufo vulcânico. Em seu interior erguiam-se as casas de serviço.

FORTE DO ESPIRITO SANTO
(Calheta)


          O 'Forte do Espírito Santo', também referido como 'Forte do Santo Espírito', localizava-se na freguesia da Calheta, no concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com os fortes de 'Forte de Santo António' e de 'São João Baptista'.

      Concomitantemente à fortificação das Velas, também este terá sido erguido no contexto da Dinastia Filipina, como reduto integrante da fortificação do porto da Calheta. A sua traça dever-se-á ao capitão Marcos Fernandes de Teive oficial que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago na Primavera e Verão de 1618 para projectar e activar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias. Rezendes, atribui-lhe a data de construção como 1664, no contexto da Guerra da Restauração da independência do país. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) terá sido arruinado pelo ataque dos corsários franceses de René Duguay-Trouin que, em Setembro de 1708 saquearam as Velas. Pode ser uma das estruturas que se encontram referidas genericamente como "Os quatro Redutos do Porto da Calheta." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Em 1714 foi recuperado e ampliado por António Pereira Lopes, momento em que lhe foram rasgadas canhoneiras nas três faces. Foi arruinado pelo grande terramoto de 9 de Julho de 1757, o chamado "Mandado de Deus", que devastou a ilha. Posteriormente recuperado, em 1776 estaria artilhado com dez peças. Em 1816 encontrava-se em condições de combater.

      Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta trapezoidal. Em duas de suas faces rasgavam-se quatro canhoneiras.

FORTE DO FORNO DO CAL

        O 'Forte do Forno da Cal' localizava-se no lugar do Forno da Cal, na vila e freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

FORTE DO TOPO



      O 'Forte do Topo' localizava-se na ponta do Topo, na freguesia de Vila do Topo, concelho da Calheta, na ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, numa ponta que se eleva a 55 metros acima do nível do mar, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do porto de Vila do Topo contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Foi este o ponto escolhido pelo nobre flamengo Willem van der Hagen (Guilherme da Silveira), para se estabelecer, por volta de 1480. A fortificação foi erguida entre 1708 e 1710, no contexto da Guerra de Sucessão Espanhola (1702-1714), substituindo uma primitiva casa de vigia. Encontra-se referido como "O Forte da Ponta do Topo sobre o mar." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

      Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta pentagonal irregular, com quatro canhoneiras rasgadas nos muros pelo lado do mar.

FORTE DOS TERREIROS

        O 'Forte dos Terreiros' localizava-se no porto dos Terreiros, freguesia de Manadas, concelho das Velas, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Acredita-se tenha sido erguido entre 1710 (contexto da Guerra de Sucessão Espanhola) e 1801 (contexto da Guerra das Laranjas, prenúncio da Guerra Peninsular). A estrutura não chegou até aos nossos dias.

      Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava cinco faces, supostamente com cinco canhoneiras nos lados voltados ao mar. Pelo lado de terra erguia-se a edificação de serviço.

FORTIM DA FAJÃ  DE SÃO JOÃO


        O 'Fortim da Fajã de São João', também referido como 'Reduto da Fajã de São João', localiza-se na Fajã de São João, na freguesia de Santo Antão, no concelho da Calheta, na costa sul da ilha de São Jorge. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Habitada desde meados do século XVI pela excelência de seu microclima e abundância de águas, em 1625 a fajã foi alvo de uma incursão de piratas da Barbária que saquearam a povoação e a ermida, e levaram cativos alguns dos seus habitantes. Como resultado desse incidente foi erguido um fortim junto ao ancoradouro. Essa defesa, entretanto, não obstou a que a fajã voltasse a ser atacada, em 1686, por um navio corsário de Salé, o qual desembarcou parte da sua tripulação sem haver em terra quem lhe fizesse um único tiro. Uma vez mais, a povoação e a ermida foram saqueadas, tendo sido destruída a imagem de São João então ali existente, e o fortim arrasado. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Porto, e os Redutos da Fajam de S. Joam." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Essas defesas terão sido arruinadas pelo grande terramoto de 9 de Julho de 1757, o chamado "Mandado de Deus". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

PORTÃO DO MAR
(Velas)


        O 'Portão do Mar' localiza-se no cais da vila e freguesia das Velas, concelho de mesmo nome, na ilha de São Jorge, nos Açores.



      A estrutura foi edificada como parte do sistema defensivo da vila, entre os anos de 1797 e 1799, por Matias de Avelar, da conhecida família dos "Arquitectos Avelares" ou "Arquitectos Velenses" que, por mais de 150 anos exerceram o seu ofício na ilha, produzindo algumas das suas mais emblemáticas obras arquitectónicas. Como em uso à época, as muralhas do porto das Velas eram fechadas por portões no acesso do cais para terra, que eram fechados à noite. Na parte superior deste portão encontram-se as armas reais de Portugal. Actualmente este portão e as muralhas do 'Forte de Nossa Senhora da Conceição' são tudo o que resta das antigas defesas da vila.

FORTES E FORTALEZAS DE COSTA
Grupo Central-Ilha Graciosa

FORTE DA ARROCHELA

        O 'Forte da Arrochela' localizava-se no lugar da Arrochela, na freguesia de Praia, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

FORTE DA BARRA



        O 'Forte da Barra', também referido como 'Bateria da Barra', localiza-se a um quilómetro a oeste do centro histórico da vila e freguesia de Santa Cruz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre a baía da Barra, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

      Foi erguido em algum momento entre os séculos XV e XVII. Embora não se encontre referido especificamente na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", pode ser um dos dois fortes referidos na vila de Santa Cruz em 1738: " (...) ajunto do porto barra aonde entram navios pequenos e fora da barra podem em quarar os navios que quiserem de alto bordo e 30 e 40 brasas de fundo, tem dois fortes com artilharia nas duas pontas do dito porto da barra e perto do portam [da vila] tem artilharia que se fecha o dito portam no verão (...)." Sousa, em 1822, ao descrever o porto de Santa Cruz refere: " (...) O seu Porto é perigoso e sofrivelmente defendido por um pequeno castelo, guarnecido por um Batalhão de Milícias Nacional, que toma o nome da ilha.".

FORTE DA FOLGA


        O 'Forte da Folga' localizava-se no porto da Folga, na freguesia da Luz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre a baía da Folga, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. 



      No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto da Folga." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Encontra-se referido genericamente na descrição da freguesia da Luz em 1738: "(...) Tem porto de folga para barcos pequenos (...); o porto da Prayahe de areal (...) com o seu portam e muros que andam por sima deles com seus escalonis de comprimento de quase toda a vila; tem seus fortes com artilharia.". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE AFONSO DO PORTO


O 'Forte de Afonso do Porto' localizava-se no lugar de Porto Afonso (outrora "Afonso do Porto"), próximo ao povoado da Vitória, na freguesia de Guadalupe, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Neste pequeno porto pesqueiro registou-se, em 1623, uma incursão de piratas da Barbária. O episódio encontra-se referido em uma anotação de João Teixeira Soares de Sousa, acredita-se que a partir de um extracto das "Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores" (c. 1695), de Frei Agostinho de Monte Alverne: "Sendo o capitão maior d'esta vila de Santa Cruz, Manoel de Quadros Machado, e capitão maior da vila da Praia, Gaspar Velho d'Azevedo, em 19 de maio de 1623, chegaram a esta ilha, oito fragatas d'Argel, e ancoraram onde chamam Afonso do Porto, e está uma Ermida de Nossa Senhora da Victoria, donde cometendo duas com Barcas e um Patacho para botarem gente em um caes feito pela natureza, os moradores da ilha com tanto valor lhe resistiram que não poderão entrar, sem morrer pessoa, nem ainda ficar ferida. Vinha n'estes navios um capitão, natural d'esta mesma ilha, o qual sendo resgatado em Argel pela Redempção geral, veio para Lisboa onde com as esmolas que tirou, mandou fazer uma imagem de Nossa Senhora da Victoria que hoje está na Ermida que fez o povo, nela viveu ermitão, e morre-o como ermitão." De acordo com a tradição, os moradores conseguiram matar o líder do assalto, que terá ficado sepultado em local próximo à actual ermida. O capitão escravizado referido era Pedro Cunha Ávila. Datará desse período também, a fortificação do local. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Afonso do Porto." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA VITÓRIA

O 'Forte de Nossa Senhora da Vitória' localizava-se no povoado da Vitória, na freguesia de Guadalupe, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

No vizinho porto pesqueiro de Porto Afonso registou-se, em 1623, uma incursão de piratas da Barbária. O episódio encontra-se referido em uma anotação de João Teixeira Soares de Sousa, acredita-se que a partir de um extracto das "Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores" (c. 1695), de Frei Agostinho de Monte Alverne: "Sendo o capitão maior d'esta vila de Santa Cruz, Manoel de Quadros Machado, e capitão maior da vila da Praia, Gaspar Velho d'Azevedo, em 19 de maio de 1623, chegaram a esta ilha, oito fragatas d'Argel, e ancoraram onde chamam Afonso do Porto, e está uma Ermida de Nossa Senhora da Victoria, donde cometendo duas com Barcas e um Patacho para botarem gente em um caes feito pela natureza, os moradores da ilha com tanto valor lhe resistiram que não poderão entrar, sem morrer pessoa, nem ainda ficar ferida. Vinha n'estes navios um capitão, natural d'esta mesma ilha, o qual sendo resgatado em Argel pela Redempção geral, veio para Lisboa onde com as esmolas que tirou, mandou fazer uma imagem de Nossa Senhora da Victoria que hoje está na Ermida que fez o povo, nela viveu ermitão, e morreu como ermitão." De acordo com a tradição, os moradores conseguiram matar o líder do assalto, que terá ficado sepultado em local próximo à actual ermida. O capitão escravizado referido era Pedro Cunha Ávila. Datará desse período também a fortificação da povoação. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora da Victoria." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DOS REMÉDIOS

O 'Forte de Nossa Senhora dos Remédios', também referido como 'Bateria de Nossa Senhora dos Remédios', localizava-se no lugar dos Remédios, freguesia de Santa Cruz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

FORTE DE PESQUEIRA

O 'Forte de Pesqueira' localizava-se na ponta da Pesqueira, na freguesia de Santa Cruz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Pesqueira." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE SANTA CATARINA
(Santa Cruz da Graciosa)

O 'Forte de Santa Catarina' localizava-se na actual ponta do 'Forte de Santa Catarina', freguesia de Santa Cruz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do acesso às Fontainhas contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto de Santa Catarina." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Pode ser um dos dois fortes referidos na vila de Santa Cruz em 1738: " (...) ajunto do porto barra aonde entram navios pequenos e fora da barra podem encorar os navios que quiserem de alto bordo e 30 e 40 brasas de fundo, tem dois fortes com artilharia nas duas pontas do dito porto da barra e perto do portam [da vila] tem artilharia que se fecha o dito pontam no verão (...)." Actualmente encontra-se em ruínas.

FORTE DO CARAPACHO



O 'Forte do Carapacho' localizava-se no porto do Carapacho, na freguesia da Luz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na costa sul da ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto do Carapacho." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".  A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO CORPO SANTO
(Santa Cruz da Graciosa)



O 'Forte do Corpo Santo', também referido como 'Fortim da Calheta', 'Forte da Ponta do Freire' ou simplesmente 'Forte do Freire', localiza-se na ponta do Freire, na vila e freguesia de Santa Cruz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do antigo ancoradouro da vila contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Corpo Santo." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Pode ser um dos dois fortes referidos na vila de Santa Cruz em 1738: " (...) ajunto do porto barra aonde entram navios pequenos e fora da barra podem encorar os navios que quiserem de alto bordo e 30 e 40 brasas de fundo, tem dois fortes com artilharia nas duas pontas do dito porto da barra e perto do portam [da vila] tem artilharia que se fecha o dito portam no verão (...)."

Fortificação abaluartada de pequenas dimensões, apresenta planta quadrangular. Erguida em alvenaria de pedra à vista, grosseiramente aparelhada, apresenta as juntas rebocadas e caiadas na parte superior da face interna. No ângulo dos dois panos centrais ergue-se uma guarita de planta octogonal, recoberta por cúpula também octogonal. Na passagem da parte inclinada para a parte superior, de faces verticais, ameada, desenvolve-se um "cordão". No pano de muralha voltado a leste abrem-se três canhoneiras. Nos demais lados, apenas duas em cada um.

FORTIM DA ROCHA

O 'Fortim da Rocha' localizava-se na freguesia da Praia, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Não consta que existissem fortificações ou resistência da população quando do assalto de corsários ingleses, em Fevereiro de 1691 à Graciosa. Na ocasião, cerca de 50 homens, munidos de armas de fogo e facas de ponta, acometeram a vila da Praia, onde assassinaram o meirinho da alfândega, aprisionaram diversas autoridades, afoguentaram a população e saquearam residências e templos. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim da Rocha." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DA AREIA

O 'Reduto da Areia', também referido como 'Forte da Areia', localizava-se na freguesia da Praia, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores, possivelmente sobre a praia da Fonte da Areia. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Não consta que existissem fortificações ou resistência da população quando do assalto de corsários ingleses, em Fevereiro de 1691 à Graciosa. Na ocasião, cerca de 50 homens, munidos de armas de fogo e facas de ponta, acometeram a vila da Praia, onde assassinaram o meirinho da alfândega, aprisionaram diversas autoridades, afoguentaram a população e saquearam residências e templos. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto da Arêa." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DE JOÃO DIAS

O 'Reduto de João Dias', também referido como 'Forte de João Dias', localizava-se na freguesia da Praia, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Não consta que existissem fortificações ou resistência da população quando do assalto de corsários ingleses, em Fevereiro de 1691 à Graciosa. Na ocasião, cerca de 50 homens, munidos de armas de fogo e facas de ponta, acometeram a vila da Praia, onde assassinaram o meirinho da alfândega, aprisionaram diversas autoridades, afoguentaram a população e saquearam residências e templos. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto de Joam Dias." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DOS FENAIS

O 'Reduto dos Fenais', também referido como 'Forte dos Fenais', localizava-se no lugar dos Fenais, na freguesia da Praia, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Não consta que existissem fortificações ou resistência da população quando do assalto de corsários ingleses, em Fevereiro de 1691 à Graciosa. Na ocasião, cerca de 50 homens, munidos de armas de fogo e facas de ponta, acometeram a vila da Praia, onde assassinaram o meirinho da alfândega, aprisionaram diversas autoridades, afoguentaram a população e saquearam residências e templos. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto dos Canaes." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". A estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTES E FORTALEZAS DE COSTA
Grupo Central-Ilha Terceira

1º REDUTO DA RIBEIRA SECA


O '1º Reduto da Ribeira Seca' localizava-se no lugar da Ribeira Seca, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Na foz da Ribeira Seca existiu o principal porto da freguesia, chamado de "Porto Novo", por oposição ao "Porto Velho", este na Casa das Mós, na ponta de Santa Catarina. No Porto Novo, também conhecido por porto de 'Gaspar Gonçalves Machado', era embarcado o pastel, o trigo, a cevada e o centeio, e ainda a telha para a cidade de Angra, e as demais ilhas do arquipélago. Constituía-se no terceiro porto comercial da ilha. Em 1571 a Câmara Municipal de São Sebastião determinou a construção de dois redutos para a defesa do chamado "Porto Novo". Essa defesa foi reforçada com a construção de dois fortes nas pontas contíguas à enseada: o 'Forte de São Sebastião' (1574) e o 'Forte de São Francisco' (1581). Neste mesmo local ficava o termo dos concelhos de São Sebastião e da Praia, pelo que aí terá existido um portão, para efeitos administrativos. A este respeito, no contexto da crise de sucessão de 1580, ao referir as defesas implementadas pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, Drummond registou: " (...) e para o centro do dito porto [Porto Novo], se assentaram dois redutos bem artilhados; de forma que havendo-se-lhe feito uma grossa muralha, que compreendia toda esta cortina, um portão e um excelente arco, por baixo do qual atravessa a Ribeira Seca, se reputava este porto assaz defensável; e tanto assim que nem no menos consta que o inimigo tentasse por ele entrar; (...)" Dois séculos mais tarde Manoel de Matos P. de Carvalho, na "Notícia da fortificação da Ilha Terceira" (1766), registou: "20-A fortaleza da Ribeira Seca, com duas peças. (...) todas estas fortalezas se acham presentemente reparadas, por ocasião da guerra." Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "14º-Primeiro reduto da Ribeira seca. Tem duas canhoneiras e uma peça de ferro boa com o seu reparo capaz: carece de mais uma peça como seu reparo, e para se guarnecer precisa dois artilheiros e oito auxiliares." Encontra-se referido como "13º-Reduto da mesma B.ª da Rib.ª Seca" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também este Forte foi reedificado, e toda a cortina, e só lhe faltam as duas meias portas da casa."

Do tipo abaluartado, erguida no lado este da enseada, onde desagua a Ribeira Seca, apresentava planta poligonal irregular, em cuja muralha se rasgavam quatro canhoneiras pelos lados do mar. Dispunha de edificação com a função de paiol.

2º REDUTO DA RIBEIRA SECA


O '2º Reduto da Ribeira Seca' localizava-se no lugar da Ribeira Seca, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Na foz da Ribeira Seca existiu o principal porto da freguesia, chamado de "Porto Novo", por oposição ao "Porto Velho", este na Casa das Mós, na ponta de Santa Catarina. No Porto Novo, também conhecido por porto de 'Gaspar Gonçalves Machado', era embarcado o pastel, o trigo, a cevada e o centeio, e ainda a telha para a cidade de Angra, e as demais ilhas. Constituía-se no terceiro porto comercial da ilha. Em 1571 a Câmara Municipal de São Sebastião determinou a construção de dois redutos para a defesa do chamado "Porto Novo". Essa defesa foi reforçada com a construção de dois fortes nas pontas contíguas à enseada: o 'Forte de São Sebastião' (1574) e o 'Forte de São Francisco' (1581). Neste mesmo local ficava o termo dos concelhos de São Sebastião e da Praia, pelo que aí terá existido um portão, para efeitos administrativos. A este respeito, no contexto da crise de sucessão de 1580, ao referir as defesas implementadas pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, Drummond registou: " (...) e para o centro do dito porto [Porto Novo], se assentaram dois redutos bem artilhados; de forma que havendo-se-lhe feito uma grossa muralha, que compreendia toda esta cortina, um portão e um excelente arco, por baixo do qual atravessa a Ribeira Seca, se reputava este porto assaz defensável; e tanto assim que nem no menos consta que o inimigo tentasse por ele entrar; (...) " Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "15º-Segundo reduto da Ribeira seca. Tem quatro canhoneiras e três peças de ferro boas, com os seus reparos capazes, precisa mais uma com o seu reparo e para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido como "Segundo forte (Reduto) da Ribeira Seca" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772), representado com duas canhoneiras pelo lado do mar e dependência de serviço. Encontra-se referido como "14-Reduto na mesma B.ª [da Ribeira Seca]" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também se acha reedificado, e toda a cortina, que corresponde a esta baia, e só lhe falta uma das meias portas."



O '2º Reduto' constituía-se em uma pequena bateria, abaluartada, de planta trapezoidal irregular, em cuja muralha se rasgavam duas canhoneiras, erguida no lado oeste da enseada, onde desagua a Ribeira Seca.

BARBETE DE SANTA CATARINA DAS MÓS

O 'Barbete de Santa Catarina das Mós' localizava-se na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

CASTELO DOS MOINHOS



O chamado 'Castelo de São Cristóvão', também referido como 'Forte de São Luís', 'Castelo de São Luís' ou 'Castelo dos Moinhos', localizava-se no actual Alto da Memória, freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores.


Foi a primeira fortificação iniciada no arquipélago, na passagem da década de 1460 para a de 1470, pelo fundador de Angra, Álvaro Martins Homem. Constituir-se-ia numa fortificação de modestas proporções, no local onde actualmente existe o monumento do Alto da Memória, em posição dominante sobre o vale, a ribeira e o porto da vila, ainda seguindo as concepções castrenses tardo-medievais: em lugar elevado, no interior da terra, afastado domar. Pela encosta desta mesma elevação, fez correr artificialmente uma ribeira para, com a força das suas águas, mover as rodas dos moinhos que fez erguer em seu curso, e de que era o explorador exclusivo. Essa circunstância fez com que o local ficasse popularmente conhecido como "Alto dos Moinhos", e a sua fortificação como "Castelo dos Moinhos". Embora esperasse receber a doação desses domínios, em 1474 foi-lhe doada a Capitania da Praia.



O primeiro capitão do donatário da Capitania de Angra, João Vaz Corte-Real não encontrou razões para prosseguir a obra defensiva. Anos mais tarde, a ilha foi atacada por marinheiros castelhanos, que desembarcaram inicialmente em Angra e depois na Praia. Por essa razão, em 1482, a infanta Beatriz de Portugal, Duquesa de Viseu, que governava as ilhas em nome do Donatário, o seu filho Dom Diogo, Duque de Beja e de Viseu, por carta a Álvaro Martins Homem, preveniu que embarcações castelhanas começavam a infestar os mares dos Açores, enviando à ilha Pedro Anes Rebelo, na qualidade de provedor das fortificações, para orientá-lo, enquanto capitão do donatário da Praia, no amuralhamento de sua vila. Anes Rebelo veio a desposar, na ilha, uma sobrinha da esposa de João Vaz Corte-Real, capitão do donatário de Angra, tendo concluído a construção do 'Castelo de São Cristóvão' em 1493, de que terá sido o primeiro governador. Em 1495, a alcaidaria-mor do castelo foi atribuída ao próprio capitão do donatário de Angra, que nele terá vivido algum tempo, nele colocando posteriormente pessoa de respeito, com soldo e título de Tenente, e com a obrigação de aí morar. A anexação da alcaidaria-mor do castelo à capitania, poderá explicar o nome de 'São Cristóvão', quando da construção do 'Castelo de São Filipe do Monte Brasil', sendo capitão do donatário o espanhol marquês Cristóvão de Moura. Encontra-se representado na gravura "A Cidade de Angra na Ilha Iesu Xpo da Terceira que esta em 30 Graus", de Jan Huygen van Linschoten, datada de 1595. No contexto da 'Restauração da Independência de Portugal', a artilharia do 'Castelo de São Sebastião' alvejou com êxito o 'Castelo de São Filipe', cercado pelas forças terceirenses. Perdida a sua função estratégica, as suas dependências foram utilizadas como 'Casa da Pólvora de Angra', que para ali foi transferida da 'Praça Velha', por razões de segurança.

FORTALEZA DE S. BAPTISTA DA ILHA TERCEIRA



A 'Fortaleza de São João Baptista', formalmente denominada como 'Prédio Militar nº 001/Angra do Heroísmo', mas também referida como 'Castelo de São João Baptista', 'Castelo de São Filipe', 'Fortaleza de São Filipe' ou simplesmente 'Fortaleza do Monte Brasil', localiza-se na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o istmo da península do Monte Brasil, no lado ocidental da baía de Angra, e oriental da baía do Fanal, integra um complexo defensivo iniciado durante a Dinastia Filipina (1580-1640). Devido ao seu porte, constitui-se na mais importante fortificação do arquipélago, estruturada como um dos vértices do triângulo defensivo estratégico espanhol que, à época, protegia as frotas da prata americana, da Carreira da Índia e do Brasil. Os outros vértices apoiavam-se nos complexos fortificados de Havana, na ilha de Cuba, e de Cartagena das Índias, na Colômbia. É ainda, juntamente com a Fortaleza da Aguada, em Goa, na Índia, uma das mais vastas fortificações remanescentes na actualidade.

O estudo para a defesa das ilhas do arquipélago dos Açores, contra os assaltos de piratas e corsários, atraídos pelas riquezas das embarcações que aí aportavam, oriundas da África, da Índia e do Brasil, iniciou-se em meados do século XVI. Bartolomeu Ferraz, em uma recomendação para a fortificação dos Açores apresentada a Dom João III de Portugal em 1543, chama a atenção para a importância estratégica do arquipélago: "E porque as ilhas Terceiras importam muito assi polo que per si valem, como por serem o valha couto e socorro mui principal das naos da India e os franceses serem tão desarrazoados que justo rei injusto toma tudo o que podem, principalmente aquilo com que lhes parece que em fraquejem seus imigos, (...)." E nomeadamente sobre Angra: "(...) e porque a ilha da Angra é a mais importante nesta dobrar mais a força." Ainda sob o reinado de Dom João III (1521-1557) e, posteriormente, sob o de Dom Sebastião de Portugal (1568-1578), foram expedidos novos Regimentos, reformulando o sistema defensivo da região, tendo se destacado a visita do arquitecto militar italiano Tommaso Benedetto ao arquipélago, em 1567, para orientar a sua fortificação. Como Ferraz anteriormente, este profissional compreendeu que, vindo o inimigo forçosamente pelo mar, a defesa deveria concentrar-se nos portos e ancoradouros, guarnecidos pelas populações locais sob a responsabilidade dos respectivos concelhos.



A 'Fortaleza do Monte Brasil' foi erguida no contexto da Dinastia Filipina (1580-1640), após a conquista da Terceira pelas tropas espanholas sob o comando de D. Álvaro de Bazán, 1º marquês de Santa Cruz de Mudela (1583), e no contexto da Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604), onde tiveram papel destacado a acção de corsários como Francis Drake (1587) e Robert Devereux, 2º conde de Essex, cujo imediato, Walter Raleigh, atacou a Horta no Verão de 1597. A sua função era múltipla:

A de protecção do porto de Angra e das frotas coloniais que nele se abrigavam à época, contra os assaltos de piratas da Barbária e de corsários protestantes naquele trecho do Atlântico Norte, de vez que era nos Açores que as embarcações de torna-viagem deveriam reunir-se, para juntas cumprirem a última etapa de navegação até à península Ibérica, sob escolta da Armada das Ilhas.

A de aquartelar as tropas espanholas deixadas pelo marquês de Santa Cruz para a defesa da ilha. As suas obras foram iniciadas em 1593, data do lançamento de sua primeira pedra, no baluarte de Santa Catarina (ângulo Noroeste), em cerimónia presenciada pelo governador do presídio (estabelecimento militar), Dom António de la Puebla e pelo bispo de Angra, Dom Manuel Gouveia, com projectos dos engenheiros militares italianos Giovanni Vicenzo Casale e seus discípulos, Tibúrcio Spanochi e Anton Coll (Antão Colla). Se, no essencial, o esquema defensivo da fortificação se deve a Spannocchi que o concebeu em ou após passagem pela ilha em 1583-1584, como integrante da Armada do marquês de Santa Cruz, as soluções práticas de sua implantação no terreno terão, certamente, a marca de Coll, que desde o início acompanhou os trabalhos em Angra até à sua morte, em 1618.

Foi denominada como 'Fortaleza de São Filipe' em homenagem ao soberano, Filipe II de Espanha (1556-1598). Por dificuldades diversas os trabalhos estenderam-se até ao governo de Dom Diogo Fajardo (1628-1639). Datam deste período a abertura da cisterna, composta por três corpos interligados, e com capacidade para 3.000 pipas, assim como a cavalariça, sobre a qual se ergue o actual 'Palácio do Governador', e a ermida de 'Santa Catarina de Sena', posteriormente colocada sob a invocação do 'Espírito Santo'. A mão-de-obra empregada nos trabalhos, constituída por expressivo número de canteiros e pedreiros locais, foi, em grande parte, fornecida por condenados às galés - encaminhados às obras da fortaleza -, e por soldados do presídio, mais particularmente aqueles punidos a nelas serem inscritos, numa prática iniciada pelo governador Diogo de Miranda Queiroz, mas que conheceu o seu auge no governo de Diogo Fajardo. É discutível a afirmação de autores como Araújo, de que a fortaleza foi erguida com a mão-de-obra de centenas de açorianos condenados a trabalhos forçados, com base na afirmativa do padre Maldonado que referiu "...foi feita com pragas, suor e sangue.". Tanto os Terceirenses quanto os habitantes das demais ilhas, entretanto, suportaram tributos, cujas receitas foram aplicadas nas obras desta fortificação.



Quando da 'Restauração da Independência em Portugal' (1640), as forças espanholas, sob o comando do Mestre-de-Campo Dom Álvaro de Viveiros, aqui resistiram durante onze meses – de 27 de Março de 1641 a 4 de Março de 1642 –, ao cerco que lhes foi imposto por forças portuguesas, compostas pelas Ordenanças da Terceira às quais se juntaram as das demais ilhas, sob o comando de Francisco Ornelas da 'Câmara' e João de Bettencourt. Tendo rendido-se com honras militares, foi-lhes permitido retirarem-se com as armas pessoais assim como duas peças de artilharia de bronze e respectiva munição. Os espanhóis deixaram para trás cento e trinta e oito peças de ferro e bronze de diversos calibres, trezentos e noventa e dois arcabuzes, cerca de quatrocentos mosquetes e copiosa munição. Na posse portuguesa, o conjunto foi colocado sob a invocação de 'São João Baptista', em homenagem a Dom João IV de Portugal, erguendo-se a igreja, sob a invocação do mesmo padroeiro, a partir de 1645. Há notícia de que, em 1658, se fazia "um baluarte na parte mais necessitada desta fortaleza (...) com que fica fechada por todas as partes de que muito necessitava", embora não se consiga precisar a natureza dessas obras: se de construção, reconstrução ou manutenção. Do mesmo modo, em 1662 "corriam as obras do Castelo, cuja despesa de jornais e macames concernentes a elas valiam quase tanto como os mesmos soldos dos soldados e oficiais". Na segunda metade do século XVII, os paióis da fortaleza abasteciam de pólvora as demais fortificações da Ilha. Na cidadela da fortaleza habitavam não apenas os militares solteiros, mas também os casados (com as respectivas famílias) e os reformados (solteiros ou não). Nas encostas do Monte Brasil, mantinham as suas culturas de subsistência. Em finais do século, a irmandade do Espírito Santo do Castelo constituía-se em uma das mais ricas da cidade.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referida como "A fortaleza de S. Joam Baptista sobre o porto, e cidade: é Bispado. Tem a grande peça Malaca de 36 libras, veio da Índia." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". O padre António Cordeiro, no início do século XVIII, descreveu a povoação de Angra e a cidadela no interior da 'Fortaleza de São João Baptista': "Para o Poente correm tantas ruas, ou quartéis de casas de pedra e cal, de dois sobrados, que podem alojar quinhentos soldados e ordinariamente tem trezentos vizinhos [...] Conta a cidade de Angra de seis freguesias, (contando também por freguesia a nobre povoação que está no grande Castelo, e lá tem capelão-mor (...) ". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, os seus quartéis foram objecto de inspecção e relatório por parte do Sargento-mor Engenheiro João António Júdice, ainda em 1766. De maneira geral este encontrou-lhe os quartéis de tropa em condições do "(...) mais deplorável estado (...) reduzidos aos últimos limites da ruína (...).", necessitando de quartéis para oficiais, casa de prisão, armeiros para as companhias, guaritas e comunas, e diversos reparos. O mesmo oficial, no ano seguinte (1767), apresentou relatório sobre a fortificação em si, especificando o estado em que se achava, assim como o que necessitava para a sua regular defesa, em termos de reparações, obras complementares, artilharia, munições e petrechos, com a observação de que a artilharia existente à época, era a mesma recebida dos Castelhanos quando da capitulação destes, em 4 de Março de 1642. Posteriormente, ainda no mesmo século, nas suas dependências foram estabelecidas algumas oficinas de aprendizagem, que perduraram até ao século XIX.

Encontra-se identificada na "Planta do Castelo de S. João Baptista e da Cidade de Angra (...) ", de autoria do Sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1805). 


A actual estrutura cobre uma superfície de cerca de três quilómetros quadrados e é constituída por um núcleo principal, fechado no istmo, pelo lado de terra (norte), por uma cortina abaluartada na cota de 111,5 metros acima do nível do mar. Essa muralha, com três baluartes e dois meio-baluartes, desenvolve-se num comprimento de cerca de 570 metros, erguendo-se a uma altura média de 15 metros, e apresentando 2,6 metros de largura em sua parte superior. Diante dela, em considerável extensão, foi escavado um fosso com largura média de dez metros e, em alguns trechos, de igual profundidade em relação à defesa exterior. A partir de cada uma de suas extremidades projectam-se duas outras cortinas que envolvem a península. Os cinco baluartes que reforçam a muralha no istmo, de Oeste para Leste, são respectivamente:

'Baluarte de Santa Catarina', sobre a rocha do Fanal, com sete canhoneiras. Em seu ângulo saliente ergue-se o chamado 'Torreão dos Mosquitoscoroando' uma vigia abobadada, outrora utilizada como paiol de bateria. É ligada por uma cortina de dois lances, em diferentes níveis, onde se abrem quatro canhoneiras.

'Baluarte de de São Pedro', à esquerda do Portão de Armas, com quinze canhoneiras. Em seu ângulo esquerdo também tem um paiol de bateria. Seguia-se-lhe uma extensa cortina de dois lances onde, em 1766, se abriam seis canhoneiras no troço da esquerda, e sete no da direita. Essas canhoneiras não chegaram até aos nossos dias. À cortina, à direita do Portão de Armas.

'Baluarte da Boa Nova', com dezasseis canhoneiras. Em seu ângulo saliente existem dois paióis, encimados pelo chamado 'Torreão da Bandeira', onde se levanta o mastro da bandeira da fortaleza. A face deste baluarte, debruçada sobre a baía de Angra, no contexto das Guerras Liberais, passou a denominar-se 'Bateria de Dom Pedro IV', conforme inscrição epigráfica em lápide de mármore. A cortina que se lhe segue estava artilhada com seis peças. No contexto das Guerras Liberais esta cortina passou a denominar-se 'Bateria de Doma Maria II', conforme outra inscrição epigráfica ali colocada. No limite sul desta cortina existe uma casamata, denominada de 'Bateria de Malaca', por ali ter existido, outrora, uma peça de bronze do calibre 36 oriunda da 'Fortaleza de Diu', recolhida a Lisboa em 22 de julho de 1771. Dessa bateria, por sobre o arco do 'Portão de Armas', descendo-se uma escada para um antigo jardim onde há uma canhoneira.

'Baluarte do Espírito Santo', sobre o chamado 'Campo do Relvão', onde se abrem quatro canhoneiras e três paióis - um a meio e dois nos ângulos -, ligando-se, por sua vez, a uma cortina com seis canhoneiras e um paiol, cortina.

Baluarte de Santa Luzia, com cinco canhoneiras e um paiol, que se continua por dois troços de cortina em planos descendentes, cada uma a sua canhoneira e, no último, um paiol.

No flanco esquerdo da fortaleza, junto ao 'Baluarte de Santa Catarina', sobre a baía do Fanal, existe ainda a chamada Bateria do Arsenal, com cinco canhoneiras. O Baluarte de Santa Luzia liga-se à cortina de Santo António, ao longo da costa leste do Monte Brasil, com aproximadamente um quilómetro de extensão, onde se inscrevem, no sentido Norte-Sul:

Porta do Portinho Novo.

Porta do Cais da Figueirinha.

Reduto dos Dois Paus.

Reduto de São Francisco.

Forte de São Benedito do Monte Brasil. (Reduto dos Três Paus)

Reduto de Santo Inácio.

Forte de Santo António do Monte Brasil.

No lado Sudeste da península, voltado a mar aberto, a defesa é proporcionada pelo Forte da Quebrada. Em posição dominante no lado Sudoeste encontra-se a Vigia da Baleia. A cortina do lado Oeste, que também se estende por cerca de um quilómetro, compreende, no sentido Sul-Norte:

Bateria da Constituição.

Forte de São Diogo do Monte Brasil. (Forte do Zimbreiro)

Bateria da Fidelidade.

Reduto General Saldanha.

Reduto de São Gonçalo.

Reduto de Santa Cruz.

Reduto de Santa Teresa.

Cais do Castelo, na baía do Fanal.

No recinto da fortaleza, abrem-se quatro cisternas:

No interior do castelo, com capacidade para 1.500 metros cúbicos.

No interior do Forte de Santo António.

No interior do Forte da Quebrada.

Na cortina do Forte do Zimbreiro, onde foi escavada uma gruta, de cuja abóbada escorre água durante todo o ano.



Acredita-se que esta seja a maior fortaleza construída pela Espanha em todo o mundo. Estava guarnecida, à época, por mil e quinhentos homens de primeira linha e artilhada com cerca de quatrocentas peças dos diversos calibres. A contaminação das águas das suas amplas cisternas estará na origem do surto epidémico que dizimou a guarnição espanhola, precipitando a sua rendição em 1642. Sobre o Portão de Armas inscrevem-se o escudo com as armas portuguesas (em substituição às armas filipinas) e uma lápide evocativa da consagração de Portugal à Imaculada Conceição, ambas as pedras colocadas após a rendição espanhola. O acesso primitivamente era por um passadiço de madeira sobre o fosso, posteriormente substituído por uma ponte em cantaria de dez arcos, interrompida junto à muralha para dar lugar a uma ponte levadiça. Escavado no tufo vulcânico, a seguir à entrada, localiza-se o Corpo da Guarda, com as antigas prisões filipinas, abandonadas no século XVIII. Na Praça de Armas, ergue-se à direita o Palácio do Governador, levantado sobre um primeiro pavimento escavado no tufo – a cavalariça –, de construção espanhola. Em seu interior foi erguida, em 1645, a primeira igreja no país, após a Restauração da Independência Portuguesa. No edifício anexo ao Palácio do Governador viveu Dom Afonso VI, em seu exílio, entre 1669 e 1674. Constitui-se no aquartelamento de tropas operacionais mais antigo em território português, com uma permanência ininterrupta de quatro séculos.

FORTE DA SALGA


O 'Forte da Casa da Salga', comumente referido apenas como 'Forte da Salga', localizava-se na baía da Salga, freguesia de Porto Judeu, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte das Cavalas' e com o vizinho 'Reduto da Salga'.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de 'São Sebastião', posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: " (...) concluíram-se a boa fortaleza da Salga e o reduto que lhe fica fronteiro e encruza a baía, estendendo-se-lhe um bom lanço de muralha. (...)." Já existia à data da batalha da Salga (25 de Julho de 1581). É mais preciso, entretanto, considerar-se que possa ter sido iniciado ainda na década de 1570, só tendo ficado operacional em 1582, após, portanto, aquela batalha. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "A Fortaleza da Caza da Salga." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "5º-Forte da Salga. Precisa a sua porta ser feita de novo e as muralhas encascadas e rebuçadas; tem seis peças de ferro boas com os seus reparos capazes. Precisa para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "Forte da Casa da Salga" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", de Francisco Xavier Machado (1772), ilustrado com sete canhoneiras e edificações de serviço. Encontra-se referido como "4º Forte da Caza da Salga" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata o estado: "Achasse rectificado de novo, e sóm.e a casa do of.al da guarda; precisa rachada, guarnecida, e rebocada; os seus tectos compostos; uma tarimba; uma porta e uma janela."



Apresenta planta quadrangular irregular, em cantaria, com muralhas muito aprumadas. Entretanto, por estar construído junto à beira-mar, a rebentação muitas vezes se dava nas muralhas do forte. As suas muralhas eram rasgadas primitivamente por sete canhoneiras.

FORTE DA ERMIDA DE S. VICENTE

O 'Forte da Ermida de São Vicente' localizava-se na freguesia do Porto Martins, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou, após referir as estruturas de Porto Martins: "(...) Defronte da ermida de S. Vicente [Ferreira (?)] fez-se outro forte, e dentro da baía da Praia construíram-se 12 fortes e baluartes, com o que se pôs em inteira defesa; (...)." Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA GRETA
(Vila de São Sebastião)


O 'Forte da Greta' localiza-se na ponta de Santa Catarina, a oeste da baía das Mós, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte de Santa Catarina das Mós' e com um 'pequeno baluarte' que existiu na ponta sul da baía, mas cujo nome não foi guardado. Este pequeno baluarte mais tarde foi substituído pelo Forte do Bom Jesus.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Dentro da baía, ou casa, das Mós, que é a mais profunda da ilha, e onde estão os ilhéus da Mina, bem conhecidos nas cartas marítimas, edificou-se o forte da Greta; e o de Santa Catarina, aos quais pela sua posição e construção bem podíamos chamar castelos; e se lhe fez uma forte muralha com que se fechou aquela cortina, como ainda hoje atestam os fortes vestígios ali existentes; e entre os ilhéus fez-se um baluarte, no lugar em que pelos anos em diante a Câmara de Angra mandou construir a fortaleza do Bom Jesus." Embora tendo tido sucesso em conter o desembarque das forças de Dom Pedro de Valdês em 1581, após a batalha da Salga (25 de Julho de 1583), não conseguiu, entretanto, impedir o desembarque da 'Baía das Mós' dada a grande força ali desembarcada nos dias 26 e 27 de Julho de 1583 pela 'Armada Espanhola' sob o comando de Dom Álvaro de Bazán. Esta força colocou fim à resistência militar da Terceira ao domínio de Filipe II de Espanha. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto da Greta." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710" Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "9°-Forte da Greta. Está reformado de novo, tem seis canhoneiras, e quatro peças de ferro capazes com os seus reparos bons, precisa mais duas com os seus reparos e para se guarnecer precisa seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "8º Forte da Gruta o pr.º da Bahia chamado o das mós" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também se acha reedificado de novo, não carece de obra alguma."



Fortificação do tipo abaluartado, apresenta planta no formato rectangular orgânico (adaptada ao terreno), com muros em cantaria, onde se rasgavam quatro canhoneiras na face voltada à baía, e duas na face voltada a sul. O paiol era parcialmente escavado na rocha da encosta da ponta de Santa Catarina que lhe fica por detrás, e que lhe servia de tecto. Dispunha ainda de casa de guarnição e de um forno para balas ardentes. Ocupava uma área total de 283 metros quadrados. A sua defesa era complementada por uma trincheira para fuzilaria, que corria paralela à costa até ligar-se com o 'Forte de Santa Catarina'. Essa trincheira hoje encontra-se praticamente desaparecida devido à queda das barreiras que lhe davam sustentação. O acesso ao forte era feito por um caminho aberto ao público e improdutivo do ponto de vista da agricultura.

FORTE DA HORTA DO BACHAREL RUIVO

O 'Forte da Horta do Bacharel Ruivo' localizava-se na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA LADEIRA GRANDE

O 'Forte da Ladeira Grande' localizava-se na freguesia da Ribeirinha, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DA LANGINHA


O Forte da Laginha, também denominado como Forte da Ribeirinha, localizava-se na Serretinha, ao fundo da Canada das Vinhas, freguesia da Ribeirinha, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

A sua construção remontará ao contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos conforme o plano de defesa da ilha elaborado pelo arquitecto militar italiano Tommaso Benedetto. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto das Laginhas na costa." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "1º-Forte da Laginha. Este forte carece a porta concertada e as suas muralhas precisam ser encascadas e rebuçadas e da parte do nascente precisa ser mociçada a sapata e guarnecida de cantaria. O seu quartel é preciso a porta e a tarimba concertada. Tem quatro peças de ferro boas e os reparos de duas precisam ser concertados. Precisa para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido como "Forte da Laginha" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "1º Forte da Laginha da Ponta da Feteira" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína: "Este Forte carece das suas muralhas e parapeitos por dentro, e por fora, rachado, guarnecido, e rebocado; a casa da guarda de uma verga, e o portão de outra; o torreão aonde se faz sentinelas há-de mister feito de novo, e nelle uma guarita; também precisa de um artilheiro para recolher a Artilharia no Inverno, e a tropa que guarnecer o dito Forte." Em 1778 continuava bastante deteriorado, conservando as quatro peças. [carece de fontes] Considerando-se que a artilharia então existente na Terceira ainda era a da época da Dinastia Filipina, conforme informara Júdice em 1767, deduz-se que as peças na Laginha remontavam ao período da edificação do forte. Foram tenentes-comandantes deste forte Manuel de Barcelos Machado Evangelho (por nomeação de 10 de maio de 1794) e José de Barcelos Machado Evangelho.

De tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta pentagonal irregular. Constituía-se numa plataforma lajeada, adaptada à configuração do terreno, com muralha de cantaria de pedra, rasgadas por quatro canhoneiras. Possuía edificação com a função de paiol e casa da palamenta adossada à gola e ao flanco direito. À esquerda do portão, rasgada na gola, uma escada dava acesso a um pequeno torreão.

FORTE DA MÁ FERRAMENTA


O 'Forte da Má Ferramenta' localiza-se no lugar do Bravio, próximo ao porto da freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.



Desconhece-se a data precisa em que foi erguido. A sua técnica construtiva indica ser antigo, seguindo o modelo dos fortes do plano de Tommaso Benedetto. Admite-se, por essas razões, que remonte à época do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos (c. 1581), ou, no mais tardar, ao período imediatamente a seguir à Restauração Portuguesa (1640). Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "30º-Reduto da Má Ferramenta. Precisa porta nova, tem três canhoneiras, três peças de ferro capazes, com os seus reparos bons, precisa para se guarnecer três artilheiros e doze auxiliares." Encontra-se referido como "34º Reduto da má Ferramenta" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Ade mister quartel p.ª a guarda, o qual se deve fazer em lugar competente e portão no parapeito, que deve ter por posicionado pela parte da terra."



Do tipo abaluartado, a sua planta evoluiu do característico forte quinhentista, trapezoidal, com quatro canhoneiras e paiol abobadado encostado à gola, para uma plataforma lajeada destinada a suportar uma boca de fogo de grosso calibre jogando à barbeta, com as muralhas ao nível do terrapleno (estrutura existente em 1881). A área ocupada era de aproximadamente de 280 metros quadrados. O forte era acedido por uma escada que começava na valeta da estrada real nº 1. Em tempos idos existiam uma muralha orientada para o sul e outra para o este, provavelmente prolongando-se até se encontrarem, formando um forte de planta rectangular, segundo os historiadores. No entanto, outros autores afirmam que as muralhas eram unidas por uma muralha curva.


FORTE DA MARÉ

O 'Forte da Maré' localiza-se na freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.A sua construção remontará ao contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos conforme o plano de defesa da ilha elaborado pelo arquitecto militar italiano Tommaso Benedetto. Actualmente apenas subsistem os vestígios das suas fundações.

FORTE DA QUEBRADA

O 'Forte da Quebrada', também referido como 'Reduto da Quebrada' e 'Forte do Facheiro', localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista' da Ilha Terceira, a sul, no colo formado pela junção do monte do Zimbreiro com o monte dos Fachos, no único trecho onde, mesmo com dificuldade, se poderia realizar uma escalada. Em cota baixa, sobre a rocha viva junto ao mar, a sua função era a de evitar que, em ângulo morto dos fogos do 'Forte de São Diogo' e do 'Santo António', qualquer embarcação pudessem se ocultar ou encontrar abrigo.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "18.°-Reduto da cobrada, tem quatro canhoneiras e duas peças de ferro boas e precisa mais duas com os seus reparos." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

FORTE DA RUA LONGA



O 'Forte da Rua Longa' localizava-se na baía ou enseada do Rolo (de "pedra rolada"), na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, na costa norte da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Pouco se sabe acerca de sua construção ou evolução, uma vez que nem o padre António Cordeiro (Historia Insulana), nem Francisco Ferreira Drummond (Anais da Ilha Terceira), o referem. Sabe-se, entretanto, que Pero Anes do Canto proveu a fortificação do porto da Cruz dos Biscoitos (Forte de São Pedro) e parece lógico que o mesmo tenha-se preocupado em criar uma defesa na outra enseada deste povoado, onde um desembarque era possível. Há quem defenda que o 'porto de Pero Anes do Canto' se situava, na realidade, na baía do Rolo, sendo o forte da Rua Longa aquele que o Provedor das Armadas fez construir, embora não haja documentos que corroborem esse raciocínio.

Os vestígios que chegaram aos nossos dias não permitem concluir como foi a sua primitiva planta.

FORTE DAS CANINAS



O 'Forte das Caninas' localizava-se primitivamente na freguesia de Vila de São Sebastião, hoje na de Porto Judeu, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte das Cavalas', de que distava aproximadamente 560 metros a este, na defesa da ponta este da baía da Salga, e de parte da entrada da baía das Mós.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (outubros de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de São Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "(...) e um pouco adiante [do Forte das Cavalas] fez-se o forte das Caninhas." De acordo com a mesma fonte, foi reconstruído em 1653 às expensas da Câmara de Angra, então empenhada na reparação da maior parte da fortificação da costa, danificadas por uma grande ressaca do mar ocorrida naquele ano, quando cerca de 50 navios piratas rondavam os mares dos Açores, o que parece ser confirmado pela sua tipologia e características. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte das Caninas." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "8°-Forte das Caninas. Está rectificado de novo, tem cinco canhoneiras e quatro peças com os seus reparos, boa; precisa mais uma com o seu reparo e para se guarnecer precisa cinco artilheiros e vinte auxiliares." Encontra-se referido como "7º Forte das Caninas" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também está reedificado de novo, não precisa de obra alguma.".

Do tipo abaluartado, apresentava planta poligonal irregular, orgânica (adaptada ao terreno), em aparelho de cantaria, com 330 metros quadrados. Com capacidade para cinco peças de artilharia em canhoneiras, possuía dois torreões para fuzilaria, um a Leste e outro a Oeste. Em seu interior erguia-se o paiol, abobadado. No exterior, pelo lado de terra, à esquerda, erguia-se a casa da guarnição.

FORTE DAS CAVALAS



O 'Forte das Cavalas' localizava-se na ponta este da baía da Salga, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Reduto da Salga, o Forte da Salga e o Forte das Caninas.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): 

"Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas."

A este respeito, Drummond registou:

"Mais adiante [da baía da Salga] bastante espaço, fundou-se o forte das Cavalas, com muralha da parte do poente para defender o cais natural que ali havia; (...)"

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte das Cavalas." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "7º-Forte dos Cavalos. Está rectificado de novo, tem seis peças boas, com os seus reparos capazes e precisa mais duas peças com os seus reparos e para se guarnecer oito artilheiros e trinta e dois auxiliares." Sobre ele refere Manoel de Matos P. de Carvalho na "Notícia da fortificação da ilha Terceira", por volta de 1766: "Tem fortificação na Villa da Praia: (...) - A fortaleza das Cavalas, com 3 peças. (...) todas estas fortalezas se acham presentemente reparadas, por ocasião da guerra." Encontra-se referido como "6º Forte das Cavalas" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Este forte não carece de obra alguma." Dele existe alçado e planta ("Forte das Cavalas") na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por José Rodrigo d'Almeida em 1806".



Do tipo abaluartado, apresenta planta no formato poligonal irregular, adaptado à rocha sobre a qual se ergue. A sua área construída era de 465 metros quadrados. Com capacidade para nove peças de artilharia em canhoneiras, no terrapleno possuía um paiol acedido por uma rampa. Pelo exterior, adossada à face oeste erguia-se a casa da guarnição.

FORTE DAS CHAGAS

O 'Forte das Chagas', também referido como 'Forte de São Francisco' devido à sua proximidade com o convento desse nome, localizava-se na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro e do antigo canal de acesso ao Paul, contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Último forte que fechava a baía da Praia da Vitória pelo lado sul, cruzava fogos com o 'Forte de São João', ao norte, e com a 'Bateria da Luz' e com o 'Forte do Porto', ao sul.

Embora a historiografia tradicional faça remontar a sua construção a 1576 por determinação do corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto, estudos mais recentes sugerem que a sua origem poderá remontar ao período do povoamento, e ser uma das duas "fortalezas velhas, que se fizeram quando se amurou a vila". A sua designação veio do fato de ter sido erguido em terreno pertencente ao 'Convento' ou 'Recolhimento das Chagas', instituído pelo fidalgo Domingos Homem da Câmara e sua esposa Rosa de Macedo, para recolhimento das filhas solteiras do casal, erguido em 1543. O padre António Cordeiro, em 1717, refere este forte, dando-o artilhado com duas peças. Com a instalação da 'Capitania Geral dos Açores', o seu estado foi assim reportado em 1767: "25º-Forte das Chagas. Está reformado de novo e precisa a sua porta ser concertada, tem seis canhoneiras e três peças de ferro boas com seus reparos capazes, precisa mais três peças com seus reparos e para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "24º Forte das Chagas na mesma b.ª [da Praia] " no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Necessita de tarimba na sua casa, o tilhado composto de algum pequeno conserto no dito Forte e portão novo." Encontra-se assinalado como "H Forte das Chagas" na "Planta da Bahia da Villa da Praia" (1805), e, no mesmo período, dele existe alçado e planta, com o título "Forte das Chagas", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1806).

Do tipo abaluartado, apresentava planta no formato poligonal orgânico, adaptada à rocha sobre a qual se ergue. Em aparelho de cantaria de pedra, ocupava uma área de 980 metros quadrados. Com capacidade para cinco peças de artilharia em canhoneiras, no terrapleno possuía casa para a guarnição e paiol. Melo refere que possuía razoáveis proporções, semelhante às dos vizinhos 'Forte de São José' e 'Forte do Espírito Santo', mas menor que o 'Forte de Santa Catarina'.

FORTE DAS CINCO RIBEIRAS


O 'Forte das Cinco Ribeiras', também referido como 'Forte de Nossa Senhora do Pilar' e 'Forte de São Bartolomeu', localiza-se junto ao porto das Cinco Ribeiras, na freguesia das Cinco Ribeiras, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudoeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.



Remonta a uma linha de trincheiras, aberta no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. O forte terá sido erguido em 1653, por iniciativa da 'Câmara Municipal de Angra do Heroísmo', como precaução contra um ataque de piratas que, na altura, ameaçaram os mares dos Açores com uma esquadra de 40 a 50 navios. Eventualmente terá pesado nessa decisão a vontade da Câmara em colaborar com o Governador das Armas na preparação da defesa da ilha para um esperado ataque espanhol ainda à época, no contexto da 'Guerra da Restauração'. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora da Pilar." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "36º-Forte de Nossa Senhora da Pilar. Precisa de se lhe concertar [sic] a porta; tem seis canhoneiras e precisa abrir-se-lhe mais duas. Tem quatro peças de ferro capazes e os seus reparos bons. Precisa duas peças para as duas canhoneiras que se hão-de abrir e para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "29º Forte das cinco Ribeiras cito na freg.ª de S. Bárbora junto a N.ª S. da Pilar" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Carece este Forte a curtinha reedificada da parte do Nascente, e o tecto da sua casa composto, e todo o Forte há-de mister pela parte exterior, rachado, guarnecido e rebocado." Dele existe alçado e planta ("Forte das Cinco Ribeiras") na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por José Rodrigo d'Almeida em 1806".



Este forte localiza-se isolado numa zona costeira de altas arribas basálticas, cuja origem está relacionada com a erupção do vulcão da serra de Santa Bárbara. A altura a que se encontra, relativamente ao nível do mar, permitia-lhe um maior alcance dos tiros da artilharia. Do tipo abaluartado, apresenta planta no formato poligonal orgânico, adaptada à rocha sobre a qual se ergue. Em aparelho de cantaria de pedra, ocupava uma área de 210 metros quadrados. A muralha delimita uma plataforma de cantaria onde se encontrava uma peça montada, atirando à barbeta. Internamente erguia-se um paiol. Entre a plataforma e a muralha abria-se um fosso para a fuzilaria. Essa defesa era complementada por uma outra linha de trincheira, em alvenaria de pedra argamassada, que orlava a rocha para a esquerda do forte numa extensão de cerca de 150 metros.

FORTE DE ESTEVÃO FERREIRA

O 'Forte de Estêvão Ferreira' localizava-se no concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Os mais fortes que Ciprião de Figueiredo mandou edificar (...) são os seguintes: (...) Para leste [de Angra] fez-se um forte, onde se chama o Vale de Estêvão Ferreira, além do castelo de S. Sebastião. E porque dali até à Feteira é costa brava, apenas se fizeram em alguns baixos pequenas trincheiras e baluartes, como foi nas Laginhas." Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA COCEIÇÃO
(Praia da Vitória)

O 'Forte de Nossa Senhora da Conceição' localizava-se na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Erguia-se entre o 'Forte de Santa Cruz' e o 'Forte do Espírito Santo', com os quais cooperava.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte da Conceição." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "28º-Forte de Nossa Senhora da Conceição. Está reformado de novo, tem três canhoneiras e três peças de ferro, uma delas incapaz e os seus reparos bons, precisa para se guarnecer três artilheiros e doze auxiliares." Encontra-se relacionado no trabalho do capitão de Infantaria com exercício de Engenharia, Francisco Xavier Machado ("Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", 1772), actualmente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Encontra-se referido como "27º Forte de N.ª S. da Conc.am da mesma b.ª [da Praia]" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Ade mister alguma reedificação, uma porta na sua casa, e conserto no portão." Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE N. S. DA LUZ
(Praia da Vitória)


O 'Forte de Nossa Senhora da Luz', também referido como 'Forte da Luz' e como 'Forte da Alfândega' localizava-se junto ao Largo José Silvestre Ribeiro, na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro e do antigo canal de acesso ao Paul, contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte das Chagas' e com o 'Forte de Santa Cruz' (Forte do Porto).

A sua primitiva estrutura remonta a cerca de 1490, segundo plano de Pedro Anes Rebelo. Em 1579, o corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, determinou que a Câmara da Praia melhorasse o baluarte que estava junto ao primitivo 'Mosteiro da Luz'. Este primitivo mosteiro havia sido erguido entre 1480 e 1490, por iniciativa do segundo capitão-donatário da Praia e principal responsável pelo muramento da vila, Antão Martins Homem, o que leva a crer que a construção deste forte seja coeva à da própria muralha da Praia. Esse raciocínio é corroborado por Gaspar Frutuoso, quando em sua descrição da baía da Praia cerca de 1590, refere que, partindo "do porto da vila, correndo o areal um bom tiro de besta, estão as duas fortalezas velhas, que se fizeram quando se amurou a vila." E acrescenta: "Está a vila da Praia... Cercada de boa muralha, com seus fortes e baluartes toda em redondo". (Melo), com base em Drummond repete que a sua construção remonta a 1576, junto com os onze fortes da  baía da Praia, por determinação do corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos,  conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. O padre António Cordeiro, em 1717, especificou: "A vila é cercada de muralha com quatro baluartes e quatro portas, a do Porto, a do Rossio, a de Nossa Senhora dos Remédios e a das Chagas." No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "26º-Forte de Nossa Senhora da Luz. Tem três canhoneiras e três peças de ferro esfogueadas e os seus reparos bons, precisa para guarnecer-se Três artilheiros e doze auxiliares." Encontra-se referido como "Forte de N. Sa. Da Luz" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772), representado com planta pentagonal irregular com os muros rasgados por três canhoneiras pelo lado do mar, e dependências de serviço no terrapleno pelo lado de terra. Encontra-se referido como "25º Forte de N.ª S. da Lus junto a mesma V.ª [da Praia]" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Ade mister rachado, guarnecido, e rebocado, tarimba, e porta na d.ª casa. " Encontra-se assinalado como "7º Forte da Luz" na "Planta da Bahia da Villa da Praia" (1805), e, no mesmo período, dele existe alçado e planta, com o título "Forte de N.ª Snr.ª da Luz", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1806).

Do tipo abaluartado, apresentava planta pentagonal irregular, constituindo-se numa plataforma lajeada sobre um embasamento elevado. Na muralha rasgavam-se três canhoneiras. Adossada à gola encontrava-se a edificação para Quartel da Tropa e Casa da Palamenta. Era acedido por uma rampa pelo lado de terra.

FORTE DE N. S. DA NAZARÉ
(Porto Martins)


O 'Forte de Nossa Senhora da Nazaré' localiza-se na freguesia do Porto Martins, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Inicialmente compreendido na freguesia do Cabo da Praia, encontra-se hoje na de Porto Martins por divisão administrativa da primeira. Dista 1.200metros a leste do 'Forte de São Fernando', cruzando fogos com ele e com o 'Forte de São Filipe'.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Na Ponta Negra edificou-se o forte de Nazaré, e logo adiante o de S. Tiago, que cruza, com o forte de São Bento, a enseada do Porto de Martim." Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "18º-Forte de Nossa Senhora da Nazaré. Foi feito de novo, tem cinco canhoneiras e peças nenhuma; precisa de cinco com os seus reparos, e para se guarnecer cinco artilheiros e vinte auxiliares." Encontra-se referido como "Forte de N. Sa. da Nazaré" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772), representado com cinco canhoneiras e dependência de serviço pelo lado de terra. Encontra-se referido como "19º Forte de N. S. da Nazaré também feito no mesma ocasião [no tempo da campanha passada] " no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também precisa portão, e conserto em uma janela."



Do tipo abaluartado, com pequenas dimensões, apresentava planta no formato pentagonal, ocupando uma área de 142,2 metros quadrados. Em suas muralhas, de cantaria de pedra, rasgavam-se, conforme as diferentes representações ao longo dos séculos, cinco, quatro e três canhoneiras. Pelo lado de terra, na gola, erguia-se uma pequena casa da guarda.

FORTE DE SANTA CATARINA
(Cabo da Praia)
  

O 'Forte de Santa Catarina' localiza-se na ponta oeste da baía da Praia da Vitória, na freguesia do Cabo da Praia, concelho da Praia da Vitória, na costa oeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro (atual Porto Oceânico da Praia da Vitória) contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Pelo seu porte, era o principal da linha defensiva que protegia a baía, cruzando fogos com o 'Forte de São José.'


Acredita-se que tenha sido principiado no final da década de 1570, em cumprimento às instruções de Dom Sebastião de Portugal de 1567, conforme o plano de defesa da ilha Terceira elaborado por Tommaso Benedetto, plano este iniciado com a construção de baluartes no Monte Brasil (Forte de Santo António, 1567), no Porto de Pipas (Forte de São Sebastião, 1570), e no Porto Judeu (Forte de Santo António, 1573), e posteriormente reforçados por iniciativa do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, no contexto da crise de sucessão de 1580. A primeira referência às defesas na baía da Praia encontra-se na "Relação da expedição, ataque e conquista da ilha Terceira" de autoria de Dom Álvaro de Bazán (1583), dando conta de um total de onze fortes, um baluarte e um número não especificado de trincheiras com artilharia, trincheiras estas que, de acordo com Gaspar Frutuoso, seriam "(... ) de pau pique de uma banda e de outra, atupido por dentro de rama e areia de quantidade de quinze até dezoito palmos de largo, com suas ruas abertas de serventia para o mar, onde estão postos seus tiros de campo;" O forte de Santa Catarina é pela primeira vez citado no mesmo ano (1583), em dois documentos, ambos relacionados com a chegada e ocupação de Dom Álvaro de Bazán. O primeiro, datado de 26 de Julho, refere-se ao engano a que foi induzido o conde Manuel da Silva por parte dos espanhóis, que com o recurso a falsos ataques, fizeram-lhe acreditar que o desembarque se realizaria no extenso areal da praia da Vitória, levando-o a destacar duas das cinco companhias que havia mobilizado para defender a enseada de Mós, até ao forte de Santa Catarina do Cabo da Praia. A segunda integra a relação de peças de artilharia capturada aos portugueses após o desembarque, indicando que o forte de Santa Catarina estava artilhado com uma grande colubrina e seis peças.


No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santa Catarina." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Sobre ele refere Manoel de Matos P. de Carvalho na "Notícia da fortificação da ilha Terceira", por volta de 1766: "Tem fortificação na Villa da Praia: (...) 26 - A fortaleza de Santa Catarina, com 7 peças. (...) todas estas fortalezas se acham presentemente reparadas, por ocasião da guerra." Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "23º-Forte de Santa Catarina da Villa da Praia. Tem doze canhoneiras, he um dos maiores que tem a costa; tem sete peças de ferro capazes com seus reparos bons, precisa de mais cinco peças com os seus reparos, e duas plataformas precisam ser concertadas e para se guarnecer carece doze artilheiros e quarenta e oito auxiliares." Ainda deste período existe planta de autoria do capitão Francisco Xavier Machado, datada de 1772, onde se assinala a necessidade de reparar o forte por um valor aproximado de 1300 réis. Encontra-se referido como "22. Forte de S. Catarina o pr.º da b.ª da Villa da Praia" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Precisa também rachado, rebocado, e guarnecido, e comporem-se os tilhados da casa, e do polvarinho, e o seu portão." 


Encontra-se assinalado como "A Forte de Santa Catarina" na "Planta da Bahia da Villa da Praia" (1805), e, no mesmo período, dele existe alçado e planta, com o título "Forte de Sta. Catarina", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1806).


Do tipo abaluartado, apresenta planta poligonal com formato irregular orgânico (adaptado ao terreno), em cantaria, ocupando uma área de 713 metros quadrados. O portão de armas, em arco de volta perfeita, é defendido por uma guarita sobre uma mísula no encontro dos flancos sul e este, de planta pentagonal com cobertura em pirâmide e frestas horizontais. Para lhe dar maior elevação, em frente à sua entrada havia uma rampa calçada, que acedia às baterias, guarnecidas por onze canhoneiras (doze no século XVIII), batendo todos os quadrantes. No plano destas baterias existia um paiol. Do lado esquerdo da entrada, erguia-se uma linha de casas baixas para a guarnição. A partir do forte abria-se uma linha de trincheiras para fuzilaria, ligando os fortes da baía entre si. Essa linha defensiva foi destruída ao longo dos séculos pela erosão marinha. 


FORTE DE SANTA CATARINA DAS MÓS



O 'Forte de Santa Catarina das Mós' localiza-se na parte reentrante da baía das Mós, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte da Greta, a oeste, e o Forte do Bom Jesus, a este.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Dentro da baía, ou casa, das Mós, que é a mais profunda da ilha, e onde estão os ilhéus da Mina, bem conhecidos nas cartas marítimas, edificou-se o forte da Greta; e o de Santa Catarina, aos quais pela sua posição e construção bem podíamos chamar castelos; e se lhe fez uma forte muralha com que se fechou aquela cortina, como ainda hoje atestam os fortes vestígios ali existentes; e entre os ilhéus fez-se um baluarte, no lugar em que pelos anos em diante a Câmara de Angra mandou construir a fortaleza do Bom Jesus." Tomou parte activa nos combates do desembarque da Baía das Mós No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "A Fortaleza de Santa Catarina." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "10º-Forte de Santa Catarina. Foi todo feito de novo a fundamento, tem oito canhoneiras e cinco peças de ferro boas com os seus reparos capazes e precisa mais três, com os seus reparos, e a sua plataforma precisa ser concertada e precisa para se guarnecer oito artilheiros e trinta e dois auxiliares." Encontra-se referido como "Forte da Casa de Sta. Catarina (das Mós) " no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", de Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "9º Forte de S. Catarina na mesma Bahia [das Mós] " no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "(…) é excelente. Também se acha reedificado de novo, não carece de obra alguma." Dele existe alçado e planta ("Forte de Sta. Catarina") na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por José Rodrigo d'Almeida em 1806".

Do tipo abaluartado, apresentava planta poligonal orgânica, adaptada ao terreno em que se erguia, com uma área total construída de 415 metros quadrados. As suas muralhas, em cantaria, eram primitivamente rasgadas por nove canhoneiras. No seguimento das muralhas existiam trincheiras para fuzilaria, que comunicavam com as que vinham do 'Forte da Greta'. Estas trincheiras foram construídas em barreiras de solo instável e de fácil erosão, razão pela qual desapareceram com correr dos anos. Em seu interior erguia-se a casa da guarnição e, exteriormente, junto à muralha do lado oeste, o 'paiol de pólvora.

FORTE DE SANTA CRUZ
(Praia da Vitória)



O 'Forte de Santa Cruz', também referido como 'Forte do Porto', localizava-se na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro e do antigo canal de acesso ao Paul, contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte do Espírito Santo', à sua esquerda, e com o 'Forte da Luz' e o 'Forte das Chagas', à sua direita.



Foi edificado no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1583, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santa Cruz no Porto." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "27º-Forte de Santa Cruz. Tem cinco canhoneiras, precisa abrir-se-lhe uma; tem quatro peças, uma de bronze e Três de ferro, todas boas e seus reparos capazes, precisa mais duas peças com os seus reparos, e para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "Forte de Santa Cruz" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772) com planta poligonal irregular e os muros rasgados por quatro canhoneiras e dependências de serviço no terrapleno pelo lado de terra. Encontra-se referido como "26º Forte de S. Crus naquela b.ª [da Praia] " no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte carece algum piqueno conserto, especialmente na raiz da muralha para se evitar a sua ruina, alem disto perciza duas portas nas suas cazas, e seu portão." Encontra-se assinalado como "8º Forte de Santa Cruz" na "Planta da Bahia da Villa da Praia" (1805). Sem que houvesse sofrido obras de reparos, a população subtraiu-lhe as pedras de cantaria arrancadas pelo mar para a edificação das suas moradias, encontrando-se, actualmente, desaparecido.



Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta poligonal irregular, em cujas muralhas rasgavam-se, originalmente, quatro canhoneiras. Construído a pouca altura do nível do mar, era resguardado apenas pelo entroncamento que o circundava. No seu interior, adossadas à gola, erguiam-se três edificações: a 'Casa da Guarda', o 'paiol de pólvora' e a 'Casa da Palamenta'. A servidão fazia-se pelo areal da praia da Vitória. Forte de Santa Margarida (Ilha Terceira) O 'Forte de Santa Margarida' localizava-se na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE SANTO ANTÃO
(Praia da Vitória)


O 'Forte de Santo Antão' localizava-se na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Erguia-se a cerca de trinta metros à direita da foz da ribeira de Santo Antão, conforme o testemunhavam alguns restos de muralhas que se encontravam dentro das águas do mar, a cerca de dez metros da costa, na maré-baixa, e a cerca de 750 metros ao norte do Forte de São Caetano, coadjuvando a sua defesa e a do Forte de São João. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro e do antigo canal de acesso ao Paul, contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Foi edificado em 1576 por determinação do corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santo Antam no meyo da Bahya da Praya." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "24º-Reduto de Santo Antão. Está reformado de novo e só lhe falta acabar-se a sua plataforma. Tem quatro canhoneiras e duas peças de ferro e uma dele preciso reparo novo e carece de mais duas peças, com os seus reparos e para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Também há conhecimento de uma planta sua, datada de 1771 (1776?), já apresentando o formato rectangular. Encontra-se referido como "23º Forte de S. Antão na dita V.ª [da Praia] " no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Carece este Forte de se lhe fazer uma muralha de baixo do perfil pela parte da terra, e uma tarimba, e porta na sua casa; próximo ao dito Forte se acha a cantaria para aquela obra." Encontra-se assinalado como "F Reduto de Santo Antão" na "Planta da Bahia da Villa da Praia" (1805), e, no mesmo período, dele existe alçado e planta, com o título "Forte de Sto. Antam", de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (1806). Do tipo abaluartado, apresentava planta rectangular, em alvenaria de pedra (tufo vulcânico), com uma área de 235,4 metros quadrados. Em seus muros rasgavam-se três canhoneiras. Em seu interior, do lado esquerdo, erguia-se a casa de guarda e o paiol.

FORTE DE SANTO ANTÓNIO
(Porto Judeu)



O 'Forte de Santo António' localiza-se na freguesia de Porto Judeu, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Continuou-se o forte de Santo António no porto do Porto Judeu; (...)." E em nota, complementa: "Edificou-se este forte, que é um dos mais defensáveis, na propriedade do capitão do André Gato, e se lhe deu o nome do orago da freguesia." No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santo António." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "3°-Forte de Santo António de Porto Judeu. Precisa de porta nova, e a muralha principal que olha ao nascente, precisa ser feita de novo, porque se acha de pedra em seco, a qual é muito útil para a sua defensa, tem três peças de ferro capazes com os seus reparos bons e precisa mais uma, com o seu reparo. Precisa para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido como "2º Forte de S.to Ant.º de Porto Judeu" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína: "A de mister a casa da guarda feita de novo, o torreão, guarita, a muralha da parte do porto, um artilheiro p.ª se recolher a Artilharia, e todo ele deve ser rachado, guarnecido, e rebocado, e o seu portão novo."



Do tipo abaluartado, apresenta planta rectangular, em cantaria de pedra, com uma área total construída de 424 metros quadrados. Em seus muros rasgam-se cinco canhoneiras, ao longo das quais corre uma plataforma de lajedo que acompanha as duas muralhas dos lados Sul e Leste. No seu terrapleno, pelo lado de terra, erguiam-se as dependências de serviço: encostado à muralha do lado Oeste as dependências de cozinha, dotada de forno; a casa da guarnição era dividida em três compartimentos independentes, sendo que o mais pequeno era destinado a arrecadação. O forte era acedido por um caminho à beira-mar.

FORTE DE SANTO ANTONIO
(Praia da Vitória)

O 'Forte de Santo António' localizava-se na freguesia do Cabo da Praia, concelho da Praia da Vitória, na costa oeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Erguia-se entre o 'Forte de São Jorge' e o 'Forte de São Bento', com os quais cooperava.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santo António." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado: "21º-Forte de Santo Antonio. Está reformado de novo; tem quatro canhoneiras e duas peças de ferro boas com os seus reparos capazes, precisa de duas com os seus reparos e para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "20º Forte de S. Ant.º" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Está reedificado de novo, não carece de obra alguma."Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DE S. ANTONIO DO MONTE BRASIL


O 'Forte de Santo António', também referido como 'Reduto de Santo António', localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista' da Ilha Terceira, cruzando fogos com o 'Forte de São Sebastião' que lhe é fronteiro, na defesa da baía de Angra.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Uma das fortalezas que a experiência mostrou ser da maior necessidade, foi a que então ele [Ciprião de Figueiredo] mandou fazer na ponta do Monte Brasil, da parte de leste, porque junto dela passavam a salvo as naus das armadas, e com o seu abrigo se punham muitas das suas lanchas à espera dos barcos que saíam do porto, tomando-os algumas vezes, sem que houvesse quem lhes fizesse dano; porque o castelo de S. Sebastião lhe ficava muito longe e mais recolhido à terra, e de noite podiam vir ao longo da montanha atacar, e roubar os navios ancorados no porto. A este forte deu o nome de Santo António, em obséquio do novo Rei que assim se chamava [António I de Portugal], e fez capitão dele Baltasar Gonçalves de Antona, nobre cidadão de Angra, de quem falámos no ano de 1576 como vereador da Câmara. Na outra ponta da parte do sul edificou o forte chamado do Zimbreiro." Encontra-se representado na gravura "A Cidade de Angra na Ilha Iesu Xpo da Terceira que esta em 30 Graus", de Jan Huygen van Linschoten, datada de 1595. No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "17°-Reduto de Santo António. Tem este reeduco sete baterias, nas quais se acham vinte e uma peças, dezoito de bronze, todas esfugentadas, e três de ferro do mesmo modo: precisa mais doze peças com os seus reparos. Esta é a principal defensa, que é a da entrada do porto. Na bateria mais baixa está arruinada a muralha por baixo do seu angulo precisa ser concertada.". Em nossos dias encontra-se em ruínas.

FORTE DE S. BENEDITO DO MONTE BRASIL



O 'Forte de São Benedito', também referido como Reduto de São Benedito e Reduto dos Três Paus, localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: " (...) No dito reduto de São Benedito tem oito canhoneiras e quatro peças de ferro, três esfogueadas, e precisa mais quatro com os seus reparos." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

FORTE DE SÃO BENTO
(Porto Martins)


O 'Forte de São Bento' localiza-se na freguesia do Porto Martins, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Inicialmente compreendido na freguesia do Cabo da Praia, encontra-se hoje na de Porto Martins por divisão administrativa da primeira. Cooperava com o Forte de São Filipe e o Forte de São Jorge, o primeiro arruinado e este último desaparecido ao final do século XIX.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Na Ponta Negra edificou-se o forte de Nazaré, e logo adiante o de S. Tiago, que cruza, com o forte de São Bento, a enseada do Porto de Martim." No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de S. Bento." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "20º-Forte de São Bento. Precisam as suas muralhas encascadas e rebuçadas. Tem seis canhoneiras e cinco peças de ferro, quatro boas e uma incapaz, e os seus reparos bons; carece de duas peças com os seus reparos, e para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "17º Forte de S. Bento" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte carece ser guarnecido, e rebocado, o seu portão consertado, e uma porta nova na sua casa; e metade do tecto em madeirado, e o telhado feito de novo, este Forte, também é dos importantes, pois defendem, mais outro que se segue uma baia.".



De tipo abaluartado, apresentava planta com formato poligonal triangular, em alvenaria de pedra. O conjunto ocupava uma área total de 480 metros quadrados. Em seus muros, pelo lado de mar, rasgaram-se, ao longo dos séculos, seis, cinco e três canhoneiras. Pelo lado de terra apresentava dois pequenos baluartes nos vértices. Em seu terrapleno erguiam-se a casa da guarda e o paiol, abobadado. Adossado ao muro, com acesso pelo exterior, erguia-se a cozinha, dotada de forno. No baluarte este, acedido por uma escada, erguia-se o mastro da bandeira.

FORTE DE SÃO CAETANO
(Santa Cruz)


O 'Forte de São Caetano' localizava-se na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro e do antigo canal de acesso ao Paul, contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com o Forte de São José e o Forte de Santo Antão.

Acredita-se seja um dos doze fortes edificados no contexto da crise de sucessão de 1580, em 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. Não consta no relatório "Fortificações nos Açores existentes em 1710", na do Sargento-mor Engenheiro João António Júdice (1767), nem na do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776). Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

Apresentava planta no formato poligonal irregular, adaptado ao terreno, em alvenaria de pedra grossa, argamassada. O conjunto ocupava uma área total de 600 metros quadrados. À época de sua construção, esteve artilhado com 5 peças: 3 em seus reparos em canhoneiras rasgadas nas muralhas pelo lado do mar, e duas jogando à barbeta nos vértices. Externamente, adossadas ao muro, encontravam-se as dependências de casa da guarda e paiol.

FORTE DE S. DIOGO DO MONTE BRASIL

O 'Forte de São Diogo do Monte Brasil', também referido como 'Forte do Zimbreiro', localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Uma das fortalezas que a experiência mostrou ser da maior necessidade, foi a que então ele [Ciprião de Figueiredo] mandou fazer na ponta do Monte Brasil, da parte de leste, porque junto dela passavam a salvo as naus das armadas, e com o seu abrigo se punham muitas das suas lanchas à espera dos barcos que saíam do porto, tomando-os algumas vezes, sem que houvesse quem lhes fizesse dano; porque o castelo de S. Sebastião lhe ficava muito longe e mais recolhido à terra, e de noite podiam vir ao longo da montanha atacar, e roubar os navios ancorados no porto. A este forte deu o nome de Santo António, em obséquio do novo Rei que assim se chamava [António I de Portugal], e fez capitão dele Baltasar Gonçalves de Antona, nobre cidadão de Angra, de quem falámos no ano de 1576 como vereador da Câmara. Na outra ponta da parte do sul edificou o forte chamado do Zimbreiro." No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "19.°-Ponta de S. Diogo, tem quatro baterias, que tem seis peças de bronze, das quais uma é esfuguenada, necessitam dois reparos novos e os outros concertados, e para a sua defensa precisa mais onze peças com os seus reparos." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

FORTE DE SÃO FERNANDO
(Porto Martins)


      

O 'Forte de São Fernando' localizava-se na ponta de São Fernando, hoje na freguesia de Porto Martins, concelho da Praia da Vitória na ilha Terceira, nos Açores. Primitivamente compreendida na freguesia de Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, com a criação da de Porto Martins passou a estar compreendida nesta última. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com o 'Forte de São Francisco', na defesa da baía de São Fernando.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "e muito mais seguro ficou [o Porto Novo] depois que se lhe fez o forte de S. Francisco, que só por si pode varrer toda aquela vasta baía até São Fernando, outro bom forte, já ambos no termo da Praia." No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de S. Fernando." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "17º-Forte de São Fernando. Está reformado de novo e precisa de uma porta. Tem quatro canhoneiras e quatro peças de ferro, três boas e uma incapaz, os reparos de três estão bons, e o outro está incapaz, precisa para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido como "Forte de S. Fernando" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "16º Forte de S. Fernando" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Achase reedificado de novo, porém carece uma tarimba, na sua casa, e porta, e portão na Forte.". Actualmente subsistem apenas vestígios.



Do tipo abaluartado, apresentava planta poligonal irregular, adaptado ao terreno. Primitivamente com dois baluartes pelo lado de terra e cinco canhoneiras nas três faces voltadas ao mar, à época do Tombo de 1881 contava com apenas um baluarte e possuía espaço para apenas uma peça no terrapleno. Media então uma área total de 328 metros quadrados. Pelo lado este possuía um baluarte a cobrir o paiol à prova de bombas no terrapleno. A entrada desse paiol era feita por cima da muralha. No exterior, adossado ao muro da direita, erguiam-se a casa da guarda e uma cozinha.

FORTE DE SÃO FILIPE
(Porto Martins)


O 'Forte de São Filipe', também referido como 'Forte de São Tiago', localizava-se na freguesia do Porto Martins, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com o 'Forte de São Fernando', o 'Forte de São Bento' e o 'Forte de Nossa Senhora da Nazaré'.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Na Ponta Negra edificou-se o forte de Nazaré, e logo adiante o de S. Tiago, que cruza, com o forte de São Bento, a enseada do Porto de Martim." Entretanto, o forte erguido à época, entre os da Nazaré e de São Bento, denominado como 'Forte de São Tiago', apresentava planta distinta do referido posteriormente, sob a invocação de São Filipe. Não sendo possível afirmar que o de São Filipe foi erguido sobre os restos do de São Tiago, e considerando-se que em fins do século XVI existiu uma fortificação sobre o porto, acredita-se que a localização do primitivo forte de São Tiago possa ter sido a este, sobre o ancoradouro de Porto Martins. Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "19º Forte de S. Thiago. Foi feito de novo a fundamento, tem seis canhoneiras e duas peças de ferro boas com os seus reparos capazes, precisa de mais três com os seus reparos, por não poder admitir mais; precisa para se guarnecer cinco artilheiros e vinte auxiliares." Encontra-se relacionado como "Forte de S. Filipe" no trabalho do capitão de Infantaria com exercício de (Engenharia, Francisco Xavier Machado "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira",1772, actualmente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo), representado com planta pentagonal em cujos muros pelo lado do mar se rasgam cinco canhoneiras e se indica dependência de serviço no terrapleno, pelo lado de terra. Encontra-se referido como "18º Forte de S. Tiago feito no tempo da campanha passada" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Este Forte carece sóm.e de portão, e é de boa utilidade p.ª a defesa." Em nossos dias restava apenas um pequeno troço de suas muralhas.



Do tipo abaluartado, em 1772 apresentava planta pentagonal, com sete canhoneiras nos lados voltados ao mar, com a dependência de serviço pelo lado de terra. O Tombo de 1881 encontrou-o com planta rectangular, em alvenaria de pedra, com 386 metros quadrados. Em seu terrapleno, à época, eram observados os restos de uma edificação de pequenas dimensões, possivelmente a casa da guarda.

FORTE DE S. FRANCISCO
(Angra do Heroísmo)


O 'Forte de São Francisco' localiza-se sobre a baía de São Fernando, no limite da freguesia de Vila de São Sebastião com a de Cabo da Praia, no concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do porto da Ribeira Seca (Salgueiros) contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte de São Fernando.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "e muito mais seguro ficou [o Porto Novo] depois que se lhe fez o forte de S. Francisco, que só por si pode varrer toda aquela vasta baía até São Fernando, outro bom forte, já ambos no termo da Praia." No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de S. Francisco." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "16º-Forte de São Francisco da Ribeira seca. Foi feito de novo a fundamento e falta-lhe a plataforma, tem seis canhoneiras e quatro peças de ferro capazes com os seus reparos bons, carece de mais duas peças com os seus reparos e para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares." Encontra-se referido como "15. Forte de S. Fran.co no dito lugar da Ribeira Seca" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Este Forte achasse reedificado de novo, e só carece de uma tarimba na sua casa."



Do tipo abaluartado, apresentava planta pentagonal orgânica (adaptada ao terreno), tendo sido erguido sobre rocha basal, em cantaria. Ocupava uma área de 303,48 metros quadrados. Primitivamente com seis canhoneiras em seus muros, o Tombo de 1881 encontrou-o com apenas três e, na espessura da muralha, talhada na cantaria, com uma banqueta para fuzilaria. Junto da gola, erguia-se, à esquerda, o paiol, e, à direita, uma casa para a guarnição.

FORTE DE SÃO JOÃO
(Praia da Vitória)



O 'Forte de São João da Praia da Vitória' localizava-se na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro e do antigo canal de acesso ao Paul, contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Erguia-se a nor-nordeste, a proximamente a 550 metros do Forte de Santo Antão, cruzando fogos com ele e com o Forte das Chagas.

Terá sido edificado no contexto da crise de sucessão de 1580, em 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. Danificado pelo tempo e pelas intempéries, foi restaurado ou reedificado pelo então Capitão-general dos Açores, general Francisco António de Araújo e Azevedo, entre 1818 e 1820. Não de conhecem, entretanto, referências a esta fortificação anteriores à acção de Araújo e Azevedo, o que leva a acreditar que tenha sido efectivamente erguido entre 1818 e 1819, por determinação daquele Capitão-general, sob a orientação do Engenheiro Militar José Rodrigo de Almeida, à época coronel de Milícias da Vila da Praia. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.



Em alvenaria de pedra, estava assente sobre uma escarpa rochosa e apresentava planta poligonal irregular, com uma área total de 308,60 metros quadrados (forte e dependências). Em seus muros rasgavam-se quatro canhoneiras, guarnecidas por quatro peças de artilharia, duas montadas sobre carretas pelo lado do mar, e duas jogando à barbeta, nos vértices. De acordo com o Tombo dos Fortes da Ilha Terceira, em 1881 possuía uma casa destinada à guarda e um paiol, ambas adossadas pelo exterior, e que apresentavam telhado, tarimbas e portas. O seu recinto era lajeado em cantaria de pedra. Possuía anexo um terreno de cultivo, para a subsistência da guarnição. Era acedido por um caminho em terras de particulares. Regista-se que, pelo fato do terreno do forte nunca ter sido murado, sempre houve confusão entre as mesmas e as dos particulares, seus vizinhos.

FORTE DE SÃO JOÃO
(São Mateus da Calheta)


O 'Forte de São João', também referido como 'Forte dos Biscoitinhos' e 'Forte do Biscoitinho', localiza-se no Bravio, sobre a baía de São Mateus, na freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do Oceano Atlântico. Cooperava com o Forte Grande e com o Forte da Igreja, entre os quais se situava.

Não se encontra referido por Drumnond entre as fortificações edificadas no contexto da crise de sucessão de 1580, em 1581, por determinação do corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. Não se encontra referido no trabalho do Sargento-mor Engenheiro João António Júdice (1767), no do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1771-1772), nem no do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776). Também não consta da colecção de plantas de José Rodrigo de Almeida, o que deixa dúvidas acerca de se foi um dos fortes reparados ou reconstruídos pelo Capitão-general dos Açores, Francisco António de Araújo e Azevedo, entre 1818 e 1820, De acordo com Faria a designação de "Biscoitinhos" só é encontrada no século XIX, aludindo possivelmente ao antigo "Reduto do Poço", referido por Júdice em 1767, e, com maior possibilidade de erro, com o "Forte do Açougue", referido por Gaspar Frutuoso ao final do século XVI. Actualmente os seus muros encontram-se consolidados, por iniciativa da Junta de Freguesia de São Mateus.




Tecnicamente constitui-se apenas numa bateria, uma vez que não possui fechamento. Apresenta planta com o formato semicircular, constituindo-se em edificação ligeira de alvenaria de pedra argamassada, guarnecendo uma plataforma lajeada de cantaria. Não possuía edificações de serviço. Estava artilhado com uma peça, jogando à barbeta.

FORTE DE SÃO JORGE
(Cabo da Praia)




O 'Forte de São Jorge' localizava-se na freguesia do Cabo da Praia, concelho da Praia da Vitória, na costa oeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro (actual Porto Oceânico da Praia da Vitória) contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto de S. Jorge." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "22º-Forte de São Jorge. Está reformado de novo. Tem tres canhoneiras, precisa abrir-se-lhe mais uma, tem duas peças de ferro capazes com seus reparos bons e precisa mais uma com o seu reparo e para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido como "Forte de S. Jorge" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "21º Forte de S. George" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte precisa algum rachamento, guarnição, e rebo quo, o seu tilhado composto, e uma porta na sua casa." A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 localiza-o na freguesia de Porto Martim e informa que dele "Apenas existem os vestígios". Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.



Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, em alvenaria de pedra, o desenho de aguarelado de 1772 representa-o com planta pentagonal com os muros rasgados por três canhoneiras pelos lados do mar, e dependências de serviço no terrapleno pelo lado de terra. Um alçado e planta de autor desconhecido, sem data, no Arquivo Histórico Militar, mostra-o com planta quadrada, com uma canhoneira em cada um dos lados e duas indicadas no alçado do muro pelos lados do mar. A edificação de serviço encontra-se ampliada com o adoço, pelo exterior da gola, de um novo compartimento.

FORTE DE SÃO JOSÉ
(Cabo da Praia)


O 'Forte de São José' localizava-se na freguesia do Cabo da Praia, concelho da Praia da Vitória, na costa oeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro (actual Porto Oceânico da Praia da Vitória) contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte de Santa Catarina' e com o 'Forte de São Caetano'.

Embora pouco se conheça acerca da sua história, uma vez que não se encontra expressamente mencionado por Gaspar Frutuoso e nem por Francisco Ferreira Drummond. Este último refere que, em 1581, no contexto da crise de sucessão de 1580. O então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, mandou edificar mais doze fortes "além do de Santa Catarina", na baía da Praia ("Anais da Ilha Terceira"). Estudos mais recentes, a partir da análise dos materiais empregados na sua construção, indicam entretanto, que a sua construção não deve remontar ao século XVI. Também não se encontra relacionado entre os fortes inspeccionados pelo Sargento-mor Engenheiro João António Júdice em 1767, nem do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco em 1776. O seu nome consta na relação dos fortes recuperados pelo Capitão-general dos Açores, Francisco António de Araújo e Azevedo, quando este determinou reparar as fortificações desta linha defensiva, entre os anos de 1818 e 1820. Terá sido erguido com projecto e sob a direcção do engenheiro militar, José Rodrigo de Almeida, ao tempo coronel de Milícias da Vila da Praia. No contexto da Guerra Civil Portuguesa, quando da batalha da Praia (11 de agosto de 1829), consta ter sido o que mais dano causou à capitânia absolutista, a nau "Dom João VI". A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 localiza-o na vila da Praia da Vitória e informa: "As muralhas precisão d'algumas reparações; o alojam.to está inabitável, p. que dele só existem as paredes, as quais estão em bom estado; acha-se já aprovado o compete orçamento, e não tem sido posto em execução por falta de meios pecuniários.". Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

Apresenta planta irregular, em alvenaria grossa argamassada, assente sobre barreiras, com uma área de 641 metros quadrados. Por se encontrar a alguma distância do mar, manteve-se relativamente preservado ao longo dos séculos. Em seus muros rasgavam-se quatro canhoneiras. Era acedido por uma rampa, que também dava passagem à Casa da Guarnição e ao paiol.

FORTE DE SÃO PEDRO
(Biscoitos)



O 'Forte de São Pedro', também referido como Forte do Porto dos Biscoitos, mas também como 'Forte de Santo António', localiza-se na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, na costa norte da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte da Rua Longa, ao sul.

Foi edificado por volta de 1520, pelo Provedor das Fortificações, Pedro Anes do Canto, para defesa daquele ancoradouro que atendia não apenas as suas terras, mas as naus da Carreira da Índia, e em homenagem a quem foi assim denominado. Drummond informa que o forte foi edificado no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567,3 o que pode indicar não a sua construção mas a sua reedificação ou reforço à época. Em nossos dias encontra-se conservado como miradouro por iniciativa da Junta de Freguesia dos Biscoitos.



Do tipo abaluartado, apresenta planta com formato pentagonal irregular, com 805 metros quadrados. As muralhas erguidas em cantaria no paramento exterior são rasgadas por três canhoneiras. Contava com algumas banquetas para fuzilaria e uma casa de alvenaria coberta com colmo, para a guarnição, erguida isolada, externamente ao recinto do forte.

FORTE DE S. SEBASTIÃO
(Angra do Heroísmo)


O 'Forte de São Sebastião', também referido como 'Castelo de São Sebastião' ou simplesmente 'Castelinho', localiza-se no porto de Pipas, freguesia de Nossa Senhora da Conceição, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Edificado numa pequena colina que forma o extremo ESE da baía de Angra, em pleno centro histórico da cidade, foi a primeira grande fortificação marítima na cidade. Cruzava fogos com a Fortaleza do Monte Brasil, na defesa do porto de Pipas, à época o mais importante ancoradouro e estaleiro da ilha onde escalavam as embarcações da Carreira da Índia e as frotas do Brasil, em trânsito para, o Reino de Portugal. A importância de sua posição decorria da facilidade com dela se podia fechar militarmente a baía de Angra.



O estudo para a defesa das ilhas do arquipélago dos Açores, contra os assaltos de piratas e corsários, atraídos pelas riquezas das embarcações que aí aportavam, oriundas da África, da Índia e do Brasil, iniciou-se em meados do século XVI. Bartolomeu Ferraz, em uma recomendação para a fortificação dos Açores apresentada a Dom João III de Portugal em 1543, chama a atenção para a importância estratégica do arquipélago: "E porque as ilhas Terceiras importam muito assi polo que per si valem, como por serem o valhacouto e socorro mui principal das naos da India e os franceses serem tão desarrazoados que justo rei injusto tomam tudo o que podem, principalmente aquilo com que lhes parece que enfraquecem seus imigos, (...)." E nomeadamente sobre Angra: " (...) e porque a ilha da Angra é a mais importante nesta dobrar mais a força." Ainda sob o reinado de Dom João III (1521-1557) e, posteriormente, sob o de Dom Sebastião de Portugal (1568-1578), foram expedidos novos Regimentos, reformulando o sistema defensivo da região, tendo-se destacado a visita do arquitecto militar italiano Tommaso Benedetto ao arquipélago, em 1567, para orientar a sua fortificação. Como Ferraz anteriormente, este profissional compreendeu que, vindo o inimigo forçosamente pelo mar, a defesa deveria concentrar-se nos portos e ancoradouros, guarnecidos pelas populações locais sob a responsabilidade dos respectivos concelhos. Neste contexto, e visando a defesa do porto de Angra, já em 1537 Dom João III encarregara Pedro Anes do Canto da construção de um baluarte, que é possível tenha sido levantado no local. Entretanto, por uma carta do Cardeal Dom Henrique à Câmara de Angra, datada de 14 de maio de 1561, constata-se que, mesmo que ele houvesse sido construído, já não mais existia à época.


Benedetto, nomeadamente para a defesa de Angra, onde inicialmente se havia seguido uma filosofia defensiva tardo-medieval, com a construção do chamado Castelo dos Moinhos numa elevação, em terra, preconizou a fortificação de toda a península do Monte Brasil. A Câmara Municipal de Angra, sem condições de arcar com os custos de um projecto de tamanha envergadura, propôs ao cardeal Dom Henrique, regente do reino à época, a construção de uma fortificação de maiores proporções junto ao Porto de Pipas e de uma outra, fronteira a ela, na encosta do Monte Brasil, permitindo o cruzamento de fogos. Aceite a proposta da Câmara Municipal, o Alvará de 22 de Abril de 1562, nomeou como Mestre das Obras de Fortificação, com vencimento de 80$000, a Luís Gonçalves. Entretanto, as obras do forte, sob a invocação de 'São Sebastião' em homenagem ao então soberano, terão se iniciado, na melhor das hipóteses, dez anos mais tarde. Em 1572 Dom Sebastião de Portugal, atendendo a uma exposição da Câmara Municipal de Angra, determinou a construção de dois fortes, um no porto de Pipas e outro nos Fanais, em detrimento do que lhe havia sido proposto erguer na ponta do Monte Brasil, por "pessoas que tinham muita notícia e experiência das obras de fortificação". Em anexo, enviava ao corregedor Diogo Álvares Cardoso as plantas para as fortificações, com o pedido de maior brevidade na sua execução. O seu terreno, sobranceiro à enseada, foi adquirido a Pedro do Canto e Castro e, em 1576 o forte já se achava em condições de utilização, sendo nomeado como alcaide-mor, Manuel Corte Real. Desse modo, ao eclodir a crise de sucessão de 1580, era o único forte na costa da ilha.

"Não havia naquele tempo em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas."

As obras foram dadas como concluídas em 1580, mas incompletas, uma vez que faltava ao forte praticamente toda a muralha este, voltada à baía das Águas. De qualquer modo, encontrava-se bem guarnecido e artilhado, tendo contribuído para afastar a esquadra de Dom Pedro de Valdez em 1581, dando lugar ao subsequente desembarque e batalha da Salga.



Em 1582, Dom Álvaro de Bazán, vencedor da Batalha Naval de Vila Franca contra a esquadra francesa enviada aos Açores em apoio à causa de Dom António, prior do Crato, não acometeu a cidade e nem a Ilha. No ano seguinte, quando do desembarque da Baía das Mós, entrou vitorioso em Angra pelo portão de São Bento, uma vez que o acesso por mar lhe era vedado pelos fogos combinados do 'Forte de São Sebastião' e do 'Forte de Santo António'. Foi ainda aqui, no 'Forte de São Sebastião', que o marquês de Santa Cruz recebeu a rendição formal das tropas francesas aquarteladas na ilha. Acredita-se que a construção da muralha este seja do período da Dinastia Filipina, marcado por grande actividade em termos de fortificação. A bateria coberta que fica desse mesmo lado parece já ser posterior. E apenas numa planta do século XVIII figura a chamada Casa do Comandante, hoje reconstruída. As muralhas Norte e Poente eram, primitivamente, precedidas por um revelim. A muralha Norte era protegida por um fosso, hoje parcialmente entulhado. A ponte de pedra para acesso ao Portão de Armas terminava antes de o atingir sendo este acedido por uma ponte levadiça de madeira. O terrapleno da fortificação era desimpedido e as poucas construções adoçavam-se primitivamente apenas à muralha Norte. Quando da construção da bateria baixa, esta era acedida por uma rampa e um túnel em linha recta e não parcialmente em curva como nos nossos dias. A defesa assim proporcionada, já sob o governo de Juan de Horbina, afastou em 1589, o corsário inglês Sir Francis Drake. O mesmo se repetiu em 1597, quando da tentativa da armada sob o comando de Robert Devereux, 2º conde de Essex, que, com cerca de 140 velas, impusera pesado saque à ilha do Faial. Neste período o forte encontra-se representado na gravura "A Cidade de Angra na Ilha Iesu Xpo da Terceira que esta em 30 Graus", de Jan Huygen van Linschoten, datada de 1595.



No contexto da Restauração da Independência, às vésperas do movimento que conduziria à expulsão dos espanhóis da Terceira, o Mestre de Campo Álvaro de Viveiros formulou e propôs um plano de destruição desta fortificação, rejeitado pelo Senado de Angra (1641). De qualquer modo, a 24 de Março Francisco Ornelas da Câmara procedeu a aclamação de João IV de Portugal diante da Igreja Matriz da Praia e, três dias depois (a 27 de Março, uma quinta-feira santa), o 'Forte de São Sebastião' foi assaltado e conquistado pela Companhia da Ribeirinha, sob o comando do capitão Manuel Jaques de Oliveira.





A operação foi favorecida pelo artilheiro português Pedro Caldeirão, que, embora a serviço da Espanha, não hesitou, com risco da própria vida, em orientar os seus conterrâneos para que avançassem para uma casamata desguarnecida nas imediações do portão. Depois de breve luta com a guarnição castelhana sob o comando do capitão Respenho, o forte foi dominado e a sua artilharia rompeu fogo contra a 'Fortaleza de São Filipe'. Adicionalmente, na posse deste forte, os Terceirenses ganharam o controle do porto, impedindo o auxílio aos espanhóis sitiados em São Filipe. Por Carta-régia de 7 de Outubro de 1649, foi nomeado Alcaide-mor do forte Manuel de Barcelos da Câmara Vasconcelos. Foi mandado reedificar por Dom Pedro II (1667-1706) em 1698, conforme inscrição epigráfica em latim, abaixo das armas de D. Sebastião, por sobre o portão: "Jubent epotentissimoReg ealtissimo Domino Nostro Petro II populi Patre, qui Patriam possuit suam in pace semper tutam quo regni petra erecta firmissima etangularis: castrum a Sebastiano conditum reedificatur, Anno Domini MDCXCVIII."



No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), com o apoio da artilharia do Monte Brasil, em 1708 repeliu a armada do corsário francês René Duguay-Trouin, que em Setembro atacou as Velas, na Ilha de São Jorge. À época encontra-se referido como "O castelo de S. Sebastião sobre o mesmo porto [de Angra]." Ma relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Mais tarde, no contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: 

1.º- Este forte tem duas baterias, uma alta, outra baixa. A alta tem dezoito canhoneiras e precisa mais duas; tem sete peças de ferro incapazes e os seus reparos só três estão bons, e precisa para se guarnecer vinte peças e dezassete reparos e as suas plataformas reformadas por se acharem incapazes de laborar nelas a artilheria.

2.°- Na bateria baixa precisa acabar-se um lance de muralha, que se acha em meia altura, e aos seus lados precisa a muralha antiga maciara algumas faltas que tem e encasca-los.

3.°- O angulo desta bateria tem feito o mar uma grande concavidade, e o melhor concerto que aqui se deve fazer é retirar o dito angulo mais para dentro, por ser mais solido o seu fundamento.

4.°- Tem esta bateria quinze canhoneiras e precisa mais três. Acha-se com nove peças, cinco de bronze todas esfuguenadas, e quatro de ferro, duas esfuguenadas e três destas precisam reparos novos, como também para as três canhoneiras que se hão de abrir três peças com os seus reparos, e as suas plataformas todas reformadas.

5.°- O paiol da pólvora que tem, se deve desmanchar e fazer-se em outra parte mais conveniente, por se achar muito exposto.

6.°- O corpo da guarda precisa abrir-se-lhe duas janelas para a parte do mar, e fazer-se-lhe tarimbas, e a chaminé que tem, pôr-se-lhe em outro lugar."
Existe planta do forte, datada de 1772, remetida com outras à Secretaria da Guerra em Lisboa.



O forte mantinha a sua importância estratégica conforme a planta do sistema defensivo da baía de Angra, de José Carlos de Figueiredo, datada de1822. Ainda nesta data, Sousa, ao descrever o porto de Angra refere: " (...) entre as pontas de S. Sebastião a leste, onde há um castelo de 40 peças, (...).". No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), por determinação da Regência da Ilha Terceira, foi-lhe adicionada a bateria baixa, denominada como "Bateria da Heroicidade", sob a direcção do engenheiro Serra. Nessa bateria foi colocada uma inscrição epigráfica, em basalto, que reza:

"BATERIA DA HEROICIDADE 11 DE AGOSTO DE 1830 NA DEFENSÃO DAS LIBERDADES PATRIAS HEROES SE EXTREMAM NO GERAL DOS POVOS."

Ao final do conflito o sistema defensivo da ilha, como um todo, foi relegado a segundo plano.




De tipo abaluartado, o conjunto apresenta planta orgânica (adaptado ao terreno) com o formato de um pentágono irregular apresentando, pelo lado do mar, três ordens de baterias, estando fechado, pelo lado de terra, por duas frentes abaluartadas. Das baterias marítimas, a primeira, superior, encontra-se elevada em relação aos baluartes; a segunda imediata ao corpo da praça; e a terceira quase rasante e mais moderna, com relação ao restante da fortificação. As muralhas coroadas por merlões, são de grossa alvenaria argamassada. A "bateria baixa", baptizada de "Bateria da Heroicidade", encontra-se 13,40 metros acima do nível do mar; a que está no recinto da praça eleva-se a 26,60 metros; e as dos baluartes elevados, a 32,70 metros. A fortificação em si ocupava uma superfície aproximada de 10.504,00 metros quadrados. O forte é acedido por uma ponte sobre dois arcos de cantaria de pedra sobre um fosso, que comunica o exterior com o Portão de Armas rasgado na muralha Norte. No seu terrapleno ergue-se a Casa do Governador, com lojas e um pavimento alto para o ajudante. Foi feita uma construção regular de alvenaria argamassada, com nove divisões no andar nobre, com paredes de tabique. As assoalhadas são forradas a madeira e, no pavimento térreo, há cinco divisões ou lojas sendo algumas abobadadas. Outros acessos eram o chamado "Caminho de Cima" (hoje desaparecido) e a rampa do varadouro do Porto de Pipas (hoje bloqueada). A construção destinada a quartel da tropa e a alojamento do ajudante da praça, de grossa alvenaria argamassada, tem, no alojamento deste que é o pavimento alto, cinco divisões de tabique e um corredor abobadado; o sobrado serve de tecto à caserna que forma o pavimento térreo. A Casa da Guarda é também abobadada ficando ao abrigo da cortina dos dois baluartes, com os quais se comunica por uma poterna. Através dela desce-se para a casamata que tem dois pequenos paióis abobadados sob os terraplenos dos baluartes, muito húmidos e que só em caso de necessidade urgente podem servir. A sua artilharia encontrava-se recolhida à 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'. No exterior das muralhas, pelo Norte, foram cavados fossos com o objectivo de dificultar qualquer ataque por terra. Apresentam um plano bastante inclinado e desenvolvem-se para Oeste até aos limites do forte.



Pelo mesmo lado há ainda vários terrenos que eram cultivados ou arrendados pertencentes ao Ministério da Guerra e que se poderiam utilizar para produzir alimentação para a guarnição em caso de necessidade ou de cerco. Os terrenos do forte pelo lado Oeste compreendiam o espaço que ia do chamado jardim público (hoje um relvado) até ao referido varadouro do Porto de Pipas. O forte é dotado de uma cisterna com capacidade para 33.000 mil litros de água potável. Conta ainda com um sistema subterrâneo de transporte de águas, que parte do Oeste e vai desaguar na rocha da costa, a Leste.

FORTE DE S. SEBASTIÃO DO PORTO NOVO

O 'Forte de São Sebastião do Porto Novo' localizava-se no lugar da Ribeira Seca, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Na foz da Ribeira Seca existiu o principal porto da freguesia, chamado de "Porto Novo", por oposição ao "Porto Velho", este na Casa das Mós, na ponta de Santa Catarina. No Porto Novo, também conhecido por porto de Gaspar Gonçalves Machado, era embarcado o pastel, o trigo, a cevada e o centeio, e ainda a telha para a cidade de Angra e as demais ilhas do arquipélago. Constituía-se no terceiro porto comercial da ilha. Em 1571, a Câmara Municipal de São Sebastião determinou a construção de dois redutos para a defesa do chamado "Porto Novo": o '1º Reduto da Ribeira Seca' e o '2º Reduto da Ribeira Seca'. Essa defesa foi reforçada com a construção de dois fortes nas pontas contíguas à enseada: o Forte de São Sebastião (1574) e o 'Forte de São Francisco' (1581). Neste mesmo local ficava o termo dos concelhos de São Sebastião e da Praia, pelo que aí terá existido um portão, para efeitos administrativos. A este respeito, no contexto da crise de sucessão de 1580, ao referir as defesas implementadas pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, Drummond registou: " (...) e dentro na enseada do mesmo porto [baía do Porto Novo], concluiu-se um pequeno castelo denominado de S. Sebastião, nome do santo da vila, cujo porto defendia, e nele estava nos 6 meses de verão o comandando com as munições de guerra convenientes, por ser este o terceiro porto comercial da ilha. (...) " Dois séculos mais tarde Manoel de Matos P. de Carvalho, na "Notícia da fortificação da Ilha Terceira" (1766), registou: "20ª A fortaleza da Ribeira Seca, com duas peças. (…) todas estas fortalezas se acham presentemente reparadas, por ocasião da guerra." Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "13º-Forte de S. Sebastião. Foi reformado de novo porem já se acha com as suas muralhas todas abertas, por lhe faltar a rocha sobre que estava fundado, pelo demolir o mar; tem seis peças de ferro capazes e não precisa mais do que cinco. O dito forte está incapaz de se usar dele, pela sobredita ruina, precisa para se guarnecer cinco artilheiros e vinte auxiliares." Encontra-se referido no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "12º Forte de S. Seb.am o primr.º da Bahia da Ribeira Seca do Porto novo" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína: "Este Forte é dos mais importantes p.ª a defesa de desembarque, que na mesma se pode fazer, e foi dos melhores, que havia na costa, hoje se acha inteiramente destruído, apenas conserva a muralha da parte da terra, devesse construir ali um reduto, servindo-o p.ª ele a muralha existente, o qual deve ter capacidade para laborarem as cinco peças de Artilharia, que se acham postadas naquele lugar." Actualmente nada mais resta dos antigos redutos e nem do portão.

FORTE DO AÇOUGUE

Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Encontra-se referido por Gaspar Frutuoso, no final do século XVI. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO ALCAIDE

O' Forte do Alcaide' localizava-se na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO  BOM JESUS
(Vila de São Sebastião)



O 'Forte do Bom Jesus' localiza-se na encosta do pico dos Cornos, fronteira ao ilhéu da Mina, na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte de Santa Catarina das Mós' a oeste, na defesa da baía das Mós, e com os 'fortes do Pesqueiro dos Meninos' e do 'Porto Novo' (ou de São Sebastião, desaparecido), a este, na defesa da baía do Porto Novo.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Dentro da baía, ou casa, das Mós, que é a mais profunda da ilha, e onde estão os ilhéus da Mina, bem conhecidos nas cartas marítimas, edificou-se o forte da Greta; e o de Santa Catarina, aos quais pela sua posição e construção bem podíamos chamar castelos; e se lhe fez uma forte muralha com que se fechou aquela cortina, como ainda hoje atestam os fortes vestígios ali existentes; e entre os ilhéus fez-se um baluarte, no lugar em que pelos anos em diante a Câmara de Angra mandou construir a fortaleza do Bom Jesus." À época da Restauração Portuguesa (1640) não se encontra referido na descrição do episódio do desembarque das forças do capitão espanhol Dom Luís Peres de Viveiros (20 de Junho de 1641), irmão do general Dom Álvaro de Viveiros, governador do Castelo de São Filipe e que vinha de Espanha em seu socorro, tendo sido derrotado em terra pelos habitantes da Terceira. Por essa razão, os oficiais da Câmara de Angra, determinaram a reconstrução dessa defesa, concluída em 1644 e colocada sob a invocação do Bom Jesus. 



No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Bom Jesus." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "11º-Forte do bom Jesus. Foi reformado de novo, tem oito canhoneiras e quatro peças de ferro boas com os seus reparos capazes; precisa mais quatro peças com os seus reparos e para se guarnecer precisa oito artilheiros e trinta e dois auxiliares." Encontra-se referido como "10º Forte do Bom Jesus último da B.ª das mós" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também se acha reedificado de novo, não carece de obra alguma." Dele existe alçado e planta ("Forte do Bom Jesus") na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por José Rodrigo d'Almeida em 1806". Fortificação do tipo abaluartado, apresenta planta no formato pentagonal, adaptado à rocha sobre a qual se ergue. A sua área construída era de 380 metros quadrados. Em suas muralhas abriam-se seis canhoneiras. Possuía um torreão para a fuzilaria, um paiol abobadado para a pólvora e casa para a guarnição. Por sobre o portão, encontrava-se a pedra de armas e uma inscrição epigráfica onde, no último quartel do século XIX ainda se conseguia ler a data de 1644.

FORTE DO ESPIRITO SANTO 


O 'Forte do Espírito Santo' localizava-se na extremidade esquerda da baía da Praia da Vitória, na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Sob a ponta do Facho, em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte de Nossa Senhora da Conceição' e o 'Forte do Porto', que lhe ficavam à direita. Actualmente ali se inicia o molhe de protecção e acostagem dos navios de reabastecimento da Base Aérea das Lajes.



Foi edificado em 1576 por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "A Fortaleza do Espirito Santo na Ponta do Facho." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". O padre António Cordeiro dá conta, em 1717, de que o forte contava com onze peças de artilharia de ferro e bronze. Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "29º-Forte do Espirito Santo. Está reformado de novo, precisa a sua porta ser concertada; tem dez canhoneiras e sete peças de ferro boas e os seus reparos capazes, precisa mais tres peças com os seus reparos e para se guarnecer dez artilheiros e quarenta auxiliares. Este forte e o de Santa Catarina são os que defendem a entrada na baia da vila da Praia." Encontra-se referido como "28º Forte do Espirito S.to o ultimo q. fica situado na b.ª, e o principal q. a defende pois cruza os seus tiros com os mais Fortes q. defendem a mesma baia" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Ade mister guarnição, e reboco na casa da guarda, tarimba, o tecto madeirado, e o tilhado feito, a piquena casa que serve de polvarinho, carece de porta, e o mesmo a outra, e fazer se lhe um artilheiro para se recolher a Artilharia no tempo do Inverno, e mais um portão no dito Forte." Por esta época apresentava planta poligonal hexagonal irregular, com os muros rasgados por seis canhoneiras pelo lado do mar e uma pelo lado da vila, de acordo com planta de autor desconhecido, sem data, actualmente no Arquivo Histórico Militar. Encontra-se assinalado como "10º Forte do Espirito Santo" na "Planta da Bahia da Villa da Praia" (1805). Sousa, em 1822, ao descrever o porto da Praia refere: "(...) é sofrivelmente defendido pelo forte (...) [do] Espírito Santo. Um Regimento de Milícia Nacional, que toma o nome da vila faz a sua defesa.".



Do tipo abaluartado, apresentava planta poligonal orgânica, adaptada à rocha sobre a qual se erguia. Em aparelho de cantaria de pedra argamassada, a sua área construída era de 500 metros quadrados. Com capacidade originalmente para sete peças de artilharia em canhoneiras, o Tombo de 1881 encontrou-o com capacidade para apenas cinco. No terrapleno possuía 'casa de guarnição' (com dois compartimentos) e pelo exterior, adossado à muralha Oeste, um paiol. Era acedido pelo areal da praia.

FORTE DO FANAL

O 'Forte do Fanal' localizava-se na freguesia de São Pedro, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO NEGRITO


O 'Forte do Negrito' localiza-se na Zona Balnear do Negrito, na freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, última enseada a oeste de Angra com condições para se efectuar um desembarque, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com os demais fortes na mesma linha, nomeadamente o 'Forte da Igreja' que lhe ficava mais próximo.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Os mais fortes que Ciprião de Figueiredo mandou edificar nos lugares já de antes designados, são os seguintes: dentro na baía da cidade, entre a mencionada fortaleza de Santo António e o Porto Novo, edificou-se outro forte; correndo para o poente, onde se chama a Prainha, outro, e todos com artilharia, fechados, e de uns a outros iam muros com seus cordões, e corredores por dentro, e com boas portas para terra. Edificou-se mais adiante a fortaleza de São Mateus, o forte da Calheta, e o do Negrito; e dali até à Serreta fizeram-se trincheiras em poucos lugares, por ser costa mui brava." As suas obras foram custeadas com o produto de impostos aumentados sobre mercadorias, géneros alimentícios, ancoragem de navios, e mais tarde, novos impostos sobre a fazenda dos habitantes da ilha, tendo a cidade de Angra contribuído com dez mil cruzados e a então vila da Praia com cinco mil. 



No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim do Negrito." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "35º-Forte do Negrito. Precisa ser todo reformado de novo por estar muito arruinado; tem tres canhoneira e tres peças de ferro capazes, e os seus reparos bons: precisa para se guarnecer tres artilheiros e doze auxiliares." Encontra-se referido como "30º Forte do Negrito da Calheta de S. Matheus" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte carece ser rachado, guarnecido, e rebocado, e carece de todas as portas novas, e também precisa alguma providencia a respeito do caminho, que suingue o mesmo Forte, o qual se acha arruinado.".



A estrutura original seiscentista foi substancialmente alterada, nomeadamente no século XIX com a supressão de um baluarte voltado a terra (NO) e de um torreão na extremidade SO. De tipo abaluartado, apresenta planta no formato rectangular, dispondo de uma plataforma lajeada com cinco canhoneiras. Quando do tombo de 1881, apresentava uma área construída de 505 metros quadrados. Para defender a enseada que limita o forte do lado leste, a muralha foi retirada na extensão de onze metros e cortada ao nível da soleira das canhoneiras em toda a espessura, de modo a formar uma banqueta, com um pequeno fosso para abrigo da guarnição. No interior do forte erguem-se duas pequenas casas de uma só água, a maior destinada a 'Casa da Guarda', e a outra, a 'Casa da Palamenta'. Na muralha do lado leste, sem canhoneiras e onde se rasga a porta, poderá ter corrido um adarve para fuzilaria. O caminho que ligava o forte à Estrada Nacional tinha, pelo lado do mar, uma banqueta para fuzilaria.

FORTE DO PESQUEIRO DOS MENINOS
(Vila de São Sebastião)


O 'Forte do Pesqueiro dos Meninos' localiza-se na freguesia da Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte do Bom Jesus' (à sua direita) e com o antigo 'Forte do Porto Novo' (ou de São Sebastião), desaparecido, para defesa da baía do Porto Novo.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "Mais adiante [do Forte do Bom Jesus], e na baía de Porto Novo, edificou-se o forte denominado Pesqueiro dos Meninos; (...)" Esteve guarnecido com tropas luso-francesas, na previsão da expedição de Dom Álvaro de Bazán, aí intentar o desembarque (1583). No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto do Pesqueiro dos Meninos." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "12º-Forte do Pesqueiro dos meninos. Foi reformado de novo; tem quatro canhoneiras e quatro peças de ferro boas com seus reparos capazes e para se guarnecer precisa quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se referido como "11º Forte de Pesqueiro dos Meninos" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: "Também se acha reedificado de novo, não carece de obra alguma."



Mais propriamente um reduto flanqueado, do tipo abaluartado, apresentava planta triangular, adaptado ao terreno, ocupando 279,5 metros quadrados. Em cantaria de pedra, os seus muros eram rasgados por quatro canhoneiras (duas em cada face voltada para o mar). No prolongamento dessas faces, possuía parapeitos destinados a fuzilaria. No seu interior erguiam-se a 'casa de guarda' e o 'Paiol', pelo lado de terra.

FORTE DO POBADO

O 'Forte do Pobado' localizava-se na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DO TERREIRO


O 'Forte do Espírito Santo', também referido como 'Forte do Terreiro de São Mateus', localizava-se na ponta de São Mateus, na freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, última enseada a oeste de Angra com condições para se efectuar um desembarque, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte do Negrito'.

A sua construção ocorreu no contexto da crise de sucessão de 1580, concomitante à dos fortes vizinhos, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. Como as demais fortificações erguidas na ilha à época, destinava-se à protecção contra a iminente tentativa de invasão por parte de uma Armada castelhana. Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "33º-Forte do Terreiro. Precisa o seu parapeito todo reformado e do mesmo precisa hum lance de muralha que se acha arruinado e a sua plataforma se deve acrescentar. Tem quatro peças de ferro boas e os seus reparos capazes e para se guarnecer precisa de quatro artilheiros e dezasseis auxiliares." Encontra-se relacionado como "Forte do Terreiro" no trabalho do capitão de Infantaria com exercício de Engenharia, Francisco Xavier Machado, "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira" (1772), actualmente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Encontra-se referido como "32º Forte do Espirito S.to no terreiro de S. Matheus" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta a ruína: "Este Forte precisa a mayor parte fazer-se de novo.".



De tipo abaluartado, apresentava planta de formato pentagonal irregular, rasgando-se em seus muros quatro canhoneiras.

FORTE DOS COELHOS
(Vila de São Sebastião)


O Forte dos Coelhos localizava-se na ponta dos Coelhos, na freguesia do Porto Judeu, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A seu respeito, Drummond registou: " (...) fez-se um baluarte na Ponta dos Coelhos; (...)". E em nota, complementa: "Assim chamado dos filhos de João Coelho, um dos companheiros de [Jácome de] Bruges, que ali fez assento, aos quais pertenceu este sítio." No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte na Ponta dos Coelhos." Na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710". Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "4º - Forte dos Coelhos. Acha-se todo demolido e neste sítio estão cinco peças de ferro boas com os seus reparos capazes, postas sobre uns calhaus, precisa ser rectificado e para se guarnecer precisa cinco artilheiros e vinte auxiliares." Encontra-se referido como "Forte dos Coelhos" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", de Francisco Xavier Machado (1772). Encontra-se referido como "3. Forte dos Coelhos" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína: "Achasse inteiramente raso, pelo mar o destruir, necessitasse fazerem de novo, e mais bem situado. Este Forte defende a duas baias, uma p.ª cada lado.". Actualmente subsistem apenas vestígios de sua estrutura.

De acordo com a iconografia de 1772, este forte, de tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta no formato de um pentágono irregular, encontrando-se, à época, em adiantado estado de degradação, o que é confirmado pelo Relatório de 1776.

FORTE DOS PREGUIÇOSOS

O 'Forte dos Preguiçosos' localizava-se na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE DOS TRINTA RÉIS

O 'Forte dos Trinta Réis' localizava-se na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa o seu ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

FORTE GRANDE
(Praia da Vitória)

O 'Forte Grande', também referido como 'Forte da Praia' e 'Forte da Prainha,' localizava-se na cidade e concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

FORTE GRANDE DE S. MATEUS DA CALHETA


O 'Forte Grande de São Mateus da Calheta', também referido como 'Forte da Prainha de São Mateus', localiza-se na freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma 'fortificação destinada à defesa' deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o 'Forte do Biscoitinho' e o 'Forte da Má Ferramenta'. Este conjunto de fortes cooperava com o 'Forte do Negrito' a oeste, e com a 'Bateria de São Diogo', no Monte Brasil, mais distante, a este.



Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas..“ A este respeito, Drummond registou: "Os mais fortes que Ciprião de Figueiredo mandou edificar nos lugares já de antes designados, são os seguintes: dentro na baía da cidade, entre a mencionada fortaleza de Santo António e o Porto Novo, edificou-se outro forte; correndo para o poente, onde se chama a Prainha, outro, e todos com artilharia, fechados, e de uns a outros iam muros com seus cordões, e corredores por dentro, e com boas portas para terra. Edificou-se mais adiante a fortaleza de São Mateus, o forte da Calheta, e o do Negrito; e dali até à Serreta fizeram-se trincheiras em poucos lugares, por ser costa mui brava." Era aqui, na altura da freguesia de São Mateus, que as naus de torna-viagem das Índias, em busca do porto de Angra, salvavam pela primeira vez. Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "31º-Forte da prainha de S. Matheus. Este é o maior [dos fortes e redutos] que fica [m] ao poente [da cidade d'Angra] e está reformado de novo. Tem seis canhoneiras e precisa de mais duas e peças de ferro tem seis capazes com os seus reparos bons, precisa de mais duas com os seus reparos e para se guarnecer oito artilheiros e trinta e dois auxiliares." Encontra-se referido como "33º Forte da Praya de S. Matheus" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que apenas assinala: " (...) é dos melhores da costa desta Ilha. Este Forte achasse reedificado todo de novo, e não carece de obra algua."


Do tipo abaluartado, apresenta planta com formato aproximadamente triangular, com cinco canhoneiras: uma no vértice saliente e duas em cada face para o lado do mar, ocupando uma área de 738 metros quadrados, à qual se acrescia um largo com 483 metros quadrados, que no tombo de 1881 se considerava pertencer ao Ministério da Guerra. De muralhas espessas, tem embutido na do flanco oeste um corredor com três metros de comprimento, que dá acesso à latrina. No mesmo flanco, mas próximo da gola que dá forma à linha entre os lados do ângulo saliente, existe um espaço destinado a cozinha. À esquerda do portão de armas, uma escada de pedra dá acesso a uma plataforma em forma de terraço, que terá servido de posto de observação. Encostadas ao muro de gola encontram-se quatro casas pegadas, tendo as duas das extremidades uma entrada pelo interior do forte. Cada uma delas tem uma janela voltada para o lado do mar. As duas casas do meio apresentam-se com entrada pelo exterior do forte, sendo que a casa da esquerda tem duas janelas para o largo, que confronta com a estrada. A última casa tem dois compartimentos, que terão servido para guardar munições e palamenta. Contiguamente ao forte, pelo lado direito, existe um pequeno pano de muralha de características defensivas. Como no local existiu um poço, há quem pretenda ver naquele testemunho o que restou do chamado "Reduto do Poço", ainda referenciado em finais do século XVIII.

PORTAS DO MAR
(Angra do Heroísmo)


As 'Portas do Mar' localizam-se no Pátio da Alfândega, sobranceiro ao Cais da Alfândega, na freguesia da Sé, em pleno centro histórico da cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores..



Embora remontem ao século XV, sofreram extensas alterações eventualmente por volta de 1470 ou 1500, por iniciativa do segundo capitão do donatário da ilha, Álvaro Martins Homem. À época, embora fosse fortificada por razões de segurança, a porta do cais da cidade de Angra tinha, sobretudo, funções de garantia de cobrança dos direitos da alfândega. No contexto da Dinastia Filipina, o cais e a principal porta de acesso à cidade encontram-se representados na gravura "A Cidade de Angra na Ilha Iesu Xpo da Terceira que esta em 30 Graus", de Jan Huygen van Linschoten, datada de 1595. No mesmo período, por volta de 1610, tiveram lugar extensas obras de reforma que enobreceram a porta, traduzindo o período de prosperidade então vivido pela cidade. Quando do sismo de Lisboa de 1755 (1 de Novembro), o maremoto resultante fez com que as águas da baía ultrapassassem as Portas do Mar, alcançando a Praça Velha. Em seu refluxo, arrastaram consigo a estrutura das Portas. Com a criação da Capitania Geral dos Açores (1766), e a chegada a Angra do seu primeiro Capitão-general, Dom Antão de Almada, foi determinado ao Sargento-mor João António Júdice que tirasse o plano de reedificação do cais, aproveitando-se o que fosse possível. Data dessa época a actual configuração do Pátio da Alfândega, entre os estilos barroco e neoclássico, ao nível da Rua Direita, ligado ao cais por duas largas escadarias em ferradura, rematadas ao alto por duas portas com arcos de pedra. As bicas de abastecimento das embarcações foram transferidas para um chafariz de pilastras duplas laterais, ao centro das escadarias. Os vestígios da primitiva porta, as casas da guarda e demais estruturas foram aterradas para dar lugar a este conjunto. Em finais do século XIX o conjunto apresentava nova configuração: as arcadas haviam desaparecido, e o cais conservava dois níveis. Em 1998, durante obras de remodelação do cais, foram procedidos trabalhos de prospecção arqueológica que identificaram os vestígios de uma rua, de um cais, de uma fortificação abaluartada e de uma densa rede de águas e esgotos. Os vestígios distribuíam-se em três diferentes níveis de ocupação, interligados por escadarias e pátios. 'Reduto da Cruz da Esperança'. O 'Reduto da Cruz da Esperança' localizava-se no concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre o seu trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.



Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "2º - Atalaia da Cruz da Esperança. Tem esta duas peças de ferro boas com os seus reparos capazes, precisa fazer-se-lhe a sua plataforma para elas laborarem: precisa para se guarnecer dois artilheiros e oito auxiliares." Encontra-se referido como "Sítio da Crus da Esperança" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína: "Carece ali de um reduto p.ª laborar tres peças, que ali se achavam por ser útil aquela defensa, e agora só se acha uma." Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

REDUTO DA SALGA


O 'Reduto da Salga' localizava-se na baía da Salga, freguesia de Porto Judeu, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudeste da ilha Terceira, nos Açores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com o 'Forte da Salga'.

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566): "Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." A este respeito, Drummond registou: "(...) concluíram-se a boa fortaleza da Salga e o reduto que lhe fica fronteiro e encruza a baía, estendendo-se-lhe um bom lanço de muralha. (...)." Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "6º-Reduto da Salga. Tem 5 peças de ferro boas com os seus reparos capazes: precisa para se guarnecer cinco artilheiros e vinte auxiliares." Encontra-se referido como "Segundo forte (reduto) da Casa da Salga" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", de Francisco Xavier Machado (1772), ilustrado com cinco canhoneiras. Encontra-se referido como "5º Reduto nomeado da casa da Salga" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata o estado: "Também este se acha reedificado de novo, carece tirares-lhe algum entulho, e fazer-se-lhe um artilheiro p.ª recolher a Artilharia no Inverno, e um quartel p.ª a guarda." Dele existem duas representações de alçado e planta ("Reduto da Salga") na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por José Rodrigo d'Almeida em 1806". De sua estrutura restam-nos apenas vestígios.



Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta no formato triangular orgânico, adaptado ao terreno, erguido em aparelho de cantaria. Em seus muros rasgavam-se primitivamente cinco canhoneiras; quando do Tombo de 1881, apresentava apenas duas, uma no ângulo saliente e outra na muralha voltada a oeste. No seu interior erguia-se a 'Casa da Guarda' e, junto a esta, mas exteriormente no muro da gola, outra, mais pequena, utilizada como cozinha. O reduto ocupava uma área de 220 metros quadrados, a que se acrescia a área edificada das casas, de 39 metros quadrados. Era acedido por um caminho em más condições e cujo início se localizava na estrada marginal, que dá acesso a outros fortes e a terras de particulares.

REDUTO DE SANTA CRUZ
(Angra do Heroísmo)

O 'Reduto de Santa Cruz' localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "23.°-Segue-se o reduto de Santa Cruz que tem cinco canhoneiras e só três peças de ferro, numa delas precisa um eixo no seu reparo, precisa mais em dois lances de cortina, que tem, três peças com os seus reparos." Em nossos dias encontra-se em ruínas. 

REDUTO DE SANTA TERESA
(Angra do Heroísmo)

O 'Reduto de Santa Teresa' localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "24.°-Segue-se o reduto de Santa Tereza o qual tem três canhoneiras e duas peças de ferro esfuguenadas, precisa mais uma com o seu reparo." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

REDUTO DE SANTO INÁCIO

O 'Reduto de Santo Inácio' localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "(…) No dito reducto tem três peças de ferro esfuguenadas e precisa um reparo." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

REDUTO DE SÃO FRANCISCO

O 'Reduto de São Francisco' localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "(…) No reduto de São Francisco tem três canhoneiras e três peças de ferro, duas esfuguenadas, precisa fazer-se duas canhoneiras para duas peças com os seus reparos." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

REDUTO DE SÃO GONÇALO
(Angra do Heroísmo)

O 'Reduto de São Gonçalo' localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "22.°-Reduto de São Gonçalo tem uma peça de bronze e precisa mais outra peça com o seu reparo." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

REDUTO DOS DOIS PAUS

O 'Reduto dos Dois Paus' localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da 'Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira'.

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767: "(…) No reduto dos dois paus tem três canhoneiras e duas peças de feiro esfuguenadas, precisa uma com o seu reparo." Em nossos dias encontra-se em ruínas.

REDUTO GENERAL SALDANHA

O 'Reduto General Saldanha', também referido como 'Forte General Saldanha', localiza-se na península do Monte Brasil, na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Integra o conjunto defensivo da Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira.

Foi erguido em 1643, no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa (1640-1668), por iniciativa do então Capitão-general de Mar-e-Terra e Governador das Justiças em todas as ilhas dos Açores, António de Saldanha, para complemento da defesa do conjunto em sua cortina oeste. Sobre esta edificação, e a acção deste capitão quanto à defesa, Drummond regista: "Representou a Câmara da cidade [de Angra] ao mesmo general António de Saldanha, em 5 de Julho [de 1542], para que fortificasse a ilha [Terceira], e não deixasse levar o dinheiro dela para fora, acrescentando à súplica: que el-rei Filipe levara a artilharia, receando-se dos portugueses, pois que desde a Cidade à Praia havia nesse tempo 300 peças, e actualmente, não existiam mais de 20; que ele general deixasse ficar as munições já embarcadas, para que não viessem os inimigos atacar a ilha com a fama de estar desguarnecida, como se jactavam os holandeses o fariam, com só quatro mil homens. Atendendo então o general a esta mui justa reclamação, deu princípio a um forte da banda do Zimbreiro, debaixo da cortina do muro que estava mais raso com mar, para que melhor ofendesse o inimigo, se por ali intentasse acometer o castelo [de São João Baptista]. E com o produto da nova moeda, em breve tempo levantou um terço, comprando em toda a ilha quantos cavalos lhe pareceram de melhor préstimo, para duas companhias de cavalaria, que levantou, das quais fez capitães António do Canto de Castro, e um nobre fidalgo da casa do mesmo general, cujo nome não disseram os antigos. Visitou todas as fortificações desta ilha, e mandou reparar os fortes mais necessitados, pondo em perfeito estado de defesa todos os pontos susceptíveis de desembarque, abastecendo o castelo de mantimentos para um ano. Na mesma diligência passou à vila de S. Sebastião, onde foi recebido pelas companhias da ordenança com salvas de mosquetaria; jantou ali e no mesmo dia, acompanhado do seu estado-maior e da nobreza da vila, desceu à vila da Praia, que o recebeu com régia solenidade, como se praticara em Angra." Este forte encontra-se, em nossos dias, derruído.


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