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quinta-feira, maio 29, 2014

Fortes e Fortalezas de Costa - Atântico - Portugal III




FORTES E FORTALEZAS DE COSTA DO REINO DE PORTUGAL E ALGARVE



FORTES E FORTALEZAS DE COSTA
Norte do Reino de Portugal

PRAÇA-FORTE DE VALENÇA

      

A Praça-forte de Valença localiza-se na povoação, freguesia e concelho de mesmo nome, distrito de Viana do Castelo, em Portugal. A fortificação de Valença, povoação na margem esquerda do rio Minho, na raia portuguesa com a Galiza, remonta à transição do século XII para o XIII. 

Destinava-se à defesa da povoação e da travessia daquele trecho do rio. No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, essa fortificação lindeira foi inteiramente reformada com projecto do francês Miguel de l'Ècole. Desse modo, foram reconstruídos os muros para abraçar o perímetro estendido da vila, e erguidas novas estruturas abaluartadas, entre as quais: a chamada Coroada, com três baluartes (Santa Ana, São Jerónimo, e Santa Bárbara) e dois meio-baluartes (São José e Santo António); abertos novos fossos, sobre os quais se ergueram relevos em talude; revelins para defesa de algumas cortinas sete novos baluartes, a saber:

Carmo

Esperança

Faro

Lapa

São Francisco

São João

Socorro

        Já com as primeiras obras em andamento, resistiu a uma incursão espanhola no início da guerra de Restauração (1643). Ainda em obras, caiu em mãos espanhola sem 1654, para logo ser reconquistada por tropas portuguesas sob o comando do Conde de Castelo Melhor. As obras prosseguiam em 1661, para serem concluídas em 1713, quando o seu último arquitecto, Manuel Pinto de Vila lobos, a deu como concluída. Ao final do século XVIII, foram reforçados os muros do Paiol da Pólvora e levantado o Paiol do Açougue (1774).


      

Durante a Guerra Peninsular, após denodada resistência, caiu diante as tropas napoleónicas sob o comando de Soult (1809), que fizeram explodir a Porta do Sol. Considerada como a mais importante fortificação do Alto Minho, objecto de diversas intervenções de conservação e restauro ao longo do século XX, as estruturas que chegaram até nós encontram-se em bom estado de conservação. Com a reconstrução das defesas que transformaram Valença em uma Praça-forte, a povoação ficou separada do rio por uma expressiva rede de baluartes e de patamares que se comunicam entre si por meio de fossos e de passagens superiores. Planimetricamente, a Praça-forte, ao abrigo de um intrincado conjunto de baluartes, revelins e fossos, ficou dividida em duas grandes áreas que se comunicavam pela chamada Porta do Meio: o sector Norte, que abrange a antiga vila medieval, e o sector Sul, uma área menor e mais aberta: a chamada Coroada.

FORTE DE INSUA


O Forte da Ínsua localiza-se na Ínsua de Santo Isidro, na freguesia de Moledo, concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, em Portugal.

Esta pequena ilha, a cerca de duzentos metros da costa, ao sul da foz do rio Minho, foi primitivamente utilizada como local de culto. Em época cristã, nela se erguia uma pequena ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Ínsua. O primitivo forte: Em 1392, frades franciscanos da Galiza sob a direcção de frei Diogo Arias, edificaram um cenóbio na ínsula. Datará desse período a primeira fortificação no local, com a função de protecção da barra daquele rio e dos religiosos, erguida por determinação de João I de Portugal. Em 1471 tiveram lugar obras de remodelação do convento, sendo erguidas novas celas e promovidos melhoramentos na sua capela. Mais tarde, Manuel I de Portugal (1495-1521), de passagem quando em peregrinação a Santiago de Compostela (1502), terá determinado a execução de novas obras de reforma e ampliação desta defesa, concluídas em 1512. Do mesmo modo, no contexto da Dinastia Filipina, Filipe I de Portugal (1580-1598) promoveu-lhe nova intervenção, que lhe aumentou a eficácia da artilharia, necessidade imperiosa para fazer face aos ataques de corsários ingleses e franceses. Nenhuma dessas estruturas chegou até nós.

A actual estrutura remonta ao contexto Guerra da Restauração (1640-1668), sob o reinado de João IV de Portugal (1640-1656). Foi executada entre 1649 e 1652, sob as ordens do então Governador de Armas do Minho, Dom Diogo de Lima Nogueira. Ao longo do século XVIII as dependências do convento e do forte foram reparadas em diversas ocasiões, destacando-se, em 1717 uma doação de 200$000 reis de João V de Portugal para a reedificação da igreja, nomeadamente a abóbada e, em 1767 a construção de novas celas, da sala do capítulo e de um retábulo. Entre 1793 e 1795 os frades abandonaram o convento para se procederem obras de reparação. No mesmo período, em 1765 a fortificação encontrava-se guarnecida por 10 homens, e artilhada com sete peças de bronze. Durante a Guerra Peninsular a ínsula foi ocupada por tropas espanholas e francesas, e durate a 2ª Invasão Francesa teve um papel predominante para a malograda tentativa da travesia do Rio Minho perto de caminha, mais tarde todos os oficiais foram promovidos por destinção.  Mais tarde, com a extinção das ordens religiosas (1834) o forte foi abandonado pela comunidade religiosa, ficando guarnecido exclusivamente pelo Exército Português. O último governador da praça foi nomeado em 1909, o Major Rodolfo José Gonçalves. Encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado no DG n.º 136, de 23 de Junho do mesmo ano. Em 1940, passou do Ministério da Marinha para a responsabilidade do Ministério das Finanças. De 1954 a 1957 o conjunto sofreu obras de conservação, sucedendo-se outras campanhas de 1967 a 1975, 1984 a 1986 e de 1998 a 2001. Desde 1990 existe um projecto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo para a instalação no local de um Centro de Investigação Avançada das áreas marinhas da costa e Rio Minho.


Fortificação marítima abaluartada, apresenta planta estrelada irregular, com cinco baluartes e revelim, integrando no seu interior o convento, ampliado em 1676. Nos cunhais dos quatro baluartes principais foram erguidas guaritas facetadas com cobertura em calote esférica, e num dos panos da muralha foi edificado um balcão rectangular sobre mísulas, com cobertura semelhante. A meio do pano da muralha rasga-se o portão de armas, em arco pleno, inserido numa estrutura rectangular em ressalto, sobre a qual assenta um frontão triangular, cujo tímpano é decorado por três brasões com as armas de Portugal e do Governador. À direita foi inserida uma lápide com inscrição alusiva à edificação da fortificação: 

"A Piedade do muito Alto e Poderoso monarca el rei D. João IV / ministrada pela intervenção e assistência de D. Diogo de Lima / Nogueira General e Visconde de Vila Nova da Cerveira Governador das / armas e exército da Província de Entre Douro e Minho dedicaram / esta fortificação à sereníssima Rainha dos Anjos Nossa Senhora / da Ínsua para asilo e defesa das religiosas da Primeira Regra / Seráfica que assistem nos contínuos júbilos desta Senhora debaixo / de cujo patrocínio se assegura a defesa desta corte. Fez-se a / obra na era de 1650"
        
Um revelim protege o portão de armas. A praça de armas é dividida em duas áreas. A primeira corresponde a uma ampla plataforma lajeada, onde foram edificados os quartéis, depósito e cozinha. No espaço restante foi incorporado o convento, de estrutura sóbria e austera, de modelo chão, cujo conjunto é formado pela igreja, de planta longitudinal composta por nave única coberta por abóbada de berço e sacristia, e pelo claustro, de planta quadrangular, com alas compostas por colunatas jónicas. Um poço de água potável abastecia a guarnição, composta por um Governador (comandante) e doze praças, revezados semanalmente. Esse poço é notável por se situar no mar, sendo um dos três únicos existentes no mundo.

FORTE DE ÂCORA


O Forte de Âncora, também referido como Forte da Lagarteira, localiza-se no antigo lugar da Lagarteira, actual cidade e freguesia de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Sobre uma elevação rochosa na margem direita da foz do rio Âncora, em posição dominante sobre a praia, defendia aquele porto e povoação pesqueira, coadjuvando a defesa da Praça-forte de Caminha.

Acredita-se que a primitiva ocupação humana da foz do rio Âncora seja anterior à Invasão romana da Península Ibérica, mas foi neste período que adquiriu importância graças à extracção de minérios na região. Segundo a tradição, a toponímia Âncora se liga ao episódio do afogamento, nas águas daquele rio, da rainha D. Urraca com uma âncora atada ao pescoço, como punição por adultério pelo seu esposo, Ramiro II de Leão. Embora alguns autores acreditem que a moderna fortificação do local remonte à época da Guerra da Restauração (1640-1668), é mais correto atribuí-la ao reinado de Pedro II de Portugal (1667 1705), que fez reforçar as defesas da linha fronteiriça do rio Minho e da costa oceânica ao sul da sua foz. Para este local foi determinada a edificação de duas estruturas marítimas: o Forte do Cão, na Gelfa, cobrindo a foz do rio, e o Forte da Lagarteira, cobrindo o portinho a norte da povoação, este último tendo sido iniciado em 1690. Na mesma época e região foram erguidas ainda o Forte de Montedor e o Forte da Areosa, este último próximo a Viana do Castelo.

Fortificação marítima abaluartada de pequenas dimensões, apresenta planta poligonal estrelada, formada por quatro baluartes laterais e bateria ressaltada pelo lado do rio. Os seus muros, em cantaria de pedra, apresentam guaritas facetadas nos vértices. Por sobre o portão de armas inscreve-se a pedra com as armas reais. No terrapleno erguem-se três edificações com cobertura de uma água e duas rampas de acesso ao adarve e eirado. Os quartéis, abobadados, contam com lareiras. Nas canhoneiras da bateria, podem ser observadas antigas peças de artilharia.

FORTE DE SÃO BAPTISTA DE ESPOSENDE


O Forte de São João Baptista de Esposende também referido como Castelo de São João Baptista e Forte de Esposende, localiza-se na freguesia das Marinhas, cidade e concelho de Esposende, no distrito de Braga, em Portugal. Forte de marinha, tinha originalmente a função de guarnecer a foz do rio Cávado.

Foi edificado entre 1699 e 1704, sob o reinado de Pedro II de Portugal (1667-1706), tendo sofrido posteriormente alguns cortes na sua estrutura. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982. Junto a este forte ergue-se o Farol de Esposende. 


O forte originalmente apresentava planta no formato estrelado, com um baluarte em cada vértice, com respectiva guarita de planta hexagonal. Em seu terrapleno erguem-se as edificações de serviço.

FORTE DA AREOSA


O Fortim da Areosa, também referido como Forte da Areosa, Forte da Vinha e Castelo Velho, mas melhor conhecido como Fortim da Areosa, localiza-se no lugar de Rego de Fontes, ao sul da enseada de Vinha, na povoação e freguesia de Areosa, no concelho e distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Inscreve-se na Região de Turismo do Alto Minho.

Com o fim da Guerra da Restauração (1640-1668), foi um dos quatro fortins edificados no litoral entre Caminha e Viana do Castelo com o objectivo de reforçar a defesa da costa atlântica do Alto Minho, vulnerável a um possível ataque da Armada espanhola. Os demais foram o Forte de Montemor em Carreço, e os fortes do Cão e de Lagarteira em Vila Praia de Âncora. Estes somavam-se ao Forte da Ínsua, construído durante aquele conflito para defesa da barra sul do rio Minho. Nessa linha, à época, foram remodeladas fortificações já existentes como o Castelo de Valença, o Castelo de Vila Nova de Cerveira e o Forte de Santiago da Barra. Para complemento da defesa da margem esquerda (sul) do rio Minho foi erguido o Forte de São Francisco de Lovelhe (ou de Lobelhe), em Vila Nova de Cerveira. Terá sido concluído em 1701.

Fortificação marítima abaluartada, de pequenas dimensões e alçados simples, apresenta planta estrelada no estilo maneirista, sendo constituído por quatro baluartes desiguais. A face voltada ao mar é de forma curva, sendo a face oposta é côncava. Nesta rasga-se o portão de armas, em arco de volta perfeita. Em seu interior encontram-se as dependências de serviço, formando um corredor no centro da praça. A sua tipologia estrutural apresenta semelhanças com os fortes de Montedor e do Cão, cuja planimetria constituiu, à época, um avanço no sistema de defesa e vigia. Acredita-se que este conjunto de fortes litorâneos possa ter sido delineado pelo mesmo arquitecto.

FORTE DE MONTEDOR

O Fortim de Montedor, também referido como Forte de Montedor e Forte de Paçô, localiza-se sobre a praia de Paçô, na freguesia de Carreço, concelho e distrito de Viana do Castelo, em Portugal.

Com o fim da Guerra da Restauração (1640-1668), foi um dos quatro fortins edificados no litoral entre Caminha e Viana do Castelo com o objectivo de reforçar a defesa da costa atlântica do Alto Minho, vulnerável a um possível ataque da Armada espanhola. Os demais foram o Forte da Vinha na Areosa, e os fortes do Cão e de Lagarteira em Vila Praia de Âncora. Estes somavam-se ao Forte da Ínsua, construído durante aquele conflito para defesa da barra sul do rio Minho. Nessa linha, à época, foram remodeladas fortificações já existentes como o Castelo de Valença, o Castelo de Vila Nova de Cerveira e o Forte de Santiago da Barra. Para complemento da defesa da margem esquerda (sul) do rio Minho foi erguido o Forte de São Francisco de Lovelhe (ou de Lobelhe), em Vila Nova de Cerveira. Diversas destas fortificações destacaram-se não só neste momento, como também, na primeira metade do século XIX, durante a Guerra Peninsular e nas Guerras Liberais.

Fortificação marítima abaluartada, de pequenas dimensões e alçados simples, apresenta planta estrelada no estilo maneirista, sendo constituído por quatro baluartes desiguais. A face voltada ao mar é de forma curva, sendo a face oposta é côncava. Nesta rasga-se o portão de armas, em arco de volta perfeita. Em seu interior encontram-se as dependências de serviço, formando um corredor no centro da praça. A sua tipologia estrutural apresenta semelhanças com os fortes da Areosa e do Cão, cuja planimetria constituiu, à época, um avanço no sistema de defesa e vigia. Acredita-se que este conjunto de fortes litorâneos possa ter sido delineado pelo mesmo arquitecto.

FORTE DE SANTIAGO DA BARRA


O Forte de Santiago da Barra, também referido como Castelo de Santiago da Barra e Castelo de São Tiago Maior da Barra1 , localiza-se na freguesia de Monserrate, na cidade, concelho e distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Em posição dominante na margem direita da barra do rio Lima, tinha a função de defesa do ancoradouro e povoação de Viana da Foz, actual Viana do Castelo.

O rei Afonso III de Portugal (1248-1279) fundou a vila de Viana, outorgando-lhe Carta de Foral em 1258, posteriormente confirmado em 1262. Visando a defesa e o desenvolvimento daquele trecho do litoral, pelo fomento à actividade mercantil e pesqueira, os seus habitantes foram contemplados com privilégios tributários, com o dever de defender a foz do rio Lima. O perímetro defensivo da nascente vila, no qual se inscrevia a Torre de Menagem, foi dotado de muralhas: os seus limites são hoje desconhecidos, mas acredita-se que estavam completas em fins do século XIV, quando se transformara em um florescente burgo. Em meados do século XV, Viana da Foz do Lima constituía-se em um dos grandes portos marítimos do país, mantendo comércio com portos da Galiza, da França e da Flandres. A prosperidade dele decorrente materializou-se no aumento da população e da malha urbana, ultrapassando a primitiva cerca medieval. A Torre da Roqueta: Aberto o caminho marítimo para as Índias, e visando a protecção da navegação na barra do Lima, por volta de 1502 Dom Manuel I (1495- 1521) determinou a construção de uma torre abaluartada, no campo de Santa Catarina, extremo Oeste da vila. O seu modelo seria semelhante ao do Baluarte de Cascais (iniciado em 1498), e anteciparia o da Torre de Belém (em 1515), na defesa da barra do Tejo. Possivelmente artilhada com um pedreiro, que lhe teria dado a designação de Torre da Roqueta, esta primitiva estrutura possuía um baluarte voltado para o rio Lima, demolido em campanhas posteriores.

FORTE DE SÃO FRANCISCO DE LOVELHE


O Forte de São Francisco de Lovelhe, também denominado como Forte de Azevedo, ou simplesmente como Forte de Lovelhe, localiza-se na Freguesia de Lovelhe, Concelho de Vila Nova de Cerveira, Distrito de Viana do Castelo, em Portugal.

Lovelhe já existia à época da ocupação romana da península Ibérica, e como paróquia em 675, constituindo-se assim em uma das mais antigas freguesias de Portugal. Em eras remotas, antes do reinado do lendário rei Visigodo Vamba, terá existido aqui uma igreja matriz, reputada por sua riqueza e elegância, da qual não restaram vestígios. O forte seiscentista: A sua fortificação data da época da Guerra da Restauração, integrante da linha defensiva que guarnecia a margem esquerda do rio Minho e aquele trecho do litoral atlântico português. Iniciado em 1642, por determinação do General e Mestre de Campo D. Francisco de Azevedo, cooperava com a Atalaia de Lovelhe e com o Castelo de Vila Nova de Cerveira, cujo assédio, em 1643, assistiu. As suas obras estavam concluídas em 1663. O forte encontrava-se desguarnecido ainda em meados do século XVIII, embora à época se considerasse que, apesar das suas pequenas dimensões, tinha maiores potencialidades de defesa do que a fortificação de Cerveira.



Da Guerra Peninsular aos nossos dias-Forte de Lovelhe: detalhe de um dos baluartes. Em 1797 Dom Rodrigo de Lencastre mandou reconstruir o forte, que, cerca de dez anos mais tarde, teve um importante papel na defesa activa da região face às invasões das tropas napoleónicas durante a Guerra Peninsular. À época, em 1809 uma explosão no interior do forte, provocada pelo exército francês, destruiu grande parte da estrutura da casamata. Após este evento, o Forte de Lovelhe não voltou a ser recuperado, permanecendo, desde então, votado ao abandono Actualmente em Vias de Classificação, a Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho estava a desenvolver um Plano Director das Fortalezas Transfronteiriças do Vale do Minho, com vistas à "valorização e divulgação das fortificações que constituem o sistema defensivo da fronteira luso-espanhola", no qual se insere o Forte de São Francisco.

Erguido conforme os modelos e tipologias da arquitectura militar seiscentista, o forte apresenta planta pentagonal, sendo composto por cinco baluartes, quatro de dimensões iguais, dispostos lateralmente dois a dois, e um quinto, maior, edificado na parede fronteira à porta de armas. Em cada um dos ângulos dos baluartes foram dispostas guaritas circulares.

FORTE DO CÃO

O Fortim do Cão, também referido como Forte do Cão, localiza-se no lugar da Gelfa, ao sul da povoação e freguesia de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Inscreve-se na Região de Turismo do Alto Minho.

Com o fim da Guerra da Restauração (1640-1668), foi um dos quatro fortins edificados no litoral entre Caminha e Viana do Castelo com o objectivo de reforçar a defesa da costa atlântica do Alto Minho, vulnerável a um possível ataque da Armada espanhola. Os demais foram o Forte de Vinha, na Areosa, o Forte de Montedor em Carreço, e o Forte da Lagarteira em Vila Praia de Âncora. Estes somavam-se ao Forte da Ínsua, construído durante aquele conflito para defesa da barra sul do rio Minho. Nessa linha, à época, foram remodeladas fortificações já existentes como o Castelo de Valença, o Castelo de Vila Nova de Cerveira e o Forte de Santiago da Barra. Para complemento da defesa da margem esquerda (sul) do rio Minho foi erguido o Forte de São Francisco de Lovelhe (ou de Lobelhe), em Vila Nova de Cerveira. O fortim do Cão foi erguido entre 1699 e 1702, com a função de defesa daquele trecho da costa, na foz do rio Âncora, coadjuvando a defesa proporcionada pela Praça-forte de Caminha.

Fortificação marítima abaluartada, de pequenas dimensões e alçados simples, apresenta planta estrelada no estilo maneirista, sendo constituído por quatro baluartes desiguais. A face voltada ao mar é de forma curva, sendo a face oposta é côncava. Nesta rasga-se o portão de armas, em arco de volta perfeita. Em seu interior encontram-se as dependências de serviço, formando um corredor no centro da praça. A sua tipologia estrutural apresenta semelhanças com os fortes da Areosa e de Montedor, cuja planimetria constituiu, à época, um avanço no sistema de defesa e vigia. Acredita-se que este conjunto de fortes litorâneos possa ter sido delineado pelo mesmo arquitecto.

O FORTE DE VIANA


Os imperativos da defesa da barra levaram à necessidade de modernização e ampliação da fortificação. Desse modo, entre 1567 (segundo alguns) e 1568 (segundo outros, já tendo recebido a vila de Viana o título de notável), a Câmara Municipal principiou, junto à Torre da Roqueta, um pequeno forte de planta rectangular, que aproveitava a antiga fortificação manuelina como cunhal Sudoeste da sua muralha. Essa obra foi concluída ainda sob o reinado de Dom Sebastião (1554-1578), em 1572. O Forte de Santiago de Viana: Sob a Dinastia Filipina, sob o reinado de Filipe I de Portugal (1580-1598), o forte de Viana foi completamente remodelado e ampliado, com traça do arquitexto e engenheiro militar italiano Filippo Terzi (1520-1597). As suas obras iniciaram-se em 1589, tendo o soberano determinado que a própria população da vila transportasse a pedra necessária à edificação, estando concluídas em 1596. Em 1640, com a Restauração da independência, a população da vila acorreu ao forte, cercando-o e impondo a capitulação da guarnição espanhola. No contexto da Guerra da Restauração, voltou a receber obras de remodelação entre 1652 e 1654, a mando de Dom Diogo de Lima, Governador das Armas de Entre-Douro-e-Minho. Posteriormente, em 1700, época em que a vila prosperava com a exportação dos vinhos da região do Douro para centros como Dunquerque Ruão, Veneza, a Inglaterra, a Suécia e até mesmo a Rússia, as defesas foram acrescidas de revelins e fosso pelo lado de terra. Novas obras de reforço e modernização foram promovidas em 1799. Após ter participado da Guerra Peninsular, durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), resistiu ao assalto das forças da Junta do Porto. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 24 de Janeiro de 1967. Actualmente as dependências do Forte de Santiago da Barra abrigam a sede da Região de Turismo do Alto Minho, compreendendo um moderno Centro de Congressos (Centro de Congressos do Castelo de Santiago da Barra), com um auditório e salas equipados para diversos tipos de eventos. O antigo Paiol e a Capela de Santa Catarina encontram-se requalificados como salas de exposição, recomendando-se a visita à Torre da Roqueta.

FORTE DE SANTIAGO DA BARRA


Vista panorâmica a partir do sul. O Forte de Santiago apresenta planta pentagonal, constituída por muralhas de perfil trapezoidal, reforçadas por baluartes triangulares nos vértices voltados a terra, apresentando guaritas de planta circular nos vértices. A entrada na fortaleza é feita por uma larga ponte sobre o fosso que a circunda, conduzindo a um portal de arco de volta perfeita ladeado por pilastras, encimado pelo brasão de Dom João de Sousa, governador do forte em 1700, e rematado na cornija pelo escudo de armas de Portugal. No terrapleno, acedido por um corredor abobadado, ergue-se um edifício principal, de planta rectangular de três registos com alçado ritmado por três portais, sendo o principal enquadrado por arco de volta perfeita rematado com cartela e ladeado por colunas encimadas por balaústres em meio relevo, rematado pelo escudo real. Os portais laterais são de moldura em arco de volta perfeita sem decoração. Ao longo de toda a fachada foram abertas janelas em ambos os registos. O edifício possui ainda janelas de mansarda. A norte situa se a Capela da Santiago, de planta longitudinal, com capela-mor rectangular e frontispício terminado em empena, com sineira à direita. Fronteiro a esta situa-se o paiol, edifício de planta quadrangular de um registo, com portal de volta perfeita encimado pelo escudo de Portugal e rematado em empena triangular. Integrada na zona Sudoeste da fortaleza, situada num terraço que se forma no segundo registo, ergue-se a chamada Torre da Roqueta, com entrada pelo adarve, através de rampa. Flanqueada exteriormente com quatro pequenas torres e rodeada por um pequeno fosso, a Roqueta possui corpo rectangular com dois registos, um terraço com adarves e as armas do rei Dom Manuel esculpidas na fachada.

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