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sábado, setembro 27, 2014

Navios da Armada Real de 1638-1910 I

NAVIOS DA ARMADA PORTUGUESA DE 1638 A 1910



A data da Restauração a Armada Nacional contava entre os seus navios, principalmente: galeões, naus, caravelas e patachos, que em esquadras ou soltos defendiam nos mares o comércio marítimo português. O galeão era o navio de três ou quatro mastros, de fortes costados, formas finas e de grande poder ofensivo. O primeiro aparelhava com três mastros, sendo os de vante redondos e o de ré latina o outro armavam, com mais um mastro latino a ré. Bolinava melhor e era de maior velocidade que a nau. A nau, navio redondo de alto bordo igualmente, mas de grandes porões, bojudo e de menos armamento que o galeão. Aparelhava com dois mastros redondos e um latino a ré, tendo mais tarde este armado também a redondo. Nos últimos anos o bastardo da mezena foi substituído por latino quadrangular com carangueja e retranca. Era principalmente utilizada como transporte, embora entrasse igualmente na linha de batalha, depois de armada em guerra. O galeão veio a desaparecer no último quartel do século XVII, dando lugar então à diferenciação das naus, pelo armamento, porte e formas, em naus de comércio e de guerra. No último quartel do século seguinte aparecem já naus armadas de 74 peças e mesmo de 80 peças de artilharia. A nau não cessou de aumentar progressivamente o seu poder artilheiro de fogo, chegando algumas nações a montar nelas 120 e mais peças de artilharia. A nossa nau "N. S. da Conceição", na transição dos séculos XVIII e XIX, montava 110 peças, sendo no tempo o nosso mais artilhado navio. No entanto, a nau típica ficou sendo a de 74 peças em todas as marinhas do Mundo. A data da Restauração era ainda vulgar entre nós a caravela, navio tipicamente latino, que aparelhava com um, dois, três ou quatro mastros. Navio, andejo e bolineiro de porte entre 50 e 150 toneladas, mas de fraco poder artilheiro. Mais tarde passaram a largar pano redondo no mastro do traquete e a dispor de quatro mastros. Pelo que se distinguiram as caravelas em latinas e redondas. Até meados do século XVII apareciam nas armadas para actuar especialmente como avisos ou exploradores. Em meados do século XVII ainda há notícias de forças navais, a última, em que entram caravelas. O patacho, de três mastros, de origem holandesa, começa já a ser utilizado por nós em forças navais. Era superior à caravela em velocidade e leveza de porte, podendo competir com ela em volume de fogo. A naveta, nau mais ligeira que as vulgares, que se empregava igualmente como transporte. Armada em guerra também podia fazer parte das forças navais de guerra. Ainda no tempo dos Filipes apareceu a fragata, navio muito menor que a nau, mas igualmente redondo, de três mastros, sendo o de ré latino. Era de menos porte mas de mais velocidade e manobrabilidade. Substituía com vantagem a caravela e patacho. Era bem o navio ideal para missões de reconhecimento, exploração e aviso. O seu armamento, de início de menos de 20 peças, chegou a atingir 50 peças de artilharia. Nos fins do século XVIII, as fragatas de 24 e 32 peças passaram a denominar-se fragatinhas. Nos meados daquele século surge o bergantim, armado de 10 a 16 peças, e aparelhado de dois mastros. No primeiro quartel do século XIX aparece a corveta, navio de tês mastros redondos, armado de 24 peças. Era, na verdade, uma fragata mais pequena. Assim, com a criação deste tipo desapareceram as fragatinhas e os bergantins. Os bergantins, de 14 a 18 peças, passaram então a denominar-se brigues. Aparelhavam igualmente com dois mastros redondos. As armadas, sem mencionar a fustalha de escunas, iates, etc, contavam no século XIX os navios: Naus-mais de 60 peças; Fragatas-44 a 50 peças; Corvetas-24 peças de artilharia. Dois mastros redondos – Brigues-14 a 18 peças.


CARAVELAS


1. "N. S. da Nazaré e Santa Ana"
Navtoque também aparece como naveta e patacho. Fez várias viagens à Índia. Trouxe da Índia ao Tejo o futuro general da Armada Real do Mar Oceano António Teles de Meneses.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1640 a 1642.

2. "N. S. da Oliveira e Santo António"
Caravela que também aparece como patacho e naveta.
Fez várias viagens à Índia.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1640 a 1645.

3. "S. Pedro"
Era caravela de João Figueira.
Em 1647 conduziu, numa força de cinco navios, o mestre-de-campo Francisco Barreto de Meneses ao Brasil.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1646 a 1648.

4. "Santa Teresa"
Caravela de particulares, armada de 12 peças.
Naquele ano largou na armada de viagem da Índia.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos em 1646.

5. "S. Francisco Xavier"
Caravela que também aparece como naveta.
Largou para a Índia na armada de viagem de Luís Velho em 1650.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1650 a 1651.

6. "N. S. da Boa Viagem"
Largou para a Índia em 1655 na armada de viagem do capitão-mor António de Sousa de Meneses.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1655 a 1657.

7. "N. S. da Boa Memória"
Navio de particulares que também aparece como naveta.
Em 1657 largou para a Índia na armada de viagem que conduzia o vice-rei conde de Vila Pouca de Aguiar.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1657 a 1660.

8. "N. S. da Nazaré e Santo António"
Em 1653 armava com 14 peças.
Fez uma viagem à Índia em 1663 com um patacho.
Entrou em duas armadas para a reconquista de Mascate uma em 1667 e a outra em 1672.
Esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa pelo menos de 1663 a 1672.

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